Sala de Poções

Aula de Poções

As aulas de poções são lecionadas pelo Professor Severo Snape. Ele é o responsável pela casa da Sonserina e mostra uma predileção aos alunos dessa casa.
Snape é rígido, intolerante e duro em suas aulas e, embora seja uma aula obrigatória para os alunos do primeiro e segundo ano, a maioria dos alunos detestam a matéria por conta do professor.

As aulas de preparo de poções usam todos os tipos de ingredientes, desde ervas e sementes mais comuns até os excrementos e líquidos mais bizarros. Também é comum usar componentes sólidos e pré-produzidos, não tão naturais.

Em Poções, os bruxos aprendem a fabricar, manusear e utilizar as mais diferentes poções, antídotos e soros. É uma ciência perigosa e importante para todo bruxo, como o Professor Snape sempre gosta de lembrar.

Setembro, 02 de 1991, Hogwarts - Londres

John, Owen, Erin e Elliot descera as escadas junto com vários outros estudantes da Corvinal, de todos os anos, e seguiram para o Salão Principal para o desjejum daquele dia.

Chegaram cedo, como outros alunos da casa, e descobriram que o café da manhã era um misto de muitas comidas. Obviamente não era tão abundante ou luxuoso como o do banquete do dia anterior, mas mesmo assim a comida era sensacional e sempre que pegavam um pouco de um prato, ele magicamente ressurgia na travessa em que fora retirado, quentinho como se tivesse acabado de ser preparado.

Comeram, conversaram, e John se encontrou novamente com seus dois amigos, Anne e Robert.
Robert da Lufa-Lufa teria a primeira aula do dia junto com Titor no segundo horário da manhã, porém antes teria um horario de Transfiguração junto com os sonserinos. Por isso John pôde conversar mais tempo com Anne naquela parte da manhã e se encontraria com o amigo depois.

Owen ficou comendo enquanto Eireann certamente fez o seu tour pelas outras mesas cumprimentando as pessoas que encontrou anteriormente.

Elliot também preferiu comer em silêncio e paz. Depois seguiu para as masmorras junto com os outros.


Desceram o mesmo caminho que anteriormente os sonserinos fizeram, porém eles não seguiram para o salão comunal, viraram um corredor que deu para um outro lance de escadas em espiral, dando de frente com um corredor com uma sala ao final dela: a sala de poções.

Adentraram e viram que o professor ainda não tinha chegado. Estava escuro, úmido, iluminado por algumas velas que davam uma penumbra incomoda no ambiente. Haviam as mesas postas, cabendo três alunos em cada uma delas, com espaço suficiente para os caldeirões, balanças e onde cortas os ingredientes, consultar livros e fazer as anotações.

Não demorou muito e Robert, o amigo lufano de Titor, também chegou procurando o colega para ficarem juntos e terem oportunidade de colocar as novidades em dia antes do professor chegar.

Enquanto aguardava pelo irmão na sala comunal, Erin relembrava a conversa com a monitora e ficou mais animada ainda com a ideia de ser monitora, Elisabeth passava tanta segurança e orgulho que deixou a criança ruiva nas nuvens.

Durante o café da manhã Eireann comeu e  depois conversou com seus novos amigos, tanto da mesa corvina quanto os sonsos. Logo seguiria para sua primeira aula, estava ansiosa.

- Ah Owen, nossa primeira aula – olhava para céu do refeitório, muito animada.

Seguiram para a sala de aula de poções e a primeira impressão não foi das mais animadoras, o lugar era úmido e escuro, talvez até um pouco sujo para o gosto da moça. Sentiu-se um pouco incomodada, pegou seu paninho e espanou tanto a cadeira quanto a mesa; e fazia tudo com muita naturalidade, como se fosse a coisa mais comum do mundo, o que para ela era.

Aguardou com ansiedade para conhecer seu professor.

Elliot comeu em silêncio, apenas observando o movimento, apesar de tudo aquela interação entre as crianças era interessante para ele, mesmo que dificilmente fizesse parte delas. Sem falar muito como normalmente fazia, Elliot começou a pensar na primeira aula que teriam, aula de poções, isso o lembrava de sua mãe, que costumava ensinar uma coisa ou outra para o garoto, essa lembrança o fez sentir falta de casa, era muito bom estar com sua família, e se acostumar a viver longe deles iria levar tempo.

Ao chegar na sala de poções Elliot viu que sala era estranha, mal iluminada, e com uma umidade e e cheiro estranho, mas ao pensar um pouco fazia sentido, muitas poções eram preparadas ali, considerando que eram alunos nem sempre elas davam muito certo, e toda aquela sujeira não era um incomodo para ele, nunca se incomodou com isso, sua mãe costumava brigar muito com ele que parecia sequer notar que o local estava sujo. Apesar de tudo o garoto ficou mais animado, ia aprender mais sobre o que sua mãe ensinava, e tentaria lembrar e associar o que ela havia ensinado, ia ser legal, poções era uma de suas disciplinas preferidas, e estava ansioso para descobrir quem era o professor.

Setembro, 02 de 1991, Hogwarts - Londres

Erin ficou maravilhada com a perspectiva de se tornar monitora na escola, e comentava sonhadora sobre a primeira aula olhando para o “teto” mágico do salão principal.
Ela percebeu, assim como todos os outros, que o céu mostrava exatamente o tempo que fazia do lado de fora do castelo: um belo dia ensolarado de outono, com o céu limpo e azul.

Quando começou a descer para as masmorras em direção das aulas de poções, Erin ficou com uma impressão um pouco…. Menos animada. O lugar era escuro e sujo demais para a menina que correu limpar tudo com seu paninho e fazer vários alunos da lufa-lufa olharem para ela curiosa.

Owen, certamente, sentou-se junto dela. Ainda havia um lugar em sua mesa para outro aluno se sentar. Elliot acabou sentando-se junto dos gêmeos ruivos e, enquanto abriu os livros, ficou submerso em suas lembranças de casa e das coisas que sua mãe lhe ensinou.
Poções era, certamente, a melhor matéria para ele. Suas segundas pelas manhã seriam interessantíssimas.

Claro, ao menos era isso o que pensava antes de encontrar o professor...

John estava sonolento, mas seu amigo Robert já estava acostumado com isso.

- Noite agitada, Titor? - perguntou casualmente quando viu o amigo entrando na sala de poções.

John sentou-se com ele e começaram a conversar sobre o castelo. Roberto comentou que o salão comunal da lufa-lufa era bem sofisticado, que tinha a luz do sol entrando sem parar dentro do aposento, mesmo sabendo que estavam no subsolo. Comentou sobre os barris, sobre sempre ter comida servida na mesa. E o cheiro? Era maravilhoso… quase como se morassem ao lado da cozinha.

Discursavam sobre cachorros quando o professor finalmente entrou na sala.


Foi o barulho da porta batendo que fez com que todos se sentassem em seus lugares e se silenciarem.
Um professor alto, usando uma capa esvoaçante tão negra quanto seus cabelos longos oleosos, de pele pálida, olhos frios e lábios que pareciam não erguer um sorriso há muitos anos, caminhou até a plataforma mais elevada à frente da sala, onde tinha o quadro negro e uma escrivaninha com algumas coisas postas nela.

- Não tolero feitiços idiotas na minha aula. Podem guardar as varinhas, pois nesta aula usarão a perspicácia e a inteligência ao invés de abanar as varinhas como macacos.

Ele falava pausadamente, com desdém na voz, e todos ficaram quietos ouvindo.

- Sou o Professor Severo Snape, diretor da casa da Sonserina e o mestre de poções desta escola. Agora… vamos começar a aula. Certamente já leram os primeiros capítulos dos livro que indiquei…

Apesar de ter de limpar seu lugar, aos poucos ela foi se acostumando e afastando a ideia de que estava em um lugar mofado, pensar naquilo só a deixaria fatigada. Quando se acomodou em seu lugar, reparou que os alunos lufanos a observavam e apenas sorriu e acenou para eles, sabia que se acostumariam com o jeito dela com o passar do ano.
Apertou a mão do irmão quando ele se sentou ao lado dela:

- Nossa primeira aula, Owen - sorriu animada e em seguida sorriu para o colega Elliot - animado Elliot?

Assim que o professor entrou, ela, assim como todos, ficou quieta e séria e agradeceu por não estar com a varinha na mão. O professor era assustador como um vilão de história, mas se ele estava ali talvez não fosse tão ruim. Mentalizou que se dedicaria àquela aula, pois não queria problemas com o professor de poções. Tinha sim lido os primeiros capítulos do livro logo que seus pais compraram o material, mas de certo que não era a ''rainha das poções''. Permaneceu parada aguardando as instruções de Snape.

Elliot esperava calado o professor, apenas observando as outras crianças conversando sobre assuntos diversos, era do interesse dele observar as pessoas, mas ainda evitava falar, até mesmo quando Eireann perguntou se ele estava animado, tudo que o garoto fez foi acenar com a cabeça positivamente, esboçando um leve sorriso.

Até que ele ouve a porta batendo e vê o professor entrar, já com uma aura assustadora e intimidante, e eles estarem em um porão sujo não ajudava em nada, quase não parecia uma sala de aula. Em suas primeiras palavras já ficava nítida a rigidez do professor, por isso mesmo tentaria passar despercebido para ele, ficaria tão calado e na dele que esperava que o professor nem notasse que ele estava ali.

Sobre ler o livro, ele esperava já ter ouvido falar sobre algo do assunto, apesar do interesse no assunto, na hora de ler os primeiros capítulos bateu uma pequena preguiça, esperava não ter problemas por isso e por garantia começou a folhear as primeiras páginas do livro para ver se era algo que já havia aprendido com a sua mãe.

Setembro, 02 de 1991, Hogwarts - Londres


Erin havia lido os primeiros capitulos e, por isso, não se juntou à algazarra que iniciou ao final da frase do professor: todos os demais alunos cochichavam, aparentemente não “sabiam” que deveriam  ler os primeiros capitulos de qualquer livro que fosse. Poucos alunos da Corvinal estavam de fato preocupados e todos, inclusive Eireann e Owen estavam tranquilos e aguardando que o professor desse a ordem para pegar os ingredientes.

Elliot correu os olhos rapidamente nas primeiras páginas do livro e percebeu que já vira sua mãe fazendo aquela poção algumas vezes. Era algo simples, nada muito elaborado. Uma ótima poção para estimular pessoas cansadas ou esgotadas por alguma razão.

A poção era a Wiggenweld, e Titor não pareceu muito animado em prepará-la. “Muco de Verme Gosmento”, leu no meio dos poucos ingredientes. Robert também não pareceu muito animado, fazendo careta de nojo quando os dois leram ao mesmo tempo o ingrediente.

Todos foram tranquilos quando a voz do professor ecoou na sala de aula:

- Muito bem, como todos certamente se prepararam… - disse pausadamente, com arrogância e desdém na voz, recheada de sarcasmo. Seus olhos pousaram em Titor. Claro que todos os adultos naquela escola conheciam a família Nostradamus. Até mesmo os alunos conheciam, pois eram todos influentes. Ver que um Corvino, de uma família tão poderosa, estava “despreparado” para a aula pareceu animar o professor de uma forma...sombria.

A partir de então orientou todos os alunos o que fazerem. Todos se apressaram em acender os fogos dos caldeirões, pegar seus ingredientes, as facas e outras ferramentas que utilizariam, e começaram a seguir os passos dos livros e as instruções que Snape ditara para todos.

Tinham apenas 30 minutos para preparar a poção.

Enquanto os alunos tentavam não errar o que fazia, o professor passava entre eles, fazendo comentários maldosos a respeito da poção de alguns alunos. Passou por uma aluna e falou algo tão terrível que ela começou a chorar. De fato era evidente que a pobre lufana não tinha feito absolutamente nada certo, sua poção estava amarelo sol, ao invés do verde que deveria ficar. Elliot e Erin tinham certeza que ela mexia a poção no sentido anti-horário, ao invés do horário como deveria.

- Srta. Steel, você tem alguma dificuldade em entender que o Ditamno nesta poção deveria ser cortado em fatias, não em cubos? E qual o universo que vive que não sabe qual o sentido horário? Deveria fazê-la beber sua própria poção para que aprenda, mas por hora apenas lhe darei zero nesta aula…

OFF: Teste:

Sorte que Eireann gostava de ler e ter lido com antecedência os livros do irmão mais velho a salvaram, ao menos momentaneamente, da tirania do professor de poção. Tirano porque ela o achou assustador, como os reis carrascos das histórias que lia. Na noite anterior não tinha lido nada por causa da emoção, mas de hoje em diante tornaria isso sua rotina: ler as matérias do dia seguinte.

Seguiu as instruções como indicado, pegou os ingredientes e foi fazendo passo-a-passo tudo que estava descrito na poção que tinha um nome medonho. Vermes lembravam sujeira para ela e gosmento mais ainda.
Viu o professor ser cruel com uma aluna que tinha se confundido e teve certeza que ele era o malvado nas historias, preferiu não dar mais atenção àquilo para não se distrair e levar bronca também, mas ficou triste pela garota Steel. Depois tentaria falar com ela. Antes de ir acrescentando os ingredientes, olhava novamente para ver se estavam todos certos, como tipo de corte e etc, já que isso influenciava muito na feitura das poções.
Pela primeira vez ela se sentiu inclinada a não falar nada, apenas olhava para Owen, eles se entendiam só com o olhar.

Setembro, 02 de 1991, Hogwarts - Londres

Eireann teve uma péssima primeira impressão do professor Snape e ele não parecia se importar com a sensação de desagrado que passava pelos alunos. Parecia inclinado ao desprezo e a arrogância.

Ela respirou fundo, separou cuidadosamente os ingredientes e, metodicamente, começou a preparar sua poção. Olhava para seu irmão e ambos trabalhavam em silêncio com uma concentração fora do normal para crianças daquela tenra idade. Snape passou perto da mesa dos três alunos, mas não fez comentários sobre suas poções.

Erin estava com uma expressão ao mesmo tempo concentrada e determinada. Ela era perfeccionista e seguia rigidamente todos os passos da poção, sem nunca deixar uma sujeira dos ingredientes perto dela, limpando várias vezes a bagunça que Owen e Elliot faziam enquanto preparavam. O irmão dela já estava acostumado com a mania da irmã, especialmente com o verme gosmento que insistia em deixar sua gosma na tábua de madeira que estavam usando para os cortes, mas Elliot ficou extremamente tímido e começou a evitar a sujeira, embora seu caldeirão começasse a ferver e a gotejar na mesa um pouco de poção.

Os gêmeos pareciam ter ensaiado seus movimentos para a aula. Faziam tudo exatamente igual, em uma harmonia surpreendente para duas pessoas que não trocavam uma palavra sequer.
Ao final dos 30 minutos, a voz do professor voltou à ecoar pela sala, fria e soberba.

Todos os alunos se afastaram dos seus caldeirões e aguardaram. Muitos jogaram os últimos ingredientes desesperados na poção, o que fez piorar o resultado.

Erin, Elliot e Owen se afastaram dos caldeirões satisfeitos por ter conseguido terminar a poção a tempo.
Erin sorriu para o irmão que, ansioso, apertou a mão enluvada da irmã, dividindo com ela seu sentimento. Elliot olhava para o caldeirão calado, sem encarar o professor enquanto ele passava pelas mesas repetindo os comentários maldosos e distribuindo notas baixas e deveres complicados para os alunos que se saíram mal.

Titor se saiu bem em sua poção, fazendo com que o professor ficasse realmente aborrecido. Passou sem fazer comentários, nem bons nem ruins, mas Titor sabia que tinha conseguido. Entretanto, seu amigo Robert recebeu uma tonelada de pesquisa para fazer sobre o uso dos ingredientes e os maleficios de quando administrados errados em uma poção.

Os três Corvinos se saíram muito bem em suas poções. Assim como alguns outros alunos da Corvinal, receberam pouco dever de casa dessa matéria.


Eles iriam para a próxima aula animados e satisfeitos

Foi uma poção complicada e uma aula tensa. Será que todas as aulas de poção seriam assim? Provavelmente sim com um professor daqueles.
Erin tinha ido bem fazendo sua poção, o que a deixou feliz porque não ia querer levar bronca na primeira aula. Sorriu para Owen e Elliot ao fim da aula e só foi comentar algo quando saíram sala.

- Ufa! - disse passando uma toalhinha limpa na testa para secar o suor da pressão da aula - que aula tenebrosa, mas que bom que fomos bem - e sorriu.

Mesmo assim, seguiu animada para a próxima aula.

A pressão que o professor causava deixou Elliot nervoso, certamente errar a poção e ser humilhado pelo professor era algo que ele queria evitar. Mesmo que nervoso e tremendo um pouco, Elliot sabia a receita, e conseguiu fazer a poção, no fim a aula acabou ficando tensa e isso não foi muito divertido para ele, esperava que o próximo professor fosse um pouco mais tranquilo.

- E essa só foi a primeira aula, não sei se aguento as próximas aulas tenebrosas dele. - Respondeu ao comentário de Eireann ao saírem da sala.

- Não se preocupe - respondeu ao colega - podemos fazer um grupinho de estudos para as matérias difíceis. O que acham? - pergunta para Elliot e Owen - vamos ver o nível das outras matérias e nos organizarmos... mas creio que as outras serão tranquilas - mas fez uma cara um pouco duvidosa por trás de seu sorriso.

Setembro, 02 de 1991, Hogwarts - Londres

Erin, Elliot e os outros estudantes saíram um pouco atordoados da aula. Mesmo os que se saíram bem na preparação de poções estavam desanimados com o clima que ficou pairando na sala de aula, com vários alunos tristes e envergonhados com suas poções. E o professor Snape parecia adorar vê-los dessa forma.

Finalmente saíram das masmorras. Parece que ficou mais fácil de respirar quando finalmente chegaram ao Salão Principal.

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