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    Prólogo - A Outra

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    Mensagem por Shady Dope Sex Jan 06, 2017 12:31 am



    A OUTRA

    Apartamento de Isabelle, New York.
    13 de Fevereiro de 1998.

    Uma rara chuva despencava na Grande Maçã na noite de sexta-feira, Isabelle podia observar as gotas escorrendo pelo vidro da fachada de seu apartamento, e ao fundo, bem discreto e distante, a alta torre do Empire State Building com sua iluminação branca, muito diferente da que provavelmente teria no dia seguinte. Já era tradição iluminar a torre de rosa no dia dos namorados, 14 de fevereiro. Apesar dos comerciais insistirem em lembrar Isabelle aquela data, sua rotina a fazia esquecer logo em seguida, e aquela era a última semana de Dona Teresa em New York, em dois dias – no domingo – já voltaria para Suíça, onde habitava atualmente.

    O barulho da tranca da porta do apartamento avisava que Dona Teresa tinha chegado. A senhora adentra a porta com alguns sacos de mercado em mãos e a fecha com as costas logo em seguida. – Meu deus, que frio está lá fora! – Exclamou com a voz rouca e respiração ofegante. – Trouxe algumas coisinhas para fazer o jantar. Vou preparar um Vatapá, um Vatapá nova-iorquino, por quê falta ingrediente para fazer um baiano. – Dona Teresa já estava totalmente ambientada com a cidade, o que refletia e muito com uma de suas características, ser bastante adaptável, não atoa morava na Suiça considerando a região quente de sua origem no Brasil.

    Dona Teresa não enrolou, colocou os sacos cheios de ingredientes em cima da bancada da cozinha e começou a abastecer a geladeira de Isabelle. Em pouco tempo tudo já havia sido guardado, era apenas o início da noite e Isabelle havia acabado de sair do banho. Durante aquela sexta-feira à noite e o fim de semana a agenda de Isabelle estava livre, uma folga planejada justamente para os últimos dias de Dona Teresa na cidade, mas não contava que o dia dos namorados fosse cair bem no meio de tudo aquilo, era só o segundo ano que convivia com aquele tipo de cultura, e ainda sentia-se novata com aquela data comemorativa que era tão valorizada na América.

    Isabelle podia imaginar que em breve Brandon e Isis poderiam entrar em contato com ela, e se lembra que não havia comprado presente para nenhum dos dois, e também não havia combinado nada com ambos. Dona Teresa liga a TV da sala com o controle que estava em cima da bancada da cozinha. A sala de estar, jantar e cozinha fazia parte do mesmo ambiente, um cômodo bem espaçoso, mas econômico em divisória, o que deixava o ambiente aparentemente ainda mais espaçoso. Na TV, terminava a transmissão de um jogo da NBA, o time da cidade, New York Knicks havia derrotado o Orlando Magic por 99 a 83, um jornalista fazia a entrevista pós-jogo com o técnico do time da cidade, mas Dona Teresa não esperou mais que isso para mudar de canal. - “O dia dos namorados vai ser ainda mais frio, a chuva deve parar perto das onze horas da noite de hoje e amanhã New York deve amanhecer com neve.” – Informava a meteorologista do programa de notícias do canal que Dona Teresa havia colocado.

    Um barulho interrompe a atenção de Isabelle e Dona Teresa no noticiário. A campainha do apartamento toca uma primeira vez. – Está esperando alguém querida? – Quando Dona Teresa acaba de perguntar, a campainha toca uma segunda vez. Havia dois tipos de campainha o apartamento de Isabelle, e aquele era a campainha da porta, observar pelo olho mágico na porta poderia identificar quem estava ali. Mas, antes de Isabelle atender quem quer que fosse ou visualizar pelo olho mágico, o telefone toca. Dona Teresa observava Isabelle enquanto esperava por alguma ordem. Alguém esperava na porta enquanto outro alguém esperava na linha do telefone.
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    Mensagem por Brujah Girl Sex Jan 06, 2017 7:31 pm

    Isabelle saíra do banho e seguira direto para a cozinha, onde preparou um chá de frutos vermelhos e por alguns instantes, enquanto aguardava o tempo para que a infusão estivesse bem apurada, ficou olhando pela janela a cidade que nunca parava. A chuva dava o tom da noite que se iniciava, mas felizmente, naquela noite, aquilo não seria um problema para ela. Tinha uma sexta-feira de folga e sem qualquer outro tipo de compromisso marcado e aquilo sim era algo raro.

    O Empire State Building, ainda que distante, faz com que ela se lembre que o próximo dia seria o Valentine’s Day e apesar de não ser uma data que tivesse grande importância para ela, ao menos, não dentro do que se recordasse, seria apropriado oferecer algo para Brandon e Isis que ao longo do último ano foram seus...

    “Namorados...”

    O som da porta sendo aberta tirou a atenção de Isabelle daqueles pensamentos e fez com que ela olhasse na direção da porta a tempo de ver sua “mãe” chegando. Isabelle se apressou em auxiliar dona Teresa com os sacos de compras, tornando a tarefa mais simples para aquela baiana que anos atrás cruzara seu caminho e que hoje era o que mais próximo de “mãe” ela tinha. Nos últimos meses, a presença de dona Teresa em sua rotina fora algo que fizera-lhe imenso bem, e só de pensar que dentro de alguns dias sua “mãe” retornaria para a Suíça, já causava-lhe saudades. Mas não era momento de antecipar tristezas, de forma que ela responde com entusiasmo ao ouvir a palavra vatapá:

    – Vatapá, “mãe”? Mas que delícia! Capriche no amendoim que eu adoro! Será que não podemos aproveitar e fazer uns acarajés? Sei que dá trabalho, mas para mim não há melhor combinação para o vatapá do que dentro de um acarajé! Lógico, mais pro “frio” do que pro “quente”, a senhora sabe que sou sensível à pimenta!


    Isabelle sorri de forma descontraída. Aquele tipo de culinária ela só conheceu com Dona Teresa. Era bem verdade que não gostava de todos os pratos, mas não resistia a um acarajé caprichado no vatapá. Aliás, quase tudo que dona Teresa cozinhava era uma delícia e elas já tinham combinado que no próximo encontro, as duas fariam uma viagem juntas. Dona Teresa iria levar Isabelle para conhecer a Bahia e outros estados do nordeste brasileiro, que, pelo que a mãe de santo dizia, era lindíssimo.

    A tv é ligada por sua “mãe” que logo muda de canal e elas podem ouvir a previsão do tempo que alertava para uma dose extra de frio e neve para o dia seguinte. Neve era bonito apenas no cartão postal, na vida real era uma droga, só servia para acumular sujeira e causar transtornos na “vida não cartão postal” da maioria das pessoas que precisavam ir e vir para sobreviver. Isabelle ia comentar algo com dona Teresa quando ouvem a campainha de sua porta tocando.

    “O porteiro deixou alguém subir sem avisar?! Será que é o Brandon ou a Isis?”


    Esperava que realmente fosse algum dos dois, pois não gostava de ter alguém na porta sem ter permitido isso antes. Ela se preparava para seguir até a porta quando, curiosamente, o telefone também começa a tocar. Ela repara no olhar de dona Teresa que estava pronta para fazer o que ela pedisse, ao que Isabelle diz-lhe:

    – Não se preocupe mãe, eu cuido de tudo.


    Como o telefone era caminho até a porta, ela atenderia o aparelho primeiramente e dependendo de quem fosse, pediria para esperar um instante e então seguiria até a porta e antes de qualquer outra coisa, olharia pelo olho mágico para ver quem era que estava na sua porta.
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    Mensagem por Shady Dope Sex Jan 06, 2017 9:29 pm

    Dona Teresa levantou uma de suas sobrancelhas e colocou o dedo indicador próximo da bochecha, ficou poucos segundos refletindo algo antes de responder o pedido de Isabelle. - É... Acho que da pra fazer uns Acarajés. - Terminou sorrindo para Isabelle enquanto voltou a cuidar de alguns ingredientes armazenados no balcão embutido da cozinha.
    ___________

    Isabelle afirmou atender o telefone e a porta, deixando que Dona Teresa voltasse a se concentrar apenas na cozinha, visto que ainda estava se organizando para iniciar a preparação do jantar. Caminhou com pressa até o telefone, o aparelho estava próximo a porta e ao lado da poltrona, em uma mesa de canto que servia para depositar qualquer coisa pequena que Isabelle usava com certa frequência. Como Isabelle normalmente não passava muito tempo em casa, o não havia investido muito em seu telefone fixo, era um modelo simples e sem identificador de chamadas, a maioria das ligações que recebiam era de telemarketing, esses eram como uma praga e não desligavam até venderem o produto em questão ou as pessoas perdessem a paciência e desligassem na cara do vendedor. Mas não era o caso aqui, Isabelle atendeu e ouviu uma voz bastante conhecida. - Belle? Sou eu, Brandon... Tem um momento? Tenho algo para você. - O tom de voz de Brandon era apressado, podia-se ouvir barulho de carros, buzinas e pessoas, o ruído comum de New York, com isso podia concluir que Brandon estava na rua, falando de um telefone público ou de seu celular.

    A porta estava a poucos passos do telefone, então Isabelle caminhou até ela antes de responder Brandon e enquanto ele ainda falava no telefone. Observando pelo olho mágico, Isabelle pôde perceber a figura de uma mulher de cabelos ondulados e castanhos, usava um batom de cor leve que contrastava com a moda novaiorquina no inverno, estava com uma goma de mascar na boca e a todo instante olhava para trás no corredor. Era Isis. Na mão esquerda ela carregava um jornal enrolado, enquanto a outra enrolava os cabelos, uma mania que Isabelle já conhecia e que indicava quando Isis estava nervosa. A empresária demonstrou que não estava calma quando apertou a campainha outra vez, e novamente em seguida, voltando a atenção para o final do corredor.

    - Belle? - Brandon voltou a falar no telefone, como quem tivesse escutado a campainha do apartamento de Isabelle.
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    Mensagem por Brujah Girl Sáb Jan 07, 2017 9:10 am

    A voz de Brandon é ouvida do outro lado da linha e ele parecia apressado. Talvez estivesse caminhando enquanto falava com ela e o “Tenho algo para você.” faz com que ela pense que poderia se tratar de alguma investigação, mas antes de chegar a responder ela olha pelo olho mágico e vê que era Ísis quem estava do outro lado da porta.

    “Foi só pensar em namorados que os dois resolveram surgir ao mesmo tempo...”

    O terceiro toque na campainha e a forma que Ísis olhava várias vezes para o corredor era estranho, ela então responde rapidamente para Brandon:

    – Hi dear! Sim, claro que sim. Deixa só atender a porta. Um instante.

    Ela então cobre o microfone do telefone com a mão, para abafar o som que Brandon ouviria e abre a porta rapidamente. Tinha um sorriso de surpresa no rosto, enquanto cumprimentava Ísis, convidando-a a entrar:

    – Hey! Que surpresa! Entre!

    Tudo bem que a realidade daquele triângulo amoroso era um fato conhecido e acordado entre todos os envolvidos, mas achou melhor que Brandon não ouvisse a voz de Ísis. Podia ser bobagem, mas agiu dessa forma instintivamente.

    Antes de fechar a porta, Isabelle pretendia olhar para o corredor na direção que Ísis tanto olhava para ver se o motivo da pressa dela estava ali.

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    Mensagem por Shady Dope Dom Jan 08, 2017 3:42 am

    Isabelle tirou o telefone do ouvido antes de Brandon responder qualquer coisa, atendendo Isis sem enrolar por mais tempo. Antes que Isabelle terminasse de convidá-la a entrar, Isis adentra o apartamento desastrada, esbarrando no ombro de Isabelle que quase deixou o telefone cair. Dona Teresa fitou a mulher de forma desconfiada, e vagarosamente se abaixou novamente atrás do balcão, mexendo nos ingredientes que tirava dali. Isabelle voltou seu olhar para o corredor, estranhava o comportamento de sua namorada, que sequer respondeu qualquer coisa. No final do corredor não havia absolutamente nada além da porta do outro apartamento, estava vazio, ainda deu tempo de perceber a porta do elevador fechando no meio do caminho entre os dois apartamentos, provavelmente por alguém ter solicitado o serviço.

    O apartamento de Isabelle ficava nos últimos andares do edifício, e cada andar era ocupado por dois apartamentos grandes para os padrões da cidade. Isabelle fechou a porta atrás de si, Isis já estava no outro lado da sala de estar, de frente para a fachada de vidro com uma das mãos na cintura, a outra ainda segurava o jornal enrolado. - Sua vizinha... Ela é louca. - Foram as primeiras palavras que Isis pronunciou. Dona Teresa se levantou de trás do balcão, como quem esperasse alguma confusão. O estranho daquele comentário era que o outro apartamento de frente para o de Isabelle estava vazio fazia semanas, então as outras opções que sobravam era Dona Ingrid do 311, no andar de cima, e Meredith Barkley do 292, no andar de baixo, a filha da Srta. Barkley também poderia ser uma opção, mas a garota tinha apenas quatro anos.

    Brandon ainda esperava na linha, Isabelle podia ouvir ruídos saindo pelo telefone. O detetive estava mesmo em meio a uma bagunça. Isis balançava a cabeça negativamente enquanto ainda encarava a fachada de vidro, mas dispersa sua mente do quê é que estivesse pensando. Ela vira-se para Isabelle e arremessa o jornal em cima da poltrona. O título da capa ficava sempre em destaque e com uma fonte exagerada, então Isabelle pode ler com facilidade mesmo a distância. "Pseudociência Forense da NYPD falha - Novas evidências apontam erro de paranormal". O título tinha tom de deboche, e Isabelle sabia que aquilo tinha relação com seu auxílio à NYPD. Talvez fosse disso que Brandon queria tratar.
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    Mensagem por Brujah Girl Dom Jan 08, 2017 10:20 am


    “Mas o quê...?”

    Isabelle arqueia as duas sobrancelhas, após o esbarrão de Ísis que parecia ter perdido os bons modos e entrava no apartamento como se estivesse fugindo de alguma assombração. O telefone sem fios quase escapou das mãos com o inesperado impacto e Isabelle logo tratou de ver o que se passava do lado de fora. Não havia ninguém, mas a porta do elevador se fechava, deixando no ar a possibilidade de alguém ter acabado de entrar antes que ela pudesse ver.

    Bastante intrigada com a postura da namorada, Isabelle tranca a porta do apartamento e volta sua atenção para Ísis, que já estava do outro lado da sala, junto a ampla janela de vidro. As primeiras palavras de Ísis não faziam sentido e Isabelle tentava processar o que ela dizia. Isabelle sabia que atualmente era a única moradora daquele andar e que só tinha vizinhos nos outros andares. Será que algo tinha acontecido no elevador?

    – Calma, se acalma! O que foi que aconteceu?!

    É então que os sons do telefone fazem ela se lembrar que Brandon aguardava, mas no momento em que levava o aparelho de volta ao ouvido, Ísis joga o jornal para o sofá e apesar da distância, a headline era perfeitamente visível e Isabelle não precisava ser vidente para saber que dali não vinha coisa boa. Talvez fosse essa a razão do comportamento incomum de Ísis. Imediatamente ela diz para a namorada, em um tom que agora denotava um certo nervosismo:

    – Ah, não! Really??? Era só o que me faltava! Espera!

    Provavelmente era sobre isso que Brandon queria falar e ela volta a falar com ele enquanto se dirigia até o sofá para começar a ler o jornal:

    – Brandon, o que tá acontencendo? É sobre o jornal? Vou começar a ler agora!

    Solta um suspiro tenso ao fim da última frase. Já não tinha gostado de ir parar nos jornais quando teve sucesso nos casos anteriores e muito provavelmente não iria gostar do conteúdo daquela notícia. Havia se envolvido com esse tipo de trabalho apenas para ajudar Brandon, não tinha interesse em fama ou algo do gênero, mas acima de tudo, sabia que não havia “enganação” no que fazia, era um trabalho sério com muito pouco espaço para erros.

    Ela senta-se e seus olhos começam a percorrer as primeiras palavras da notícia. Queria saber logo de qual caso estavam falando e que novas evidências eram essas. Certamente sua noite de folga seria mais trabalhosa do que se estivesse trabalhando.
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    Mensagem por Shady Dope Ter Jan 10, 2017 3:33 am

    Isis respira fundo após o pedido para se acalmar, os pulmões expandia a medida que inspirava, e logo após Isis expirou repetindo um exercício que Isabelle conhecia muito bem. - Okay... Tá bom... - A empresária gesticulou aleatoriamente com o braço que acabara de deixar o jornal sobre a poltrona, ainda estava nitidamente nervosa. - Sua vizinha, quando eu saí do elevador, ela esperava na porta... Eu esperei ela sair para deixar eu passar, mas ficou apenas me encarando... Então eu pedi licença... Ela respondeu:- "Fique longe de Angeline!"... Perguntei quem era Angeline, mas ela não respondeu... Ficou me encarando com um olhar intimidador... Eu me encolhi e passei pelo lado dela, quando eu saí ela entrou no elevador e repetiu a mesma coisa, mas a voz... - Isis colocou a mão sobre a boca, como se estivesse entrando em choque enquanto relatava. - Eu não me dei conta na hora, só me assustei e corri pra cá, mas a voz dela ficou distorcida e ficou presa na minha cabeça de uma forma que não consigo explicar... E eu senti ela me encarando pelas costas como quem quisesse me fazer algum mal. - Dona Teresa continuava com a sobrancelha levantada em curiosidade e de certa forma assustada por Isis, que parecia ter terminado de relatar o quê ocorrera. Apesar da empresária não fazer ideia do quê se tratava, Isabelle tinha uma forte impressão que Angeline era sua pessoa.

    - Eu deveria processar essa vadia. - Isis apontava para a parede em direção ao apartamento vizinho, Isabelle nota o tom de fúria na voz de sua namorada. Mas era provável que após se acalmar de maneira definitiva mudaria de ideia. Já tinha muitos processos para tratar de seus estabelecimentos, não iria levar adiante uma ameaça pessoal como aquela, pelo menos não se continuasse sem saber que Angeline na verdade poderia ser Isabelle. - Ah, e tem mais isso aí. - O olhar de Isis se direciona a capa do jornal. Nessa altura Isabelle já havia lido a manchete do jornal, aquele dia que tinha tudo para ser tranquilo havia se tornado muito mais conturbado do quê poderia imaginar. Dona Teresa cruzou a sala de estar com um copo de água em mãos, entregando-o para Isis, que agradece a atenção da mãe de Isabelle.

    Isabelle colocou o telefone no ouvido outra vez ao mesmo tempo que questionava Brandon. - Eh... Hm... Pois é... Eu esperava contar para você pessoalmente hoje a noite. Algumas pessoas... Como posso dizer... Algumas pessoas realmente poderosas não estão gostando de ver a polícia da maior cidade do país se envolvendo com misticismo. - Brandon parecia se sentir envergonhado de alguma forma, provavelmente por ter colocado Isabelle naquela situação mesmo que indiretamente. - As informações no jornal são falsas, nada mudou no caso... Malditos tablóides... - Resmungou Brandon no telefone. - O capitão foi informado que essa notícia seria capa do jornal de amanhã e repassou a informação pra mim, mas parece que resolveram adiantar... Pelo menos não citaram seu nome, apenas criticam de forma bem incisiva o uso desse tipo de conhecimento na NYPD... Há uma ordem direta ao departamento para se ater apenas a evidências factíveis, concretas e com teorias que se sustentem em seus argumentos... Com outras palavras, estão desconsiderando auxilio paranormal... Não posso juga-los por isso, muita gente não acredita nessas coisas. - Isabelle lia a notícia enquanto conversava com Brandon. Segundo o quê a notícia relatava, alguém havia testemunhado durante a manhã de ontem sobre a presença de uma mulher na cena do crime e o surgimento de um álibi para o principal suspeito, as armas do crime encontradas na casa do suspeito teriam sido provas plantadas e ainda insinuam um caso de corrupção dentro da NYPD. A notícia mais parecia uma tentativa de enterrar o envolvimento de paranormalidade em um caso da NYPD com um monte de sujeira, mas de certa forma aquilo poderia ser algo bom para Isabelle, já que não lhe agradava os holofotes que àquilo tinha gerado a ela.

    - Mas pra falar a verdade, eu prefiro as coisas como elas estão agora. Você estava chamando muita atenção aqui no departamento, e eu já tenho que te dividir com Isis, já estava ficando de saco cheio de ter que dividir a atenção com todo o resto... Não me importo de você continuar sendo minha auxiliar particular, isso deixa as coisas bem mais interessantes pra mim. - Brandon falava com um tom provocativo, como quem estivesse tentando seduzir Isabelle pelo telefone, aquilo fazia algum sentido e tranquilizava um pouco Isabelle, que se quisesse continuaria auxiliando a NYPD indiretamente através de Brandon, seu namorado. - Eu estou passando na frente de uma loja de conveniência e penso em passar aí daqui a pouco, quer que eu leve algo? - Brandon espera a resposta de Isabelle, seus olhos viajaram pela sala de estar e não encontraram mais Isis por ali, talvez tivesse ido ao banheiro enquanto Isabelle lia o jornal. Dona Teresa já estava com todos os ingredientes separados em cima do balcão, já iniciava a preparação do Acarajé que havia combinado com Isabelle.
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    Mensagem por Brujah Girl Ter Jan 10, 2017 9:56 pm


    Ouvir o nome Angeline saindo da boca de Ísis é algo que surpreende Isabelle que se estivesse tomando seu chá que havia ficado esquecido em cima do balcão da cozinha, teria se engasgado com ele no exato instante em que ouviu “Angeline”.

    “What a fuck! Será que eu estou em meio a um pesadelo e vou acordar daqui a pouco?!”

    Isabelle lança um olhar na direção de dona Teresa, e preferindo evitar qualquer comentário sobre aquilo agora, fala com Brandon, que esclarece-lhe sobre o que se passava enquanto ela mesma ia lendo a matéria do jornal. Sinceramente depois de ter ouvido aquela “bomba” que Ísis soltou, ela nem sabia mais se a reportagem tinha mais alguma importância para ela. Não, naquele momento não tinha. Não era orgulhosa e se a NYPD iria afastá-la porque seu “dom” estava incomodando alguns céticos ou, de repente, pessoas da própria corporação que queriam evitar que certos crimes fossem resolvidos com auxílio paranormal.

    “Talvez isso não seja de todo mal, se quem conhece a Angeline está morando ao lado, creio que vou ter outros assuntos que demandem meu tempo e atenção agora.”

    Ela responde para Brandon em um tom que procurava demonstrar que estava tudo bem, através de uma dose de bom humor:

    – Hum... bem... sinto-me lisonjeada e sua proposta será devidamente apreciada, mas nesse caso espero que o senhor consiga cobrir o valor que eu recebia do empregador anterior.

    Tinha reparado que Ísis não estava mais ali, talvez estivesse no banheiro, e então responde ao último questionamento de Brandon que pretendia passar por lá, mas não era uma boa ideia, visto que Ísis também estava no apartamento. O que dizer? Uma mentirinha para que ele não ficasse triste ou mais chateado ou a verdade como ela era?

    – “B”, desculpa, mas pode ser para mais tarde talvez? É que a Ísis chegou aqui ainda agora, na mesma hora que você ligou. Foi ela que veio me trazer o jornal e eu ainda não sei se ela vai ficar para jantar ou não...

    Ficava um tanto sem jeito por dizer aquilo, mas preferiu não mentir. Apesar dos dois saberem da situação, isso não tornava tudo simples e às vezes era inevitável pisar em ovos, como agora. Já estavam naquilo há cerca de um ano e era sempre delicado quando precisava escolher bem as palavras para não magoar ou atiçar os ciúmes de um ou de outro.

    Ela se levanta do sofá enquanto aguardava pela resposta de Brandon e olhava na direção do corredor para a porta do banheiro e também para a porta de seu quarto, procurando ver onde que Ísis tinha se enfiado. Ainda queria perguntar como era essa “vizinha” que ameaçou ela. Se fosse como a mulher de sua visão e de seus sonhos, isso significava que o “passado” tinha voltado a rondar sua vida. A questão era: estava ela preparada para finalmente conhecer o seu passado quando o seu presente era agora mais do que suficiente para fazer com que fosse feliz?

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    Mensagem por Shady Dope Qui Jan 12, 2017 10:59 pm

    - Hm... Vou pensar em um valor em que ambas as partes fiquem felizes. - Por um momento a conversa entre Isabelle e Brandon quase descarrilha para algo que não se tratava de investigação ou dinheiro, mas não era o momento para tal. Logo, Brandon desconversa e fica mudo por alguns instantes, parecia não ter levado em conta que Isis poderia estar no apartamento de Isabelle, o quê era o caso. Havia o consentimento dos três naquela relação exótica que mantinham, mas não era garantia de evitar que sempre ficasse um clima desconfortável entre os três quando Brandon e Isis se colocavam no caminho um do outro.

    - Está... - Brandon para de falar, o som do telefone fica abafado, mas logo Brandon continua. - Está tudo bem. Mais tarde eu tenho que continuar um relatório e... Não sei, amanhã a noite acho que consigo passar por aí então... Ou você me liga, qualquer coisa... - Novamente Brandon para de falar e o som fica abafado, Isabelle escuta a porta de um carro fechar, o som da rua desaparece por alguns instantes. Brandon dava o endereço do departamento onde trabalhava, Isabelle imaginava que Brandon havia acabado de entrar num taxi. Poucos segundos depois, Brandon continuou. - É isso, te amo Belle. - O detetive desligou o telefone. Apesar de ser véspera do dia dos namorados, a data não era um feriado para muita gente, apesar de cair em um sábado, muito menos para Brandon.

    Ao final da ligação, Isabelle pôde observar Isis adentrando a sala de estar novamente caminhando pelo corredor do apartamento. Alguns fios de cabelos de Isis estavam molhados contornando as têmporas do rosto. Isabelle colocou o telefone novamente no gancho para carregar e caminhou até a cozinha onde Dona Teresa e Isis também estavam. As três ficaram por ali mesmo. Antes de Isis decidir ficar para o jantar, Dona Teresa tratou de fazer porções para o jantar e incentivar que Isis ficasse, era como se Dona Teresa fosse a dona do apartamento tamanha a hospitalidade que sempre tinha com qualquer pessoa.

    Passou-se mais de uma hora. O jantar já estava pronto. Isabelle e Isis haviam preparado a mesa enquanto Dona Teresa colocava toda a comilança no lugar. O jantar foi regado a histórias da infância de Dona Teresa, Isis estava super entusiasmada com todos os causos relatados por Dona Teresa, e Isabelle e Dona Teresa achavam graça de cada vez que Isis mordia a ponta de uma pimenta em meio a refeição, já que ela sempre fazia caretas e o rosto ficava corado.

    Após o jantar, ficou combinado que Isabelle e Isis iriam lavar a louça, algo que fora pensado por Isabelle que viu uma oportunidade de criar um momento das duas a sós onde poderia perguntar sobre a vizinha que havia ameaçado ela. Isis não hesitou em responder, estava bem mais tranquila ao final daquela noite. - Achei que você já conhecia ela... - Isis fitou Isabelle por poucos segundos, as mãos ensaboadas continuava esfregando a louça. - Enfim... Ela era bem bonita, a pele era clara, mais para amarela do quê pra branca. Loira, nariz fino, sobrancelha angulosa e arqueada, olhos claros, não percebi a cor. Magra... E estava vestindo um vestido bem antiquado e com tecido fino... Espero que congele la fora. - Isis terminava sua descrição com o comentário apimentado, precisava expelir de alguma forma as pimentas ingeridas no jantar. Por outro lado, Isabelle constatava que a descrição da tal vizinha se encaixava com a mulher da sua visão, e aquilo não tinha graça alguma para ela.
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    Mensagem por Brujah Girl Sex Jan 13, 2017 10:17 pm



    – I love you too, “B”. Eu te ligo. Se cuida. Boa noite e sweet dreams!

    São as últimas palavras antes dele desligar. Isabelle podia sentir que Brandon tinha ficado perturbado por saber que Isis estava no apartamento com ela, mas preferia que fosse assim do que usar de mentiras. Ao menos sendo honesta, nenhum dos dois teriam motivos para em um possível futuro, dizer que foram enganados por ela, mas ela entendia a situação de cada um dois, e sinceramente, não sabia se ela mesma conseguiria estar em um relacionamento daqueles se estivesse na posição de algum dos dois. Mas que fosse, seguiriam com aquilo enquanto todos estivessem felizes, certo? Então porque diabos não pode deixar de se sentir uma sacana durante algum tempo após Brandon ter desligado? Hum... bem, talvez fosse a proximidade do dia dos Namorados.

    [b] “What a day...”


    Pensava quando via Isis retornando para a sala, após, provavelmente, ter dado uma “esfriada” no banheiro. Aquilo fazia ela lembrar de um outro e grande problema: a mulher que havia ameaçado sua namorada. Isabelle dá um suspiro e não pode evitar de se lembrar de algo que dona Teresa costumava dizer com alguma frequência:

    “Quanto mais eu rezo, mas assombração me aparece! Talvez seja melhor fazer uns “trabalhos” antes da mãe viajar.”

    Dividindo sua atenção com seus pensamentos e preocupações, uma tênue normalidade é representada, enquanto o jantar ia sendo preparado e posteriormente, saboreado. Era bom estar ali com elas, em clima de família, entre risos e sabores únicos e picantes, mas por mais que quisesse, ela não estava completamente ali, sua mente não permitia. Estava intrigada, querendo saber quem era a mulher que ameaçara Isis, e essa resposta só vem quando era hora de lavar a louça do jantar e elas já estavam a sós. Conforme Isis ia revelando a descrição da mulher, o coração de Isabelle acelerava, e ao fim, a constatação de que o universo adorava brincar com seus habitantes.

    “Será essa a dra. Leslie?”

    Serviu-se de um cálice de vinho do Porto enquanto finalizavam o restante da louça, sentia que precisava de algo para aquecer-se por dentro, pois subitamente sentia-se bastante desconfortável ao imaginar que estava sendo vigiada e que havia alguém de seu passado ameaçando as pessoas que amava. Sua vontade era de sair porta afora e procurar por essa mulher para dizer que desaparecesse, que o passado não mais lhe interessava e que ela estava bem agora, mas a presença de Isis impedia que ela fizesse isso. De qualquer forma precisava fazer algo, ou era bem certo que passaria uma noite em claro.

    Mais um cálice de Porto 20 anos para clarear as ideias. Talvez uma atitude impensada não fosse uma boa ideia. Não queria colocar Isis em risco. Precisava estar calma quando fosse conversar com essa mulher, algo que sentia que inevitavelmente viria a acontecer em breve, de outra forma ela não teria se revelado para Isis dessa forma. Assim Isabelle decide que não agiria por impulso. Aproveitaria a companhia de Isis que, melhor do que ninguém, sabia como fazer Isabelle desligar-se de todas as preocupações quando desejava.

    Era isso, estava decidido: iriam namorar e se fosse para passar a noite em claro que fosse por um excelente motivo e em excelente companhia. Se o passado estava pronto para bater na sua porta, ao menos que aproveitasse cada instante de seu presente, em grande estilo.

    OFF::

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    Prólogo - A Outra Empty Re: Prólogo - A Outra

    Mensagem por Shady Dope Ter Jan 17, 2017 3:33 am

    Apartamento de Isabelle, New York.
    14 de Fevereiro de 1998.

    Uma dor nas costas começava a afligir Isabelle, sentia muito frio e tremia sem conseguir se conter, rolou para o outro lado da cama, seu braço esbarrou no ombro de Isis, e assim acordou. Piscou duas vezes, ainda não conseguia enxergar nada, só após piscar uma vez mais que a visão começou a desembaçar. A sua frente os cabelos de Isis repousavam escorridos no travesseiro, imediatamente Isabelle recebe o turbilhão de imagens mentais da noite que haviam passado juntas naquele quarto, uma das mais intensas noites de amor que tiveram. O rosto de Isis estava virado para o lado oposto, para a parede da janela. A cortina ondeava feito flamula, a janela estava totalmente aberta, o que causou estranheza para Isabelle, pois tinha certeza que havia fechado. Era possível observar a neve caindo no lado de fora e alguns flocos ultrapassavam a janela e caiam no carpete do quarto. O aquecedor estava ligado sem função alguma, o frio que invadia o quarto havia vencido a batalha de maneira incontestável. Com um pouco mais de atenção, Isabelle percebe que Isis também se tremia embaixo dos lençóis.

    Com cuidado para não acordar a empresária, Isabelle senta-se na cama, o quê intensificou a dor na costas que sentia. Voltou sua atenção para o relógio despertador sobre o criado mudo ao lado da cama, que indicava "2:34 AM". Ao lado do relógio despertador o celular piscava a tela digital em azul, notificando algo. Inclinando-se um pouco para a frente Isabelle pôde ver que se tratava de ligações de um número desconhecido, ao lado do número do telefone um numerador indicava "6", que era a quantidade de ligações que aquele número havia recebido apenas daquele número.

    Os olhos de Isabelle passearam pelo quarto após levantar-se, e notou a porta do seu quarto totalmente aberta e balançando levemente com o vento que fluía pelo apartamento através de seu quarto. Aquilo causou novamente estranheza para ela. A bexiga de Isabelle começava a chamar atenção, a friagem acabara por criar a necessidade de ir ao banheiro, uma das tarefas mais árduas no inverno, ir ao banheiro no meio da madrugada. O pescoço começava a sentir o peso da tensão que o incomodo físico do frio havia proporcionado, o quê diminuía levemente a percepção das dores nas costas. Isabelle esfregou as mãos nos olhos antes de se levantar, o quê a fez enxergar com ainda mais nitidez tudo ao seu redor, mesmo com a pouca iluminação que o celular, o relógio despertador e o exterior do apartamento proporcionavam no ambiente.
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    Mensagem por Brujah Girl Ter Jan 17, 2017 9:38 pm


    Isabelle desperta cheia de frio e com dor nas costas, entretanto, de acordo com a penumbra do quarto, ainda não era manhã. Ísis dormia ao seu lado e pelo visto sentia tanto frio quanto ela, pois tremia debaixo do edredon. Um breve sorriso ao relembrar-se dos momentos intensos compartilhados com a lindíssima mulher com quem dividia a cama, até que o frio exige sua atenção imediata.


    “Mas que frio é esse, meu Deus?! Será que o aquecimento pifou?”


    É então que percebe que a janela do quarto estava aberta, e ela tinha certeza que estava devidamente fechada quando ela e Ísis resolveram “esquentar a noite”, afinal não era do tipo que gostava de dar espetáculo para voyeurs. Com cuidado para não despertar Isis, ela senta-se na cama, xingando mentalmente aquela dor que não era bem-vinda e repara na hora que o relógio digital marcava.

    “Só 2:34? Jurava que já era mais... Nem tem tanto tempo assim que a gente foi dormir ou eu perdi a noção das horas?”
    Em seguida nota seu celular que indicava chamadas perdidas. Ela pega o aparelho e vê que se tratava de um número que não conhecia e que tinha feito nada menos do que 6 ligações para ela.


    “E isso? Quem é que me ligou com tanta insistência assim? Será... será que é ela? Bem, é melhor fechar essa janela antes que eu termine de congelar aqui... Já está nevando.”


    Manda uma mensagem para o número desconhecido, com uma breve pergunta: “Quem é?”

    Certifica-se que o celular continuava no modo silencioso e se levanta decidida a tratar disso quando novamente algo esquisito chama sua atenção. A porta estava aberta. E não, Isabelle não bebera o suficiente para não trancar a porta do quarto quando sabia muito bem o que ela e Isis iam aprontar por ali, especialmente tendo sua “mãe” no quarto de hóspedes. Como se não bastasse a dor nas costas, agora era o pescoço que começava a doer e vinha a vontade de fazer xixi e era simplesmente horrível ter que sentar-se no vaso e sentir aquele gelo da tampa da privada em contato com sua pele. Nessas horas os homens tinham mais vantagem, pois não precisavam se expor demais e muito menos tomar com aquele frio do vaso nas pernas. Um suspiro de insatisfação escapa involuntariamente, já que tinha acordado, era melhor tratar disso antes de tentar dormir de novo e como ia ter que fechar a janela e a porta do quarto, aproveitaria a “viagem”.


    “Mas talvez seja melhor ir acompanhada.”


    Isabelle coloca o roupão e mete o celular no bolso, pegando em seguida a Beretta M9 que guardava na gaveta da mesa de cabeceira, destravando a arma. Com todas aquelas coisas estranhas, não podia descartar a possibilidade de alguém ter entrado no seu apartamento e se fosse preciso, saberia como utilizar a pistola.

    Resolve que seria mais prudente checar se havia algum invasor, por isso não mexeria na janela agora, para não fazer barulho. Assim, primeiramente pretendia mover-se em silêncio até a porta do quarto para ver se ouvia algum barulho pelo apartamento. Aproveitaria para tocar na maçaneta e usar seus dons, procurando descobrir se alguém estranho havia mexido ali.



    Possíveis ações posteriores:


    1. Se ouvisse ou reparasse em algo estranho pelo apartamento, seguiria cautelosamente na direção suspeita.

    2. Caso não houvesse nada de estranho, então trataria de fechar a janela do quarto, experimentando mais uma vez o seu dom, apenas para se certificar que estava tudo sob controle antes de...

    3. Finalmente tratar de ir ao banheiro, onde resolveria seu incômodo.


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    Prólogo - A Outra Empty Re: Prólogo - A Outra

    Mensagem por Shady Dope Dom Jan 22, 2017 6:26 am

    A mensagem para o número desconhecido havia sido enviada, no entanto não havia tido uma resposta imediata, Isabelle guarda o celular no bolso do roupão e abre a gaveta onde guardava sua arma. Isis se remexe na cama encolhendo-se, mas não acorda, mesmo morrendo do frio parecia estar em um sono profundo. Isabelle destrava a arma sem maiores problemas, sabia como utilizar aquela arma, mas não poderia ignorar a ideia de talvez realmente ter que utilizar a arma, o quê causava certo desconforto, afinal, estava longe de ser uma rotina.

    Caminhou até a porta onde trataria de utilizar um de seus dons, com um toque leve na maçaneta, a mente de Isabelle viajava para além do seu corpo. O tempo já não era uma medida exata enquanto fazia aquilo, os arredores do seu quarto ficava todo retorcido, como se uma redoma turva obscurecesse tudo que estava além do quê Isabelle precisava saber. A imagem completa do cenário começava a se formar, Isabelle e Isis dormiam tranquilamente na visão, o aquecedor devidamente ligado e a porta fechada, como o previsto. Mas não demorou para perceber a maçaneta da porta girando, alguém tinha aberto a porta pelo lado de fora. Em um instante, a mente de Isabelle viaja para o outro lado da parede do quarto, para o corredor, onde conseguiu ver a figura de quem procurava. Bem, não exatamente. As visões nem sempre eram claras e haviam razões para além do conhecimento de Isabelle para que não fossem todas elas claras. A figura que Isabelle via era muito desfocada, pelo pouco que conseguia enxergar da pessoa é que vestia uma roupa escura que cobria todo o corpo, usava algo na cabeça, e nada mais que isso poderia tirar daquilo que estava vendo. O quê ficava claro era que sim, alguém tinha aberto a porta do quarto pelo lado de fora, e muito provavelmente alguém estava no apartamento naquele momento, ou esteve.

    Isabelle volta a ter consciência do seu estado normal, a mão deixa de encostar na maçaneta de forma abrupta. Aquilo fora estranho, e antes de explorar o apartamento, coloca a cabeça para fora do quarto cautelosamente, espiando para ver se enxergava alguém pelo corredor. Dali não conseguia avistar nada estranho, até que corajosamente colocou os dois pés para fora do quarto, sempre com cautela, a mão que segurava a arma procurava a que estava livre, fazendo com que Isabelle segurasse a arma com as duas mãos. O vento que entrava pela janela do quarto beijava suas costas e continuava afrente pelo corredor, fazendo o som característico do ar assoviando. Outro som perturba Isabella, não conseguia definir ao certo o quê era, mas parecia vir da sala, algo como almofada sendo afofada. Já sabia para onde ir.

    Continuou o seu percurso pelo corredor, o roupão balançava para frente na direção onde o vento circulava. As luzes estava todas apagadas, mas os olhos de Isabelle já tinham se acostumado com a escuridão parcial, então não teve problemas em se locomover pelo apartamento. Vagarosamente, adentrou a cozinha, e dali conseguia ter uma visão genérica da sala também. A porta da sacada também estava aberta, o quê explicava o vento circulando pelo apartamento. Mas, Isabelle não via ninguém por ali e nada faltando, seja la quem fosse que tivera entrado no apartamento, não era um ladrão, ou não teve tempo o suficiente para agir. Isabelle deu três passos para frente, esticou-se para checar todos os cantos da cozinha, e não encontrou nada. Mais dois passos para a direita e chegou atrás da bancada que separava a cozinha da sala, e ficou procurando por alguém escondido em algum lugar da sala. Os olhos passearam por todos os cantos, queria ter certeza que não havia ninguém por ali antes de continuar. A concentração de Isabelle estava toda na sala, e quando o cano frio de uma arma se recosta atrás de sua nuca um calafrio sobe pelas espinhas, estava rendida, havia deixado algo passar batido enquanto vasculhava a cozinha.

    - Shhhh... Apesar de eu estar pressionando uma arma atrás de sua nuca, eu não sou sua inimiga. - Isabelle nota que a voz era feminina e sussurrava próximo ao seu ouvido. Seja la quem fosse, era alguém bastante furtiva para ter rendido Isabelle daquela forma, era claro que tinha usado a escuridão ao seu favor. - Tive que me precaver, eu não poderia adivinhar como você reagiria se me encontrasse aqui por conta própria, talvez você pudesse prever, mas não eu. - Isabelle sente o cano da arma desencostando da sua nuca, mas a mulher continuava atrás dela. Aquela frase indicava que a mulher conhecia os dons de Isabelle. - Você deveria cuidar melhor do seu namorado... Ele está remexendo em uma colmeia de abelhas com os próprios dedos melados de mel, sua sorte que fui a primeira a te encontrar, Angeline. - Mesmo se quisesse, Isabelle não poderia esconder o quanto ouvir aquele nome a afetava, e de alguma forma a mulher atrás dela havia percebido algum sinal de nervosismo ou susto quando Isabelle escutou aquele nome por outra vez naquela noite estranha. - Oh... Então, é você mesmo? - A mulher perguntava com um tom animado, estranhamente animado.
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    Mensagem por Brujah Girl Dom Jan 22, 2017 2:13 pm


    A visão mostrava para Isabelle o que ela não gostaria que fosse verdade, mas que era o mais provável diante daquelas circunstâncias invulgares. A visão termina e sua mão deixa a maçaneta de forma brusca, involuntariamente. Agora, uma dose de temor e nervosismo se fazem presentes, havia alguém no apartamento, talvez um ladrão, embora achasse improvável, afinal, por que um ladrão abriria as janelas do cômodo onde os inquilinos estavam dormindo? A menos que ele tivesse escalado o prédio, o que era bem difícil, a janela não tinha sido seu ponto de entrada.

    Não havia tempo de divagações, de forma que decidiu explorar mais e embora a possibilidade de ter que usar aquela arma em um alvo com vida não lhe agradasse, precisava proteger as pessoas que amava. Tudo parecia em ordem até que um som vindo da sala chama sua atenção e uma dose de adrenalina é injetada em sua corrente sanguínea. O invasor estava na sala. Decidida, de arma em punho e mantendo-se na penumbra, chegou ao local. Tudo parecia ok, exceto pela janela da sacada aberta, e ela quase começava a achar que o invasor já tinha ido embora, quando sente o toque metálico gelado em sua nuca. Seu coração acelera enquanto o medo tomava conta de si. Não percebera, mas o invasor estava ali e agora ela era uma presa fácil.

    A voz feminina sussurrada em seu ouvido mostra que tratava-se de uma mulher e não de um homem, e ela dizia que não era uma inimiga, o que de certa forma traz um certo alívio para Isabelle, mas era evidente que naquela situação não podia confiar em nada, afinal, ninguém com boas intenções invadia a casa dos outros.

    Ela ouvia o que a mulher dizia, e não chega a se surpreender quando ela indica conhecer sobre seus dons, afinal os jornais já trataram de falar sobre ela no passado, mas quando ela fala sobre Brandon, sobre o fato dela ter sido a primeira a encontrá-la e principalmente, quando ela chama Isabelle de Angeline, é que tudo fica mais confuso ainda. Não se tratava de uma ladra e sinceramente Isabelle não sabia se isso era uma boa ou uma péssima notícia. Fosse quem fosse, conhecia Angeline, e isso era muito mais do que a própria Isabelle conhecia sobre essa tal Angeline.

    Haviam duas possibilidades. A primeira: tentava aplicar os conhecimentos adquiridos nas aulas de defesa pessoal de forma prática, mas isso não parecia muito adequado ou inteligente, afinal, havia uma ligeira possibilidade de que a invasora não fosse realmente uma inimiga. A segunda: bem, a segunda tinha seus riscos, mas parecia o mais sensato a se fazer no momento, pois infelizmente, nenhum sonho preparou-a para aquele inusitada situação. Uma premonição não teria feito mal a ninguém.

    Procurando manter, ou pelo menos, demonstrar calma, Isabelle responde, fazendo com que sua voz marcante saia em tom baixo e comedido, e sem confirmar se era a tal Angeline ou não:


    – Você diz que não é minha inimiga, mas até o momento não deixou de ser uma ameaça para mim, e você vai ter que concordar comigo, invadir meu apartamento no meio da madrugada e apontar uma arma para a minha cabeça não corrobora nem um pouco com sua afirmação. Que tal mudar essa imagem? Pelo que você falou, suponho que você não queira me matar e que esteja aqui para conversar... Eu gostaria de ouvir o que você tem a dizer. Gosto de conversar olhando para o meu interlocutor. Posso preparar um chá e a gente conversa como pessoas civilizadas, pode ser?


    Seria aquela a mulher dos seus sonhos? A que ameaçara Isis no início da noite?

    Isabelle ainda segurava sua arma, sua proposta era um tiro no escuro, mas imaginava que aquela mulher tivesse mais a dizer além do que revelara até o momento e que estava disposta a isto, e certamente Isabelle queria saber quem era ela, quais os riscos que Brandon estava correndo, quem eram os outros que queriam encontrá-la e quem era Angeline...

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    Prólogo - A Outra Empty Re: Prólogo - A Outra

    Mensagem por Shady Dope Qua Jan 25, 2017 2:00 pm

    Após a resposta de Isabelle, um pesado silêncio perdurou por alguns segundos na cozinha, mas que pareceu minutos para Isabelle que ainda sentia o cano da arma pressionando na sua nuca. A barriga de Isabelle encostava na bancada da cozinha e seu rosto ainda ficava voltado para sala. O corpo de Isabelle começava a esquentar, mesmo com o vento gélido circulando pelo apartamento, era a adrenalina circulando em suas artérias a preparando para qualquer perigo. Isabelle não conseguia imaginar o quê a mulher tanto pensava, mas pelo silêncio era claro que estava decidindo o quê fazer. Até que o silêncio se quebrou.

    - Okay. - A mulher sussurrou perto do ouvido direito de Isabelle de forma rápida e em tom animado novamente. O cano da arma deixa de pressionar a nuca de Isabelle, que sente a presença da mulher caminhando atrás de si dando a volta na bancada e ficando de frente para ela. O braço da mulher estica e ela alcança o interruptor da lâmpada da bancada da cozinha, acendendo-a. Com a luminosidade criada, Isabelle conseguia enxergar a mulher a sua frente. A cor de pele era oliva, os cabelos negros e lisos, o formato de rosto triangular, os olhos brilhavam de forma intensa em uma cor de âmbar, era um pouco mais baixa que Isabelle e notoriamente bela, as sardas que espalhavam-se contornando o nariz davam o charme quê não faltaria sem elas. A mulher continuava apenas observando Isabelle, estampava um sorriso no rosto, parecia deslumbrada. Sua calma denotava pouca importância com Isabelle portando uma arma, ou simplesmente não havia percebido que portava uma. A roupa chamava ainda mais a atenção, a mulher vestia uma vestimenta preta extremamente justa e que cobria o corpo inteiro, incluindo luvas, não conseguia identificar qual o tecido daquilo, mas parecia sair de um filme de espionagem dos mais clássicos, infelizmente a bancada impedia de ver além do busto da mulher.

    - Uau uau... Uau! - Desacreditada, a mulher balançava a cabeça. - Eu adoraria tomar um chá com você para conversarmos... - A mulher coçou a cabeça e se debruçou sobre a bancada, ficando mais perto de Isabelle. - Mas acho que teremos que conversar no carro, à caminho de Wanaque... Seu namorado está prestes a cometer um erro, se é que já não cometeu... Esse negócio de descobrir o seu passado mexeu mesmo com ele. - Outra vez a mulher demonstrou conhecer Isabelle, e estranhamente conhecer também Brandon. - É melhor fechar as janelas para irmos, sua namorada deve estar congelando... - Por um instante ela fitou Isabelle com um olhar confiante e debochado. - Sério? Dois namorados? Como consegue? - A mulher balançou a cabeça com indignação, mas a expressão desmanchou com pressa. - Ah... E não fale nada sobre mim para sua namorada ou a senhora que está no outro quarto. Ou você ficará por sua própria conta... Nesse caso espero que tenha aprendido a lidar com esse seu poder de vidência, pois tenho a intuição que vai precisar. - A mulher esperou Isabelle tomar uma decisão, mas era como se já esperava que Isabelle aceitaria ir com ela para o tal lugar, como se aquilo fosse super natural para ela e não soasse nenhum pouco estranho. Seu modo de agir e falar demonstrava que era uma pessoa desprendida socialmente, aparentando até ser maluca, mas bastante capaz e informada, Brandon não havia comentado nada sobre aquilo que a mulher falava.
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    Mensagem por Brujah Girl Sex Jan 27, 2017 10:35 pm


    Apesar do silêncio que se fizera após a “sugestão” de Isabelle, ela tinha a nítida impressão de que seu coração acelerado retumbava descontroladamente indicando o seu nervosismo, entregando para a invasora o temor que sentia naquela momento. Por fim a resposta chega e o que vem a seguir não era exatamente o que ela esperava, mas ao menos serviria para tirá-la daquela posição de total vulnerabilidade... ao menos, era nisso que queria pensar por enquanto.

    A face da invasora é revelada quando esta fica frente à frente, após dar a volta atrás de si, colocando-se do outro lado do balcão da cozinha americana. Ela chega a acender a luz, permitindo que Isabelle visse os detalhes de seu belo rosto, e continuasse sem entender porque aquela mulher olhava para ela daquela forma deslumbrada. Suas roupas eram bastante adequadas para uma invasora ou espiã e ela não exibia qualquer tipo de receio de ficar frente à frente com a arma que Isabelle portava. Seu rosto, por mais que Isabelle olhasse, não trazia qualquer lembrança do passado para ela.


    “Eu poderia simplesmente puxar o gatilho e acertar um tiro nesta doida que invadiu o meu apartamento. Seria o mais sensato a fazer... certo? Depois era só chamar a polícia e alegar legítima defesa... o que seria verdade.”


    O questionamento passava por sua cabeça, mas quando a invasora fala novamente sobre Brandon, a ideia desvanece. De alguma forma aquela possível louca tinha informações e além disso, se Brandon estava correndo algum perigo, era sua obrigação evitar que algo acontecesse com ele, da mesma forma que deveria evitar colocar Isis e sua “mãe” em risco, e enquanto a invasora estivesse ali, elas estavam correndo risco.


    “Como assim descobrir sobre o meu passado? Eu sempre evitei falar dessas coisas com ele.”


    Mas parecia que não tinha resultado. Ou então aquela louca estava blefando para fazer com que Isabelle fosse com ela sem resistência. Aquele era o tipo de momento em que você tinha que pensar rápido e procurar agir com a maior naturalidade do mundo. Não sabia quem diabos era aquela mulher, mas teria que seguir com ela se quisesse descobrir qualquer coisa, mesmo sabendo que aquilo poderia metê-la em alguma situação muito pior da que tinha no momento. Por fim ela volta a dizer, enquanto abaixava a arma, mas sem responder ao questionamento indiscreto sobre sua vida íntima para a desconhecida:


    – Wanaque? É algum lugar que eu já estive antes? O que o Brandon tem a ver com isso? E por qual nome devo te chamar? Você parece estar em vantagem nisso...


    Ela esperaria pela resposta da mulher e em seguida diria que para acompanha-la precisava pelo menos se vestir, pois não seria legal sair no meio da neve apenas com um roupão cobrindo o corpo. Com o ok da doida, Isabelle segue até a varanda da sala, fechando a porta e questionando para a mulher:


    – E qual o motivo disso tudo?


    Faz um gesto indicando o que acabara de fechar e em seguida vai até os quartos, verificaria se estava tudo bem com sua mãe e fecharia a janela de seu quarto caso a doida também tivesse aberto e depois seguiria para o seu, fechando a janela e seguindo até o closet para vestir algo, tendo sempre o cuidado de fazer o menor ruído possível para não despertar Isis.

    Enquanto começava a se vestir, ela checa o celular para ver se tinha alguma mensagem do número desconhecido, mas não havia nada, em seguida, ela liga para o celular de Brandon, enquanto mentalmente pedia que ele atendesse. Precisava saber que ele estava bem.

    Se não conseguisse falar com ele, deixaria uma mensagem pedindo que ele ligasse tão logo ouvisse a mensagem, e então, devidamente vestida e equipada, se concentraria naquela mulher que estava na sala, tentando descobrir o que poderia acontecer se ela acompanhasse aquela desconhecida. Sem perceber, a mão foi ao colo e buscou o pingente de ouro branco com a cruz  Ankh que ganhou de Esperanza e sempre trazia consigo, sentido o toque gelado do objeto em seus dedos. Sabia que nem sempre as visões vinham desta forma, mas aquela era uma situação extrema, e se seus dons ainda estavam se desenvolvendo, não custava arriscar para quem sabe, conseguir alguma “vantagem” antes de se aventurar em um terreno completamente desconhecido e provavelmente, muito perigoso.



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    Prólogo - A Outra Empty Re: Prólogo - A Outra

    Mensagem por Shady Dope Seg Jan 30, 2017 3:11 pm

    - Não sei se você já esteve lá. Wanaque fica a uma hora daqui, afastado da área metropolitana... Então, esquece a noite de sono. - A mulher respondeu a primeira pergunta de Isabelle enquanto passeava pela sala, mantinha o tom de voz baixo para não causar mais ruído desnecessário. - De alguma forma seu namorado tem investido muito tempo investigando sobre seu passado e... - Ela falava enquanto fitava o rosto de Isabelle, uma expressão de surpresa contida se estampa no rosto da mulher quando continua. - Você não sabia disso?! Então eu te dou um resumo no caminho. - Antes de desconversar, a mulher questionava afirmando, Isabelle não precisava responder, pois sua pergunta já havia respondido. A mulher caminhou até mais próximo de Isabelle novamente. - Pode me chamar de Alicia. - Respondeu a mulher depois de ficar pensativa por alguns segundos.

    Quando Isabelle cruzou a sala, Alicia saiu do caminho dando passagem. O olhar de Alicia continuava vibrante e o sorriso não saia do seu rosto. Respondia de forma sintetizada e sem nenhuma hesitação, mas quando foi perguntada pelo motivo de tudo aquilo ficou aérea, observando Isabelle como quem estivesse a estudando. - Essa é uma pergunta muito vaga, mas... Eu não sei o motivo pelo qual seu namorado está tão interessado nisso. Talvez ele esteja preparando alguma surpresa, ou apenas sendo inconveniente. - Alicia respondia de forma descontraída, levantando uma das sobrancelha em dúvida. - Mas pra mim está claro que você ainda não entende o potencial dos seus dons ainda, e nem como usá-los corretamente. - A mulher se desencosta da parede onde se apoiava e voltava até próxima do balcão, ficando do lado oposto da sala onde estava Isabelle. Por um instante parecia que Alicia continuaria a falar, mas as palavras desceram pela sua garganta e ficou em silêncio enquanto Isabelle caminhava até os quartos.

    No quarto de hóspedes, Dona Teresa dormia feito um anjo, tudo estava intocado, aparentemente a invasora não havia se interessado por aquele quarto tanto quanto pelo de Isabelle. No seu próprio quarto, Isabelle observava o peitoril da janela já forrado em uma fina camada de flocos de neves, tendo que empurrá-los para fora antes de fechar. Isis continuava dormindo, o rosto estava quase que completamente coberto pelo edredom, mas Isabelle já havia organizado o quarto para o frio não perturbar mais o sono de Isis. Imediatamente após fechar a janela o vento cessa sua circulação pelo apartamento, deixando o clima bem mais ameno. No celular não havia resposta do número desconhecido. Ainda enquanto vestia uma roupa de inverno, Isabelle telefonava para Brandon insistentemente, mas o máximo que conseguia era cair na caixa de mensagens, deixando o pedido para que retornasse sua ligação assim que pudesse.

    Com o toque de suas mãos no acessório de ouro branco que carregava, Isabelle se concentra como podia para extrair qualquer coisa que fosse para não ficar totalmente nas mãos da mulher que esperava em sua sala. Por alguns instantes nada acontecia, mas em dado momento tudo começava a desaparecer da mente de Isabelle. Dona Teresa e Isis já não pareciam mais presente, nem suas preocupações. Um turbilhão de imagens desconectas começavam a contar alguma história. Isabelle observava Alicia argumentando com ela em frente a um carro escuro no estacionamento ao lado do seu apartamento. Na próxima visão Isabelle estava na carona, dentro de um carro enquanto Alicia dirigia, uma placa de indicação se aproximava no horizonte, quando o carro passa pela placa Isabelle consegue ler o quê indicava, "Wanaque - 2 milhas", uma seta à direita fazia a sinalização de onde teriam que virar o carro. Na terceira visão Isabelle continuava dentro do carro, a paisagem era suburbana, muito diferente de New York, todas as construções tinham no máximo dois andares, e mesmo assim eram poucas, a maioria eram construções de alvenaria ou madeira, de apenas um andar. O carro passava por um posto de gasolina onde dois jovens se amassavam na sombra da parede da loja de conveniência já estava fechada, os únicos na rua naquela hora, o carro vira a direita na esquina do posto de gasolina. E na última visão Isabelle estava de frente para uma cerca alta com arame farpado, uma placa coberta pela vegetação avisava com letras desgastadas pelo tempo, "Área Restrita - Não ultrapasse". No outro lado da cerca não dava de enxergar nada além da vegetação alta, o terreno parecia abandonado há muito tempo. Então Isabelle retoma a consciência em seu quarto, já devidamente trajada para a noite.

    Não havia mais o quê fazer no apartamento, Isabelle guia a visitante indesejada até a porta, saindo ambas por ali. Alicia chamava o elevador enquanto Isabelle ainda trancava a porta do apartamento. Em seguida ambas descem pelo elevador. O porteiro estava dormindo no hall de entrada, Alicia passava pela frente do balcão indiferente, enquanto Isabelle percebia que a mulher poderia ter se aproveitado da situação. Após saírem do edifício, o frio do inverno novaiorquino abraça as duas, os cabelos esvoaçam atrapalhando a vista de Isabelle, que com a iluminação maior ainda notava mais detalhes da vestimenta de Alicia, a calça era mais folgada, mas o traje do torso parecia continuar por debaixo das calças. De alguma forma aquele tecido que aparentava ser bastante fino, protegia Alicia do frio, pois em nenhum momento parecia se incomodar com o clima.

    Alicia liderava o caminho até a garagem ao lado do edifício, onde dizia ter deixado o carro. A mulher passava os olhos de um lado ao outro na garagem aberta, como quem estivesse procurando o carro, até que encontra. - Esse parece bom. - Alicia se aproximava de um carro preto esportivo, a neve já formava um tapete branco no teto e no capô, assim como havia feito no peitoril da janela do quarto de Isabelle. A mulher se abaixa um pouco e espia o interior do carro pela janela fumê, que pouco permitia enxergar. Alicia passou as mãos pelos bolsos da calça, procurando provavelmente a chave, mas não encontrava. - Que pena, chave não está comigo. - Alicia comenta olhando para Isabelle, e logo alcança outro bolso em sua vestimenta, retirando alguns equipamentos metálicos finos com dentições estranhas, e logo Isabelle percebeu se tratar de gázuas quando Alicia se abaixa próximo a fechadura do carro tentando arrombar a porta. - Mais um pouquinho e... - Isabelle escuta o barulho da tranca abrindo. - Tcharam!.. Pronto. - Alicia era boa naquilo, mas a dúvida sobre a propriedade do carro ser realmente dela não podia ser ignorada por Isabelle. A mulher indica para Isabelle entrar na porta do carona enquanto abria completamente a porta do motorista, e quando Alicia coloca um de seus pés dentro do carro, o alarme dispara. - Merda! - Aquilo parecia ter sido uma surpresa para Alicia, que apressa Isabelle. - Ligeiro! Entra! - Alicia entrava no carro de uma vez, já colocando suas mãos debaixo do painel e retirando a caixa eletrônico para fora, mexendo nos fios desesperada.
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    Mensagem por Brujah Girl Dom Fev 05, 2017 8:31 pm

    Já no quarto, após ter se certificado que tudo está em ordem com mãe Teresa, Isabelle refletia sobre as palavras de Alicia. Era óbvio que ela mesma não entendia ainda o potencial dos dons que tinha e continuava aprendendo como usar, afinal, não havia nenhum manual de instruções onde ela pudesse buscar as informações exatas para o que precisava. Tudo era na basa da surpresa e na tentativa e acertos/falhas.

    Felizmente sua tentativa traz alguns resultados e ela tem algumas “visões” sobre o que estaria por vir se viesse a sair com Alicia. Infelizmente, as “visões” terminam sem mostrar nada do que poderia acontecer quando elas estivessem no lugar que Alicia pretendia levá-la, de forma que, apesar das visões, seguir com Alicia ainda era um tiro no escuro que poderia vir a custar muito caro para Isabelle, mas na real, que alternativas ela tinha quando o seu passado era uma enorme lacuna em sua mente e subitamente alguém aparecia e podia ajudar a preencher essas lacunas?

    “Se pelo menos o Brandon tivesse atendido...”

    Por fim ela deixa o apartamento e segue com Alicia. O porteiro dormindo faz com que Isabelle revire os olhos. Aquela displicência provavelmente tinha permitido a invasão de Alicia e com toda certeza esse deslize do homem custaria uma reclamação posterior por parte de Isabelle, mas no momento em que passa, tudo o que Isabelle procura fazer é barulho com seus passos para que o homem acorde e que repare na saída dela com aquela mulher, assim, caso algo acontecesse, ao menos haveria uma testemunha para fazer uma descrição de Alicia para a polícia.

    A lufada de ar gélido faz com que Isabelle se arrepie e trate de arrumar bem o gorro em sua cabeça para que seus cabelos não atrapalhem a caminhada. Detestava o inverno e principalmente a neve. Certamente pelo que havia acontecido e ela não se lembrava, mas que sabia ter acontecido. Instintivamente ela se encolhe enfiando as mãos enluvadas no bolso do sobretudo pesado que vestia. Mas e Alicia? Alicia caminhava como se fosse uma noite de primavera, aquilo era intrigante, de forma que Isabelle questiona:

    – Você não tem frio? Como é que você pode estar aquecida com tão pouco?

    Claro que aquela pergunta no momento não tinha relevância nenhuma, mas não podia negar a curiosidade momentânea. Isabelle olhava para a roupa justa da mulher, procurando ver onde ela tinha escondido a arma.

    Na garagem, Isabelle estranha o primeiro comentário de Alicia e quando vê o que estava acontecendo exclama incrédula:

    – Você só pode estar de sacanagem! This is a Grand Theft Auto 6!!! Eu tenho um carro na minha garagem, não sabia?!?!?

    Mal podia acreditar que estava deixando o seu apartamento com uma possível louca e agora confirmada ladra de carros!

    O som do alarme dispara arrancando um irritado “what a fuck!” de Isabelle que por alguns instantes fica sem reação.

    Ir parar na delegacia por roubo de carros não estava em seus planos, mas na pior das hipóteses poderia alegar ter sido sequestrada por aquela criminosa, o que não era de todo uma mentira. Assim, assustada, ela entra rapidamente no carro esperando que aquela louca arrancasse logo dali e que, se viessem a ser presas naquela noite, que ela tivesse ao menos tempo para conseguir algumas respostas de Alicia.


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    * Não resisti a homenagem ao GTA. ^^


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    Prólogo - A Outra Empty Re: Prólogo - A Outra

    Mensagem por Shady Dope Ter Fev 07, 2017 6:41 pm

    A tentativa de acordar o porteiro fora frustrada, o homem de meia idade balança a cabeça e recosta na parede, até roncava, o máximo que Isabelle conseguia é transformar o som de seus calçados em sons no sonho que o porteiro estava tendo. Já no lado de fora, Alicia responde Isabelle sobre o frio que não sentia. - Você tem os seus dons, e eu tenho os meus... - A mulher voltava o seu rosto para Isabelle e lhe mostrava um sorriso enquanto ainda caminhavam em direção a garagem descoberta. - Mas essa roupa me protege do frio bem mais do quê aparenta. - Nesse momento Isabelle passava os olhos sobre a roupa da mulher, e consegue notar o coldre de perna, onde Alicia tinha guardado a arma. A mulher deveria ter muita segurança em andar daquela maneira pelas ruas de New York, mesmo durante a madrugada, ou estava aproveitando o clima que deixava todos trancados em seus lares.

    ________________

    Na garagem, Alicia responde de forma debochada a pergunta de Isabelle. - Bom, você poderia ter falado que tinha um carro antes... - A mulher era mesmo esquisita e agora parecia também inconsequente. Quando o alarme do carro dispara, não da tempo para Alicia perceber a irritação de Isabelle, estava mais preocupada em fazer aquilo parar de alguma maneira. Isabelle, por sua vez, obedece o comando de Alicia e contorna o carro, entrando rapidamente se sentando no banco carona e fechando a porta. Instintivamente Isabelle se encolhe no banco, como se estivesse tentando se esconder ou sumir. Alicia também tinha fechado a porta do carro, mas continuavam ali paradas no estacionamento. O alarme continuava a soar, Alicia havia conectado ou desconectado algum fio que fizera os faróis piscarem, mais um problema, não tinha como chamar mais atenção, logo alguém checaria para ver o quê estava acontecendo por ali. Em outra tentativa de Alicia o radio do carro liga, estava tocando a música "Together Again", da Janet Jackson. A música faz Alicia parar de mexer nos cabos do painel eletrônico e olhar para o rádio. - Ah não... Essa música é insuportável. - A mulher troca a estação de rádio antes de continuar a lidar com o grave problema em que as duas se encontravam, agora tocava "Sweet Dreams", a versão do Marilyn Manson.


    Alicia balança a cabeça positivamente no ritmo da música. - Agora sim! - Ela aumenta o volume e volta a mexer nos cabos do painel eletrônico. Isabelle sente a vibração do motor, a mulher tinha conseguido ligar o carro. Ao mesmo tempo dois ou três janelas dos edifícios ao redor se abriam não simultaneamente, em uma das janelas um senhor estica o pescoço para fora, Isabelle podia ver que ele gritava alguma coisa, mas não podia escutar por conta do som da música. Alicia empurra os cabos para dentro da gaveta do painel eletrônico novamente, sem colocar o sinto de segurança coloca uma das mãos sobre o câmbio manual, engatando a primeira marcha. A mulher pisa fundo no pedal acelerador, o carro era potente, sai cantando pneu na garagem, a cabeça de Isabelle praticamente gruda no encosto do banco com a inércia. Alicia faz o caminho até a saída da garagem parecer uma volta em um carro da NASCAR. E em segundos já estavam nas ruas de New York, Alicia olhava pelo retrovisor pra ver se alguém os seguiam, e mesmo que ninguém estivesse no retrovisor, era importante saírem da cidade o mais rápido possível.

    Alguns sinais vermelhos foram transpassados, não havia praticamente ninguém nas ruas aquela hora, naquele frio. O asfalto estava bastante escorregadio, Isabelle percebia a dificuldade que Alicia tinha em manter o controle do carro naquela velocidade, mas mesmo assim fazia com sucesso. Com a neve caindo, em breve seria impossível cruzar a pista na velocidade que ela estava, então tinham que aproveitar para sumir dali enquanto podiam. Isabelle não tinha noção se a polícia já estaria procurando pelo carro ou não, então a cada posto policial que passavam era uma emoção e adrenalina diferente. Levou menos minutos que o esperado para Alicia alcançar uma rodovia intermunicipal e cruzar a fronteira da cidade de New York, então poderiam ficar um pouco mais aliviadas. A aflição de uma possível perseguição cessa momentaneamente, pois a polícia não era tão eficaz fora da "Grande Maçã" e engendramento da polícia local era complicado fora dali, principalmente para um crime comum.

    No ápice da madrugada e com o confortável banco do carro esportivo, Isabelle começa a sentir seus olhos pesarem. Apenas os faróis do carro faziam presença em meio a escuridão da rodovia, uma rota não muito movimentada haviam escolhido, raramente outro carro vinha pelo sentido contrário, e depois após isso a escuridão toma conta da visão pela janela lateral novamente. E cada vez mais as pálpebras insistiam em se fechar.
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    Prólogo - A Outra Empty Isabelle - Narração

    Mensagem por Brujah Girl Qua Fev 08, 2017 12:49 pm


    Após o furto e com as ruas de New York finalmente ficando para trás, Isabelle começava a relaxar enquanto fazia uma anotação mental para nunca mais andar de carro com Alicia, Que tipo de mulher era aquela que invadia um apartamento alheio, abria todas as janelas, colocava uma arma na sua cabeça, parecia não sentir frio, andava como se fosse uma cowboy no meio da rua e depois roubava um carro para te levar sabe-se lá onde?

    “Eu devia ter usado a taser nela quando tive oportunidade. Bem, na pior das circunstâncias, farei isso...”

    Tinha ficado em silêncio por um longo tempo, enquanto a doida ouvia a música que tocava. Isabelle gostava da letra, e não conhecia aquela versão com aquela pegada rock, bem diferente da original. Por sua cabeça, inúmeras coisas se passavam. Podia dizer com toda certeza que desde que despertara do seu coma, há anos atrás, que esta era a coisa mais perigosa que estava fazendo. Será que tinha tomado a melhor decisão ao seguir com ela? Não sabia... e agora, quanto mais a cidade ficava para trás, mas certeza tinha de que não havia volta atrás.

    Agora que a adrenalina da fuga já tinha passado, sentia o corpo querendo relaxar demais, mas não podia dormir, de forma que fala enquanto se mantinha atenta ao caminho que faziam, cuidando de guardar mentalmente as placas, pois se precisasse fazer o caminho de volta sozinha, não estaria completamente às escuras:

    – Ok, agora que o modo fuga já está desligado, vamos começar a conversar para aproveitar o tempo. Você ficou de me esclarecer algumas coisas durante o caminho, então sou toda ouvidos, mas antes eu começo com algumas questões básicas. Primeiro, nós nos conhecemos no passado? O que você sabe a meu respeito? Por que você invadiu o meu apartamento? O que você quer comigo? Fale sobre o que o Brandon tem feito e por qual motivo isto coloca ele em risco? Por que temos que ir para Wanaque? Iremos encontrar alguém, você vai me mostrar algo?

    Eram inúmeras perguntas e certamente se Alicia começasse a respondê-las, haveria bastante para ser ouvido até o destino final. Com o coração um pouco acelerado, Isabelle aguardava para, quem sabe, começar a ouvir sobre o seu passado, justamente agora que ele já nem era mais tão importante.
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