Aulas de Vôo

Aulas de Vôo

As aulas de vôo são lecionadas pela Professora Madame Hooch, que também apita os jogos de quadribol das casas de Hogwarts. Essas aulas visam a aprendizagem dos alunos para aprenderem a voar em suas vassouras.

Essas aulas são obrigatórias para os alunos do primeiro ano.

Nenhum aluno do primeiro ano tem permissão de possuir sua própria vassoura, tendo que realizar as aulas com as vassouras da escola.

Setembro, 07 de 1991, Hogwarts – Londres

A semana em Hogwarts passou sem maiores conflitos para os estudantes do primeiro ano. Passaram por todas as matérias e, finalmente, teriam a Aula de Vôo, uma espécie de aula extra para os alunos do primeiro ano, isto que os estudantes mais velhos não frequentavam a aula da Srta. Hooch.

Owen e Erin continuaram magoados um com o outro, apesar de poderem ter conversado durante a semana. Erin provavelmente tentou resgatar a amizade com o irmão gêmeo, odiava conflitos assim. Escrevera sobre a briga para Agnes, esperando que ela a ajudasse a resolver a confusão. Agnes lhe respondeu que tentasse se reaproximar do irmão e retomar a amizade de antes, porém Owen ficou com raiva da irmã ter pedido ajuda à babá. Ela lhe escreveu uma carta pedindo que ele deixasse o orgulho de lado e fizesse amigos como Erin fizera.

Teria Owen esquecido tudo ao longo da semana e voltado a falar com a irmã?

Holly passou a semana fugindo da Srta. Wood e evitando os colegas do próprio Salão Comunal. Só ficava nas poltronas do salão quando estava sozinha, caso contrário se refugiava na biblioteca ou em sua cama do dormitório feminino, protegida dentro da cortina do dossel.
Depois que aprendeu a magia Lumus, em sua primeira aula de Feitiços, acabou ficando mais fácil ficar oculta dentro do dossel.

Escrevia também para sua madrinha, mas não tinha muito o que contar. Não fizera nenhuma amizade, apesar de Bella Selwyn demonstrar simpatia por ela e defendê-la de algumas piadas maldosas do Malfoy e sua gangue de bruxinhos puristas.
Pluemer tentou não acompanhar o Profeta Diário desde o ocorrido em Gringotes, mas sua madrinha sempre lhe mandava e, eventualmente, ela o lia.
Não tinha mais nada que indicasse alguma coisa sobre sua família, especialmente, sobre Verina.

Erin andou a semana com Tristan e, sempre que conseguia, com Owen e Elliot também.
Gostava de ir para a biblioteca ajudar Tristan a entender o mundo bruxo, além de aprender muito sobre os trouxas. Eireann adorava aprender sobre tudo e Tristan parecia ser igual.
Sempre que tinham um horário tranquilo, caminhavam pelo terreno da escola, observando o Lago e a Lula-Gigante que estavam aprendendo a não ter tanto medo e conversavam eventualmente com Hagrid, que sempre parecia muito feliz em ter visitas.

Owen se encantou com Hagrid quando teve a oportunidade de conhecê-lo, pois ele tinha a mesma paixão por animais fantásticos quanto ele.
A amizade deles começou quando Owen foi surpreendido por Canino, o cachorro enorme de Hagrid, e não conseguiu se conter em acariciar o animal, cumprimentando-o. Os dois passavam horas e horas conversando sobre as criaturas e sobre o que Owen aprendia na aula de Trato das Criaturas Mágicas, de longe, a melhor aula de todas em Hogwarts para o menino.

Obviamente, o guarda-caça acabava tentando convencer Owen a retomar a amizade com a irmã. Ele odiava conflitos e tentava conciliar sempre que via uma chance.

Em outra casa as coisas iam relativamente bem.
Trevor estava ansioso para o final de semana. Deveria pensar no que fazer depois da aula de vôo, pois teria o “problema” naquela noite.
O diretor dissera que alguém entraria em contato com ele para ajudá-lo. Algum professor. Mas até agora as únicas chamadas de professores que teve era para discutir alguma dificuldade ou para elogiar sua habilidade com Transfiguração. Mas nada sobre como lidar com aquele final de semana.

Para Trevor, conforme o final de semana chegava, ficava mais debilitado. Sentia-se como se sentia havia tempos: cansado e com uma fome incontrolável. Tentou descobrir onde ficava a cozinha do castelo, mas sem sucesso. O lugar era muito grande para se descobrir essas coisas em apenas uma semana, e nenhum monitor parecia disposto a explicar para ele como chegar lá.

Carter conversava bastante com Duffy durante a semana. Acabaram iniciando uma pequena amizade, nada muito profunda. O fato da família de Trevor não ser reconhecida incomodava um pouco Memphis, o que poderia deixá-lo um pouco arredio com a amizade. Trevor, por sua vez, não percebeu a hesitação do amigo, acreditando estar seguindo o que Dumbledore disse-lhe e fazendo uma amizade.

Algumas vezes durante a semana, Malfoy se encontrou com Memphis para conversarem. Especialmente quando tinham aulas juntos, acabavam sentando próximo.
Malfoy comentava sobre como Potter era “cheio de si” e o quanto queria provar que ele era uma farsa. Memphis comentava que não tinha contato com o bruxo dentro de sua casa, sempre andando com a nascida trouxa e com os Weasley. Draco achava que isso mostrava a fraqueza de Potter, andar com bruxos tão imundos e pobres…

Draco também se divertia azucrinando a vida da menina Pluemer. Obviamente, Memphis acabou participando de algumas brincadeiras de Draco com a menina, pois ele fazia questão de fazer piadas a cerca da família dela quando Carter estava consigo. Apenas para mostrar para Holly que as outras casas de Hogwarts concordava com sua opinião a cerca dela.

Se Carter era ou não adepto dessa ideia, somente ele poderia dizer.


Sirena Claviere Müller chegou em Hogwarts um tanto quanto perdida e temerosa. Tinha pavor da possibilidade de usar realmente magia, a mesma magia que a fez ferir pessoas.
Dumbledore, o diretor velhinho que viera em seu socorro quando tudo parecia que só daria errado, acabou lhe convencendo de que aprender a lidar com aquilo seria melhor para ela… Porém como?

Quando chegou em Hogwarts já estava apavorada: havia passado por uma pilastra de tijolos na Estação Kings Cross para chegar até a plataforma – isso sem falar que havia saído de seu lar, no interior calmo e tranquilo, até a Capital -; o trem enorme e cheio de bruxos e animais, alguns até usando magia para coisas simples como arrumar a roupa amassada ou endireitar a gravata; viajar longas horas para um lugar que seus pais jamais poderão conhecer, por serem “trouxas”, como Dumbledore e o Moço do Ministério explicaram; ser guiada por um lago imenso por um gigante – aparentemente – sentada em barquinhos que se moviam sozinhos sob a água…

Não pode esconder o encanto de ver o castelo imenso à noite, suas luzes e a perspectiva de uma nova vida. Ao mesmo tempo que aquilo era assustador e apavorante, ela instigante e excitante. Com o misto de medo e empolgação que só pessoas daquela idade é capaz de sentir, Sirena deu o primeiro passo para dentro do castelo e sua nova vida em Hogwarts.

Tudo andava bem… Até os fantasmas aparecerem.

Mas graças a Deus a bruxa, Professora McGonagall, voltou e espantou o fantasma.

Aconteceu a tal seleção de casas. Dumbledore havia lhe explicado quando foi levar a carta à ela. Não sabia direito o que aconteceria, mas foi para uma casa cheia de pessoas animadas, felizes, que lhe abraçaram e deram as mais calorosas boas vindas…
“Calorosas”, considerando que uma das “pessoas” mais empolgadas com a sua chegada à mesa era um Fantasma: O Frei Gorducho.


A semana seguiu quase bem.
Gostou das aulas que não exigiam varinhas, ou magia. Como Herbologia e Poções. Porém as aulas de Feitiços, Transfiguração, Defesa Contra as Artes das Trevas (DCAT) e… basicamente todas as outras, eram ridiculamente assombrosas.
Não se concentrava.

Em uma aula, tentando fazer uma pena flutuar, ficou tão tensa que todo o material escolar dos alunos ao redor dela começaram a flutuar (cadernos, tinteiros, penas… até mesmo algumas varinhas), porém curiosamente, sua pena – a única que devia flutuar – não se moveu.
O professor Flitwick ficou encantado e empolgado com a magia que despendia da menina e acalmou a classe dizendo que aquilo era extremamente… normal. Ou que deveria ser.

A maior parte do tempo livre Sirena passava organizando coisas que encontrava fora de ordem pelo castelo. Especialmente no seu salão comunal, no subsolo próximo das cozinhas.
Seu salão comunal era constantemente ensolarado, o queera estranho considerando que estavam no subsolo.


Finalmente todos chegaram à Aula de vôo. Todos os alunos do primeiro ano estavam lá.
Holly da Sonserina, Elliot, Tristan, os gêmeos O'Byrne da Corvinal; Trevor e Carter da Grifinória e a jovem Sirena, da Lufa-lufa. E todos os outros alunos como Neville, Harry, Rony, Luna e, claro, o Malfoy.

Todos estavam alinhados, com a vassoura à frente, esperando o início da Aula.

Alguns ansiosos, outros receosos e alguns apavorados com a perspectiva do primeiro dia de aula.

Como odiava ficar brigada com o irmão, mas ele estava irredutível e Erin também não tinha sangue de barata, apesar de por dentro chorar por não ser mais amiga do irmão, por fora ela assumia um semblante de “garota que não precisa do irmão para nada”, mas a verdade é que ela queria abraça-lo e rir com ele. Ela ficou realmente zangada quando ele foi brigar com ela por causa da carta escrita para Agnes. O que ela poderia fazer? Ela queria conselhos. E nas aulas de Herbologia quando ele ficava ao lado de Holly, ela detestava mais ainda o irmão e mostrava a língua para ele várias vezes. Passou mais tempo andando com Elliot e Tristan, que eram amigos bem legais.

Era divertido passar o tempo com Tristan já que ambos eram curiosos pelo mundo um do outro, estavam sempre se ajudando. A menina se sentia útil e importante. Volta e meia ela escrevia pequenos contos fadas com personagens trouxas e pedia a opinião de Tristan, para saber se fazia certo e quando ela acertava ficava muito feliz.

Elliot era sempre mais ameno e calmo, um equilíbrio para a energia da ruivinha. Estavam se tornando um trio interessante e de conhecimentos variados. Às vezes Owen estava presente no grupo, como quando estava com Elliot e os quatro se encontravam. Erin sempre tentava reatar com o irmão, porém o mau humor dele dava as caras e a menina se chateava de novo. Os irmãos nunca tinham passado tanto tempo brigados. Não era esse o sonho dela em Hogwarts.

No primeiro dia de aula de voo finalmente chegava e Eireann estava super ansiosa, queria tanto essa aula para poder se sentir mais perto de seu irmão mais velho, o atleta Llew. Alguns dias antes ela tinha mandado uma carta para ele contando que finalmente teria essa aula e tinha até pedido dicas. E claro, também falou sobre sua briga com Owen e que estava muito triste com isso.
No dia aula a animação foi tanta que até comentou com irmão sobre como estava se sentindo. Enquanto a professora não chegava, a menina passava uma flanela em sua vassoura de excelente qualidade, deixando tão brilhante que quase podia se ver refletida nela, tamanha era sua ansiedade e felicidade. Sorria bastante e conversava com o irmão e os amigos. Obviamente tentava manter contato com seus amigos das outras casas e também falar com os outros que ainda não tinha conversado. Só com Holly manteve distância, ela já tinha aprendido que a garota não queria conversa com ela e por isso não insistiria. Ela sabia respeitar a individualidade de cada um.

Estava super animada para saber o que seu amigo Tristan pensava sobre essa aula, já que os trouxas não voavam.

- Então Tristan, como está se sentindo? Animado para sua primeira aula de voo?

Tristan passou sua primeira semana em Hogwarts seguindo Eireann onde quer que ela fosse. Agora tinha uma amiga que conhecia melhor o mundo bruxo e tinha resolvido que a melhor forma de se portar seria imitando o que quer que ela fizesse. Ao mesmo tempo em que a bombardeava com perguntas sobre o mundo bruxo, achava muito estranho que a menina também estivesse interessada em aprender sobre o mundo trouxa.

Tentou lhe explicar um pouco sobre suas pequenas invenções e video games, seus dois assuntos preferidos, mas, para sua frustração, bruxos mal entendiam como aparelhos elétricos funcionavam e isso limitava um pouco a conversa. Ficou ainda mais frustrado ao descobrir que seu game boy que tinha trazido de casa simplesmente não estava ligando, por mais que trocasse as pilhas por novas.

Estava pensando em como resolver o problema enquanto seguia com Eireann para a aula de voo e logo a animação de seus colegas o contagiou. Ao chegar no local da aula, ele já tinha esquecido, pelo menos momentaneamente, sua abstinência de tecnologia. A maior parte da turma mal podia esperar para voar, e Tristan mesmo sem ser grande fã de esportes, também estava animado com a ideia de ver como funcionaria uma vassoura mágica.

Eireann tinha sua própria vassoura e cuidava dela com todo carinho, enquanto Tristan tinha na sua frente uma das vassouras emprestadas da escola, visivelmente em péssimas condições. Cutucou o objeto com o pé, desconfiado.

-Tem certeza que isso voa? - perguntou a Eireann, pensativo. Será que o Wingardium Leviosa que tinham aprendido alguns dias atrás seria o suficiente para fazer uma vassoura voar? Será que poderia tentar enfeitiçar uma vassoura comum? E outros objetos? - Um aspirador seria mais rápido... - comentou em voz alta para a amiga, enquanto tentava conter o riso ao imaginar a cena.

Animada com seus novos amigos, Erin seguia sempre assim para suas aulas e a aula de voo não era diferente.

- Claro que voa... por que não voaria? - sorria para ele - você vai ver só - ele falava de coisas de trouxas que ela não entendia e para não ficar por fora sempre perguntava de volta - aspirador? Para aspirar o que? Não sei nem o que é para saber se isso pode voar...

Essa primeira semana de aula havia sido... interessante digamos assim, na aula de feitiços foi um desastre para uma grande maioria dos alunos, uma garota da Lufa-Lufa havia feito tudo levitar, menos sua própria pena, Rony Weasley não havia conseguido nem isso, o que era uma vergonha, visto que até uma nascida trouxa como Hermione havia conseguido realizar o feitiço com sucesso, alguns bruxos eram simplesmente uma vergonha.

Com o tempo comecei a perceber que praticamente não havia alguma aula na qual a Granger era ruim, cada vez mais eu me perguntava se ela realmente não estava na casa errada, chegava a irritar ela querer se mostrar respondendo todas as perguntas. Graças as suas companhias eu não estava mais fazendo muita questão de me aproximar do Potter.

Trevor era bem legal, mas minhas pesquisas sobre os Duffy ainda não haviam rendido resultados por enquanto, mandei cartas pro meu pai e pra Andrew, um velho amigo de meu pai que as vezes me ajudava. Mas ainda não havia recebido respostas sobre essa questão, o que me angustiava um pouco, os Malfoys sempre me ensinaram a tomar cuidado com quem eu ando, mesmo que conversar com o Trevor fosse bem legal, o que fazia eu conversar com ele bastante, mesmo sem saber muito sobre sua família.

Tentei falhamente fazer com que Draco parace de encher o saco de Neville, mas o garoto não parecia muito interessado no que eu tinha a dizer em relação a isso, por isso sempre que eu via alguém enchendo muito o saco do Longbottom, eu inventava algo pra tirar ele de lá, geralmente só falava que o monitor estava chamando ele ou algo assim, acredito que ele deva ter percebido o que eu estava fazendo, mas até hoje nunca tinha se pronunciado em relação a isso.

Descobri que herbologia é a pior aula do mundo, aquelas coisas simplesmente parecem não fazer sentido, pra mim era tudo arvore e mato, mas a Sra. Sprout insistia que cada uma tinha uma peculiaridade e coisas assim. Neville embora mais desastrado do que eu imaginei que alguém no mundo pudesse ser, era realmente bem habilidoso nessa matéria, o que me fez pedir para ele umas dicas.

Sempre que dava eu conversava com Draco, embora ele insistisse em andar com Crabbe e Goyle, aqueles dois brutamontes eram tão inteligentes quanto trolls, a aparencia deles também ajudava minha cabeça a sempre associar os dois ás criaturas. Draco insistia em fazer brincadeiras com todos, por consideração a minha antiga amizade com ele, eu as vezes fazia parte, mas realmente não era uma coisa que me agradava, humilhar os outros não era divertido.

Precisei passar no corujal para mandar uma carta para meus pais, o que fez com que eu saísse correndo pra não me atrasar pra aula, chego no campo na minha velocidade máxima o que faz com que eu acabasse trombando com alguém, levando tanto eu quanto a garota pro chão. Era a lufana da aula de feitiços, Serena ou algo assim.

- Perdão, não te vi.

Olhava para a vassoura, ainda desconfiado. Talvez a de Eireann, nova e bem cuidada fosse capaz de voar, mas a da escola... Com certeza logo iria se desmanchar no ar.

-Aspirador é um aparelho que aspira o pó. - ele parou um instante, percebendo que a explicação não ajudava muito. - Ele tem um ventilador dentro, aí quando você liga, o ventilador gira e aspira a poeira pra dentro de um saco. Você usa para limpar a casa, em vez de uma vassoura. É bem mais rápido. - a última frase saiu quase inaudível, enquanto ele lembrava que se nem mesmo seus amigos trouxas se importariam em saber como um aspirador funcionava, por que uma bruxa acharia isso legal? Deu um sorriso sem graça e apontou para a vassoura de Eireann.

-Você já sabe ahn... dirigir isso?

A garota parecia estar meio nervosa, enquanto tentava sem sucesso limpar a sujeira em sua saia, me sinto um pouco culpado por ter feito isso a ela, mas não havia muita coisa a qual fazer, eu ainda não havia aprendido nenhum feitiço pra a ajudar. Eu me levanto e limpo bem mais ou menos a minha roupa e estendo a mão pra garota.

- Não me machuquei não, mas realmente me desculpe, não era a minha intenção. E você está bem?

A ruivinha irlandesa ouviu a explicação e adorou a ideia de algo para aspirar pó, já que sua alergia estava sempre presente.

- Uau! Aspira o pó. Que fantástico... eu adoraria ter algo assim. Pó me faz tão mal. Eu só não entendi essa parte de venti... vent o que?

Durante toda a semana Elliot ficou mais calado que o de costume, o que já era um nível de silêncio bem exagerado. Quando encontrou Eireann novamente na aula de Herbologia já havia um novo amigo, e fazer amizades era difícil para Elliot, o que fez ele ficar ainda mais quieto e tímido perto de mais uma pessoa, não conseguia acompanhar o fluxo de amizades daquele lugar. Ele acompanhava os dois em boa parte do tempo, mas geralmente respondia apenas balançando a cabeça ou com um sorriso, ouvia de longe sobre as coisas do mundo trouxa das quais Tristan falava, mas sem fazer perguntas, só ficava tentando imaginar como eram essas coisas aparentemente tão estranhas, sendo que algumas pareciam bem inúteis, já que podiam ser resolvidas bem mais facilmente com magia.

E mesmo após uma semana Eireann e seu irmão continuavam brigados, o que incomodava o garoto, sentia que era um pouco responsável e que estava atrapalhando eles, talvez pudesse fazer algo para ajudar a reconciliar os dois, eles pareciam tão próximos no primeiro dia de aula, com certeza foi um erro se aproximar de alguém tão rápido assim, não parecia certo e tinha que fazer algo a respeito. Tinha em mente que se afastaria de Eireann aos poucos e tentaria falar com Owen assim que fosse possível, ou se ele criar a coragem de falar com ele, mas era um assunto muito delicado pra um estranho se envolver, e mesmo pensando a semana toda nisso ele acabou não falando nada.

Na aula de voo, Elliot não sabia dizer se estava animado ou com medo, voar parecia tão interessante, imaginava o quão deve ser incrível ver a coisas do alto, era uma criança que se empolgava facilmente, mas sempre tentava esconder a empolgação, porém também parecia arriscado, era algo que aparentava exigir mais do físico do que ele estava acostumado, e perder o controle no meio do voo parecia bem perigoso. Enquanto esperava o professor chegar Elliot só observava a conversa entre Eireann e Tristan, e o que o fez pensar se a sua vassoura que também foi disponibilizada pela escola realmente ia aguentar o voo, algo que apenas aumentava o medo da criança em relação àquela aula.

Aquele dia não poderia ser pior para Holly. Enquanto algumas pessoas vibravam de alegria sobre ter sua primeira aula de Vôo, a menina só queria morrer antes de ter que passar por isso. Agora já estava acostumada com as brincadeiras de Malfoy e tentava se esquivar dele o máximo possível, mas às vezes só ficava e ouvia as provocações até o fim. Sentia um misto entre tristeza e raiva e desejava muito que ele viesse provocá-la sozinho e ela le daria uma bordoada. Pelo menos, é o que imaginava a cada aula que tinha, como faria alguma poção para cair no suco dele ou o transformaria em uma barata. Mesmo assim, não passava de um sonho, já que ele tinha um monte de capangas por perto.

Além disso, também tinha que evitar a Srta. Wood. Então a biblioteca virou um tipo de melhor amiga. Bruxos não eram mais legais que trouxas, aparentemente. Pelo menos, não aqueles que eram sangue-puro.

Às vezes tinha vontade de voltar para casa, mas aí se lembrava que não tinha muito para onde voltar, exceto a casa da madrinha, que ficaria chateada. No fim, era melhor ficar por lá mesmo, as matérias eram interessantes e ela começava a pegar gosto.

Foi a última pessoa a pisar na aula de vôo, claramente com a intenção de não ser notada por ninguém. Olhava a vassoura já sentindo uma tremenda do no estômago. Esperava não ser obrigada a subir nela. Pelo menos não planejava tirar os pés do chão.

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Setembro, 07 de 1991, Hogwarts – Londres

HOLLY

Holly estava apavorada, e sozinha.
Tentou muito não ir à essa aula. Pensou em conversar por cartas com sua madrinha, mas tinha medo que ela se decepcionasse com seu comportamento: primeira semana e já pedindo conselhos de como cabular aulas? Que tipo de bruxa ela seria se fizesse isso?
Passou horas e horas na biblioteca, fugindo dos outros sonserinos. Acaba sendo sempre a última a retornar para o Salão Comunal, mal falava com Selwyn, que tinha ajudado a menina em alguns outros momentos naquela semana. Nada muito diferente do normal. Aproveitou o tempo extra na biblioteca e acabou pesquisando alguma poção para se acalmar, mas não se aventurou ainda em produzir nenhuma delas sem autorização ou supervisão de um professor. E se errasse e ficasse verde ou crescesse alguma coisa em seu corpo? Melhor seria reunir toda a coragem que ela possuísse e enfrentar a aula de voo.

Por isso Holly chegou pouco tempo depois que a professora entrou no campo. Acabou chamando atenção por causa disso e os alunos da Sonserina começaram com as piadas acerca dela. Mas não duraram muito. A Madame Hooch descontou pontos da casa e ameaçou dar detenção aos alunos que falassem qualquer coisa que não fossem sobre vassouras e sobre como montá-las.

Apesar da ajuda da professora, o método que ela usou só fez a menina perder o pouco sangue que restava em seu rosto. Holly estava pálida quando parou ao lado de sua vassoura, a qual tentava não olhar de nenhuma forma.

EIREANN, TRISTAN,  ELLIOT E OWEN

Eireann e Tristan conversavam enquanto esperavam a professora chegar.
Tristan estava tentando explicar para Erin como era um ventilador e como um poderia ser adaptado dentro de um aspirador de pó para sugar o pó. Era muito difícil explicar as coisas do mundo trouxa, uma porque pareciam muito sem graça perto da magia, e outra porque a maioria das coisas envolviam eletricidade e/ou imagens, duas coisas que Eireann ainda não tinha entendido muito bem.

Elliot estava com a dupla quase sempre. Vinha de uma família bruxa, mas viviam de maneira simples e muito mais calma do que os bruxos tradicionais. Seus pais não eram famosos e poderosos bruxos como os dos O’Byrne e os Memphis. Sua vida era calma e monótona, e gostava disso. Hogwarts era um tipo diferente de vida, muito mais movimentada, cheia de lições e crianças interagindo umas com as outras.
Especialmente Eireann.

Enquanto os dois conversavam, Elliot ficou imaginando as coisas e procurando Owen no meio da fileira de alunos ao redor de vassouras. O encontrou não muito longe de onde estavam. Estava sozinho, ainda evitando a companhia da irmã. Pensou em ir até ele, mas ficou muito tímido de pegar sua vassoura do chão e caminhar até ele com todos os alunos ali, olhando. Depois da aula certamente falaria com ele e perguntaria o que achou da aula ou qualquer coisa do gênero. Talvez até convencesse ele a voltar a falar com a irmã naquele dia... por que não? Tentava isso todos os dias desde que se sentira culpado pela separação dos gêmeos.

Foi no meio dessa conversa e pensamentos que a professora chegou ao campo onde teriam a aula.


CARTER, TREVOR E SIRENA

Carter e Sirena acabaram se trombando no caminho para a aula de vôo, causando uma confusão na mente da menina. Malditas linhas e seus azares. Se as meninas no banheiro do dormitório não fossem tão bagunceiras  de manhã isso não teria acontecido... Mas não havia muito que Sirena pudesse fazer a respeito.

Carter se sentiu inicialmente culpado por ter causado todo aquele desconforto para a menina, depois se sentiu curioso a respeito da jovem. Seria ela uma bruxa de uma boa linhagem? Ele sabia o que os Malfoy achavam sobre a casa da Lufa-Lufa, que eram pessoas sem talento que acabavam cozinhando em tavernas ou servindo pessoas como eles.

Seguiram conversando sobre peculiaridades e se apresentaram. Sirena já havia visto o aluno da grifinória em algumas aulas que tiveram juntos, e sabia que sua mesa era sempre uma bagunça. Pote de tinteiro abertos, muito na beirada, pergaminho torto enquanto escrevia com uma pena que já apresentava falhas por ser guardada de qualquer jeito dentro da mochila. Livros com as folhas amassadas para marcar páginas importantes ou de lições que deveriam fazer... E quando guardava o material? Simplesmente o jogava de qualquer jeito dentro da mochila ou guardava seus frascos espalhados, misturados com os de outros alunos, sem nenhum alinhamento.

Finalmente chegaram até o campo do lado de fora do castelo, onde seria a aula. Sirena havia se distraído durante o caminho, mas finalmente se lembrou que voaria em questão de segundos, ou pelo menos era esse o objetivo da aula.

Logo atrás deles, vinha a professora. Correram para seus lugares, Sirena ao lado de Dreemurr, uma outra menina lufana.

Quando parou ao lado do que seria sua vassoura, uma emprestada da escola, descobriu que a vassoura era um verdadeiro desastre: cerdas tortas, abertas para “fora”, com algumas quebradas, ficando algumas bem maiores que as outras. E o cabo? Era tortíssimo, sem simétrica alguma. Todo desbotado, manchado, com farpas de madeira pequeninas soltas (não seriam capazes de machucar ninguém).

Carter foi para o lado de Trevor que não parecia estar se sentindo muito bem. Estava pálido, parecia que tinha corrido muito, pois estava levemente suado. Será que ele também tinha se atrasado e foi correndo para a aula? Pensando bem, Carter não viu Trevor no dormitório quando saiu... talvez fosse a pressa para chegar na hora.
Mas antes que pudesse perguntar como ele estava, a Professora Hooch começou a falar.


BUTTERCUP DREEMURR

A lufana teve uma semana difícil.
Após chegar na escola e trombar com o Fantasma do Frei Gorducho, acabou sendo selecionada para a casa das pessoas mais carinhosas e amigáveis, que mais lembravam sua mãe. Não demorou muito para a saudade de sua mãe sufocar em seu peito e de se dar conta de que não teria mais seu pai para lhe abrigar da dor que a falta dela fazia. Naquela primeira semana ficou um pouco mais sozinha, tentando se acostumar com a nova rotina e tentando não pensar muito em casa.

A única coisa que (talvez) tenha assustado a menina no castelo foi o Grande Lago da escola. Os alunos de diversos anos adoravam passar as tardes ou as horas livres ali na beira do lado brincando com um...monstro? Havia alguma coisa que vinha até a superfície do lago e isso realmente poderia apavorar Buttercup, fazendo-a lembrar-se de tudo o que acontecera. Quando perguntou a respeito disso aos professores ou monitores, eles disseram que a Lula Gigante não era perigosa e que as criaturas perigosas do lago raramente vinham à superfície e que  Dumbledore as mantinha sob controle.

Escrevera todos os dias para seu pai e, rapidamente, decorou o caminho até o corujal descobrindo-o um bom lugar para ficar sozinha e em contato com algum animal, especialmente com sua coruja (quando não estava viajando com as cartas).

A aula de transfiguração foi bem animadora. Assim como a aula de Trato das Criaturas Mágicas, afinal nessa aula parecia que só lidariam com os animais lindos do mundo mágico.
A aula de Defesa Contra as Artes das Trevas parecia ser mais voltada para essas coisas “ruins”. O Professor Quirrel falou um pouco sobre alguns animais perigosos e de como evita-los ou como proteger-se caso algum deles ataquem.  Mas não citou o monstro que a menina conhecera... Agradeceu por não precisar se lembrar daquilo tão cedo.

[...]

Finalmente chegara o final de semana, e com isso a primeira aula de Vôo.
A menina não tinha problemas com altura ou voar.
Estava cheia de deveres de casa e ansiosa para curtir mais tempo com seu animal e, quem sabe, conversar com alguém. Ou ir até as cozinhas, que descobriu ser cheia de elfos domésticos e muito perto do seu salão comunal.
Certamente precisaria ir para a biblioteca para fazer suas tarefas para a próxima semana....

Estava pensando nisso quando finalmente a professora chegou, sendo brevemente interrompida por uma aluna da sonserina que havia se atrasado para a aula.

ALKAID KONNAN

Akaid Konnan, uma menina educada e geniosa, foi rapidamente selecionada para a casa da Corvinal na seleção das casas. Sabia que aquilo significava que ela era bonita e inteligente, pois eram os principais atributos que Rowena Ravenclaw presava em seus alunos.

Estava contente por estar em hogwarts e longe dos olhos de seu pai. Poderia finalmente fazer o que tivesse vontade, apesar dos monitores sempre estarem presentes.
Logo conheceu outros bruxinhos e fez algumas amizades. Uma delas foi com a jovem menina O’Byrne, Eireann.
A menina sempre vivia cercada de pessoas, e parecia não se cansar de falar animadamente sobre tudo o que acontecia no castelo. A amizade com ela era quase inevitável e por isso algumas vezes acabou conversando com a menina, nada muito além do usual.

Haviam outros corvinos com quem poderia fazer amizades.
Percebeu que os gêmeos O’byrne estavam sem se falar e isso aguçou a curiosidade da menina, apesar de não ter interagido muito com eles para descobrir a razão disso.

Todos conheciam os O’byrne, uma poderosa e influente família bruxa. Ela não era diferente, apesar de ser Mestiça, conhecia um pouco sobre as famílias e a importância que algumas davam ao sangue puro.

De uma forma geral, a semana foi bem proveitosa e interessante. Todos os dias parecia que descobria um universo novo na magia e isso a excitava e a fazia querer cada vez mais. Quase se metendo em confusões por ter entrado em alguma sala que não deveria.

[...]

Estava com os outros alunos da Corvinal esperando a aula de vôo dar inicio.
Ouviu atentamente as instruções da professora e se empenhou ao máximo, como sempre, na aula.


- Muito bem alunos. Boa tarde! Eu sou a Madame Hooch e estou aqui para ensiná-los a montar em suas vassouras e como permanecer nelas. Não percamos tempo! Rápido, fiquem do lado esquerdo de sua vassoura, estenda a mão direta paralelamente sobre ela, e diga autoritariamente “SUBA!”.

Ao dizer isso, os alunos ansiosos deram o passo, estenderam a mão e começaram a gritar sem parar para suas vassouras  subirem. Potter foi um dos raros alunos ali que conseguiram de primeira, como Malfoy.

Off e Instruções: