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    A História

    Elminster Aumar
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    Mensagem por Elminster Aumar Sex Abr 15, 2016 9:16 pm




    "Muito mais história foi esquecida e se transformou em pó do que já foi registrada, mas devemos nos aprofundar no passado para compreender o presente."
    — Os Escritos da Asc. Angellia


    LINHA CRONOLÓGICA

    A História Linha_11

    AR = Antes da Rebelião
    DR = Depois da Rebelião



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    Mensagem por Elminster Aumar Qua Abr 20, 2016 9:08 pm




    HISTÓRIA ANTIGA

    Os elfos foram os primeiros a possuir a palavra escrita e têm os registros mais extensos, embora sua história seja, atualmente, um legado incompleto e arruinado, com muitas lacunas relacionadas à queda do seu primeiro império em ruína e devastação. Os anões de Rhul alegam ter a única civilização contínua e ininterrupta— o estabelecimento de Ghord como o lar do seu Códice aconteceu mais de dois mil anos antes da época de Cinot, que começaria a era da história registrada entre os humanos menitas.


    O INÍCIO DA CIVILIZAÇÃO

    O IMPÉRIO DE LYOSS

    Durante praticamente toda a história humana registrada, Immoren ocidental e oriental estiveram divididos. Pouco era conhecido sobre a humanidade de Immoren oriental. Tudo o que restou foram registros parcialmente preservados levados a Ios pelos refugiados sobreviventes de Lyoss, a primeira grande civilização da era. Eles raramente compartilhavam os contos do seu passado ancestral com forasteiros.

    Nesses tempos antigos, após os elfos se espalharem por gerações pelo nordeste de Immoren, a Divina Corte se apresentou e os colocou no caminho da unificação. Os deuses tiveram um papel ativo na formação dos seus caminhos. Uma das primeiras tarefas exigidas dos líderes das tribos foi a construção de vários áditos imensos—os templos dos elfos —para facilitar a comunhão com os deuses. A conexão destes deu origem ao Império de Lyoss.

    Embora a unificação das tribos espalhadas tenha sido uma era de guerra e confl ito, ela ensinou aos lyossanos as artes da batalha, que serviram bem contra as ameaças externas nos séculos que viriam. Cercado por todos os lados por tribos mais agressivas e primitivas de várias espécies, incluindo os selvagens implacáveis e cruéis chamados skorne, Lyoss se comprometeu com sua expansão, patrulhando suas fronteiras e construindo cidades vastas. O próprio continente era diferente naquela época, sem o imenso deserto que está em seu centro atualmente. A região era cortada por uma miríade de rios, separando terras férteis.

    A era dourada deste império surgiria e entraria para a memória antes das primeiras cidades humanas. As torres mais antigas de Nyshyl, sua capital, já eram velhas e decadentes antes das primeiras pedras serem colocadas na cidade rhúlica de Ghord. O império poderia muito bem ter dominado todo Immoren com o tempo, se não fosse pelo desastre criado por ele próprio.


    A RIXA DAS ERAS E A FUNDAÇÃO DE GHORD

    Nos Picos de Vidro de Immoren ocidental, os clãs anões descendentes dos Grandes Patriarcas entraram em um conflito que se transformou em uma conflagração terrível. As palavras dos Grandes Patriarcas não foram esquecidas; entretanto, os Éditos foram deturpados e usados para justificar rixas em uma abrangência além de toda a razão, à medida que cada clã buscava a extinção dos outros. Os clãs jovens se sentiam oprimidos pelos mais velhos e poderosos, e se reuniam para tomar propriedades valiosas — apenas para depois lutar entre si pela divisão dos espólios. Esta guerra foi a Rixa das Eras, a única grande guerra interna na história de Rhul, um período visto com vergonha.

    Com início em 8500 AR, acredita-se que a Rixa das Eras durou trezentos anos, embora os conflitos durante esse período fossem intermitentes e irregulares, ocupando batalhas pequenas e grandes enquanto os clãs trocavam de lados e lealdades, e tomavam e perdiam posses significativas. O controle das passagens nas montanhas e outras rotas de comércio e viagem, como os grandes rios dos Picos de Vidro e o acesso ao mar interno do Lago Braçada-Funda, era a fonte primária de disputa.

    O fim da Rixa das Eras está ligado à fundação da grande cidade de Ghord em 8200 AR, agora capital de Rhul, a mais antiga das grandes cidades de Immoren ocidental. Muitas das construções de Ghord já eram sagradas, ligadas aos Grandes Patriarcas e às Esposas de Barro. Os treze clãs que ainda ostentam os nomes dos Grandes Patriarcas vieram a Ghord com o espírito dos seus progenitores para unir suas propriedades e posses. Os mais violentos dos jovens clãs bélicos que se recusaram a ceder foram expulsos. O destino desses clãs exilados não foi bem documentado; alguns provavelmente se estabeleceram nos limites da região e voltaram a Rhul, mas outros partiram para outras direções para criar comunidades ainda não descobertas ou morreram na obscuridade.

    Os treze Clãs de Pedra restauraram o Códice e criaram o governo daquilo que se tornaria Rhul, com Ghord em seu centro. Os líderes de cada um desses clãs se tornaram os Senhores das Pedras e, juntos, governavam e decidiam os conflitos entre os clãs até 7500 AR, quando concordaram com a fundação do Debate das Cem Casas, pelo qual os cem maiores clãs de Rhul, juntos, administrariam as leis em Rhul, registrando todos os conflitos e suas decisões no crescente Códice. Embora os duelos e rixas dos clãs em escalas menores fossem um aspecto comum da política rhúlica, todo o conflito era regido pelas leis do Debate e seus juízes austeros, e nunca mais a guerra geral colocou Rhul em risco.

    Diferentes de algumas raças, os anões não se multiplicaram em grandes quantidades ou buscaram se espalhar além dos Picos de Vidro. Assim, enquanto sua civilização se expandia lentamente, isolada das tribos bárbaras além das montanhas, as passagens que levavam a Rhul eram fortificadas, dando ao reino fronteiras formidáveis e permitindo que eles repelissem grupos menores que pudessem ameaçá-los. Embora o contato e o comércio tenham sido estabelecidos entre o Debate de Rhul e os delegados do Império de Lyoss, a interação entre eles era limitada e cautelosa. Conforme Lyoss continuava a se expandir, o povo de Rhul se preparava para a guerra inevitável.


    ICTHIER E CINOT

    Existem eruditos que acreditam que as tribos escolhidas de Menoth formaram civilizações agora esquecidas, mas há poucas evidências. Se tais impérios existiram, eles foram engolidos pelas areias ao leste da área atualmente reconhecida como Immoren ocidental. O que se sabe é que a maior tribo de menitas realizou uma peregrinação para o oeste, seguindo seus sacerdotes em uma jornada onde sua passagem foi desafi ada pelos hereges até chegarem à costa do Meredius. Lá, fundou a primeira grande cidade dos homens, Icthier. Nesse local santo, as palavras do sagrado Cânone da Verdadeira Lei foram manifestadas na pedra com os primeiros manuscritos, inscritos pela mão de Menoth.

    Foi o estudo dessas palavras que trouxe o conhecimento da escrita para a humanidade, um dos maiores dons de Menoth. Embora tenham sido inscritas primeiramente na pedra, as palavras da Verdadeira Lei seriam copiadas e traduzidas incontáveis vezes. Ela permanece como o texto sagrado da fé menita, apesar de existirem versões conflitantes e boa parte das inscrições originais na pedra terem sido destruídas com o tempo. Os historiadores que examinaram cuidadosamente essas e outras cópias da escrita desses primeiros dias acreditam que Icthier foi fundada por volta de 6500 AR, o que marca a primeira civilização menita registrada.

    Passagens na Verdadeira Lei falam de reis que aparecerão, escolhidos pela vontade de Menoth, e cuja santidade permitirá que eles sirvam para canalizar a divindade. Esses reis-sacerdotes são os líderes mais respeitados na fé menita, cada um capaz de manifestar milagres inspiradores em nome do Criador dos Homens. Cinot foi o primeiro rei-sacerdote de Icthier. Dizia-se que ele era capaz de transformar cinzas em grãos e sal em néctar. Foi através dele que Menoth concedeu o dom do Feixe ao seu povo e, pelos seus ensinamentos, Icthier prosperou. Ele implementou aquedutos, irrigação e organizou os trabalhadores da cidade em uma pedreira, da qual tiraram o material para construir cidades e muralhas. Com sua mão condutora, os menitas se elevaram acima das tribos ao seu redor.

    À medida que a civilização crescia, aumentava também a necessidade de organizar a classe sacerdotal. Cinot definiu a primeira hierarquia da fé menita e seu clero. Seus sacerdotes lideraram guerreiros da fé em batalhas não apenas contra os selvagens hereges que cercavam Icthier, mas também contra as feras das matas. Cinot viveu por quatro séculos orientando seu povo, sendo sua longevidade outro dos milagres do Criador. Após sua partida, a região continuou a servir como o berço da civilização. Em 5500 BR, um guerreiro da fé chamado Belcor e um sábio-sacerdote chamado Geth lideraram um êxodo para o norte, buscando expandir a civilização.


    O PAI-DRAGÃO

    Dragões existem nas lendas antigas como monstros demoníacos e poderosos, tidos como personificações da Serpente Devoradora. Eram terrores imperecíveis que passavam pelo alto com asas sombrias e sopravam fogo em qualquer coisa que os irritasse. Quanto mais os acadêmicos aprendem sobre os dragões, menos certeza eles têm sobre sua natureza, já que eles têm pouco em comum com tudo que anda, voa ou nada.

    Todos os dragões se originam de um progenitor: Toruk, chamado de Pai-Dragão. Pelos últimos dezesseis séculos, esta criatura foi venerada como uma divindade por aqueles que moram na império insular ao oeste de Immoren. Aqueles que cultuam o Pai-Dragão alegam que ele sempre foi parte do mundo, embora nunca tenha participado no frenesi de fertilidade e geração que deu origem à vida em Caen. Toruk e os outros dragões podem não estar vivos, pela acepção normal — eles não se reproduzem como outras espécies, mas possuem a imortalidade enraizada em uma pedra vital, um cristal indestrutível chamado athanc. Os adoradores de Toruk acreditam que, em algum ponto no passado, Toruk se cansou da sua existência solitária e criou uma prole para servir-lhe. Ele dividiu seu athanc e, de cada estilhaço, um novo dragão nasceu, cada um terrível de forma única.

    Este ato não ocorreu como desejado, já que os dragões eram muito parecidos ao seu criador. Cada um tinha um orgulho inumano e acreditava ser superior a todos os outros. Eles recusaram-se a se curvar perante seu pai e se rebelaram. Toruk era mais poderoso do que eles individualmente, mas, juntos, eram formidáveis. Após uma luta titânica em meio aos céus de Caen, os dragões se espalharam. Daquele ponto em diante, Toruk começou a caçá-los para reunir as peças da sua essência e desfazer seu erro.

    Os outros dragões, em seus lares espalhados, mantinham a vigilância contra seu pai e permaneciam prontos para fugir. Enquanto isso, eles descarregavam sua agressividade em criaturas menores que rastejavam pelo mundo. Muitos dragões receberam suas próprias sagas e lendas conforme faziam seus lares no topo de picos inacessíveis ou outros locais remotos. Nomes como Ashnephos, Blighterghast, Charsaug, Everblight, Halfaug, e Scaefang causam quase tanto medo e pavor em suas lendas quanto Toruk, o Pai-Dragão. Nas poucas ocasiões em que um dragão foi derrotado, geralmente à custa de exércitos imensos, eles mostraram a habilidade de recuperar sua carne e escamas pelo seu athanc e voltaram à vida. A única extinção permanente de dragões aconteceu quando um caiu pelas garras de Toruk ou outro da sua espécie. Gaulvang, Nektor, Pyromalfic e Shazkz são os nomes dos dragões que não existem mais.


    OS MOLGUR

    Além dos campos da civilização a partir de Icthier, as lutas pelo domínio e pela sobrevivência ocupavam bandos de trolloides, ogrun, goblins e as tribos de humanos que renunciaram a seu Criador. Um aspecto de união compartilhado pelas tribos selvagens era a devoção à Serpente Devoradora, personificada em várias formas de totens. Xamãs dessas tribos bárbaras suplicavam à Serpente através de sacrifícios sangrentos, invocando seus próprios milagres, considerados profanos pelos menitas.

    Os rituais desses grupos envolviam canibalismo, automutilação e sanguinolência, realizados entre si ou com forasteiros, quando conseguiam juntar forças e atacar povoados nas fronteiras. As comunidades menitas tinham maior disciplina e capacidade de organizar a defesa armada, mas a ameaça dos molgur crescia de forma consistente, ainda mais quando os bárbaros começavam a aumentar seus números. Embora os molgur tivessem pouca organização e batalhas entre tribos fossem comuns, eles compartilhavam uma identidade tirada dos xamãs e de seus rituais.

    Bandos de invasores atacavam até mesmo as vilas rivais ou cidades isoladas bem protegidas. Os molgur aprenderam a se comunicar, criando uma língua mestiça única e própria, tirada de vários dialetos diferentes de mil tribos. Eles imitaram a escrita dos menitas, gravando na pedra um alfabeto rúnico bruto. Os xamãs descobriram que essas inscrições fortaleciam seus rituais místicos. O escambo e as novidades se espalharam de tribo em tribo molgur, com mensageiros enviados para desafiar rivais ou convocar a reunião para uma batalha.

    Registros dos menitas desses dias passados falam de ataques feitos pelos molgur em uma linguagem aterrorizada, os descrevendo como “meio homens, meio feras.” Alguns humanos que abraçaram a Serpente demonstram a habilidade de se transformar, aumentando o tamanho e a força enquanto eram tomados pela loucura assassina. Tais selvagens ainda existem em tempos modernos, em uma tribo chamada os tharn, que são certamente os descendentes diretos dos molgur. Ver e ouvir esses guerreiros sanguinários, com seus tambores retumbantes e grandes uivos,
    era horripilante e blasfemo para os povos civilizados. Os molgur saíam das áreas selvagens e se deliciavam com a matança, se alimentando dos caídos, dispostos a destruir tudo em seu caminho.


    O CATACLISMA NO LESTE

    Enquanto os menitas espalhavam sua civilização e os molgur começavam a se reunir, um grande trabalho era feito no leste, algo que mudaria Immoren para sempre. Dentro do Império de Lyoss, uma mensagem espalhada a partir dos grandes áditos dizia que os deuses buscavam caminhar entre os mortais. Os maiores sacerdotes entraram em comunhão com a Divina Corte e descobriram seu desejo de criar a Ponte dos Mundos, uma estrutura imensa que poderia facilitar o cruzamento entre a Savana e Caen.

    Os deuses tinham descoberto que, com o passar dos milênios, houve um espessamento das barreiras entre a pós-vida e o mundo dos vivos. Embora as almas mortais fossem leves e insubstanciais o suficiente para passar pela membrana que separa os mundos, os deuses só poderiam fazê-lo ao manifestar energias imensas, o que difi cultava muito que eles concedessem suas bênçãos aos seus seguidores mortais. A Ponte dos Mundos permitiria que eles passassem para Caen sempre que desejassem. Sua construção seria compartilhada entre o mortal e o divino, com metade da ponte construída na Savana e a outra metade se estendendo para o céu a partir de Nyshyl, capital do império.

    Orientado pelos deuses, o povo de Lyoss começou a construção por volta de 4250 AR. Segredos arcanos foram transmitidos a eles através dos sacerdotes, incluindo técnicas que poderiam direcionar e ampliar a força de vontade para elevar e manipular peças imensas de pedra e metal. Através de milagres de engenharia e arcanos, a Ponte dos Mundos começou a ser erguida. Os lyossanos não precisavam entender todos os princípios do trabalho, apenas seguir as instruções dos deuses. Grandes geradores arcanos foram erguidos abaixo da superestrutura da ponte grandiosa, que seriam o maior e mais impressionante feito de engenharia já empreendido por mãos mortais. Enquanto a ponte estava sendo erguida, uma rede de selos de metal foi incrustada nas ruas da capital, com milhas de extensão nas linhas ao redor, uma fundação arcana que distribuía a energia pela estrutura gigantesca.

    Fortalecidas pela sua longevidade imensa e inspiradas por visões divinas, várias gerações chegaram à maturidade e se uniram aos seus pais e avós para contribuir com o trabalho contínuo. Os registros iosanos recuperados de Lyoss sugerem que a ponte foi concluída por volta de 4000 AR. À medida que a data da conclusão se aproximava, o povo de Lyoss era tomado pela ansiedade e preparava um grande festival para celebrar a chegada dos deuses. As ruas de Nyshyl estavam repletas de peregrinos e a cidade já cheia ficou com o dobro da sua capacidade normal, com multidões ardorosas concentradas perto da base da ponte, onde os esperançosos pretendiam receber as divindades.

    Infelizmente, a esperança dos lyossanos não poderia impedir o Cataclismo. O que deu errado é um mistério, tanto para os acadêmicos do passado quanto para os atuais. Até mesmo os próprios deuses não devem saber, considerando que seria imponderável que eles continuassem com seus planos caso soubessem. O fato é que a Divina Corte não era onisciente ou onipotente, como logo foi comprovado. Sem saber do destino que os aguardava, os lyossanos ativaram os grandes mecanismos da Ponte dos Mundos. Por um momento, tudo parecia bem, enquanto as oito divindades da Divina Corte entravam no mundo de Caen. Naquele momento, a ponte explodiu em uma torrente de poder vasto e arrasador.

    A força explosiva foi tão imensa que o próprio Immoren rachou e se partiu. Ao longo do que já foi o Rio Hyless, foi aberto o Abismo, um fosso tão profundo que chegava às artérias quentes do mundo, onde a pedra derretida escoa como sangue. Nyshyl, outrora uma capital gloriosa, foi instantaneamente obliterada, junto dos milhões de lyossanos que haviam se reunido. Não havia nada onde ela fi cava, apenas um abismo imenso, uma ferida no mundo. As divindades resistiram, mas encontraram o mundo consumido pela devastação.

    Incêndios branco-azulados se espalhavam após a explosão, com chamas que queimavam indefinidamente sem combustível aparente e não podiam ser apagadas. Os padrões climáticos de Immoren mudaram de forma irrevogável e o que antigamente era um pequeno deserto ao sudoeste de Nyshyl se tornou uma desolação vasta. Além do Abismo, energias destrutivas combinadas com a agitação sísmica deram origem às Terras Tempestuosas, uma região de chuva e relâmpagos implacáveis que ainda persiste, milhares de anos depois.

    O Império de Lyoss deixou de existir, entregue à aniquilação. A destruição foi muito além da capital, causando morte e carnificina em todas as grandes cidades do império. Aqueles que habitavam as fronteiras morreram de fome ou foram vítimas de predadores e feras, incluindo os novos horrores que surgiram após a devastação arcana. O império poderia ter sido apagado sem um único sobrevivente se não fosse pela intervenção das divindades enfraquecidas, mas ainda poderosas, da Divina Corte. Os oito deuses usaram seus poderes para abrigar os milhares de refugiados que conseguiram. Juntos, eles fugiram para o oeste, onde encontrariam abrigo em meio ao vale isolado chamado Ios.

    O Cataclisma pode ser encontrado nas lendas antigas dos homens. Nos anais do sábio ancestral Angrund, ele foi chamado de “Dias do Céu Ardente.” Uma luz brilhante no leste pressagiou a destruição, quando o céu noturno ficou como o dia, mas com uma intensidade maligna que logo sumiu e foi substituída por ventos uivantes e tempestades. A terra abriu para engolir cidades inteiras nas fronteiras do leste, enquanto uma chuva de fogo que durou sessenta dias e sessenta noites explodiu a região, criando o que seria futuramente conhecido como as Planícies da Pedra Sangrenta. Os lagos secaram, o gado fi cou estéril e criaturas perigosas fugiram perante o clima selvagem, destruindo tudo por onde passavam. Os menitas se espalharam e foram até a costa, para a região fértil perto do Rio Negro, que logo seria chamada de Calacia. A Antiga Icthier, a primeira cidade dos homens, foi abandonada e não seria reclamada durante milhares de anos.


    A ASCENSÃO DE MORRDH

    Em algum momento por volta de 4800 AR, oito séculos antes dos Dias do Céu Ardente, uma civilização forte começou a criar raízes em um vale no meio da região florestal atualmente conhecida como Floresta dos Espinhos. Acredita-se que os primeiros líderes de Morrdh eram uma seita que saiu do êxodo menita liderado por Geth, sete séculos antes. Existem fragmentos que indicam um cisma que levou os fundadores de Morrdh a se afastarem dos ensinamentos menitas, apesar de terem herdado muitos dos dons da civilização fornecidos por Cinot.

    Pouco é conhecido sobre a cultura e a religião de Morrdh, embora, nas lendas, ele seja um reino associado com as trevas e a corrupção. Tenha a mácula existido antes de sua fundação ou aparecido depois, os guerreiros do Vale de Morrdh conseguiram afastar as tribos Molgur e garantir seu próprio legado.

    O povo de Morrdh explorou os rituais ocultos que nunca seriam tolerados pelos sacerdotes menitas. A guerra com os molgur deu origem a uma civilização agressiva e violenta, com uma política interna intrincada e brutal, baseada na competição entre senhores da guerra rivais. O Reino de Morrdh não estava unido até 3500 AR, após senhores da guerra de dez feudos menores chegarem a um acordo instável. Isso permitiu que o novo reino prosperasse contra as tribos vizinhas.

    Registros descobertos sugerem pactos sombrios e conspirações no centro da dominação de Morrhd. Bem antes da humanidade dominar as artes arcanas, dizia-se que os Senhores de Morrdh possuíam poderes terríveis, incluindo a habilidade de erguer cadáveres dos túmulos e armá-los, os transformando em guardiães incansáveis.

    As descrições das batalhas pela vizinha Midar mostra monstros sinuosos descendo dos céus, com asas de morcego, em resposta ao chamado dos generais de Morrdh. Outros monstros surgiam debaixo da terra para engolir os inimigos por inteiro. Parte disso foi rejeitado como superstição, mas todas as histórias indicam que os líderes de Morrdh tinham acesso a conhecimentos que os homens não deveriam ter. Os ganhos maculados obtidos por Morrdh como civilização estimulariam o mal dentro da Floresta dos Espinhos que ainda infesta o presente.




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    Mensagem por Elminster Aumar Qui Abr 21, 2016 2:53 pm




    A ERA DOS SENHORES DA GUERRA

    A Era dos Senhores da Guerra foi a época na qual os sacerdotes guerreiros e reis-sacerdotes menitas tiveram suas maiores e mais arrasadoras batalhas contra os bárbaros. Foi uma época de selvageria e matança que marcou a fundação de novas cidades-estados e pavimentou o caminho para a proliferação de feudos e bolsões de colônias armadas que definiriam a vida em Immoren ocidental por milhares de anos.

    Até mesmo a menor vila precisou erguer muralhas contra os horrores que vinham além da luz das lanternas e as orações para Menoth eram consideradas como o único caminho correto para a vida. Nesta era, os reis-sacerdotes de Calacia e Khard domaram as áreas selvagens com o domínio da lei e o julgamento do aço. Através do seu exemplo, a Verdadeira Lei da civilização se tornou uma arma contra os povos bárbaros a serviço da Serpente Devoradora.


    CALACIA, GOLIVANT E O ESCUDO DE THRACE

    Entre os Molgur que dominavam as montanhas selvagens ao oeste e as vastidões inóspitas das Planícies da Pedra Sangrenta ao leste, surgiu uma comunidade menita próspera. Seguindo o exemplo de Cinot e daqueles que vieram depois, eles rapidamente começaram a cultivar a terra fértil e criaram dúzias de colônias, postos avançados e templos.

    Essas comunidades foram unidas sob o sacerdote guerreiro Valent de Thrace, por volta de 2800 AR. Atraindo centenas de trabalhadores, tirando madeira das florestas próximas e pedras das pedreiras recém-cavadas, eles criaram as Hostes de Calacia, uma grande fortaleza que logo se tornaria uma cidade de sucesso. Uma grande linha de muralhas e fortifi cações for erguida a seu pedido para se opor aos Molgur—o Escudo de Thrace. O povo protegido de Calacia prosperou e se multiplicou.

    Os calacianos demonstraram tanto criatividade quanto fé, já que dominaram a forja do ferro e, em pequenas quantidades, o precioso aço através do qual as lâminas dos guerreiros escolhidos pelos sacerdotes levavam a força do Criador. Os calacianos inventaram o arco longo recurvado, uma arma bem mais letal do que os arcos curtos de caça usados até então. Assim armados, e envoltos por armaduras de metal, eles provavam sua superioridade contra as lanças, machados e proteções de couro das tribos Molgur. Ainda mais importante era a sua disciplina e sua tática, assim como o suporte dos sacerdotes menitas líderes, que proferiam orações que queimavam os seguidores da Serpente.

    Em 2230 AR, o homem que se tornaria o Rei-Sacerdote Golivant nasceu. Em sua maturidade, ele ascendeu para a proeminência, provando que era abençoado pelo Juiz e, durante seu domínio, o reino de Calacia começou a dar o troco aos Molgur pelo conflito sangrento de milhares de anos. A efi cácia das suas investidas ao oeste do Escudo de Thrace para localizar as tribos molgur e queimar suas vilas não ficou despercebida e, no devido tempo, os molgur começaram a retaliar.

    Um campeão surgiu entre as tribos molgur, um grande líder tribal trolloide chamado Horfar Grimmr, que reuniu uma imensa horda com a causa de romper as muralhas menitas para queimar Calacia até o chão. Grimmr estava determinado a mostrar aos vários humanos do vale o poder dos molgur e reuniu a força de suas várias tribos. Trazendo dúzias de kriels do seu próprio povo, Grimmr também marchou ao lado de ogrun, bogrins e humanos bárbaros. Cada uma dessas raças trouxe suas melhores habilidades em combate, assim como sua coragem, unidas pela adoração à Serpente e pelo desejo de ver Calacia destruída.

    Uma grande batalha aconteceu no Escudo de Thrace, com o destino de Immoren ocidental na balança. Os molgur bateram de frente contras as muralhas em ondas, sem considerar suas perdas, enquanto os arqueiros nas muralhas disparavam flechas em suas fi leiras e despejavam óleo quente sobre eles. Os molgur ignoraram suas perdas e jogavam troncos entalhados contra as paredes, usando-os como escadas para lutar nos parapeitos e, por um momento, tiveram sucesso ao superar os defensores.

    Golivant liderou o exército de Calacia para confrontar o inimigo e levou consigo o próprio fogo de Menoth e uma vontade inabalável. Golivant e Grimmr lutaram várias vezes e, nessas batalhas, os menitas conseguiram a vantagem. Golivant liderou seu povo para afastar os molgur de volta e recuperar os parapeitos. Horfar Grimmr foi capturado e apresentado aos bárbaros restantes em um espetáculo pavoroso, enquanto era torturado e executado. Embora Grimmr continuasse a gritar provocações até seu último suspiro, os molgur perderam sua vontade de lutar e se espalharam pelas montanhas. Golivant não pretendia deixá-los curar suas feridas, e partiu com seus exércitos em uma campanha de dez anos para acabar com os molgur.

    O restante das tribos selvagens se espalhou, a maioria indo para o norte e se estabelecendo nas montanhas congeladas distantes, enquanto outros foram para o oeste, se escondendo nas Ilhas Scharde. Os bárbaros que veneravam a Serpente continuariam a assolar as colônias civilizadas por milhares de anos, mas nunca como um povo unificado novamente.

    Após a morte de Golivant, seu filho foi morto por rivais e Calacia foi fragmentada enquanto facções buscavam controlar os vales do rio. Contudo, em 2051 BR, o neto de Golivant teve sucesso em reunir a região mais uma vez. Ele renomeou a capital para Caspia e, sob sua direção, fortificações e muralhas massivas foram erguidas, todas consagradas para Menoth. Nas gerações futuras, ela se tornaria conhecida como a Cidade das Muralhas.


    KHARDOVIC E O NORTE

    Mesmo enquanto Golivant agonizava, um sacerdote guerreiro feroz chamado Khardovic tentava unir seu povo no norte. Os sucessores de Geth vieram a essa região para espalhar a palavra de Menoth e suas lições fi caram enraizadas entre os poderosos senhores dos cavalos que lutavam uns contra os outros nas planícies ao sul dos três grandes lagos. O alfabeto escrito que eles adotaram para adequar os idiomas locais se tornaria conhecido como khúrzico, que, em seu tempo, daria origem ao mais importante dos idiomas do norte. Uma seita guerreira de menitas do norte protegia ferozmente o conhecimento que tinha herdado, tendo traduzido o texto da Verdadeira Lei para o khúrzico. Khardovic era o senhor da guerra mais proeminente desse povo.

    Ele é descrito como um homem gigante, feroz, orgulhoso e fanaticamente devoto. Khardovic sentiu o chamado para unir essa região pelo sangue e pelo ferro—dizem que as encruzilhadas, naqueles dias, eram decoradas com lanças que sustentavam as cabeças de incontáveis inimigos, aqueles que eram considerados muito selvagens ou irredimíveis para a conversão. Assim como Golivant no sul, Khardovic estava repleto da compulsão devota de livrar suas terras dos adoradores selvagens da Serpente.

    A campanha de Khardovic contra aqueles que ele considerava terem ligação com a Serpente foi brutal e eficiente, indo diretamente aos xamãs e os confrontando. O assassinato dos xamãs da Serpente mostrou ser altamente eficaz, já que muitos sobreviventes se convertiam para a fé menita. Os sacerdotes seguiam Khardovic para trazer os ensinamentos da Verdadeira Lei ao resto das tribos derrotadas. Até sua morte, Khardovic converteu mais de um milhão de selvagens para o Juiz, difundindo o culto menita através do grande norte que seria Khador no futuro. Algumas tribos nas montanhas ficaram além do seu alcance, mas ele garantiu que a fé menita se enraizasse nas terras baixas.

    O povo que herdou o legado de Khardovic persiste até hoje e todos os que se chamam de khards acreditam ter alguma conexão com os escolhidos que se reuniram ao redor de Khardovic. Quase toda família nobre em Khador moderno alega descender da árvore genealógica imensa de Khardovic. Essas cruzadas também difundiram o idioma khurzic e deram origem a povoados duradouros. Embora o norte tenha sido atingido pela confusão e pela guerra durante a próxima era, seus líderes construíram muralhas ao redor das cidades, com templos menitas impressionantes em seus centros.

    Alguns alegam que essas terras do norte nunca abraçaram os ensinamentos menitas totalmente, os adotando por causa do medo, e não da crença. É verdade que os totens permaneceram, assim como muitas superstições nos confins remotos. Os povos rustov, vindol e vorgoi nunca abandonaram suas crenças, embora, em alguns casos, os rituais antigos tenham sido disfarçados. Em outro lugar, os frutos da civilização eram saboreados por tiranos brutais, que buscavam proteger as posses que tomaram através da conquista. Pouco importava o sofrimento dos camponeses que lavravam os campos, trabalhavam em minas e pedreiras e serviam como escravos para erguer templos e fortalezas.



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    Mensagem por Elminster Aumar Qui Abr 21, 2016 3:05 pm




    A ERA DAS MIL CIDADES

    A difusão da fé menita e a derrota dos molgur permitiram uma rápida propagação da civilização através de planícies, colinas, florestas e costas de Immoren ocidental. Cada pedaço de terra fértil ou morro parcamente defendível era tomado por lordes ambiciosos. Isso foi responsável por uma era não menos dividida pelo conflito, mas que trouxe muitos avanços. Os povos colonizados desta era tinham o luxo de muita comida e abrigo, assim como o comércio com vizinhos, pelo menos quando não estavam em guerra. As batalhas desta era não eram entre a civilização e a área selvagem, mas sim entre cidades-estados rivais.

    A expansão da navegação e do comércio também deu origem a novas profissões, assim como novos perigos, com mercadores influentes e piratas se aproveitando dos cidadãos. Nas cidades em crescimento, surgiam camadas variadas da sociedade, dando origem àqueles que poderiam dedicar suas vidas a ofícios que não a agricultura ou a guerra. Em todo Immoren ocidental, mil pequenos feudos e fortalezas apareceram, sendo cada um deles uma cidade fortificada liderada por um soberano que desejava unir os povoados em volta, tanto para protegê-los quanto para explorá-los. Pela tradição, esses soberanos buscavam as bênçãos dos sacerdotes menitas para legitimar suas alegações.

    Logo, a conquista e a diplomacia viram os feudos mais fracos serem esmagados ou se unirem, abrindo caminho para reinos maiores, cada um competindo pela dominação. No final desta era, menos de uma dúzia de nações fortes havia intimidado e unificado a maioria das outras.

    Por todas as mudanças que marcaram esta era, ela é mais lembrada pelo aparecimento dos Gêmeos: um irmão e uma irmã de Caspia que superariam os limites mortais e traçariam caminhos bem diferentes para a iluminação antes de ascenderem à divindade.


    A ASCENSÃO DOS GÊMEOS

    Morrow e Thamar nasceram em 1930 AR. Os eventos exatos do início das suas vidas estão envoltos em incerteza. O pouco que se sabe vem dos seus escritos combinados, que foram reunidos no Enkheiridion, o texto sagrado da fé morrowana, e dos testemunhos de seus seguidores. Independente da sua criação, Morrow e Thamar eram pensadores brilhantes e radicais cujos ensinamentos redefiniriam o mundo que veio a seguir.

    No final da Era dos Senhores da Guerra, a fé menita era inquestionavelmente a dominante. Correntes de fidelidade espiritual conectavam cada ser humano ao seu Criador e a Verdadeira Lei governava todos os aspectos da vida. Os sacerdotes menitas aconselhavam reis e, às vezes, governavam suas cidades, cabendo à casta dos perscrutadores aplicar a lei. Após a morte, as almas dos fiéis seriam regidas pelos sacerdotes na Cidade do Homem. Embora a civilização tenha chegado a Immoren, para a maioria isso significava a servidão na mão de tiranos espirituais.

    Morrow foi criado como menita e respeitava o Juiz pelos dons que haviam estimulado a civilização. Mesmo assim, ele questionava como a Verdadeira Lei era interpretada e, em particular, desafiava a tirania do clero. Thamar foi ainda mais extrema em seu ódio contra os sacerdotes menitas. Os historiadores supõem que os pais dos Gêmeos tenham sido executados por perscrutadores, dando origem a este sentimento compartilhado.

    Seus ensinamentos se mostraram extremamente subversivos. Em 1905 AR, a influência de seus escritos podia ser vista na comunidade intelectual de Caspia e de outros locais. Morrow serviu como soldado por uma década de sua vida e escreveu sobre os horrores da guerra e os desafi os de encontrar a honra nos momentos mais sombrios. Ele era um orador incomparável, além de um líder carismático, e falava sempre que viajava, primeiro nas ruas de Caspia e, depois, em peregrinações pelo mundo. Ele usava seu tempo para ajudar os menos afortunados, especialmente aqueles que sofriam de lesões duradouras, doenças ou fome, e recebeu a reputação de curandeiro e milagreiro.

    O caminho de Morrow para a iluminação — e as questões que ele deixaria para as gerações posteriores — enfatizavam a busca por um bem maior. Ele acreditava que a bondade exigia mais do que obedecer à Verdadeira Lei — exigia benevolência, misericórdia, compaixão e autossacrifício. Ele postulava que, através da reflexão e de um profundo entendimento do mundo, uma pessoa poderia transcender a carne, liberando o potencial ilimitado da alma imortal. Este poder poderia, então, ser usado para o bem de todos.

    Embora no princípio Morrow e Thamar compartilhassem algumas crenças, seus caminhos se dividiram e se tornaram opostos. Ambos acreditavam em questionar a autoridade menita e em buscar iluminação, mas Thamar não concordava que isso exigia o autossacrifício. Ao invés disso, ela afi rmava que a liberação do potencial da alma humana exigia liberdade absoluta — física, mental e espiritual. Para ela, o bem para o humanidade exigia que cada pessoa encontrasse sua força individual e se elevasse acima daqueles que não tinham a vontade. Thamar tinha fome de conhecimento e passou a acreditar que a mente humana poderia perceber e moldar o próprio tecido da realidade. Em sua busca pela iluminação, ela se aprofundou no oculto, buscando o domínio do sobrenatural, incluindo conhecimentos profanos e proibidos. Ela aprendeu todos os idiomas e consumiu tomos e pergaminhos com um apetite voraz. Enquanto os ensinamentos de Morrow fi ncavam raízes e eram abraçados pela sociedade estabelecida, Thamar era procurada por pensadores radicais, párias e aqueles que buscavam se libertar da tirania.

    Os respectivos cultos e escritos dos Gêmeos chamaram a atenção dos perscrutadores do sul, que iniciaram uma campanha para erradicar sua influência. Seus seguidores eram presos, torturados e, então, executados por estiramento ou queimados vivos. Ao ouvir sobre esta perseguição, Morrow e Thamar se reconciliaram e proferiram um chamado a todos que haviam sofrido sob o domínio menita. Milhares consideraram essa a oportunidade de dar o troco aos sacerdotes pelos incontáveis excessos.

    Os povos reunidos se transformaram em um exército que marchou em Caspia em 1900 AR. O rei-sacerdote da cidade, o Hierarca Heletius, os encontrou com seus próprios soldados zelosos, confiantes de que o Criador estava do seu lado. Em meio à grande batalha, Morrow lutou contra o rei-sacerdote pessoalmente, o desarmando e exigindo sua rendição. Thamar interveio, empalando o sacerdote desarmado com sua lança antes que ele pudesse responder. Morrow jurou que ela responderia por esse ato após a batalha ser vencida. Este foi o início de uma divisão irreconciliável. Logo, o resto do exército menita foi eliminado e os Gêmeos conseguiram sua vitória.

    O par foi recebido em Caspia como heróis. Morrow foi escolhido para liderar a cidade e guiar seu povo, uma responsabilidade que ele aceitou com relutância, esperando colocar seus princípios em prática. O Enkheiridion fala desta época como uma provação difícil, quando Morrow enfrentou dilemas para os quais não havia solução fácil. Seu primeiro desafio envolvia cimentar a paz com o clero menita restante. Morrow não desejava expulsá-los da cidade ou privá-los de sua religião. Buscando a harmonia, ele chegou a um acordo: prometeu proteger os templos menitas e homenagear o Criador do Homem — e, por último, que Thamar responderia pelo crime de assassinato do Hierarca Heletius.

    Morrow ficou diante de sua irmã e disse o que havia sido acordado. Mostrando uma humildade incomum, ela implorou o perdão por suas ações imprudentes. Morrow considerou que seu arrependimento era falso e a exilou de Caspia, prometendo a morte caso ela voltasse. Assim, Thamar foi expulsa da cidade que ajudou a libertar, aumentando sua amargura em relação a todos que tinham a autoridade, incluindo seu irmão.

    Como mestre da cidade, Morrow se sentiu compelido a expugnar o mal das ruas e ordenou que os seguidores de Thamar fossem presos. Ele tentou eliminar todo o crime e a corrupção, uma tarefa que se mostrou impossível e gerou medidas cada vez mais austeras. Embora a vida dos cidadãos caspianos tenha melhorado imensamente sob a orientação sábia de Morrow, muitas liberdades foram cortadas.

    Vivendo no exílio, Thamar passou vários dos próximos anos nos estudos do oculto nos limites da civilização. Ela dominou os fundamentos da alquimia, procurou os xamãs da Serpente nas áreas ermas e localizou os sábios do reino sombrio de Morrdh. Ela inventou seu próprio alfabeto e um idioma chamado telgesh, o que teria sido um elemento chave para a sua ascensão. Ela também travou sua guerra particular contra os sacerdotes menitas e plantou as sementes da discórdia em Caspia de longe, ao contatar aqueles que se ressentiam do governo de Morrow.

    Haveria uma reunião decisiva entre os Gêmeos em 1894 AR. Thamar voltou a Caspia e assumiu o controle de um exército que surgiu do interior da cidade, e aqueles que a haviam governado em nome de Morrow foram assassinados em seus lares ou atacados nas ruas. Thamar abriu um caminho de destruição pela cidade enquanto se dirigia ao palácio de Morrow, mostrando poderes terríveis sobre os elementos. Aqueles que tentaram impedi-la morreram, rasgados por ventos ferozes, queimados por fogos sombrios ou perfurados pela lança dela. Os prédios ao seu redor ruíram, enquanto os mortos atrás dela se levantaram e atacaram os vivos. Morrow percebeu que a única forma de evitar maiores danos à sua cidade era enfrentá-la pessoalmente. No portão externo daquilo que se tornaria o Sancteum, os Gêmeos tiveram um duelo brutal.

    Enquanto Morrow tentava proteger os inocentes dos poderes profanos de sua irmã, Thamar o provocava, o acusando de se tornar o que ambos desprezavam. Ela mostrou como a cidade havia enfraquecido sob o domínio dele, com seu povo destituído da liberdade e servil demais para se defender do mundo hostil além das muralhas de Caspia. Em um frenesi de poder destrutivo, ela deixou o céu escuro e invocou uma tempestade de fumaça e fogo que ameaçava consumir a cidade. Morrow viu, nestes momentos fi nais, como suas próprias escolhas haviam causado isso, como sua relutância ao perdão havia colocado sua irmã em um caminho mais sombrio. Enquanto Thamar se preparava para destruir tudo o que ele construíra, ele percebeu que a única forma de impedi-la era se sacrificar. Ele se aproximou e aceitou o impacto total da sua fúria.

    Thamar o atingiu bem em frente à multidão reunida. Todos testemunharam a carne de Morrow se transformar em espírito e sua ascensão aos céus, enquanto a tempestade sobrenatural era dissipada por uma luz mais brilhante que o sol. O poder da apoteose de Morrow acalmou os ventos selvagens, transformou os mortos-vivos em pó e protegeu aqueles que se reuniram do ódio de Thamar. Fortalecidos pelo seu exemplo e não mais temendo Thamar, as massas a subjugaram. Ao invés de usar seu poder para fugir, ela permaneceu fi el ao seu caminho, se recusando a se entregar, e foi destruída pela multidão. Em sua morte, Thamar também ascendeu, se tornando uma fumaça preta que se dispersava enquanto ela passava para Urcaen. Tudo o que sobrou dela foram as páginas negras dos seus escritos.

    Um dos principais discípulos de Morrow, um homem chamado Laertes Prado, coletou a obra escrita de Thamar com a intenção de destruí-la, mas uma aparição de Morrow se manifestou e o fez parar. Morrow disse a Prado para unir seus escritos aos de Thamar. Ele insistiu que as palavras da sua irmã deveriam ser preservadas com as suas próprias para ilustrar a Volição, reunindo as duas escolhas — os escritos dela eram lições tão importantes para aqueles que viriam no futuro quanto as suas. A figura, então, desapareceu, mas seus seguidores não ficaram tristes, pois sabiam que Morrow continuaria a observá-los de Urcaen como um deus.


    A PURIFICAÇÃO

    Morrow e Thamar se tornaram símbolos de duas trilhas distintas para a iluminação. A fama das suas ascensões se espalhou, apesar dos esforços dos perscrutadores menitas para reprimi-la. Os menitas ampliaram suas caçadas e isso se tornou a Purificação, uma época terrível de conflito religioso, executada da mesma forma rigorosa que os menitas usaram contra os molgur. Comunidades inteiras foram excomungadas e erradicadas, enquanto os morrowanos eram forçados ao exílio.

    Embora os ensinamentos de Morrow nunca tenham sido totalmente expurgados de Caspia, o Templo Menita recuperou a liderança da cidade em 1882 AR. Este foi o ano no qual o Guardião Laertes Prado foi capturado, torturado publicamente e, depois, executado pelos perscrutadores da cidade. O Enkheiridion original foi perdido e tido como destruído, embora cópias a mão tivessem feitas e preservadas pelos sacerdotes que fugiram Prado se tornou um herói do início da igreja, pois a dar os nomes dos morrowanos. Nos séculos posteriores, foi descoberto que ele havia escondido o Enkheiridion e levado o conhecimento sobre sua localização para o túmulo.

    Em 1866 BR, um sacerdote chamado Nolland Orellius recebeu um presságio para fundar um mosteiro fortificado em meio às Montanhas da Muralha da Serpente e se dedicar à preservação dos escritos e dos ensinamentos dos Gêmeos. Esse foi o Divinium, com Orellius se tornando o primeiro primarca da Igreja de Morrow. Sob sua direção, a hierarquia da igreja tomou forma enquanto seus clérigos organizavam esforços para esconder os fiéis dos perscrutadores menitas.

    Quando Orellius morreu, Morrow apareceu para ele e levou sua alma para a pós-vida. Orellius se tornou o primeiro Arconte de Morrow, um espírito angelical que auxiliaria o deus em Urcaen. Uma semana mais tarde, esse arconte se manifestou perante o sucessor de Orellius, como um sinal das boas graças de Morrow. Deste ponto em diante, cada primarca se tornou um arconte após a morte para se juntar ao crescente grupo que trabalha para atender à vontade de Morrow. Após a morte do anterior, cada primarca novo foi anunciado pela manifestação de um ou mais arcontes, como um sinal inequívoco da mão de Morrow. Morrow foi denominado o Profeta, pois, através dos arcontes, passava as profecias aos fiéis.

    Embora a sobrevivência das suas fés fosse tênue nesses primeiros dias, os ensinamentos dos Gêmeos se mostraram duradouros. O culto de Thamar se difundiu lentamente, mesmo quando o de Morrow se tornou importante. As relações entre essas fés mostraram ser complexas e ter mudanças constantes, refletindo, talvez, as relações entre os próprios deuses.


    OS PRIMEIROS ASCENDIDOS E PROLES

    Morrow e Thamar foram seguidos por outros que ouviram seus ensinamentos e chegaram à grandeza, às vezes atingindo a iluminação, geralmente no momento de sua morte. Aqueles que seguiram o caminho de Morrow se juntaram a ele como ascendidos, figuras santas que supostamente incorporam os mais nobres aspectos da alma humana. Aqueles que seguiram Thamar eram as proles, considerados sagrados pelo seu culto, mas difamados pela maioria. Os ascendidos e as proles se tornaram aspectos essenciais das fés dos Gêmeos—os fiéis consideravam esses seres sagrados como patronos e oravam para eles, como intermediários de Morrow ou Thamar.

    A primeira ascendida de Morrow foi uma mulher guerreira do norte gelado chamada Katrena, uma donzela escudeira de berço nobre das tribos skirov que ouviu a mensagem de Morrow e atendeu ao chamado para se juntar à nova igreja no Divinium. Naquela época da Purifi cação, sua habilidade marcial foi muito necessária e ela inspirou outros a pegar em armas e defender a fé. Katrena protegeu os sacerdotes da igreja, incluindo aqueles corajosos o suficiente para difundir seus ensinamentos, apesar dos perscrutadores menitas que os caçavam. No fim, ela morreu e ascendeu em 1810 AR ao proteger o terceiro primarca, Orestus I, de um assassinato. Ao ver sua ascensão, os pretensos assassinos largaram suas armas e imploraram pelo perdão do Primarca, se convertendo para a fé. Nos séculos seguintes, muitos que empunharam armas para defender os outros adotaram o selo de Katrena. Ela seria respeitada por aqueles de berço nobre que ouviam a mensagem de Morrow e buscavam cumprir suas responsabilidades de forma honrada.

    Em vida, Thamar foi acompanhada em suas investigações do oculto por Ekris, um homem com uma mente brilhante e um apetite pelo conhecimento, que também era seu consorte e discípulo. Ao ouvir sobre sua ascensão, ele jurou seguir o seu caminho e se reunir com ela em Urcaen. Ekris passou décadas refazendo seus passos e se aprofundando nos glifos telgesh, confirmando a ligação destes com os escritos e os rituais antigos de Morrdh. Dizem que Ekris usou conhecimento proibido para barganhar com poderes infernais a extensão da sua vida mortal. Por mais de cem anos, ele se aprofundou nos mistérios do oculto e cumpriu seu juramento. Ascendeu após sua morte, em 1780 AR, para se tornar a primeira prole de Thamar. Ekris recebe orações daqueles que buscam a iluminação através do conhecimento proibido.

    Outros indivíduos excepcionais chegariam à ascensão, nem sempre de forma previsível. A próxima prole foi uma bruxa chamada Delesle, que passou sua vida aterrorizando templos menitas através das artes necromânticas. Embora criticados, os ataques de Delesle serviram para proteger o início da fé morrowana. Sua ascensão negra foi em 1610 AR, causando sua própria morte ao cair sobre uma espada sombria. A prole Delesle se tornou patrona dos necromantes, assim como da rebeldia contra a tirania.

    Em 1590 AR, uma mulher chamada Ellena ascendeu e se juntou a Morrow após passar décadas em viagens, difundindo a fé morrowana através de Immoren ocidental. Outro campeão altruísta morrowano, chamado Doleth, buscou a iluminação ao transpor o Meredius. Ele é lembrado por resgatar aqueles que foram pegos pelas tempestades nessas águas perigosas. Ele ascendeu em 1411 BR e teve um forte grupo de seguidores entre os pescadores, marinheiros e barqueiros, que rezavam para ele na esperança de terem viagens seguras.

    A demonstração de que nem todos os seguidores da deusa eram explicitamente sinistros como Ekris ou Delesle foi a inesperada ascensão da Prole Drayce em 1400 AR, um nobre influente e de prestígio dos primeiros anos de Thuria, que elevou sua cidade para uma potência regional através da política implacável e do estímulo ao comércio. Embora seja condenado por sua corrupção, muitos soberanos seguiram o exemplo de Drayce, tratando seus escritos como um guia para um governo pragmático.

    Através dos séculos, mais ascendidos e proles surgiriam para fortalecer suas respectivas fés. Acredita-se que esses emissários sagrados se manifestem periodicamente em Caen para orientar os mortais. Os ascendidos trabalham através de sonhos e visões, enquanto as proles preferem possuir os mortais e controlar seus corpos para dar continuidade a seus planos em Caen.


    GUERRAS DO NORTE E A QUEDA DE MORRDH

    Enquanto o surgimento dos gêmeos no sul levou a expurgos religiosos, os khards estavam em guerra no norte. Os ensinamentos dos gêmeos chegariam às terras do norte também, mas se espalhariam de forma mais gradual ao longo dos séculos, facilitando os acordos entre religiões velhas e novas.

    Em 1690 AR, as terras ao sul das Montanhas Nychatha viram surtos esporádicos de confl ito armado entre os senhores da guerra dos kossitas, os skirov, e os senhores dos cavalos do sul de Khard. Kos nunca conseguiu se unificar como um reino, embora seus habitantes fossem ferozes na batalha e perigosos em sua nativa Floresta da Cicatriz. Os skirov haviam se voltado tão fervorosamente para a fé menita quanto costumavam uivar para a lua em louvor à Serpente, e eram guerreiros montanheses sem igual. No entanto, quando os exércitos skirov marcharam para as planícies para encontrar seus inimigos khárdicos, eles foram atropelados por cavalos pesados. Essas batalhas poderiam ter continuado interminavelmente caso uma terrível praga não tivesse varrido tanto os skirov quanto os kossitas, misteriosamente deixando os khards intocados. Os khards foram capazes de usar essa vantagem para tomar enormes extensões de terras. Entre as cidades conquistadas pelos khards estava Molga, que eles chamaram de Khardov em veneração a Khardovic.

    O reino de Morrdh, agora em declínio, foi dilacerado por conflitos internos e as guerras externas. Uma luta interna pelo poder deixou o reino fraco e governado por loucos que antagonizaram seus vizinhos no momento em que as pessoas estavam desesperadas para reconstruir. Sem fundos para pagar por suas guerras, os senhores de Morrdh cometeram uma blasfêmia imperdoável, ordenando a pilhagem de vários túmulos no norte de Midar para reforçar seu tesouro escasso.

    Isso incitou os midar contra eles e logo esses dois reinos se envolveram em uma luta amarga. Morrdh havia encolhido dentro das florestas escuras e vales do seu interior, com sua força militar sendo uma sombra do que já havia sido. Embora seus senhores possuíssem poderes terríveis, eles não eram sufi cientes para suportar uma guerra duradoura contra os midar, com suas terras férteis e população abundante. Os midar se tornariam um bastião da fé morrowana e, assim, a queda de Morrdh em 1500 AR foi vista pela maioria como um triunfo morrowano sobre um mal ancestral que havia atormentado estas terras por dois mil anos.

    Os descendentes dispersos de Morrdh se tornaram os morridanos que, desde então, foram desprezados e tratados com desconfiança. A destruição de Morrdh deu aos reinos vizinhos a oportunidade de se consolidar. Lenta mas inexoravelmente, as Mil Cidades foram repartidas pelas fronteiras dos reinos em crescimento. O reino de Thuria passou a ser dominante no ocidente, inicialmente se unindo para proteção mútua contra os trolloides dos Emaranhados. Embora os midar tenham permanecido vagamente coligados e nunca tenham formalizado um reino central, suas comunidades fizeram pactos de solidariedade mútua, sendo conhecidos como Terra do Meio. As planícies ao norte de Thuria e ao sul de Khard deram origem ao reino de Tordor.

    Em 1443 AR, Khardov era a maior cidade no norte e começou a exercer seu domínio sobre os territórios vizinhos. Os ganhos apreendidos dos kos e os skirov levaram o jovem embora carismático Sveynod Skelvoro a declarar-se imperador, fundando o Império de Khard. Os kos foram os primeiros a cair perante eles. O último dos nobres kos se rendeu ao imperador em 1382 AR.

    Vários outros senhores dos cavalos orgulhosos que habitavam o leste de Khardov se recusaram a curvar-se ao imperador, alegando que sua linhagem descendia diretamente do Rei-Sacerdote Khardovic. Em seus últimos anos, o então idoso imperador Skelvoro provou sua perspicácia política, convencendo os senhores dos cavalos que estes poderiam se juntar ao império sem se curvar ao seu governo, os reconhecendo como príncipes em seu próprio direito. Satisfeito e com os senhores dos cavalos khárdicos unidos, o império travou uma longa guerra contra os skirov.

    O sucessor de Skelvoro expulsou os skirov de suas fortalezas nas montanhas e eles se uniram ao Império de Khard em 1263 AR, trazendo a fé menita para as comunidades da montanha. O imperador sabiamente permitiu que a região fosse governada por sacerdotes menitas, liberando seus próprios vassalos para se envolverem em batalhas em outros lugares. Com o tempo, a fé morrowana obteve um excelente apoio; há muito tempo as pessoas desta região têm mostrado predileção para fé e fanatismo, não importa a divindade adotada.

    Seguindo o exemplo das guerras do norte, Tordor lutou com Thuria em 1322 AR e anexou esse reino rival em 1313 AR. Thuria se manteve intacta e seus cidadãos continuaram orgulhosamente a se chamar thurianos, mesmo quando seus líderes fizeram juramentos de lealdade aos castelões tordoranos. Com a força de Thuria como apoio, Tordor se tornou uma potência em ascensão, notável pela sua frota formidável de navios, que dominou as costas ocidentais de Immoren.

    Um dos últimos povos do norte que desafi aram o Império de Khard foram os senhores dos cavalos orientais que, em 1169 AR, unidos pelos Tzepesci, Umbreyko e Chardovosk, criaram o reino de Umbrey e se declararam independentes do império. Korska se tornou a capital e começou a se armar e fortificar em preparação para a guerra. A sua posição foi reforçada por laços de comércio e negócios com os povos das terras baixas que habitavam uma região fértil ao nordeste da Floresta dos Espinhos, que se tornou o reino de Rynyr em 1073 AR.


    RECONCILIAÇÃO DAS FÉS

    A Purificação conduzida pelos menitas contra os morrowanos foi mais brutal nos primeiros séculos da Era das Mil Cidades. Os primeiros morrowanos sabiam que precisavam venerar em segredo em qualquer lugar que os perscrutadores dominavam. Os santuários e igrejas morrowanos ficavam escondidos ou disfarçados. Os templos menitas estavam cheios de adoradores secretos dos Gêmeos. O surgimento de outros ascendidos e proles continuava a atrair convertidos. A quantidade de morrowanos em algumas regiões dificultou a repressão dos seguidores do Profeta pelos perscrutadores, com medo de uma rebelião generalizada. Isso foi especialmente verdadeiro quando a fé morrowana se enraizou entre os filhos de famílias dominantes.

    Nessa época de luta religiosa, viveu um soldado e capelão morrowano chamado Solovin, um curandeiro versado em alquimia e cirurgia em campo de batalha, que sentiu o chamado para andar pelas cidades-estados de Thuria devastadas pela guerra. Ele ficou tão famoso por sua dedicação para salvar vidas que até mesmo os sacerdotes menitas se abstiveram de interferir com o seu trabalho. Em 1253 AR, após anos cuidando dos feridos dos inumeráveis conflitos, sua ajuda foi solicitada pelo protetor de um pequeno feudo ao sul de Thuria. O mestre deste protetor, o Rei Eldrin, aparentemente havia se tornado vítima de uma doença estranha.

    Solovin descobriu que o Rei Eldrin tinha inadvertidamente se entregado à Prole Remel, um dos servos mais malignos de Thamar. O corpo possuído do rei servia para incubar uma terrível praga que logo seria liberada na região. Solovin tentou santificar o corpo 3 libertar a alma do rei, mas não conseguiu. Ele percebeu que sua única chance de sucesso seria atrair a Prole Remel para sua própria carne e prendê-lo lá, sofrendo horrivelmente enquanto a doença destroçava seu corpo, mas contendo-a no processo. Com sua morte, a Prole Remel e sua praga foram destruídas, enquanto Solovin ascendeu para se juntar a Morrow. Solovin tornou-se o patrono dos curandeiros morrowanos, enquanto os thamaritas, nos anos seguintes, apagaram todos os registros sobre Remel, alegando que nenhuma prole verdadeira poderia ter sido destruída desta forma.

    Apesar destes e de outros milagres, o Templo Menita ainda se recusava a reconhecer a divindade dos Gêmeos. Os primeiros progressos em direção a um acordo entre essas religiões conflitantes aconteceram logo após a ascensão de Solovin, quando uma delegação menita foi convidada a se reunir com líderes morrowanos no Divinium. Embora tenham aceitado esse convite, os menitas não estavam dispostos a fazer um acordo e, na verdade, traziam entre si aqueles que conspiravam para matar o primarca morrowano. Entre eles, Khorva, a assassina infame. Uma thamarita devota, ela havia aceitado um contrato para assassinar o primarca após ter visões da gêmea sombria. Tomando o lugar do perscrutador mascarado Sicarius, ela se juntou à delegação. Em meio a essas negociações, Khorva foi capaz de chegar perto o sufi ciente do Primarca Loriachas para matá-lo.

    Embora tenha conseguido assassinar o primarca morrowano em terra sagrada, isso causou uma cadeia sem precedentes de manifestações divinas. A Ascendida Katrena apareceu em uma chama de luz prateada para vingar a morte do primarca e matou Khorva. Enquanto os delegados chocados e espantados observavam, Thamar apareceu para reclamar a alma de Khorva, enquanto ela, por sua vez, ascendia. Katrena e Thamar pareciam prontas para a batalha quando Morrow se manifestou para recolher a alma de seu primarca, que havia se tornado um arconte. As divindades combateram brevemente antes de ambos os lados desaparecerem em um clarão ofuscante.

    Na sequência, conselhos de visgodos se reuniram e a doutrina foi escrita em 1247 AR para explicar esses eventos de forma a satisfazer os templos menitas. Estas medidas permitiram que os menitas chegassem a um acordo relutante com a fé morrowana. Eles determinaram que Menoth permitiu a divindade de Morrow através um ajuste, no qual Morrow ajoelhou-se para Menoth, reconhecendo-o como seu Criador. Dizem que Morrow recebeu a sanção para orientar aqueles que o veneravam enquanto ele permanecesse como um guardião contra a perfídia de sua irmã. Além disso, seus seguidores eram obrigados a reconhecer o Criador, frequentar as missas menitas e pagar o dízimo ao templo. Este ajuste teológico permitiu que morrowanos cultuassem abertamente e construíssem igrejas de sua fé.


    A ERA DA RAZÃO: A RENASCENÇA MECÂNICA

    A consolidação de reinos fortes, embora responsável por muitas guerras sangrentas, permitiu avanços na cultura e na ciência. A reconciliação entre os templos menitas e os morrowanos permitiu a disseminação de ideias e o contato entre os pensadores através de grandes distâncias. Isso foi facilitado por estradas mais seguras e pelo tráfego fluvial em todo Immoren ocidental.

    Por volta de 1100 AR, alquimistas começaram a trocar correspondências sobre métodos e fórmulas, dando grandes passos em direção à codificação sua arte. Em 1000 AR, os khards inventaram uma estrada com trilhos sobre a qual uma carruagem puxada por cavalos poderia ser movida com maior velocidade. Em cidades grandes, o avanço intelectual veio com a criação de universidades e esforços para encontrar mentes brilhantes e educá-las.

    No início desta época, no reino de Rynyr, nasceu uma acadêmica, historiadora e linguista prodigiosa chamada Angellia. Uma mulher de piedade e inteligência singulares, Angellia trabalhou incansavelmente para preservar a história da região antes de voltar sua atenção para as vidas dos Gêmeos. Foi através de seus esforços que o Enkheiridion original foi recuperado de um cofre esquecido em Caspia, juntamente com os escritos do Guardião Prado que descreviam a ascensão dos Gêmeos. Esta restauração é considerada o maior ato acadêmico da época. Angellia fez a tradução definitiva do Enkheiridion para o caspiano da época, assim como escreveu dezenas de obras teológicas que guiariam a Igreja de Morrow durante séculos. Angellia ascendeu em 1027 AR.

    Logo após, no sul da cidade de Mercir, um renomado reitor morrowano que se tornou relojoeiro, chamado Janus Gilder, usou sua experiência para criar a primeira máquina de impressão. Ele foi capaz de passar tinta através dos blocos esculpidos e, então, colocou folhas de pergaminho no mecanismo, produzindo várias impressões rapidamente. A prensa de bloco Janus logo evoluiu para a prensa móvel Janus e, quando a prensa móvel foi inovada e placas de metal foram colocadas em uso, o mecanismo tornou-se extremamente útil. Empregada inicialmente para copiar catecismos religiosos, a imprensa ajudou a Igreja de Morrow a disseminar suas doutrinas em locais distantes. Esta invenção levou à maior divulgação da leitura e da educação em geral, permitindo a duplicação e distribuição de uma variedade de livros.

    Durante os próximos duzentos anos, mecanismos de engrenagens e outras invenções forneceram novas maneiras de lidar com problemas familiares. Isto incluiu lentes trabalhadas com especificações refinadas, permitindo telescópios de alta potência, assim como a aplicação da engenharia nas artes da guerra, tal como primeira besta de repetição mecânica. O uso de telescópios melhores e do sextante para medir a distância entre as estrelas tornou-se uma bênção para a navegação, que, por sua vez, levou a avanços na cartografia, com os esforços realizados para atualizar os mapas.

    Os avanços desta era quase foram desfeitos pela Época do Longo Sol a partir de 822 AR, uma das piores secas da história. Isso causou a perda de colheitas em todo Immoren ocidental. Acredita-se que centenas de milhares de pessoas tenham morrido, sendo os idrianos tribais os mais atingidos. Desde Ord, no leste, até o sul de Khador, as temperaturas eram excepcionalmente altas e houve poucas e esparsas chuvas, causando fome e privação. Este período poderia ter sido muito pior se não fosse pelas ações de um monge morrowano chamado Gordenn. Ele dedicou sua vida a aliviar a fome e supervisionar a distribuição de alimentos, aproveitando-se dos então recentes avanços em agricultura e irrigação. Gordenn é creditado com inúmeros milagres nesta era, como a transformação de terras áridas em terras férteis e invocação da chuva através da oração. Na época de sua ascensão, em 812 AR, Gordenn havia salvado as vidas de dezenas de milhares de pessoas que, de outra forma, teriam morrido de fome.

    A seca não impediu o Império de Khard de fazer valer suas pretensões contra os umbreanos, e as Guerras dos Senhores dos Cavalos começaram em 821 AR. Isso iniciaria quase um século de batalhas e conflitos intermitentes entre essas duas potências do norte. Por fim, os khards provaram que tinham os números e a vontade para subjugar os seus inimigos, não importa o custo em sangue. Os príncipes umbreanos do Anel Negro foram obrigados a render-se ao imperador de Khard em 716 AR. Korska se tornou a capital oriental do Império de Khard, enquanto Khardov permaneceu a sede primária do poder no oeste.

    No sul, Caspia continuou a prosperar, especialmente porque várias de suas terras mais férteis sobreviveram relativamente intactas à seca. A Terra do Meio passou a depender de Caspia, se tornando um protetorado em tudo, exceto no nome. A Cidade das Muralhas continuou a crescer e logo foi reconhecida como uma maravilha da época, uma cidade sem igual em qualquer lugar de Immoren ocidental e, mais uma vez, um centro de educação, invenção e animado debate intelectual.

    Em 712 AR, a Igreja de Morrow decidiu que não havia necessidade de seu centro administrativo e espiritual ser tão isolado. Embora o Divinium permanecesse um mosteiro-fortaleza para guardar as relíquias sagradas, o primarca e o Exordeum, seu conselho consultivo, mudaram-se para o Sancteum dentro de Caspia. Logo começou a construção da Catedral da Arquicorte, a maior obra de arquitetura da época.

    A catedral foi projetada por um gênio chamado Sambert. Um homem da sua época, Sambert foi um escultor, pintor, arquiteto, engenheiro e marceneiro insuperável que dedicou seu trabalho para homenagear o divino. Apesar de ser lembrado pelas inúmeras obras de arte sacra e arquitetura, sua maior realização foi a Catedral da Arquicorte, um edifício como nenhum outro, com arcobotantes e pináculos admirados até mesmo pelos menitas da cidade. Sambert ascendeu em 605 AR, após a conclusão da sua grande estátua de Morrow, à luz da sua transfiguração ocorrendo no mesmo local onde o Profeta teve sua apoteose treze séculos antes.

    Tecnologia e inovação continuaram a progredir em outras frentes - Copolius escreveu o Crucibilus Synthetatus em 753 AR, o trabalho mais detalhado sobre a alquimia em seu tempo. Aproveitando-se das máquinas de impressão, este livro foi amplamente distribuído, fornecendo uma base comum para este campo. Ainda mais importante foi o trabalho do engenheiro Drago Salvoro, que construiu o primeiro motor a vapor em 743 AR. Os avanços em motores a pistão aconteceram com o tempo. Em 698 AR, os motores a vapor moviam a maior parte dos equipamentos pesados nas minas khárdicas. Transportadoras de minério, peneiras, furadeiras e outras máquinas foram convertidas para rodar a partir de energia a vapor ao invés de moinhos de água.

    Estas tecnologias seriam, com o tempo, repetidas em reinos vizinhos e aplicadas a vários usos industriais. 620 AR trouxe a primeira construção de navios a vapor feita por armadores tordoranos. Logo, essas embarcações eram construídas também em Caspia. Na mesma época, a primeira locomotiva a vapor foi construída em Korsk. Os khards estavam nos primórdios da construção de uma linha ferroviária entre Korsk e as minas na região de Skirov, quando todas essas obras foram suspensas pelo monumental desembarque de invasores hostis do outro lado do mar ocidental. Em uma das maiores tragédias da longa história de Immoren, logo quando a região estava experimentando uma época de ouro do progresso, longas sombras cruzaram o Meredius — navios negros comandados por invasores, seu objetivo a conquista.



    Elminster Aumar
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    Mensagem por Elminster Aumar Sáb Abr 30, 2016 10:40 am




    A ERA DA OCUPAÇÃO ORGOTH

    A invasão dos orgoth através do Meredius e o longo período da sua ocupação mudaram para sempre esta região e tiveram um impacto drástico na sua história. Essa era sombria durou oito séculos, mas é dividida em três períodos distintos: os duzentos primeiros anos da invasão e submissão sangrenta, quatrocentos anos de ocupação e os tumultuados duzentos anos de rebelião que, por fim, expulsou os orgoth.


    A INVASÃO ORGOTH

    Os primeiros relatos que sobreviveram à invasão foram escritos por marinheiros caspianos que presenciaram a chegada dos navios negros em terras ocidentais. Nessa época, o Império de Khard ocidental já havia sido sitiado pelos orgoth. O império era, nessa altura, a maior potência de Immoren ocidental, mas não conseguiu retardar o avanço dessa ameaça estrangeira. Rumores de caos e derramamento de sangue ao longo das costas ocidentais do império começaram a chegar ao sul.

    A gravidade da situação tornou-se mais clara quando os invasores atacaram Tordor em seguida. Mesmo assim, nenhum plano coerente de defesa comum foi considerado. Muitos pensaram que os estrangeiros deviam ter chegado ao seu limite com Tordor, cujo poderio naval era a inveja de Immoren ocidental, mas os navios negros dos invasores eram remados por homens com resistência sobre-humana e apoiados por velas que usavam um vento que parecia soprar apenas para elas. A grande Frota Fúnebre de Tordor navegou contra o inimigo e nunca mais voltou, com seus navios orgulhosos lutando até o último homem antes de afundar nas profundezas.

    Os orgoth ampliaram seus ataques. Dezenas de navios negros atracaram em outras praias, derramando guerreiros sanguinários. De comportamento feroz e implacáveis na guerra, os orgoth vestiam armaduras e empunhavam armas adornadas com inúmeras formas uivantes. A habilidade marcial dos orgoth foi confirmada no início destas batalhas, mas eram os seus poderes mais sombrios que aumentavam o terror de seus ataques nos relatos dos sobreviventes. Os governantes de cada reino livre olharam para suas próprias defesas e assistiram à queda de seus vizinhos, na esperança de evitar o mesmo destino. Todas as tentativas de negociar com os invasores foram respondidas com o retorno das cabeças decapitadas dos emissários.

    Em uma era na qual o povo de Immoren ocidental tinha pouca exposição ao arcano além dos milagres invocados pelos sacerdotes, os orgoth usavam poderes terríveis que não tinham sido vistos desde o tempo de Morrdh. Entre os orgoth havia as bruxas de guerra, sereias que invocavam chamas verdes e causavam chuvas de sangue que derretiam a carne. Ao lado de seus soldados, marchavam abominações mortas-vivas distorcidas chamadas de pavores, cadáveres desfigurados com pernas de ferro. Nos campos de batalha, onde os senhores da guerra orgoth lutavam, eles levavam gaiolas com espinhos que coletavam os uivos e almas atormentadas dos feridos, usados para abastecer outros armamentos profanos. Foi sugerido que os orgoth procuravam abater e capturar almas para oferecer sacrifícios aos deuses sombrios que eles veneravam. Em troca, os orgoth pareciam abençoados com a invencibilidade, ou assim parecia, à medida que exército após exército era aniquilado.

    Em 589 AR, embarcações fluviais a vapor enviadas por Thuria e Caspia começam a fazer ataques contra postos avançados orgoth, mas tiveram pouco sucesso. Nos próximos três anos, Caspia perderia a maior parte de suas posses ocidentais e os orgoth conquistariam tanto Thuria quanto a Terra do Meio. Os khards continuaram em sua luta desesperada, progressivamente empurrados para o leste, mas tanto Tordor quanto Thuria foram escravizados e colocados para trabalhar, construindo a primeira das muitas fortalezas orgoth. A partir delas, os governadores temíveis deste império estrangeiro supervisionariam seus territórios subjugados, acumulando recursos e escravos para enviar através do oceano. O Império de Khard caiu em 569 AR e Rynyr se rendeu em 542 BR.

    A submissão das Mil Cidades foi longa e sangrenta, sendo necessários dois séculos de lutas. Alguns reinos conseguiram resistir por décadas apenas para, no fim, serem subjugados. O que os orgoth tomavam, eles mantinham, colocando seus escravos para trabalhar em pedreiras ou em minas de ferro para erguer fortificações maciças. Elas serviriam como símbolos impenetráveis da dominação orgoth e como centros de sua administração.

    No final, o único reino dos homens capaz de desafi ar os orgoth e permanecer livre foi Caspia, embora ninguém se sentisse vitorioso à medida que as décadas passavam e os orgoth fortaleciam seu domínio sobre a região. Caspia foi forçada a se afastar de seus territórios externos e, em 433 AR, somente a Cidade das Muralhas escapou do domínio orgoth. A sensação de perigo era tão grande que, nessa época, as fés menita e morrowana colocaram suas diferenças de lado, com os protetores armados de ambas as fés lutando contra o inimigo. De fato, após o último rei de Caspia ser morto em batalha, os chefes de ambas as igrejas se colocaram como líderes e trabalharam para reunir o povo de Caspia.

    Foi em meio a essas situações desesperadas que o senhor da guerra orgoth Kolegzein IV enviou um mensageiro para Caspia, pedindo que esses líderes religiosos o encontrassem para negociar. Acreditava-se que os orgoth, que nunca haviam enfrentado fortificações do tamanho da Cidade das Muralhas, poderiam estar sobrecarregados. Parecia provável que os caspianos consentissem com encontrar com os orgoth, no interesse de ganhar tempo para seus exércitos sitiados. Sem compreender que esse inimigo não possuía conceitos de honra em comum, o Primarca Morrowano Gallumus e o Hierarca Menita Sadron IV saíram em seu total esplendor para falar com o senhor da guerra orgoth.

    Os líderes espirituais de Caspia foram capturados, apesar da bandeira de trégua, e arrastados até a vista das muralhas de Caspia, onde seus defensores observavam. O clérigo menita Garven Dratheus, que ficou no topo das muralhas e foi testemunha, escreveu as palavras ditas por Kolegzein:

    Vocês são nossos. Suas mulheres, suas crianças não pertencem mais a vocês. Vocês pertencem a nós, cada respiração, cada gota de sangue, cada centímetro de pele. Cada lágrima, cada sorriso, cada osso quebrado, cada pingo de suor é nosso. Vocês são os escravos desta terra, que engordou por sua própria fraqueza. Considerem como um aviso o fato de que venho falar a vocês. Seus corpos em vida são nossos. Na morte, suas almas também pertencerão a nós.

    Após este discurso, Kolegzein cortou as gargantas do primarca e do hierarca e bebeu seu sangue ainda quente. Seus corpos sangraram até secar e foram pendurados em forcas por cordas feitas com o cabelo dos sacerdotes de suas escoltas, à vista das muralhas de Caspia, até que seus ossos fossem limpos pelas aves carniceiras e caíssem na terra. A morte destes líderes espirituais não causou nenhuma manifestação sagrada, nenhuma destruição furiosa por parte de Menoth ou Morrow, e os defensores fraquejaram por trás das muralhas, pensando que seus deuses os haviam abandonado ou eram impotentes frente ao mal encarnado nos orgoth.

    Enquanto os orgoth comprovavam sua supremacia sobre as religiões de Immoren ocidental, Caspia não cairia neste sítio ou nos seguintes. As suas grandes paredes e o empenho do seu povo mostraram ser muito difíceis de superar pela força das armas, mesmo combinada com suas táticas de terror. Suas muralhas insuperáveis poderiam proteger toda a sua marinha enquanto no cais, e sua guarnição era formidável. Privar Caspia de alimentos provou ser impraticável, com acesso ao rio e do golfo, e sua marinha mostrou ser capaz de defender a sua frota de pesca contra os navios negros. Caspia ainda conseguiu proteger as fazendas ao redor, aquelas mais próximas das muralhas altas. Ao invés de investir em uma ampla campanha para derrubar essa cidade, os orgoth criaram bloqueios tanto acima do rio quanto ao longo das estradas principais, limitando o acesso e o comércio com a região.

    Caspia persistiria quase isolada pelos próximos séculos, com sua população cada vez menor e, em alguns anos, existindo em condições piores do que as das cidades conquistadas. Mais tarde, quando as sementes da rebelião foram plantadas, Caspia tornou-se um refúgio para aqueles que fugiam da dominação dos orgoth. A cidade se beneficiou do empenho e da coragem desses sobreviventes e seus descendentes.


    OCUPAÇÃO

    Com a exceção de Caspia, os tiranos orgoth mantiveram seu controle rígido sobre os reinos humanos durante quatro séculos. Esta é considerada a época mais negra da história de Immoren ocidental, um tempo sombrio no qual os avanços obtidos no final da Era das Mil Cidades foram destruídos, esquecidos ou ficaram simplesmente indisponíveis para grande parte da população. Esta era foi um retrocesso para a inovação e avanço intelectual por séculos.

    Devido às restrições severas ao longo da Ocupação, a reconstrução da vida sob o chicote orgoth foi difícil para os estudiosos modernos. Além disso, os orgoth destruíram a maior parte de seus próprios registros e, assim, entender seus objetivos e o relacionamento com sua própria pátria é quase impossível.


    AMPLA ESCRAVIDÃO

    Muitas das atrocidades cometidas pelos orgoth tornaram-se públicas nas primeiras décadas da ocupação, quando estavam envolvidos na conquista e estabelecimento do seu domínio. O apetite dos orgoth por escravos era vasto e eles claramente não viam a necessidade de tratar os prisioneiros com misericórdia ou cuidado. Usando uma força de trabalho escrava combinada com servos animados dos mortos, os orgoth rapidamente ergueram fortalezas enormes e templos em pedra negra. Eles conectaram estas fortalezas com uma rede de estradas pavimentadas. Embora o sangue de muitos inocentes fosse derramado nesse trabalho, essas rotas de comércio acabariam beneficiando os herdeiros da região, um dos poucos aspectos positivos da dominação orgoth.

    Os vastos campos de escravos exigidos pelos orgoth eram miseráveis e desumanos, e a perda de vida nestes locais estava além dos números modernos. Casos claros da necromancia orgoth na coleta de almas e de corpos dos mortos davam um aspecto de horror sobrenatural para esses arranjos. Isto deixou um forte legado de ódio pela prática da escravidão que persistiria por muito tempo após a partida dos orgoth. Um grande número de escravos foi enviado através do Meredius até a pátria que gerou os orgoth. Não se sabe o que aconteceu com essas pessoas.

    Como um sinal de como esses tempos eram horríveis, o povo encontrava conforto em lugares improváveis. O herói mais famoso a surgir na época da ocupação foi um homem chamado Aidan. Gatuno e ladrão de túmulos, Aidan se tornou famoso por enganar as autoridades orgoth. Por duas vezes ele foi capturado e escapou de seus grilhões. Ele evitou os orgoth durante anos, inspirando inúmeros contos. Sua morte através da traição resultou na ascensão negra de Aidan em 344 AR, se juntando a Thamar na fugafi nal da escravidão terrena. Embora poucos tenham obtido sucesso em seguir seu exemplo, seu culto experimentaria um ressurgimento durante a rebelião nos séculos futuros.

    Mesmo com toda essa opressão, assim que os orgoth pacificavam uma região, se comportavam de forma quase indulgente. Eles exigiam a obediência absoluta dos povos conquistados, mas não era seu hábito gerenciar o cotidiano dos conquistados. Durante grande parte desta época, os orgoth se mantiveram separados dos immoreses. Pode ter existido um forte tabu entre os orgoth com relação à miscigenação com aqueles que haviam sido subjugados, já que a mistura de linhagens immoresas e orgoth era muito rara.

    Durante a maior parte da Ocupação, os immoreses foram autorizados a continuar a praticar a sua fé e a manter outras tradições. Apesar de muitas igrejas e templos terem sido destruídos durante a invasão, os orgoth permitiram que eles reconstruíssem e comparecessem às missas. Os invasores não procuravam disseminar a sua própria fé, que eles mantiveram para si mesmos.

    O período de submissão foi especialmente prejudicial para o Templo de Menoth. As declarações de autoridade da casta dos sacerdotes tornaram-se vazias perante os tiranos que governavam e que claramente não estavam nas graças do Criador. Por outro lado, a mensagem morrowana continuou a se espalhar e suas igrejas e padres mais humildes eram vistos como um conforto para os oprimidos. Nos anos posteriores, a mensagem de Thamar ajudaria a acender um espírito de indignação e revolta, transformando sentimentos anteriormente dirigidos ao clero menita para os orgoth. Este período veria os morrowanos se tornarem a maioria enquanto que a fé menita diminuía, especialmente no sul.

    Com o desdém dos orgoth pela governança, a vida na região ressurgia com uma aparência de normalidade, com novas cidades construídas e os negócios retomados entre elas. O transporte era uma área rigorosamente controlada pelos orgoth, com a maioria dos navios a vapor desmontada e destruída, uma tecnologia que os orgoth não queriam adotar ou entender. O mesmo era verdade para o transporte ferroviário, com apenas algumas faixas utilizadas por vagões de mineração sendo preservadas. Os orgoth inspecionavam aqueles que viajavam de uma região para outra, exigindo documentos com selo que autorizassem o comércio. Corvis é um exemplo de uma cidade construída no início desta época, situada de modo que o governador orgoth local poderia regular e controlar todo o tráfego do rio que passa por esta rota comercial vital. Um legado duradouro da administração e burocracia orgoth seria a divisão de Immoren ocidental em quartos. Isto moldou o surgimento posterior dos Reinos de Ferro, uma vez que estas regiões acabariam por criar um senso de identidade.

    Muitas regiões locais eram governadas por colaboradores indicados pelos orgoth. Especialmente nos dois primeiros séculos da Ocupação, a classe privilegiada era formada por aqueles que colaboravam voluntariamente com os tiranos. A mulher que se tornaria a Ascendida Rowan nasceu em uma dessas famílias, levando uma vida de privilégios até perceber o sofrimento causado aos cidadãos comuns que eles dominavam. Rowan renunciou a toda a riqueza e deu sua vida para aliviar o sofrimento e tornar a vida mais confortável para as massas. Através dos seus esforços, que incluíram apelos apaixonados que envergonhavam outras famílias colaboradoras para que entregassem seus confortos, as vidas de milhares de pobres e escravizados immoreses foram poupadas, e ela ascendeu em 289 AR, depois de ter atingido a iluminação através de seu sacrifício. Rowan se tornou, de longe, a ascendida mais popular durante a era da ocupação e o seu exemplo causou a conversão de muitos menitas.

    O exame dos registros de administradores colaboracionistas que tabulavam a distribuição de escravos sugere que os governadores orgoth passaram a ter um contato menos frequente com sua terra natal depois de 190 AR. Escravos e materiais enviados para o oeste através do Meredius tiveram uma redução substancial, assim como os recém-chegados do oeste para reforçar aqueles que estavam em Immoren. Isso pode ter representado um período no qual os governadores orgoth locais estavam agindo de forma independente de seu império natal. A mudança da visualização do território conquistado como um domínio permanente pode ter sido o que levou a medidas tomadas pelos orgoth para reprimir as religiões immoresas, onde a resistência ao seu governo persistia com maior força. Perto do fi m da era da Ocupação, os orgoth começaram a usar medidas repressivas. Nos círculos ocultistas, acredita-se que o pressentimento divino da perseguição religiosa pode ter levado ao Dom, um dos eventos mais importantes e menos compreendidos desta era.


    O DOM DA MAGIA

    Antes dos orgoth, os humanos de Immoren ocidental tiveram uma exposição limitada ao arcano, principalmente por meio das orações e dos ritos de sacerdotes e xamãs. A aplicação da magia como uma ciência separada da divindade era impensável. Os orgoth e os senhores de Morrdh foram os únicos grupos que manifestaram tais poderes místicos. As únicas outras fi guras históricas que estudaram estes assuntos foram Thamar e suas proles, cada um difamado por se envolver com o conhecimento proibido.

    Não é à toa que o súbito aparecimento de magia entre os immoreses tenha sido recebido com medo. No entanto, sem magia, é possível que os immoreses nunca tivessem a oportunidade de superar os seus opressores. O surgimento repentino do poder arcano é conhecido como o Dom, muitas vezes chamado de Dom da Magia, o Dom da Feitiçaria ou o Dom de Thamar, uma vez que o surgimento do arcano está ligado à gêmea de Morrow.

    As ramificações teológicas do Dom têm sido objeto de intenso debate nos corredores de templos, igrejas e universidades. Os menitas consideram o Dom como um ato de traição contra o Criador e responsabilizam os dois gêmeos por esta violação da tutela de Morrow sobre a humanidade.

    Seja qual for a fonte deste poder, em 137 AR, a primeira feiticeira conhecida nasceu, uma jovem chamada Madruva Dagra, que manifestou a capacidade de lançar fogo de suas mãos quando irritada. Defendendo suas irmãs de soldados orgoth, ela conseguiu matar três deles antes de fugir para a floresta de Olgunholt. Em retaliação, os orgoth mataram toda a sua linhagem, mas isso não impediu que mais feiticeiros aparecessem em todo Immoren ocidental nos anos seguintes. Onde quer que eles aparecessem, os orgoth respondiam de forma semelhante, destruindo a linhagem e incendiando os lares. Esta reação foi tão rápida e brutal que parecia medo e sugeria uma familiaridade com o despertar arcano.

    Compreende-se agora que os feiticeiros eram apenas um sintoma de uma mudança radical em todos os immoreses — o desbloqueio do potencial arcano em todos os seres humanos. Embora a maioria levasse vidas normais, esse poder estava adormecido neles e alguns poucos excepcionais tinham uma ligação tão forte com essa fonte de poder que manifestavam a feitiçaria espontaneamente. Outros nasciam com o potencial de trabalhar a magia, mas precisavam de treinamento e esforço para dominar o Dom. Mesmo aqueles que não podiam utilizar o arcano poderiam passar que a capacidade para seus fi lhos. O surgimento deste potencial provou ser altamente imprevisível, o que significava que era impossível que os orgoth o eliminassem.

    Não muito tempo depois, surgiu um número de estudiosos valentes e brilhantes que começaram a fazer um estudo sistemático do arcano. O mais notável foi um gênio chamado Sebastien Kerwin. Ele foi o primeiro a postular as metodologias que dariam origem aos arcanistas subsequentes, teorizando que a magia era um tipo de energia sobrenatural sensível à vontade inteligente. Em 96 AR, ele publicou suas Dissertações sobre a formulação taumatúrgica, um estudo de como a magia pode ser controlada com o uso de fórmulas compostas de runas especiais.

    Kerwin escreveria uma série de outras obras que lançaram as bases para essa nova ciência arcana, incluindo A essência da magia divina, em 90 AR, Principia arcana magus, em 73 AR, e o mais importante, Síntese, em 64 AR. Arcanistas modernos consideram que Síntese talvez seja o texto mais importante já escrito, uma vez que, em suas páginas, Kerwin teorizou os mecanismos pelos quais a alquimia capturava e armazenava a energia arcana. Ao trazer sistemas metódicos empregados no estudo arcano para alquimia, este livro revolucionou o que era possível naquele campo, até então dominado pela tentativa e erro. Mais significativamente, este trabalho lançaria as bases para a mekânica, um campo relacionado pelo qual a engenharia e o arcano poderiam ser combinados. Muitas das possibilidades sugeridas pelo seu trabalho não chegaram a ser concretizadas até séculos após a morte de Kerwin.


    O CIRCULO DO JURAMENTO

    Os orgoth nunca se preocuparam em reprimir a alquimia, considerando-a irrelevante. Kerwin e seus devotos perceberam que seu trabalho poderia reverter isso e despertar a suspeita dos tiranos. Eles implementaram uma série de esforços pelos quais poderiam se comunicar em segredo. Esses se tornaram as primeiras sociedades arcanas, como a Academia dos Arcanistas, fundada em 81 AR. A primeira sociedade secreta oculta desta época foi o Círculo do Juramento, que pode ter existido logo em 150 AR como um pequeno secto de thamaritas que receberam presságios do Dom e se prepararam, reunindo conhecimentos ocultos. Kerwin e seu grupo se uniram formalmente a essa confederação em 67 AR e mudaram seu foco para a exploração sistemática do arcano.

    Isso ocorreu pouco depois de vários atos de rebeldia contra os orgoth, incluindo um ataque em 69 AR feito por Dominic Cavanaugh, um discípulo de Kerwin, para resgatar mais de trezentos escravos thurianos. Os orgoth caçaram os responsáveis e os mataram. Os orgoth acreditavam que a Igreja de Morrow era responsável por essa revolta e cometeu uma das mais brutais represálias deste período: o Massacre do Vicariato. Os sacerdotes líderes de Fharin foram assassinados e a violência se espalhou pelas cidades vizinhas. Até o final do ano, mais de quinhentos sacerdotes morrowanos foram executados.

    Essas represálias tiveram o oposto do efeito desejado em Kerwin e seus seguidores. O Círculo do Juramento se tornou tão dedicado a trabalhar contra os orgoth quanto ao refino dos princípios arcanos. Infelizmente, o desejo de disseminar o conhecimento arcano facilitou a descoberta desta cabala pelos espiões orgoth, na cidade thuriana de Ceryl. Os orgoth lançaram um ataque em 63 AR, que culminou em uma batalha campal onde Kerwin foi morto, embora não antes de aniquilar centenas de orgoth na mostra mais destrutiva da magia formalista até aquele momento. O corpo de Kerwin nunca foi recuperado.

    Em um esforço para garantir que o conhecimento adquirido pela ordem não fosse perdido, Agathius Nerrek, o mais poderoso discípulo de Kerwin, assumiu o controle da ordem e, nos anos seguintes, criou esconderijos em Thuria, Tordor, Terra do Meio e Rynyr. Os orgoth iniciaram as assim chamadas Caças aos Magos, em 54 AR, e mataram centenas de arcanistas, destruindo o Círculo do Juramento. No entanto, os esforços da ordem conseguiram difundir os ensinamentos de Kerwin. A Ordem do Crisol Dourado foi fundada em 25 AR por sobreviventes que tentavam ocultar seus propósitos sob a cobertura da alquimia simples. Quando o espírito de rebelião começou a acender e se espalhou, a Ordem do Crisol Dourado teve um papel fundamental em armar aqueles corajosos o suficiente para desafiar os seus opressores.



    Elminster Aumar
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    A História Empty Re: A História

    Mensagem por Elminster Aumar Seg maio 02, 2016 10:55 pm




    REBELIÃO CONTRA OS ORGOTH

    Mais do que tudo, foi a interferência dos orgoth na religião organizada que criou uma atmosfera propícia para a rebelião. O Massacre do Vicariato tornou-se o exemplo de como seria a vida sob o jugo dos orgoth. Com as sementes da revolta plantadas, a população subjugada começou a se mexer.

    A fagulha final veio no final de 1 AR, quando o governador orgoth na fortaleza em Fharin declarou que a cidade deveria enviar um dízimo de oito mil escravos através do oceano. Estes seriam escolhidos por sorteio, mas da forma que a loteria ocorreu, tornou-se óbvio que os cleros menita e morrowano eram o alvo, já que todos os sacerdotes de ambas as fés na cidade foram escolhidos. Em resposta, os cidadãos de Fharin se levantaram em uma rebelião espontânea e desorganizada, pegando forcados, porretes e qualquer coisa que se assemelhasse a uma arma. Os membros da Ordem do Crisol Dourado na cidade distribuíram explosivos alquímicos para a insurreição. As tropas e bruxas de guerra orgoth foram esmagadas e mortas, os portões da fortaleza foram explodidos e a cabeça do governador foi enfiada em uma lança e exibida pelas ruas.

    Rumores da revolta se espalharam, e logo ela se tornou uma rebelião organizada. Ela foi chamada de Sociedade de Ferro e fez sua declaração de guerra contra os orgoth em 1 DR, atraindo muitos seguidores daquilo que havia sido Thuria, Terra do Meio e Caspia. Apesar dos sucessos iniciais, a Sociedade de Ferro sobreviveu por apenas seis anos, sendo aniquilada pelos orgoth em 7 AR. Apesar das represálias brutais, a rebelião havia começado e não seria interrompida. Talvez os rebeldes tivessem desistido se soubessem que levariam duzentos anos de batalhas sangrentas para recuperar a sua liberdade.

    Os historiadores modernos estão convencidos de que a rebelião era inevitável, mas não seu sucesso. O espírito do povo estava disposto, mas as armas para superar os orgoth ainda precisavam ser desenvolvidas e, por fim, exigiriam ferramentas contando com o Dom da Magia. Uma heroína não reconhecida desta época foi uma estudiosa do oculto chamada Nivara, uma arcanista intransigente, mas brilhante, que os thamaritas consideram como a legítima sucessora de Kerwin. Nivara inventou muitos dos princípios fundamentais na utilização de energia arcana como uma arma de guerra. Ela treinou dezenas de arcanistas nestas técnicas e muitos dos seus discípulos tornaram-se os mais notáveis magos de batalha da rebelião, um presságio dos conjuradores de guerra do futuro. Nivara também era conhecida por seus engenhosos quebra-cabeças mecânicos, que usava para treinar os alunos no domínio das fórmulas arcanas. Estes dispositivos perigosos e cansativos eram odiados pelos alunos, mas desempenharam um papel fundamental nas invenções posteriores que foram essenciais para derrubar os orgoth. Nivara ascendeu em 25 DR como uma prole de Thamar, um evento que lançou uma sombra sobre seu legado e levou muitos ex-alunos a repudiá-la.


    A INVENÇÃO DA ARMA DE FOGO E O EXÉRCITO DO TROVÃO

    Em 28 DR, o alquimista aurumn Oliver Gulvont inventou a primeira arma de fogo, uma arma que utilizava pólvora alquímica para impulsionar o tiro. A necessidade de tal arma foi logo comprovada em uma das batalhas do início da rebelião, quando, em 32 DR, uma grande região de Tordor tornou-se um campo de batalha sangrento de fumaça e fogo. Ela seria conhecida como a Batalha dos Cem Magos, a primeira grande aparição dos magos de batalha immoreses lutando ao lado das forças comuns.

    Com o apoio de nobres locais, esses estudantes formidáveis de Kerwin e Nivara, juntamente com muitos feiticeiros salvos do extermínio orgoth, conseguiram repelir os orgoth das antigas fronteiras tordoranas. Usando os poderes elementais do fogo, relâmpago, terra e gelo, os feiticeiros e arcanistas superaram as arrogantes bruxas de guerra dos orgoth. Essa batalha foi tão decisiva que seriam necessários oito anos para os tiranos retomarem a região. Os orgoth recapturaram Tordor em 40 DR e executaram centenas de supostos arcanistas. O povo de Tordor continuou a resistir da forma que podia.

    Trabalhando a partir da cidade de Leryn, a Ordem do Crisol Dourado melhorou o projeto da arma de fogo por volta de 80 DR e começou a fabricá-las em laboratórios escondidos tão rapidamente quanto seus trabalhadores voluntários conseguiam. O lendário Exército do Trovão surgiu para libertar Rynyr em 84 DR, empunhando essas novas armas com um efeito mortal. Os atiradores deste exército deixaram as ruas fumegando, e os campos de Leryn e Merywyn manchados com o sangue orgoth.

    Como aconteceu com as rebeliões anteriores, os orgoth provaram que não seriam intimidados facilmente e contra-atacaram para rechaçar o Exército do Trovão de volta para as muralhas imponentes de Leryn. Na Batalha da Cabeça de Trovão, em 86 DR, Leryn manteve as forças e repeliu um exército de mais de dez mil orgoth com um arsenal de magia de batalha, granadas alquímicas e fileiras de atiradores. Enquanto o resto de Rynyr foi reocupado, essa cidade se manteve fi rme e se tornou um bastião de esperança, a primeira cidade desde Caspia a resistir ao inimigo.


    A PRAGA RASGA-PULMÃO

    Uma terrível praga conhecida como rasga-pulmão atingiu a região entre 83 e 93 DR, afetando tanto os immoreses quanto os orgoth. A rasga-pulmão ceifou vidas pelas ruas dos centros urbanos, deixando milhares de corpos em seu rastro. Os orgoth queimaram seções inteiras de cidades ao invés de enterrar o enorme volume dos mortos. Esse ato despertou ainda mais a ira do povo, pois, por muito tempo, havia sido um tabu queimar os mortos sem a supervisão adequada dos sacerdotes, uma vez que este ato colocava em perigo a passagem das almas para Urcaen.

    Por fim, um arcanista e alquimista de grande habilidade chamado Corben conseguiu obter uma cura para a doença. Ainda mais impressionante, ele foi capaz de implementar um sistema no qual o tratamento poderia ser produzido de forma rápida e eficiente por outros alquimistas. Os esforços de Corben salvaram centenas de milhares de vidas e, talvez, também recuperaram o espírito da rebelião. Em 93 DR, a epidemia tinha sido interrompida entre os immoreses, embora continuasse a incomodar os orgoth, que não tinham soluções alquímicas similares. A ascensão de Corben, nove anos depois, foi um milagre que revigorou os rebeldes morrowanos. Em longo prazo, esta ascensão legitimou os esforços dos arcanistas e alquimistas aos olhos da Igreja de Morrow e de seus adeptos, e as igrejas morrowanas começaram a oferecer abrigo a arcanistas da rebelião.


    A REVOLUÇÃO MEKÂNICA

    As armas de fogo tinham feito sua parte para libertar Leryn e foram armas formidáveis nas mãos dos soldados da rebelião. No entanto, essa tecnologia foi roubada pelos orgoth, que responderam fabricando as suas próprias armas de fogo rudimentares, chamadas lagartos negros. O verdadeiro potencial do Dom para ajudar os immoreses aconteceria na forma da mekânica. Essa é a ciência que misturaria a engenharia com o poder da magia e criaria invenções que causariam a queda do Império Orgoth.

    Enquanto a Ordem do Crisol Dourado continuava a trabalhar a partir de Leryn, os esforços para restaurar a obra de Kerwin estavam em curso na antiga Thuria. Na cidade ocupada de Ceryl, um grupo de arcanistas dedicados se uniu para recuperar o conhecimento perdido do Círculo do Juramento. Sua sociedade resultou na fundação da Ordem Fraternal de Magia em 111 DR, que se tornaria um bastião da teoria arcana e ampliaria os limites da nova arte da mekânica. Os magos daquele momento tinham uma compreensão melhor das energias arcanas do que na época de Kerwin e os potenciais sugeridos em Síntese tornaram-se uma realidade. Um dos primeiros desenvolvimentos foi a placa rúnica, pela qual as fórmulas arcanas poderiam ser permanentemente inscritas em metal e investidas com poder arcano.

    Muito deste trabalho só foi possível graças à proteção fornecida a esses magos pela Igreja de Morrow em Ceryl. As rotas subterrâneas entre as casas de culto permitiram que muitas coisas acontecessem na cidade sem o conhecimento do governador. Mensageiros corajosos arriscaram suas vidas para transportar documentos descrevendo o trabalho em progresso entre os arcanistas da Ordem Fraterna e da Ordem do Crisol Dourado e, juntos, esses dois grupos atingiram avanços substanciais. Após a rebelião, estas ordens se tornariam rivais ciumentas e propensas a acumular conhecimentos e segredos, mas, naquele momento, estavam unidas pelo ódio contra um inimigo em comum.

    Um grande avanço ocorreu quando o Magnus Aurum Phineas Bainbridge, da Ordem do Crisol Dourado, conseguiu criar um acumulador arcanodinâmico estável, um dispositivo do tamanho de um barril que podia armazenar energia arcana. Ele foi considerado muito grande, mas foi uma prova do conceito e os alquimistas do Crisol logo descobriram formas de deixar esse dispositivo menor e mais poderoso. Engenheiros e arcanistas começaram a trabalhar em esquemas e diagramas para armas que pudessem explorar o potencial de acumuladores melhorados.

    Vários outros desenvolvimentos nesta época pareciam tangenciais, mas teriam grandes repercussões. Muitos engenheiros immoreses estavam trabalhando para trazer de volta o motor a vapor, tão comum antes dos orgoth. Isto levou ao trabalho crucial de Maximillian Nivin, um alquimista e um dos primeiros mekânicos arcanos fascinados pelas máquinas. Ele estava tentando criar pequenos autômatos movidos a vapor basicamente pelo desafio tecnológico. Ele teve dificuldade em encontrar um meio pelo qual poderia controlar seus movimentos. Seguindo o conselho dos colegas, Nivin fez contato com a Ordem Fraternal e logo foi convidado a integrar o grupo.

    Nivin logo aprendeu sobre uma área de estudo abstrata que havia chegado a um impasse e que poderia ter uma influência sobre o seu projeto. Vários magos da ordem tentavam criar um circuito autossustentável de fórmulas arcanas que pudesse imitar os processos de pensamento de uma mente viva. Seu trabalho foi baseado nos enigmas rúnicos deixadas pela Prole Nivara e preservados pela ordem. Animado com as possibilidades, Nivin se dedicou a este estudo, se entregou aos quebra-cabeças de Nivara e, rapidamente, conseguiu criar a primeira matriz cerebral que poderia imitar um pouco da capacidade de raciocínio de uma mente viva. Junto com seu aprendiz Elias Decklan, Nivin criou o primeiro autômato de tamanho humano em 158 DR. Decklan continuou a melhorar o projeto após a morte de Nivin e a trabalhar em refinamentos que se revelariam cruciais para a rebelião.

    A oposição à dominação dos orgoth continuou na forma de pequenas revoltas em todo Immoren ocidental. Embora fossem anuladas uma a uma, elas conseguiram desviar recursos e dificultar a retaliação dos orgoth. Até 147 DR, a área de ação da rebelião estava limitada à Terra do Meio, Thuria e Tordor. Mas, neste ano, os descendentes dos orgulhosos senhores de cavalos umbreanos se reuniram e lideraram um exército de nômades para libertar Korsk e Rorschik dos tiranos. Em 149 DR, os orgoth fizeram cerco aos khards e seus aliados umbreanos às portas de Korsk, mas foram repelidos pelos implacáveis homens do norte. O domínio orgoth havia começado a quebrar.

    Adotando um nome escolhido em homenagem à Sociedade de Ferro original, as cidades livres de Immoren ocidental se tornaram a Aliança de Ferro. Compostos por exércitos de Korsk, Rorschik, Leryn e Caspia, eles se uniram sob a liderança do recém-formado Conselho dos Dez em 164 DR. Embora fosse basicamente uma aliança de humanos, os dez generais líderes incluíam Grindar do Kriel Tolok, que representou os trolloides da Floresta dos Espinhos que haviam sofrido nas mãos dos orgoth. Todas as raças dhunianas que viviam fora de Rhul e Cryx tinham passado por dificuldades durante a ocupação, uma vez que os orgoth os consideravam animais. Dessas raças, apenas os trolloides ingressaram no Conselho dos Dez e contribuíram com principais forças da rebelião.


    OS COLOSSAIS

    O trabalho dos arcanistas em Ceryl era conhecido pelo Conselho dos Dez, que pediu que esses grandes pensadores se mudassem para Caspia para sua proteção. Entre os que entraram furtivamente em Caspia estava Elias Decklan, cuja exposição às grandes fundições desta cidade livre mudou seu pensamento sobre a dimensão dos autômatos. A primeira matriz cerebral era simples e bruta, mas ele teorizou um dispositivo muito maior, suficiente para emular pensamento mais complexo.

    Quando Decklan apresentou esta ideia para outros colegas, seu uso potencial como uma arma de guerra tornou-se claro para todos. Decklan logo elaborou esquemas para um gigante movido a vapor e magia que poderia atacar até mesmo a maior das fortalezas orgoth. O Conselho dos Dez estava convencido de que aquela era a única arma contra a qual os orgoth não poderiam se opor. Durante a década seguinte, as maiores mentes de Immoren ocidental discutiram e planejaram a mais importante façanha de engenharia jamais tentada pela humanidade. Tais colossais não exigiam apenas coordenação para construir, mas um grande volume de matérias-primas, incluindo minério rico em ferro, metais e minerais raros necessários para a matriz cerebral.

    O plano tinha obstáculos, incluindo a necessidade de realizar os trabalhos em segredo. Em sua origem, em Caspia, poucos fora da cidade sabiam sobre o empreendimento. Mas logo outros na rebelião souberam sobre o projeto, o que causou um alvoroço entre os khards e que reacendeu rivalidades há muito enterradas entre o norte e o sul. Como Korsk também era uma cidade livre e tão preparada para forjar grandes armas quanto Caspia, os homens do norte também começaram a construir suas próprias fundições colossais, chegando ao ponto de roubar projetos e esquemas de seus aliados quando estes não eram entregues voluntariamente.

    Uma solução para as matérias-primas veio de uma fonte inesperada. Desde o início da rebelião, vários grupos tinham enviado emissários para Rhul pedindo ajuda. Todos haviam sido rejeitados, mas a atmosfera política no Debate das Cem Casas havia começado a mudar. Apelos repetidos e os crescentes sucessos das forças de rebelião fi nalmente convenceram os Senhores das Pedras. Rhul começou a prestar mais atenção aos assuntos além de suas fronteiras e reuniu provas sufi cientes para reconhecer que os orgoth eram piores vizinhos do que os immoreses nativos.

    A hora da virada foi quando emissários do Conselho dos Dez revelaram o plano de construção dos colossais, um risco calculado na época. O povo de Rhul fi cou fascinado com as possibilidades de tal tecnologia, sem saber sobre os avanços feitos por arcanistas e engenheiros humanos. Foi feito um acordo pelo qual, em troca de conhecimento sobre a alquimia por trás das armas de fogo, o segredo da matriz cerebral e os esquemas para os colossais, Rhul daria o seu apoio. Os anões não interviriam diretamente no confl ito, mas enviariam grandes quantidades de materiais — não só minérios, mas metais e ligas fundidas em Rhul, bem como peças criadas nas forjas de Ghord. Estas contribuições e os envios posteriores de carvão se mostraram vitais nos próximos anos.

    Em 188 DR, os orgoth descobriram as instalações khárdicas e atacaram a cidade livre de Korsk. Os khards foram esmagados, suas fundições foram destruídas e os alquimistas e magos capturados sofreram tormentos indescritíveis nas mãos dos orgoth. Os khards imediatamente suspeitaram de traição, acreditando que os rhuleses tinham feito o seu acordo com o Conselho dos Dez só depois de fazer acordos secretos com Caspia para que os colossais ficassem longe das mãos dos homens do norte. Dizem que o povo de Rhul ou os caspianos tinham traído o Conselho, informando os orgoth sobre as instalações em Korsk. Ao fazê-lo, não só os homens do norte fi caram sem os colossais, mas as batalhas no norte ocupariam os orgoth, deixando o povo do norte sofrer o peso da ira dos invasores. A verdade sobre essa conspiração é desconhecida, mas a crença na traição entre os khards intensificou a animosidade entre norte e sul.

    Após o ataque a Korsk, a Aliança de Ferro triplicou os seus esforços em Caspia e o primeiro colossal caminhou através dos portões da cidade em 191 DR. Com mais cinco concluídos em rápida sucessão, a Aliança de Ferro estava pronta. Controlado por magos de batalha da Ordem Fraternal, estes colossais e os exércitos que marchavam com eles destruíram a fortaleza orgoth perto de Fharin, além de um regimento importante. Assim começou uma década de lutas, enquanto exércitos da rebelião retomavam as terras que estiveram sob o domínio orgoth durante séculos. Os colossais esmagaram toda a oposição.

    Enquanto os orgoth eram expulsos rapidamente das províncias do sudeste, os exércitos rebeldes foram limitados pelas linhas de abastecimento e tiveram dificuldade em penetrar no território inimigo nos primeiros anos. Os colossais consumiam um volume enorme de carvão e água e exigiam supervisão constante e reparos regulares. O inimigo se adaptou, vendo que era mais fácil destruir os magos que controlavam as máquinas do que os próprios colossais. Sem seus controladores, os colossais foram evitados, isolados e destruídos.

    Os exércitos rebeldes tiveram que mudar suas táticas. Pequenos exércitos acompanhavam cada colossal, o usando como sua vanguarda enquanto protegiam aqueles com as habilidades arcanas para controlar as grandes máquinas. Esta combinação e o exemplo dos magos de batalha da rebelião foram vistos como precursores dos conjuradores de guerra modernos e seus grupos de batalha.

    À medida que os orgoth eram constantemente empurrados de volta para o mar, eles iniciaram o Expurgo. Os orgoth em fuga fizeram o seu melhor para destruir todos os registros que haviam escrito e todas as estruturas que possuíram. Suas grandes fortalezas negras foram demolidas ao invés de permitir que caíssem nas mãos do inimigo. O Expurgo reduziu dezenas de cidades e vilas a ruínas. Os orgoth salgaram campos, envenenaram poços, queimaram a terra e mataram multidões incontáveis de escravos enquanto fugiam para seus navios negros e navegavam para o oeste. O Expurgo foi tão profundo que nenhum mapa da pátria orgoth foi descoberto nos séculos seguintes. Pouquíssimos escritos na língua orgoth sobreviveram, deixando sua cultura e crenças um enigma. Assim, em 201 DR, os orgoth foram expulsos do continente — e nunca mais voltaram.



    Elminster Aumar
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    Mensagem por Elminster Aumar Qua maio 04, 2016 8:51 pm




    A ERA DOS REINOS DE FERRO

    Apesar de novos tempos terem sido marcados pela agitação da Rebelião, foi apenas em 202 DR, com os Tratados de Corvis, que uma nova era realmente nasceu. Foi uma reunião do Conselho dos Dez, necessária em decorrência das dificuldades geradas pelo fim dos orgoth, onde cada região estava lutando para estabelecer a ordem e se organizar para proporcionar alívio para milhares de pessoas que estavam sofrendo.


    OS TRATADOS DE CORVIS

    O Conselho dos Dez se reuniu na cidade de Corvis e discutiu sobre as fronteiras dos reinos recém-independentes. Os orgoth haviam deixado cicatrizes horríveis na região, não somente por sua longa ocupação, mas pela destruição deixada pelo Expurgo e as batalhas da Rebelião. As novas nações estabelecidas por este tratado seriam conhecidas como os Reinos de Ferro.

    Embora tenham existido discussões sobre a restauração dos antigos reinos que antecederam os orgoth, isso foi rejeitado. As pessoas vieram a se identificar com as regiões maiores estabelecidas pelos governadores orgoth. Isso deu origem a quatro reinos:

    • Cygnar no sul, que engloba a Floresta dos Espinhos, a Terra do Meio, Caspia e uma parte significativa de Thuria.

    • Khador no noroeste, incluindo as antigas terras de Khard, Kos, Skirov e Umbrey ocidental.

    • Llael no nordeste, incluindo o que havia sido Rynyr e as terras orientais da antiga Umbrey.

    • Ord no oeste, unificando o norte de Thuria e Tordor.

    Alguns grupos já haviam tomado a autoridade entre o Conselho dos Dez. Linhagens de nobres caspianos reivindicaram o governo de Cygnar. A velha nobreza khárdica estava bem posicionada para exigir o governo de Khador e os tordoranos apareceram para governar Ord. Os outrora orgulhosos umbreanos não contestaram os ryn para regência de Llael; Umbrey sofreu muito nas mãos dos orgoth, sendo muitas das suas linhagens nobres orientais extintas. Os ryn tinham os recursos para reconstruir a região destruída e, assim, cimentaram a lealdade dos umbreanos orientais sobreviventes desta área.

    Nem todos estavam de acordo sobre essas fronteiras e os debates foram agitados. Os khadoranos saíram insatisfeitos, pois haviam pressionado para restaurar as terras anteriormente reivindicadas pelo Império de Khard, que incluía uma parte substancial do que seria cedido a Ord, Llael e o norte da Floresta dos Espinhos. Mas suas ameaças eram vazias. A destruição de suas fábricas de colossais os deixou em uma posição fraca. Ninguém, exceto os khards, queria ver o Império de Khard restaurado.


    RECONSTRUÇÃO E AS NOVAS ORDENS ARCANAS

    As primeiras décadas após a rebelião foram dominadas por enormes esforços de reconstrução em todos os novos reinos. Os ganhos tecnológicos proporcionaram muitos benefícios, principalmente no ressurgimento rápido das máquinas a vapor. Em 211 DR, o recém-criado Sindicato dos Trabalhadores do Vapor & Ferro consolidou os trabalhos de centenas para atender às demandas de produção e conserto. Em vinte anos, os barcos a vapor estavam novamente viajando pelas vias navegáveis.

    As mentes dos arcanistas e mekânicos logo se voltaram para a busca de outros usos para tecnologias. Os arcanistas da Ordem Fraternal de Magia estavam envolvidos na expansão do conhecimento arcano. Experimentando uma liberdade sem precedentes, muitas cabalas da ordem expandiram sua influência, estabelecendo fi liais nas grandes cidades, especialmente em Cygnar, Ord e Llael. O estabelecimento de novas casas e a aquisição de contratos lucrativos para fabricação mekânica ou consultoria arcana exigiram o pagamento de subornos e realização de favores para nobres e funcionários do governo, muitas vezes de legalidade duvidosa.

    Isso causou um grande escândalo em 232 BR, quando um mago devoto chamado Copernicum revelou que a Ordem Fraternal estava repleta de corrupção. Copernicum e vários de seus seguidores deixaram a ordem depois acusar muitos de seus mais altos oficiais de magia negra e outras atividades ilegais. A Ordem resistiria a este escândalo, apesar de sua reputação ficar manchada e vários magos serem julgados e executados após serem condenados pela prática de necromancia e infernalismo.

    Copernicum estabeleceu a Ordem de Iluminação Morrowana. A Ordem tornou-se uma agência importante da Igreja, especializada em assuntos do arcano. Embora incluísse magos devotos que procuravam seguir os passos do Asc. Corben, ela tornou-se mais notável pelo seu papel como caçadores de bruxas. A Ordem de Iluminação prometeu ser vigilante contra a magia negra em todas as formas, erradicar o infernalismo, necromancia e os cultistas thamaritas responsáveis por espalhar estas artes nefastas.

    Os arcanistas da Ordem Fraternal continuaram com seus trabalhos inovadores. Entre suas realizações, houve o refinamento da matriz cerebral. A redução do seu tamanho e experiências com relés arcanos mais complexos resultaram na invenção do primeiro córtex, um melhoramento imenso que permitiu a existência de autômatos menores e mais práticos. O primeiro gigante-a-vapor foi construído em 241 DR pelo Magus da Ordem Fraternal Bastion Rathleagh, com o auxílio do Sindicato dos Trabalhadores do Vapor & Ferro. Projetados para serem máquinas para o trabalho em vez de guerra, outros apareceram, feitos em uma variedade de tamanhos e configurações. Córtices melhorados permitiram que gigantes-a-vapor seguissem ordens complexas e seu tamanho exigia muito menos combustível e água. A demanda por gigantes-a-vapor criou toda uma indústria, ao mesmo tempo em que trouxe uma onda de riqueza na Ordem Fraternal de Magia.

    Entretanto, Khador continuou a se agitar sobre seus territórios perdidos e sobre a necessidade de contar com agências privadas, como a Ordem Fraternal para seus córtices e a Ordem do Crisol Dourado para a pólvora. Depois de restaurar grande parte da sua indústria e expandir suas capacidades de mineração e fabricação, a nação do norte começou a restaurar seu poderio armado. O soberano, Rei Lavesh Tzepesci, estava ciente de que o seu país estava em perigo e nunca poderia se defender adequadamente enquanto os colossais estivessem exclusivamente nas mãos dos cygnaranos. Ele encomendou, sem segredo, novas fundições construídas em Korsk. O espião-mestre de Lavesh contatou arcanistas de sangue khadorano que tinham ido para o exterior para aprender os segredos de várias ordens arcanas.

    A conspiração começou entre os arcanistas do norte, incluindo vários que haviam conquistado a confiança de oficiais superiores no Forte da Ordem Fraternal em Ceryl, bem como na Fortaleza Cabeça de Trovão do Crisol Dourado em Leryn. Em 243 DR, estes conspiradores roubaram centenas de tomos insubstituíveis de conhecimento arcano, fórmulas alquímicas e esquemas para a fabricação de córtices. Após seu retorno, esses arcanistas patrióticos foram recompensados por Lavesh, muitos deles com títulos, e formaram a Irmandade dos Lordes Cinzentos, uma ordem que rapidamente tornou-se uma extensão das forças armadas khadoranas e conectada à rede de espionagem da nação. Khador agora podia fabricar seus próprios córtices e tanta pólvora quanto o acesso a matérias-primas permitisse.


    AS GUERRAS DOS TROLLOIDES E DOS COLOSSAIS

    Cygnar não respondeu imediatamente ao rearmamento de Khador, sendo pego pelas maciças revoltas trolloides que varreram os Emaranhados e a Floresta dos Espinhos a partir de 242 DR. Embora os kriels dessas regiões tenham recebido concessões nos Tratados de Corvis, os trolloides viram suas terras violadas por humanos que buscavam recursos para abastecer os esforços de reconstrução. Também com os esforços para explorar cada hidrovia para o transporte de mercadorias e materiais, os kriels foram invadidos e empurrados para fora de várias regiões, em desrespeito aos acordos antigos. A agitação se transformou em uma guerra que varreu o norte de Cygnar e o sul de Ord.

    Por fim, Cygnar colocou seus colossais na batalha contra os trolloides. Onde essas máquinas gigantes passavam, os trolloides caíam em massa. Em 247 DR, depois de sofrer vários reveses brutais, o trolloides se renderam e isso acabou com a Primeira Guerra Trolloide. Nesta época, os espiões cygnaranos descobriram as grandes fundições trabalhando em materiais de guerra em Korsk. Dessa forma, os colossais cygnaranos permaneceram na região ao invés de retornarem para Caspia. Esses colossais e conjuradores de guerra se tornaram a Guarda Colossal, com sede na Torre da Mata Funda, na Floresta dos Espinhos, onde podiam observar a fronteira com Khador.

    Apenas três anos mais tarde, o Rei Lavesh executou ataques maciços contra o oeste de Llael e o norte de Ord, para adquirir as terras que haviam pertencido ao antigo Império de Khard. A guerra que se seguiu envolveu todas as nações dos Reinos de Ferro, já que Llael, Cygnar e Ord lutaram juntos contra os khadoranos. Pela primeira vez os colossais se enfrentaram.

    Os colossais cygnaranos velhos não se saíram bem nas primeiras batalhas, sofrendo contra as máquinas khadoranas com projeto mais recente e blindagem pesada. As fundições cygnaranas ardiam dia e noite para produzir colossais mais novos. A Guerra Colossal foi um conflito de sete anos que viu a velha paz dos Tratados de Corvis ser partida permanentemente. Gigantes maciços de ferro se destruíram em meio a campos com tiros de fuzis, lanças ensanguentadas e mostras explosivas de magia arcana.

    Por fim, a indústria de guerra de Khador provou ser incapaz de sustentar o ritmo de produção. Não apenas os ataques de Khador foram repelidos, mas os exércitos aliados das três nações do sul fi zeram avanços em solo khadorano. Khador finalmente se rendeu em 257 DR, depois de perder de forma decisiva em Volningrado. Os khadoranos sofreram a indignidade de concordar em desmontar seus colossais restantes, assim como as fundições onde eles tinham sido construídos. Cygnar cedeu de volta as terras confiscadas de Khador no confl ito, sem nenhuma expectativa de ocupá-las de forma permanente.

    Embora Khador estivesse pacificado, os kriels trolloides da região haviam recuperado sua força e tinham se tornado mais militares, organizados e indignados com os exércitos humanos marchando através de suas terras. As incursões dos trolloides em território órdico e cygnarano se transformaram na Segunda Guerra Trolloide em 262 DR. Os trolloides haviam aprendido com as batalhas anteriores e realizaram seus ataques de forma estratégica, aproveitando o terreno para cobrir as retiradas e dificultando a retaliação da Guarda Colossal. As máquinas gigantescas começaram a mostrar seus limites, tendo sido concebidas para atacar posições fixas, outros colossais e massas de forças inimigas. Elas tiveram dificuldade em transpor a floresta densa, enquanto os inimigos usavam táticas de guerrilha. Os trolloides e os trolls de puro sangue que lutaram ao lado deles conseguiram incapacitar os colossais várias vezes, utilizando meios primitivos que envergonharam os líderes militares cygnaranos.

    Em resposta, o Rei Woldred de Cygnar ordenou que seus generais inventassem novas armas. Mekânicos arcanos, juntamente a consultores da Ordem Fraternal de Magia, apresentaram o conceito dos gigantes-de-guerra, usando o chassi menor, mas ainda formidável, empregado nos gigantes-a-vapor de trabalho, mas modificados para a guerra. Os primeiros gigantes-de-guerra atuaram nos últimos anos da Segunda Guerra Trolloide, comprovando sua eficácia enquanto rechaçavam os trolloides. O Rei Woldred participou pessoalmente das negociações de paz com os representantes dos kriels para acabar com as hostilidades nos Brejos de Hadriel em 267 DR. A coroa cygnarana considerou que os trolloides tinham reclamações legítimas e concedeu aos kriels as terras expandidas e pagou valores para a recuperação de aldeias destruídas, além de conceder taxas regulares aos trolloides para o uso de determinadas vias navegáveis. Os trolloides estavam sujeitos à lei cygnarana exceto dentro dos estreitos limites de seus kriel, onde eles poderiam governar a si mesmos.

    Os estrategistas militares e a nova geração de conjuradores de guerra foram rápidos em ver as vantagens dos novos gigantes-de-guerra. Estes construtos foram fabricados com os córtices mais recentes e sofisticados, tinham uma amplitude de movimento muito maior e podiam usados com maior facilidade em campo ao lado da infantaria. Em 286 DR, o Rei Woldred desativou os colossais e fez seus engenheiros converterem as grandes fundições para a produção de gigantes-de-guerra. A produção de máquinas semelhantes também foi adotada em outras nações.

    Embora a fabricação de guerra tenha prosseguido em ritmo acelerado, a paz foi reforçada por uma mudança nas dinastias reais em Khador. O reinado longo e sombrio de Lavesh Tzepesci, o Atormentador, terminou com sua morte por velhice em 272 DR. O Rei Dmitry Dopatevik depôs a linhagem guerreira Tzepesci e provou ser um soberano mais pacífico e diplomático, disposto a negociar com os embaixadores estrangeiros. De fato, uma relação amigável foi estabelecida entre os Reis Woldred e Dmitry, já que ambos compartilhavam filosofias similares.


    OS ANOS AMARGOS DO REI MALAGANT

    A situação política em Cygnar mudou após o rei Woldred elaborar seu Pacto do Acordo em 286 DR. O Acordo de Woldred permitiu que o rei cygnarano escolhesse seu próprio sucessor, mesmo fora de sua linhagem, desde que ele fosse de sangue nobre. Para satisfazer a integridade, Woldred exigiu que os termos de sucessão fossem implementados pelos sacerdotes menitas, que por muito tempo haviam supervisionado a sucessão real como guardiões da Verdadeira Lei. Apesar da religião menita ter se tornado a minoria em Cygnar, eles mantiveram uma influência significativa com os nobres e a autoridade como um direito antigo.

    Embora este acordo comprovasse seus méritos ao estabilizar a sucessão cygnarana nos séculos seguintes, Woldred não pôde aproveitá-la. Ele morreu de repente em 289 BR e seus próprios termos desapareceram. O clero menita se ofereceu para fazer valer seus desejos, mas enfrentou um golpe repentino por parte do sobrinho de Woldred, Malagant, que liderou um pequeno exército para reivindicar a coroa. Chamado de Rei Amargo, Malagant provou ser um tirano sanguinário que consolidou o seu poder através da execução de rivais e adquiriu o domínio sobre a Assembleia Real. Depois do clamor público, Malagant entrou em aliança com a Igreja de Morrow, que procurava estabelecer a sua supremacia como religião principal do reino.

    O endosso da Igreja de Morrow para o direito de Malagant ao trono serviu para pacifi car muitos dos cidadãos e nobres devotos do reino. Mas quando o Templo Caspiano de Menoth se recusou a fazer o mesmo, Malagant acusou seus sacerdotes de traição e mandou prendê-los, julgá-los e executá-los. Até o fi nal de 290 DR, mais de 200 sacerdotes e oficiais menitas foram enviados para a forca. Isso provocou anos de confl ito religioso que criaram uma divisão entre essas religiões em Cygnar. Duas tentativas distintas de assassinar o Rei Malagant deram ao rei a justificativa que ele precisava para fazer o decreto real, em 293 DR, que a Igreja de Morrow era a religião do estado de Cygnar. Os antigos direitos outrora concedidos aos sacerdotes menitas foram revogados.

    Foi um período sombrio para menitas em Caspia. Muitos templos antigos na cidade ocidental foram profanados ou incendiados. Agindo supostamente para proteger menitas comuns, Malagant ordenou a relocação à força de centenas de famílias para o leste de Caspia e muitos de seus bens foram apreendidos. Uma grande parte da cidade, ao leste do Rio Negro, tornou-se o lar da minoria menita da cidade. Embora tenha reduzido a violência, isso consolidou a divisão entre as religiões de Caspia.


    AS GUERRAS DA FRONTEIRA

    O rei Dmitry de Khador foi assassinado em 286 DR e o trono foi reivindicado por sua mulher, Cherize. Ela se mostrou ser uma monarca sanguinária que rapidamente começou a se preparar para a guerra. A rainha Cherize esperava aproveitar os problemas da sucessão cygnarana tomando o norte da Floresta dos Espinhos. Ela esperava ter acesso ao Rio Negro, que permitiria que Khador interrompesse o comércio ao longo desse canal.

    Cherize fez um acordo incomum com as tribos selvagens tharn da Floresta dos Espinhos — alguns dos últimos descendentes dos molgur — incentivando-os a atacar Cygnar enquanto os exércitos de Khador faziam seu avanço. Os tharn provaram ser adversários formidáveis neste terreno familiar. Os cygnaranos colocaram de lado suas diferenças religiosas frente à nova ameaça e a coroa reuniu seus próprios exércitos, ao mesmo tempo em que contratava forças mercenárias para reforçar os seus números. Este foi o início de um confl ito prolongado, que acabaria por ser chamado de Guerras da Fronteira.

    Os primeiros anos deste conflito assumiram proporções lendárias. Cherize era descrita como uma rainha-feiticeira, difamada nos reinos do sul como uma thamarita. Os khadoranos refutaram isso, mas Cherize era certamente temida por seu próprio povo e era suspeita de ter matado o marido. Embora o Rei Malagant fosse um tirano, a barbárie de seus inimigos, combinada com o apoio da Igreja de Morrow, trouxe muitos cavaleiros e sacerdotes morrowanos para o seu lado do conflito. A guerra na Floresta dos Espinhos foi proclamada como uma luta entre a luz e as trevas — enquanto os tharn conduziam rituais bárbaros profanos, incluindo se alimentar da carne dos caídos, os capelães de batalha morrowanos evocavam milagres através de orações fervorosas.

    Outra adição ao mistério em torno dessa guerra foram os destinos peculiares dos dois soberanos. Cherize desapareceu em 295 AR e seu corpo nunca foi encontrado. O Rei Malagant sofreu uma série de tragédias pessoais durante a guerra, incluindo a traição de um de seus defensores mais confi áveis, o que causou a morte da sua amada rainha. Dois meses depois do desaparecimento de Cherize, ele morreu de uma doença debilitante. A luta na Floresta dos Espinhos se mostrou inconclusiva e as Guerras da Fronteira durariam mais do que Cherize e Malagant.

    A sucessão cygnarana havia entrado em turbulência pela ascensão de Malagant e pela remoção dos sacerdotes menitas, deixando o reino sem um rei durante doze anos. Durante esse tempo, a Assembleia Real e vários líderes militares tentaram governar a nação, mas com sucesso limitado. Khador foi rápido ao tirar proveito da situação. Sua própria sucessão colocou uma rainha criança no trono, mas ela era apoiada pelo ambicioso Lorde Regente Velibor que governou em seu lugar. Vendo a fraqueza da posição cygnarana, Velibor iniciou a Primeira Guerra de Expansão, os anos de maior sucesso de Khador nas Guerras da Fronteira.

    Ao invés de confrontar Cygnar, Velibor enviou seus exércitos para atacar o norte de Ord. Apesar de alguns dos ataques iniciais terem sido repelidos pelos defensores órdicos, o Exército Khadorano ganhou força e começou a ganhar terreno. A coroa órdica apelou pela ajuda de Cygnar, mas só recebeu apoio militar simbólico, já que os cygnaranos estavam partidos pela divisão política. Velibor expandiu suas operações e enviou um exército menor contra o leste de Llael.

    A guerra continuou durante vários anos, uma vez que os exércitos llaeleses e órdicos não conseguiam deter o avanço khadorano. O rei órdico Alvor Cathor I foi morto na Batalha da Espada Quebrada em 301 DR, liderando heroicamente um ataque contra o inimigo. Sua arma quebrada foi recuperada e tornou-se um importante símbolo órdico, representando o desafio. Os khadoranos pressionaram e, no ano seguinte, conseguiram a maior vitória com a tomada da cidade portuária de Radahvo, no norte.


    O CERCO DO FORTE-DO-MEIO

    Uma das manobras mais astutas de Velibor foi encontrar uma forma de colocar um conflito interno em seu benefício. Enquanto os trolloides dentro de Cygnar minavam a paz de Woldred, Khador lutava com seus povos tribais, remanescentes de uma era esquecida. Um grande número de tribos bárbaras persistia nas montanhas e florestas congeladas do norte. A última grande aliança dessas tribos foi no final de 304 DR, com a intenção de saquear as terras férteis do interior que tinham sido deixadas sem defesa. Velibor reuniu-se com os líderes tribais e convenceu suas hordas a atacarem o sul, onde os ganhos e a glória seriam maiores.

    Os bárbaros se voltaram contra Ord, sitiando a cidade fortifi cada de Forte-do-Meio. Velibor pretendia usá-los como bucha de canhão para anunciar sua invasão em Ord. Os defensores órdicos foram empurrados para uma longa linha de colinas escarpadas que se estendiam do oeste para o leste de Forte-do-Meio, que se mostrou difícil de ser atacada. Vendo Forte-do-Meio como eixo central das defesas órdicas, Velibor esperava para esmagar a cidade sob a horda e continuar para a capital.

    Forte-do-Meio aguentou a horda durante semanas enquanto seus defensores caíam. O Cerco de Forte-do-Meio se tornaria uma das batalhas mais famosas da história de Immoren ocidental, lembrada pelo heroísmo do capitão Markus Graza, um oficial órdico e devoto morrowano que liderou os defensores após as mortes de seus oficiais superiores. Mesmo antes do seu lendário confronto final, Markus comprovou sua habilidade e dedicação, combatendo números muito superiores. Apesar dos seus esforços, o reforço esperado da capital não chegou, atolados em meio a estradas lamacentas.

    Enquanto a munição de Forte-do-Meio diminuía e seus defensores feridos enfrentavam a exaustão, Markus saiu sozinho da cidade com uma bandeira de trégua. Baseando-se em seu conhecimento das crenças das tribos do norte, Markus ofereceu um desafio ritual para os chefes da horda. Pelos seus termos, Markus foi obrigado a lutar contra todos os quatorze chefes, um de cada vez, uma tarefa aparentemente impossível. Com os bárbaros reunidos e os defensores na muralha observando, o cerco foi suspenso por uma semana enquanto Markus enfrentou dois duelos por dia com os mais poderosos chefes bárbaros. Em meio a esse calvário, Markus obteve vitória após vitória, sofrendo ferimentos graves no quinto e no sexto dia. Sua determinação assustou os chefes restantes. No último dia, até mesmo os bárbaros da horda torceram por Markus contra o seu próprio povo. Na última batalha, Markus buscou suas reservas internas para suportar, invocando a sua fé. A Ascendida Katrena se manifestou no céu quando Markus derrotou o último chefe e desabou.

    A luz da ascensão de Markus para se juntar a Katrena impressionou todos os reunidos, ao mesmo tempo em que o reforço órdico finalmente chegou para avançar sobre a horda. Milhares de bárbaros ficaram tão atordoados que se renderam imediatamente, largando suas armas. Aqueles que lutaram foram varridos do campo e derrotados. O Exército Khadorano estava acampado ao norte dos bárbaros e testemunhou o milagre de Morrow — ao ver que Morrow se levantou contra eles, o alto komandante da tropa ordenou que eles abandonassem o campo. Contra todas as probabilidades, Ord foi vitorioso. As tribos bárbaras do norte nunca mais recuperam a sua força, enquanto Markus se tornou uma figura reverenciada entre os soldados morrowanos.

    Apesar dessa derrota, o Exército Khadorano persistiu nos meses seguintes e as Guerras da Fronteira continuaram por oito longos e sangrentos anos. O Cerco de Forte-do-Meio é visto como um momento decisivo, uma vez que Khador não teve vitórias significativas depois disso e Velibor tornou-se cada vez mais odiado e desprezado. Juliana, a Rainha Donzela, assumiu o trono cygnarano em 308 DR e enviou exércitos em apoio a Ord e a Llael. Cygnar logo estabeleceu uma aliança formal com Llael e soldados e gigantes-de-guerra cygnaranos passaram a ser uma visão comum nas últimas batalhas deste período.

    A Rainha Ayn Vanar V atingiu a maioridade em 307 DR, mas apenas em 313 DR ela percebeu que Velibor e seus assessores militares tinham acabado com o tesouro do reino. Expulsando o ex-lorde regente e seus comparsas, ela colocou um fi m à guerra e negociou a paz. Laedry foi cedida de volta para Llael, mas os khadoranos ficaram com Radavho, à qual deram o nome de Vladovar. Velibor foi exilado e viveu o resto de seus dias como um pária, lembrado por ter desperdiçado uma geração de khadoranos em suas guerras. Embora o custo tenha sido muito alto, Velibor conseguiu ampliar as fronteiras da pátria e seria lembrado com menos severidade em gerações futuras.


    O SÉCULO QUIETO

    O tempo conhecido como o Século Quieto foi uma era de aproximadamente cento e cinquenta anos na qual os reinos prosperaram sem serem arruinados pela guerra aberta. Foi um momento de prosperidade, que também viu a ascensão da classe média, à medida que os ganhos com a industrialização começavam a aparecer.

    Embora o conflito fosse inevitável, a guerra neste período mudou de declarações abertas de hostilidades para batalhas esporádicas de menor escala, enquanto os reinos testavam suas fronteiras e acrescentavam inovações em suas forças armadas. A espionagem e a sabotagem se tornaram a expressão mais comum de hostilidade neste período. O Século Quieto viu um ressurgimento da tradição mercenária que havia prosperado na era das Mil Cidades. Com exércitos relutantes em se envolverem, mas com os governos ainda competindo entre si, se tornou comum que companhias mercenárias fossem contratadas para travar guerras indiretas.

    Este século viu a fundação de várias universidades e academias militares, enquanto os esforços sistemáticos foram feitos para expandir o domínio da mekânica e o treinamento de oficiais militares equipados para a nova face da guerra. Uma série de maravilhas mekânicas foi criada. Em 343 DR, o Magus Julian Montfort criou o primeiro protótipo da armadura de conjurador de guerra. A fundação da Assembleia dos Mekânicos Khadoranos em 393 DR promoveu e incentivou a engenharia naquela nação. Isso acabaria levando a avanços militares, como a armadura blindada e a implementação das primeiras grandes ferrovias. Embora tivessem construção cara e lenta, as linhas ferroviárias começaram a ser implementadas em várias regiões, primeiro para agilizar a mineração, mas posteriormente para uma grande variedade de transportes. Em 436 DR, o Magus cygnarano Ashlan Halstead inventou o relé arcântriko, precursor do nodo de arco moderno, um mecanismo que melhorou as opções táticas para conjuradores de guerra no campo de batalha.

    O mundo acadêmico religioso obteve avanços enquanto os teólogos do Sancteum tentavam reconciliar as crenças das grandes religiões, levando a uma cosmologia coesa. Vários volumes foram impressos descrevendo as memórias daqueles que haviam morrido, mas, em seguida, voltaram à vida por intervenção milagrosa. Isto levou à publicação dos Relatos de Urcaen pelo Exarca Rudyin Goresecha em 320 DR, um registro da geografia da pós-vida que se provou extremamente popular. O Templo Caspiano de Menoth respondeu, quinze anos depois, com Cidade de almas, uma representação vívida da Cidade do Homem, no domínio de Menoth, incitando a humanidade a prestar atenção às palavras do Juiz.

    Como um lembrete da influência penetrante de Thamar em Immoren, a cidade de Mercir quase foi queimada até o chão em 415 DR por Stacia Versh, que havia sido marcada como uma bruxa por exigência da Ordem Fraternal de Magia da cidade. Fugindo da captura, ela declarou guerra à sociedade arcana da cidade e quase a consumiu em um incêndio antes da sua ascensão negra. A luta de Stacia encorajou uma série de arcanistas independentes que atacaram a Ordem, acreditando que eles estavam acumulando injustamente o conhecimento arcano. Espiões caspianos aproveitaram a situação, pagando subornos para incentivar roubos de materiais específicos e, assim, esquemas foram adquiridos para uso próprio. O Arsenal Cygnarano começou a construir os seus próprios córtices de nível militar.


    SEGUNDA GUERRA DE EXPANSÃO

    Tiros de canhão na costa de Ord anunciaram o final do Século Quieto, quando as marinhas de Khador e Ord se enfrentaram em 464 DR. O que começou como uma disputa sobre pirataria logo irrompeu a Segunda Guerra de Expansão, quando o Rei Mikhail Vanar ordenou a invasão de Ord. As batalhas navais desta guerra foram as maiores já realizadas em Immoren ocidental, envolvendo centenas de navios. Voltando-se para seu poder naval, Khador contornou Forte-do-Meio com seu grande exército e desembarcou suas forças para invadir Corbhen.

    Embora Cygnar não fosse aliado de Ord, o Rei Hector Brilhassol II previu o perigo se esse vizinho ficasse comprometido. Ele enviou sua frota norte de Ceryl para perseguir os navios khadoranos, enquanto suas forças terrestres protegiam o Rio Rohannor, impedindo que Khador tomasse Berck, criando um impasse no inverno. Isso funcionou contra os khadoranos, já que eles ficaram sobrecarregados e suas linhas de suprimento a partir de Corbhen permaneceram vulneráveis. Depois de dois anos de luta amarga, o misto de soldados cygnaranos e órdicos rechaçou os homens do norte. Várias companhias mercenárias de lugares distantes como Llael e Caspia se juntaram ao conflito.

    Quando os khadoranos foram forçados de volta a Corbhen no final de 467 DR, Cygnar se retirou. O tesouro órdico foi duramente cobrado pelos mercenários famintos e não podia mais pagar seus salários. A perda dos cygnaranos e dos mercenários prolongou a guerra em mais um ano antes do combalido Exército Órdico libertar Corbhen e uma trégua ser declarada em 468 DR. Os khadoranos perderam a vontade de lutar quando o Rei Mikhail caiu doente e morreu poucas semanas antes do fim da guerra.


    GUERRA CIVIL CYGNARANA

    Em 482 DR, um sacerdote carismático e eloquente chamado Sulon surgiu entre os menitas da cidade oriental. Ele convocou todos os cygnaranos menitas a virem a Caspia e ouvir suas palavras. Este chamado se espalhou rapidamente e dezenas de milhares de menitas se reuniram de todos os cantos do reino. Perante essa massa, Sulon se proclamou hierarca, um título associado com o poder absoluto dos reis-sacerdotes de antigamente, e assumiu o controle de Caspia ao leste do rio, expulsando qualquer um que não fosse da fé. Desconhecendo a natureza das multidões menitas, a guarda da cidade tentou dispersar o público. Isto provocou uma revolta frenética, quando milhares de peregrinos mataram mais de trezentos guardas.

    Este incidente iniciou a Guerra Civil Cygnarana, que durou até 484 DR. Na luta que se seguiu, os menitas devotos quase arrasaram os bairros ribeirinhos, na margem oeste da cidade. O destino da capital de Cygnar parecia pender na balança até Sulon cair em batalha. Sua morte foi um grande golpe para o moral dos menitas e abriu a porta para a paz. A Alta Prelada Shevann, chefe da tesouraria da Igreja de Morrow e uma mulher de reputação perfeita, tomou a dianteira. Agindo como porta-voz do Rei Bolton Grey V, de Cygnar, ela suplicou que o sucessor de Sulon, o Visgodo Ozeall, desse um fi m à violência. Após longas discussões com concessões de ambos os lados, o Protetorado de Menoth foi criado para acabar com o conflito religioso.

    Durante algum tempo, isso funcionou. Os menitas receberam a parte leste de Caspia, que rebatizaram de Sul em homenagem ao Hierarca Sulon, e uma extensão de terra ao leste do Rio Negro. O Protetorado tinha autorização para governar o seu povo sem interferência do trono cygnarano, mas continuaria sendo parte de Cygnar e sujeito à tributação e ao desarmamento. Shevann ascendeu em 500 DR. A paz que ela conseguiu não duraria indefinidamente, mas seu nome ainda é invocado por aqueles que negociam a paz ou fazem contratos de boa fé.


    EXPANSÃO DO PROTETORADO

    Os sul-menitas rapidamente se expandiram para os territórios hostis ao leste do Rio Negro. Essas terras estéreis eram vistas como um desafio de Menoth e sua submissão era um comando divino. Com o tempo, o Protetorado converteria a maioria das tribos idrianas. Um grande terremoto em 504 DR devastou os idrianos e deixou os soldados sul-menitas intactos. Isso foi visto como intervenção divina e causou a conversão de milhares de idrianos à fé menita, trazendo com eles o grande assentamento de Imer, que viria a se tornar a capital do Protetorado.

    Os sul-menitas logo descobriram uma série de recursos até então desconhecidos. Isso incluía diamantes em abundância e depósitos subterrâneos de um óleo infl amável que foi transformado na Fúria de Menoth, um poderoso líquido incendiário. Com o tempo, os sul-menitas também descobriram pedreiras há muito abandonadas, permitindo a construção de grandes templos em Imer. Um dos maiores achados da época foi a redescoberta da Antiga Icthier. Através destes e de outros sinais, os sul-menitas estavam cada vez mais certos da noção que o seu estabelecimento nesta região foi predestinado e facilitaria a restauração da fé de Menoth através de Immoren ocidental.


    PRIMEIRA GUERRA DA FLORESTA DOS ESPINHOS

    Coroado em 489 DR, cinco anos após o fim da guerra civil, o Rei Grigor Malfast de Cygnar levou sua nação a uma era de crescimento não vista desde os dias de Woldred, o Diligente. Gigantes-a-vapor se tornaram predominantes e os outrora esgotados cofres cygnaranos ficaram cheios. Nesta era, o confiável vassalo de Malfast, o Arquiduque Vinter Raelthorne II, foi fundamental.

    O rei khadorano Ruslan Vygor era um homem de temperamento obscuro e raiva latente. Embora não se atrevessem a falar abertamente, os nobres khadoranos o consideravam um louco — Vygor se via como Khardovic renascido. Apesar de ser um menita devotado, sua instabilidade mental fez dele um homem difícil para os sacerdotes khadoranos adotarem. Vygor nutria um ódio por Cygnar e sua prosperidade, e iniciou um plano selvagem de conquista.

    Apesar de sua loucura, o rei Vygor implementou numerosas reformas no exército de Khador, investindo em gigantes-de-guerra e aumentando a abrangência de organizações militares, como os Presas de Ferro, treinados para lutar contra gigantes-de-guerra inimigos. Depois de criar o maior exército visto na idade moderna, no final de 510 DR, Vygor enviou uma parte desta força, incluindo a famosa cavalaria khadorana, para atacar as fronteiras de Llael, sabendo que isso forçaria Rei Malfast a responder. Como previsto, o rei de Cygnar enviou seu principal exército, liderado por Vinter Raelthorne, para o norte. Ao mesmo tempo, Vygor liderou pessoalmente uma força ainda maior de gigantes-de-guerra e toda a infantaria pesada de Khador para a Floresta dos Espinhos, esperando chegar ao sul e tomar territórios cygnaranos sem oposição. Ninguém suspeitou da artimanha de Vygor.

    Os khadoranos cortaram direto através da Floresta dos Espinhos, arrasando um caminho de quinhentos quilômetros de comprimento, que mais tarde seria chamado de “Estrada dos Gigantes”. Se não fosse o trabalho dos batedores de Fellig, que descobriram esta coluna, Cygnar poderia ter sentido o peso total de um exército khadorano por trás de suas fronteiras.

    Soldados rapidamente chamados das vilas e cidades mais próximas encontraram os khadoranos no Língua do Dragão, ao mesmo tempo em que o exército principal foi reconvocado em uma tentativa desesperada de interceptar o avanço khadorano. A Batalha da Língua no início de 511 DR continua sendo um dos confrontos mais sangrentos na história da região, com a maior perda de gigantes-de-guerra em uma única batalha jamais vista. A guerra terminou com a morte de Vygor pela lâmina de Vinter Raelthorne II. Esta guerra curta, mas dispendiosa, deixou uma marca em ambos os reinos, aprofundando ódios antigos e vendo melhorias para suas respectivas forças armadas.



    Elminster Aumar
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    A História Empty Re: A História

    Mensagem por Elminster Aumar Qui maio 05, 2016 8:25 pm




    A ERA MODERNA

    As décadas após a Guerra da Floresta dos Espinhos viram muitas mudanças nos Reinos de Ferro. A industrialização começou a ser adotada na íntegra, com fábricas e linhas ferroviárias dominando a região. Cada um dos reinos era governado por uma dinastia que moldaria o seu surgimento na era moderna.


    OS VANAR DE KHADOR

    A coroa de Khador retornou à dinastia Vanar após a morte de Vygor, para grande alívio das pessoas daquele reino. Nas próximas décadas, Khador passou pela verdadeira mudança quando uma classe mercantil crescente chamada kayazy tornou-se influente ao acumular fortunas e colocar essa riqueza para melhorar a infraestrutura do país. A abolição da escravidão em 549 DR trouxe muitos trabalhadores para as fábricas recém-construídas.

    A amada dinastia Vanar trouxe a modernização para Khador, mantendo o espírito nacional do reino. O Rei Ivad Vanar manteve o trono pelo período sem precedentes de 38 anos, trazendo enorme prosperidade. A coroa passou para sua neta, que havia acabado de nascer quando Ivad morreu. Durante sua menoridade, o grande industrialista Simonyev Blaustavya governou como regente. Ele aceitou não só a responsabilidade de comandar a nação, mas também a de criar a Rainha Ayn Vanar XI, a quem amava como sua própria fi lha. Ivad Vanar e Blaustavya sonhavam em restaurar Khador como um império, e esses sonhos passaram para Ayn.


    OS CATHOR DE ORD

    A transição de Ord para a era moderna viria sob direção da dinastia Cathor, que havia estabelecido a mais longa dinastia naquela nação, apenas ocasionalmente interrompida por seus rivais odiados, os Mateus. Embora geralmente admirados, os Cathor têm sido uma linhagem imprevisível. O Rei Stagier Cathor II pode ter ajudado a trazer um fim rápido para a Guerra da Floresta dos Espinhos, mas era muito paranoico para confiar em seus conselheiros e insistiu que seus exércitos permanecessem neutros. Esta política firme de neutralidade marcou os Cathor na era moderna. Ord aprendeu que sua sobrevivência exigia o cuidado com seus próprios interesses em primeiro lugar.

    O sucessor de Stagier, Rei Merin IV, teve um reinado tranquilo antes de ser assassinado. Seu irmão Fardini tentou tornar a fé menita a religião do estado, mas o seu reinado chegou a um fim rápido com a sua execução quando surgiu a evidência que provava seu envolvimento no assassinato de seu irmão. Ele foi sucedido pelo popular Rei Alvor IV, um político astuto que viu as necessidades dos seus castelões, mas ignorou as massas. Seus filhos mais velhos foram azarados, uma vez que Alvor, o Quinto, foi morto em uma tempestade no mar após apenas três meses de governo, enquanto Brogan ficou no trono por dois meses antes da alvenaria desmoronar e acabar com sua vida.

    Isso levou a coroa órdica para um homem que nunca esperava ser rei: Baird II. Um jogador famoso que sempre estava em má companhia, muitos pensaram que Baird traria a ruína para sua nação. No entanto, o Rei Baird II provou ser um rei tão astuto e sábio quanto qualquer outro que já se sentou no trono órdico, estabelecendo uma extensa rede de espionagem e tomando medidas para trazer impostos justos para as massas, passando esse encargo para os castelões mais ricos. Amado pelo povo, embora odiado por alguns de seus nobres amargurados, Baird gostava de permitir que outros o subestimassem enquanto se mostrava peritos em jogos de política. Assim como seus antecessores, Baird manteve a neutralidade da Ord mesmo em meio a guerras terríveis — ele apenas usou ocasionalmente a marinha de seu país contra intrusos cryxianos enquanto manteve seu exército para defender suas fronteiras. Baird começou a modernizar Ord, mas foi limitado pela escassez de recursos da nação.


    OS MARTYN DE LLAEL

    Llael teve menos sorte com seus soberanos, com uma linhagem de reis fracos e ineficazes que contribuíram para uma corte focada em intrigas mesquinhas. A família Martyn, que ocupou o trono de Llael desde 396 DR, não produziu grandes líderes. Artys di la Martyn V, que governou durante a Guerra da Floresta dos Espinhos, foi um fantoche do Conselho de Nobres. Artys VI tentou exercer seu poder, mas só conseguiu enfurecer um de seus arquiduques, que o estrangulou na corte. Embora Artys VII fosse um estudioso e um intelectual, ele se mostrou mais ser mais focado na escrita do que no governo do seu país.

    O último rei de Llael foi Rynnard, o Fértil, que governou por mais de trinta anos e se mostrou popular e carismático, embora não tenha feito reformas significativas. Famoso por sua virilidade após ser pai de dezesseis filhos conhecidos com várias mulheres, isso não preservou sua dinastia depois de sua morte por velhice. Os nobres llaeleses entram em uma briga metódica e uma série de assassinatos resultou na morte de todos os herdeiros de Rynnard. O Arquiduque de Southryne, Primeiro Ministro Deyar Glabryn, assumiu o controle em meio a este caos e se tornou governante do reino na ausência de qualquer realeza legítima. Embora astuto e implacável, acredita-se que Glabryn tenha desempenhado um papel fundamental na queda iminente de sua nação.


    HIERARCAS DO PROTETORADO

    Apesar do Protetorado não ter dinastias propriamente ditas, ele entrou na era moderna sob a direção firme de vários hierarcas visionários, e cada um deles levou a nação em direção a um papel maior nos assuntos da região. Após o Protetorado recuperar Icthier durante o reinado de Hierarca Turgis e suas fronteiras serem amplamente expandidas, os seus sucessores começaram a armar secretamente a teocracia, apesar das proibições contra tais medidas impostas por Cygnar. O Hierarca Kilgor Ravonal pregou uma doutrina de emancipação e trabalhou para expandir os Cavaleiros Exemplares e o Templo da Guarda Flamejante, transformando-os em elementos de um exército moderno.

    Este trabalho foi acelerado pelo Hierarca Garrick Voyle, que expandiu a produção de gigantes-de-guerra e implementou os Vassalos de Menoth como um meio para o Protetorado elaborar seus próprios córtices, começando pelo sequestro de arcanistas de outros reinos. Voyle prometeu tornar o Protetorado um reino independente e teria sua chance de colocar seus exércitos em teste com o início da Grande Cruzada. Estas batalhas causaram a sua própria morte nas ruas de Caspia e a ascensão de seu sucessor, o Hierarca Severius, que continuou as cruzadas.


    OS RAELTHORNE DE CYGNAR

    Em Cygnar, poucos anos após a Guerra da Floresta dos Espinhos, o Rei Malfast caiu doente. Em seu leito de morte, por meio do Acordo de Woldred, entregou sua coroa a Vinter Raelthorne II. Em 515 DR, Vinter II inaugurou a dinastia Raelthorne, que governa Cygnar até hoje. Vinter governou com a mesma prudência que havia adotado na gestão de Malfast. Em 539 DR, a coroa passou para o seu filho, Vinter Raelthorne III, que encheu os cofres do reino por meio de impostos pesados para reforçar a marinha e proteger as rotas marítimas ocidentais dos piratas. Embora impopular, Vinter III governou com mão firme e fortaleceu o reino.

    Vinter III teve dois filhos: seu herdeiro, também chamado Vinter, e Leto. Quando Vinter III morreu de forma repentina e suspeita em 576 DR, o reino fi cou para seu filho mais velho, Vinter IV. Vinter IV mostrou-se paranoico e tirânico. Sua paranoia deu origem à Inquisição Cygnarana, quando ele transformou a rede de espiões de seu pai em um sistema impiedoso de juízes e carrascos. Com ela, Vinter governou através do terror e do assassinato.

    O reinado de Vinter foi marcado pelo aumento da atividade cryxiana, enquanto Cygnar era atingido por ataques costeiros conhecidos como as Invasões Scharde. De 584 a 588 DR, os navios negros surgiram das brumas para enviar invasores gananciosos a vilas e cidades desavisadas. Túmulos foram violados e soldados mortos foram arrastados para alimentar as indústrias do Império dos Pesadelos. Os contra-ataques resultaram na perda de um grande número de navios e suas tripulações, mas tanto o rei Vinter IV quanto o Príncipe Leto lideraram os exércitos nesta guerra, comprovando seu compromisso com a defesa da nação. Os cryxianos acabaram sendo expulsos da costa cygnarana.

    Apesar desses atos heroicos terem feito o povo aceitar mais as medidas extremas do Rei Vinter IV, anos de tratamento brutal lembraram que ele era um tirano. O Príncipe Leto se sentiu impelido a agir e, com a ajuda da Igreja Morrowana, derrubou seu irmão durante o Golpe do Leão de 594 DR. Antes que Rei Leto pudesse levar o seu irmão a um julgamento, o Velho fugiu, usando a rainha de Leto como refém para tomar uma aeronave experimental no topo do palácio. Ele saiu do alcance de seus perseguidores, mas caiu perante os caprichos do vento e foi para o leste, sobre as áridas Planícies da Pedra Sangrenta.

    A Assembleia Real realizou um julgamento à revelia para Vinter IV que tirou os seus poderes por causa de seus crimes comprovados e alianças sombrias. Leto Raelthorne se mostrou fiel à sua palavra após o golpe, abolindo a Inquisição e restaurando a nação. A próxima década foi vista como uma época de ouro, com invenções e prosperidade sem precedentes como marcas de um governo justo e igualitário. Mas ele não foi o único soberano trabalhando para fortalecer sua nação e os planos e ambições de outras potências rivais logo assolariam este país em vários lados.


    A GUERRA LLAELESA

    Sem aviso, Khador concentrou todas as suas forças e lançou uma invasão contra Llael no último mês de 604 DR. Este ataque foi planejado e executado pelo Alto Komandante Gurvaldt Irusk, o maior gênio militar da Terra-Mãe. Irusk havia determinado que a chave para a vitória era obter uma vantagem esmagadora antes que Cygnar pudesse marchar seus exércitos para ajudar seu aliado de longa data. O ataque no inverno foi planejado, sabendo que os soldados khadoranos estavam melhor preparados para lutar nesta estação do que os seus inimigos. O primeiro ministro de Llael colaborou traindo sua nação nos meses que antecederam a invasão, minando o Exército Llaelês e entregando informações para os khadoranos. A fronteira ocidental foi invadida em dias e o Exército Khadorano marchou para o interior.

    Cygnar correu em defesa de seu aliado e foi pego em uma série de batalhas cada vez mais desesperadas no campo llaelês. Uma série brutal de batalhas ocorreu no norte da cidade de Dois Rios, que se gabava de ter as pontes principais sobre o Rio Negro. Khador saiu vitorioso e usou esta cidade como uma demonstração para quebrar a vontade da resistência llaelesa nas regiões orientais. Dois Rios foi arrasada e ceifadores da ruína sanguinários foram soltos contra a população sobrevivente. Isto desmoralizou o exército da Ordem do Crisol Dourado que protegia a cidade fortificada de Leryn, cujos líderes abriram as suas portas e se renderam.

    As últimas e mais intensas batalhas da guerra ocorreram em defesa da capital llaelesa, Merywyn. Ao ouvir sobre as forças khadoranas na Floresta dos Espinhos, Cygnar retirou seus exércitos para defender sua fronteira e logo depois a capital caiu. A guerra durou menos de seis meses antes de nobres de Llael se renderem. Com as terras de Llael em seu poder, e suas fábricas sendo usadas para apoiar o esforço de guerra khadorano, Ayn Vanar se proclamou imperatriz e anunciou o alvorecer do Império Khadorano.


    A GUERRA CASPIA-SUL E AS GRANDES CRUZADAS

    A época da Guerra Llaelesa foi difícil para Cygnar. As relações com o Protetorado de Menoth pioraram e tornou-se evidente que os sul-menitas estavam violando seus acordos de desarmamento. O Rei Leto estava debatendo medidas para impor o cumprimento quando a guerra no norte iniciou. O Hierarca Garrick Voyle aproveitou a distração para invocar uma cruzada contra os inimigos da fé. Isso coincidiu com a chegada da Precursora de Menoth a Imer, uma mensageira santa que falou sobre a vontade de Menoth. Não apenas essa mulher e seus milagres revitalizaram a fé menita, mas os rumores da sua chegada resultaram em milhares de menitas de outros reinos desistindo de suas lealdades antigas para se juntarem ao Protetorado.

    A guerra rapidamente surgiu entre Caspia e Sul, com ataques também ocorrendo no interior de Cygnar enquanto as forças menitas sorrateiramente passavam pelas patrulhas de fronteira para realizar atos de sabotagem. Cygnar foi obrigado a dividir suas forças entre a defesa da sua capital e a guerra no norte e, ao mesmo tempo, preservar regimentos ao longo de sua costa ocidental contra a ameaça de Cryx. De fato, logo se tornou evidente que Cryx havia se infi ltrado no continente com maior força do que havia se imaginado. Por fim, o mestre espião de Cygnar concluiu que as Invasões Scharde haviam sido usadas como uma distração complexa para as forças terrestres ocultas.

    Com o tumulto no sul piorando constantemente, o Rei Leto consentiu em isolar os cidadãos cygnaranos da fé menita, temendo que eles cometessem traição. Ao mesmo tempo, em resposta ao cerco fracassado do Protetorado em Caspia, o Exército Cygnarano iniciou uma invasão de Sul. As muralhas de Sul foram violadas e as forças cygnaranas entraram na cidade. O fervor religioso deu aos defensores suleses uma fortitude desesperada e levou a um ano de combates nas ruas. Com o exército de Cygnar incapaz de chegar a uma vitória rápida, os menitas se reagruparam e rechaçaram os cygnaranos. Liderados pelo Hierarca Voyle, Caspia foi, por sua vez, invadida pelos sul-menitas. O Rei Leto se juntou pessoalmente à defesa, mas quase foi morto na batalha com o Hierarca Voyle. Foi somente quando os menitas estavam às portas do Castelo Raelthorne que a maré virou. Como Sulon na Guerra Civil, o Hierarca Voyle foi derrotado. Esta vitória chegou somente após Voyle ter feito um caminho enorme de destruição através da antiga capital.

    Enquanto a luta estava acontecendo nas ruas de Caspia e Sul, outras forças do Protetorado estavam em marcha. O Grande Perscrutador Severius havia levado a Cruzada do Norte até as profundezas da Floresta dos Espinhos. A Precursora de Menoth se juntou a ele, na esperança de finalmente entregar a mensagem de Menoth aos menitas de Khador. Em uma campanha ousada, esta cruzada destruiu a cidade cygnarana de Arroio do Pescador, obliterando um mosteiro morrowano importante fora de Fellig, e ajudou a frustrar o Lorde Lich cryxiano Asphyxious que havia tomado o controle de um antigo templo orgoth enterrado na Floresta dos Espinhos. Sem parar, Severius levou a Cruzada do Norte até Llael Ocupado e usou manifestações sagradas para tomar a cidade de Leryn como uma fortaleza no norte para o sul-menitas. Após a morte de Voyle, Severius foi escolhido como o novo hierarca para liderar sua nação na Grande Cruzada.


    QUEDA DE GUARDA NORTE

    Embora Cygnar acabasse mantendo sua capital e chegasse a um frágil cessar-fogo com Sul, ele se saiu pior no norte. Durante meses, Cygnar e Khador entraram em um atrito cansativo em uma terra de ninguém cheia de trincheiras, crateras e arame farpado. Khador tentou duas vezes esmagar os defensores cygnaranos. Apesar do primeiro ataque total em Guarda Norte no final de 606 DR ter sido um fracasso dispendioso, Khador se mostrou mais rápida em recuperar os seus prejuízos. Enquanto Cygnar lutava para reforçar Guarda Norte, um segundo ataque foi lançado em 607 DR e, desta vez, conseguiu derrubar a fortaleza. O exército do norte de Cygnar resistiu ao combate durante a retirada através de uma floresta cheia de cryxianos para se reagrupar junto ao Rio Língua do Dragão. Khador tomou a Floresta dos Espinhos, mas descobriu que ela estava repleta de mortos-vivos cryxianos, contribuindo para dificuldades de linha de abastecimento.

    Embora Khador tenha sido vitorioso na guerra, sofreu ameaças de outras partes. No início de 606 DR, uma frota cryxiana navegou para o norte e atacou Porto Vladovar, causando danos graves nesta cidade portuária e na força naval de Khador. Além disso, a catástrofe nas Espiras Estilhaçadas que destruiu o povo nyss afetou Khador. Há rumores de crias dracônicas e nyss flagelados aterrorizando as comunidades nas montanhas do norte. Os refugiados nyss fugiram para qualquer lugar que pudessem encontrar, particularmente na capital khadorana de Korsk.

    Este é o estado das coisas em Immoren ocidental no presente, o ano de 608 DR. A luta entre Khador e Cygnar ficou estagnada, mas cada um dos lados está se armando ao longo do Rio Língua do Dragão. As batalhas entre Cygnar e o Protetorado entraram em uma fase velada, mas cada lado continua a juntar seus soldados. Além disso, os kriels trolloides estão agitados e prontos para a batalha após as invasões das suas terras e, ao longo das costas, a ameaça de Cryx cresce cada vez mais. É um momento preocupante para todas as nações dos Reinos de Ferro.



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