Mythology - Capítulo 1 / Efeito Borboleta

Siara fica aliviada por ver que tinha se libertado da cela. No começo fico em dúvida sobre as intenções do mascarado, mas se ele tinha nos libertado, era bom sinal. Lembro da velha frase: O inimigo do meu inimigo, é meu amigo. Nesse momento, era o que mais fazia sentido.

Ao ver que a gosma se aproximava de Anemona, eu corro pra lá e ataco a gosma com um golpe marcial, usando meus dois punhos.

- Larga ela seu maldito!

Região Montanhosa - Perto das Planícies Desérticas

Siara tenta defender sua nova amiga, ela sabia que precisava dos membros que agora estavam ali, seriam aliados pelo menos até chegarem até a torre depois das montanhas, estavam próximos de seu destino não poderia deixar aquele monstro os vencer, afinal eles lutavam por suas vidas ali.

Ela desferiu um potente golpe no monstro que foi jogado pra trás, mas pareceu não sentir o golpe, uma risada malévola vinda dele fez Siara tremer por dentro, mas não podia desistir ali, a criatura disparou um ataque contra Abu, suas pernas foram presas ao chão.
A técnica do monstro parecia ser de inutilizar a equipe uma a uma, felizmente Siara era uma poderosa combatente, formada nos métodos do Monastério de Biron, os grandes guerreiros monges, e ensinada diretamente por Taigan, a felina não desistiria, lutaria até o fim.

O monstro ainda queria atacar Anemona, por isso se locomoveu rapidamente para tentar chegar perto dela para o ataque se concretizar, o mascarado apenas olhava, parecia que agora não atacava apenas olhava os acontecimentos.

Lexus se debatia nas teias ainda preso, Abu freneticamente tentava se libertar, agora não era hora de ficar inutilizado.
Uma aura energética envolvia o monstro e com isso uma lufada de vento parecia tomar conta do local.

- Vocês são mesmo rídiculos é só isso que tem??? Hahahahahaha!!!! Que fracotes, preparem-se para morrer, espero que gostem do meu poder, uma benção para infames como vocês... Haaaaahahahaaaa!!!

Iniciativa:

Como não podia deixar de ser, Anemona ficou impressionada com o golpe poderoso que Siara desferiu na gosma. Infelizmente ela não tinha nada daquilo, só uma adaga que ela já notara que não faria nem cócegas no monstro, não tinha a mágica e nem a espada. Ela sabia que a vida de seus pais e de seu amigo dependiam disso e não tinha outra alternativa a não ser arriscar.
Ela pega sua faca e salta para cima da criatura.

- Que se dane! Não posso só ficar fugindo.

Anêmona não poderia ficar parada, teria de lutar, lutar por sua família, tinha esperança de encontrá-los vivos.

Pegou sua arma, uma adaga que seria o mais letal que possuía no momento ela avançou um pouco desengonçada, não era uma lutadora nata, mas tentou cravar sua adaga no monstro.

O monstro ria e usou um golpe mais poderoso que o da menina, ele a acertou no abdômen, mas com uma potência bastante grande, a garota fora lançada longe, ela caiu no chão e se contorceu, ficou sem ar por alguns segundos, o golpe fora terrivelmente forte, Anêmona sentira a dor.

Ficou no chão tentando se levantar, o golpe tinha sido na região certa, para deixar a menina sem ar, Abu viu a cena, sabia que tinha de se soltar logo.

Siara notou que o monstro aumentara de tamanho, estava esticando, e a lufada de vento ainda continuava:

- Vamos lá criancinhas!!! Chegou a hora de morrer, as garotas me agrediram sem nenhum sucesso, por acaso os outros vão querer chegar perto de mim? Hahahahahahaaa!!! Sinto o cheiro do medo em vocês, a luta acabará em breve, é uma pena queria brincar maiiiiiiissss.

O monstro brincava com o grupo, se não reagissem logo a coisa iria ficar feia.

Danos e turnos:

Ele é a máscara, a máscara é ele.

Ele, envolto de um capuz roxo escuro, impedindo qualquer um de enxergar o espaço onde a máscara não esconde. A máscara, traz consigo um brilho dourado que se amplifica pelo brilho da lua, com detalhes negros que  escurecem por causa da noite.

Ele, observa toda a confusão formada por aqueles que já estavam ali antes dele. A máscara, permanecia em silêncio, absoluto, sem desvios de interpretações adversas.

Ele, calculava o momento exato de agir, precisava terminar com a alegria daquela criatura gosmenta. A máscara, era de um tom sombrio, que incapacita qualquer um de adivinhar o que pode estar ocorrendo por trás dela.

Ele, novamente puxa sua arma do coldre, desta vez com o objetivo de terminar o que começou, e mira onde ele julga ser o centro da criatura e dispara. A máscara, permanecia em silêncio, retida em si, recusando colóquios e justificativas.

Siara vê Anemona ser lançada para trás e fica preocupada, pois era sua culpa, já que convenceu a garota a participar da missão. Por isso, ela sabia que teria que dar o máximo de si, para proteger as pessoas inocentes, não podia deixar que sofressem mais por sua causa. Queria poder cumprir a promessa de que ajudaria a garota e encontrar aqueles que amava e que estavam em perigo. Siara nunca se perdoaria se perdesse a vida dessas pessoas.

Logo nota o monstro aumentar de tamanho e sente que isso não era nada bom. Siara se enche de raiva e vigor, iria dar o máximo de si , tudo que fosse possível para salvar aqueles que tanto insistiu para entrarem nesse meio. No momento ela nem olha para o máscarado, usa seus golpes marciais para atingir a gosma nojenta e rosna no caminho mostrando os caninos:

- Sinta minha força!!

Os pelos de sua cabeça ficam eriçados.

Assim que levou a pancada da criatura, Anemona foi arremessada quase perdendo todo o ar de seus pulmões. Ela puxou o ar com força e contorceu-se com a dor que sentia. Pouco a pouco ela foi se levantando, pois não podia esmorecer. Apoiou-se na parede e respirou fundo mais algumas vezes e piscava para desanuviar a visão, que estava embaçada em função do ataque.
Ela teria de tentar de novo, não queria ser a fracote do grupo.
Lembra-se das poções que tinha guardado e decide tomar uma, já que ferida seria pior.

Assim que melhora, a garota tenta mais um ataque, mas não com a faca, já que ela teve certeza que não adiantaria nada. Decidiu então lançar uma pedra no bicho, a maior que conseguisse erguer e arremessar.

O tiro acerta o chão, pois o monstro é muito rápido apesar de não parecer, Siara então desfere um potente ataque contra a criatura, o bicho se arrasta para trás, Anêmona aproveita para jogar uma edra no bicho, ela atinge o monstro, mas alguns segundos depois a pedra se racha e uma energia branca envolve o monstro, estrelas douradas começam a curá-lo.

- Poderes celestiais, revigorem este corpo de incrível poder!!! CURE!!!!!

As energias místicas do monstro curam seu corpo, o inimigo era perigoso, Anêmona também tinha seus truques e se vaeu de um de seus itens de cura, a batalha era feroz, qualquer um dos lados poderia vencer:

- Já cansaram? Viram que não podem vencer meus poderes místicos? Desistam! Suas vidas agora não valem nada, vão se arrepender de terem recusado minha oferta inicial, agora morram moscas inúteis Hahahahahahaaaa!!!

A energia do monstro aumentou mais, o mascarado e Anêmona perceberam por serem mais ligados com a magia do que Siara, ele iria conjurar um poderoso feitiço, a coisa ia ficar feia.

Iniciativa e danos:

A situação não parecia melhorar. Aquela criatura ainda tinha alguns truques em sua manga. Mesmo recebendo dano, ela mostra que pode se curar com um feitiço, porém se continuassem atacando, obviamente a criatura ficaria cansada e então não faria mais feitiços nenhum. Por enquanto era a única ideia que parecia carregar uma espécie de esperança. Fraca, porém a única que restava.

A máscara mirava novamente a criatura e atirava agora em sua boca, quem sabe desse jeito, pelo menos, a criatura calasse de vez suas falas cansativas.

- Não vou me arrepender de nada! - Grito em resposta a gosma com os caninos a amostra.

Aquela criatura realmente era terrível, mas Siara não podia deixar isso lhe abater, era preciso pensar racionalmente. Antes de atacar, ela percebe que a criatura estava em um precipício. Logo uma ideia surge em sua mente, ela faz uma posição marcial e com movimento das mãos lança um dash na gosma.

A gosma matraqueante podia se curar. O quão infernal poderia ser isto? Anemona se espantou com aquilo, qual era o limite daquela criatura? Nada do que fazia adiantava. Que medida drástica poderia tomar?

- Você não morre não, seu melequento?

A garota pega sua faca e corre em direção à gosma, tentando um salto por cima dela, esperando assim distrair a criatura para que Siara e o mascarado atacassem-no.

Foi um golpe combinado, como se os três lutassem a muito tempo juntos, o monstro não previu isto, o mascarado atirou com sua arma, a bala fez um caminho como que em câmera lenta. Anêmona veio para distrair o monstro e aplicou um golpe que a fez se retrair, a bala atingiu de vez, a coisa foi ainda mais para trás.

Foi a chance que Siara precisava, a garota avançou mostrando os caninos e usou uma técnica unindo sues punhos e concentrando energia neles, acertou o monstro, fazendo-o cair no precipício.

Siara e os outros ficaram olhando uns aos outros, o monstro se fora, caíra no fundo, a vitória fora do grupo composto, por uma monge, uma circense e um homem misterioso, Abu e Lexus ainda estavam presos e pouco contribuíram para a batalha.

O vento cessou um pouco, assobiava ainda, mas com menos violência, vendo que o perigo passara, Abu começava a tentar se desvencilhar da teia que o prendia, Lexus também, mas sem muito sucesso, depois de se soltar Abu fez menção para Anêmona, ele iria até Lexus soltá-lo.

Fez isso para a garota não se preocupar com ele, então foi até lá, mais ainda tinha algo pendente, Siara e Anêmona não sabiam quem era o homem de máscara que os salvara, aquela arma parecia ter sido algo de valor nesta luta.

Os três estavam perto uns dos outros agora...

Instruções:

Ao ver o monstro caindo do precipício, Siara respira aliviada. Apesar de se mostrar confiante, no fundo estava com medo. Medo de não conseguir salvar as pessoas que envolveu nessa missão. Teve alguns segundos que quase chegou a vacilar na confiança em si mesma, mas agora estava tudo acabado finalmente, pelo menos com a gosma. Porém era um aviso que talvez encontrariam algo pior.

- Vocês estão bem? - Pergunta para os outros.

Depois procurar para ver quem precisava de ajuda, ao ver que Abu se encarregou de Lexus, Siara volta sua atenção para o mascarado e diz:

- Obrigada - Faz um reverência leve e continua com pergunta - Se não fosse por você, provavelmente estaríamos mortos... Eu costumo acreditar que o inimigo de meu inimigo é meu amigo. Mas quem é você?

Siara encara o mascarado esperando por uma resposta.

Anemona não imaginava que sua ideia daria tão certo e que os agentes daquele combate entendessem sua intenção. Por sorte deu tudo certo, a combinação de golpes foi perfeita e a gosma ambulante caíra precipício abaixo.

- Morre desgraçado - ela grita no calor do momento e cospe à beira do precipício. Imediatamente ela olha em volta para ver se todos estavam bem e por sorte estavam.

A garota se apressa para chegar perto de Lexus, mas freia quando Abu sinaliza dizendo que ele ajudaria o mago. Ela meneia a cabeça em concordância.

- Siara... - ela corre até ela - obrigada. Você está bem? - depois volta para o mascarado - e você mascarado dois? É amigo do Abu? - ela achou curioso o fato dele também usar uma máscara. Na sequência ela desaba sentando-se no chão, exausta com a batalha.

- Que sufoco! Achei que eu ia... me desculpe não ter sido tão útil, não sei lutar nem nada do gênero. Só sei dançar... e...

A máscara contempla a derrota final da criatura gosmenta em silêncio. Não havia motivos para barulhos desnecessários. Olhou para o penhasco até o ponto em que um dia foi a criatura desapareceu. Após isto, guarda sua arma em seu coldre com exatidão e um toque de suavidade. Volta seu olhar para o grupo e percebe que a atenção do mesmo agora era para ele mesmo.

- Obrigada - Faz um reverência leve e continua com pergunta - Se não fosse por você, provavelmente estaríamos mortos... Eu costumo acreditar que o inimigo de meu inimigo é meu amigo. Mas quem é você?

- e você mascarado dois? É amigo do Abu?

Todas aquelas perguntas chegaram até ele como uma multidão enfurecida atrás de alguém que fez algo de errado. Por estar tanto tempo sozinho, todos eles pareciam um exército, mas não era hora para fraquejar. Ele tentou abrir a boca por algumas vezes como se tentasse recriar sua voz, ninguém percebeu por causa de sua máscara que apenas deixava o tom de cada palavra dele com um ar de mistério.

- Meu nome é Donn Morrigan Arceus Tod... Ele fez um pausa prolongada. Era estranho para ele ouvir sua própria voz. Não a reconhecia. Não sabia se ela sempre fora deste jeito ou se pelo tempo, de alguma forma se enferrujou, pois era deste jeito que soava para ele. Uma voz enferrujada. Entretanto, para quem nunca havia ouvido, aquela voz combinara surpreendentemente com aquela noite. Voz grave e profunda, como o canto mais escuro que uma noite pode produzir.  Novamente, o remexer de sua boca voltou para entoar novas palavras.

- Abu? Acredito que esteja falando de seu amigo Youkai. Novamente uma pausa. Donn olha diretamente para Abu sinalizando com os dedos a direção do mesmo.

Desta vez, Donn retira seu capuz e também sua máscara. Sua aparência era como se tivesse uma placa dizendo: YOUKAI. Peles pálidas com dois chifres nos cantos de sua cabeça. Seu olhar, em volto das sombras que a noite produz, parecia ter sofrido a passagem do tempo e transmitia um ar severo.



- Uso isto para afastar-me das pessoas que têm medo dos Youkai, mas acredito que após o que acabara de acontecer, vocês não terão medo de mim, certo?
Seu falar era pleno. A esta parte, já havia conseguido dominar novamente o dom da língua. Olhava em direção das duas mulheres respectivamente esperando suas respostas.

Siara fica surpresa ao ver a verdadeira face do mascarado, de fato era um pouco aterrorizante. Mas por algum motivo ele os tinha ajudado, então merecia uma chance.  

-  Por enquanto não... Mas nos diga, porque está aqui nos ajudando?

Siara se aproxima de Anemona e diz em seu ouvido:

- Mestre Biron não me falou de uma peça desse tipo.

Em seguida, a felina fica observando a reação daquele homem estranho. Queria saber mais informações sobre ele, pois era preciso tomar cuidado, ainda mais em uma missão do tipo. Embora era necessário dar um voto de confiança a ele, já que os tinha ajudado bastante contra a gosma nojenta.

A máscara é colocada de volta em seu rosto.

- Por que estou aqui? o silêncio renasce enquanto ele ajeita seu capuz formando novamente a figura de uma máscara viva.

- Estive andando por estas terras distantes por algum tempo... a máscara se dirige para o horizonte na direção do penhasco formando um novo silêncio.

- E por todo esse tempo pesquisando e obtendo informações descobri que o que quero só conseguirei se obtiver ajuda e ... a máscara se dirige a felina.

- Enquanto prosseguia minha jornada me perguntando como conseguiria este tipo de ajuda, encontrei vocês.

Sua pausa inundou em silêncio. Provavelmente esperando uma possível resposta das duas mulheres que ali estavam.

Siara fica curiosa para saber qual era a busca do mascarado, talvez tivessem algo em comum ou talvez não tivessem nada em comum. Ela passa a mão no topo da cabeça para endireitar o pelo entre as orelhas, depois faz uma nova pergunta ao mascarado:

- Entendo, então só me diga o que busca. Talvez seja o mesmo que nós.

Anemona permanece junto a Siara, até parece se esconder atrás dela, e apenas observa o homem estranho que a pouco havia retirado a máscara. Era assustador, mas como ele não demonstrou hostilidade e havia ajudado o grupo, a dançarina apenas ouvia-o.

- Mo... moço... a Siara tem razão... buscamo algo... lá - e após gaguejar um pouco, ela aponta para a torre. Queria ficar junto de Lexus, mas não tinha forças para ir até onde o amigo estava.

Os olhos brilharam por de trás da máscara enquanto a mesma se mexia em direção à Torre.


- Hum... Eu busco um artefato que foi criado há eras atrás. Ele me ajudará em minha jornada de volta para casa... Preciso dele parar as maldades de um ditador que comanda minha vila. 

Sua voz parecia distante, como se estivesse lembrando de algo.


- Meu povo está contando comigo para interromper o abuso de suas maldades. Talvez ele esteja nesta torre também. Seu local é um mistério. Tenho estudado pergaminhos antigos de uma língua há muito tempo morta. E os mesmos estão espalhados pelo continente. É provável que mesmo que o artefato não estando lá, encontrarei ao menos mais uma pista...