Roman Lacov Ɨ

Shad é direto com o responsavel pela hospedaria, como todos os homens das regiões bárbaras.

- Quarto pra uma semana ou mais, diz ele, com seu jeito rude, ao que o atendente logo concorda e é pago generosamente por Shad.

- Este é pra tu aproveita as festas...

Enquanto isso o ladino se esgueira pelo bárbaro que não o notou, e vai para o andar de cima sileciosamente. Lá em cima ele se esconde em um quarto de utensílios domésticos. Havia vassouras, baldes e panos diversos naquela pequena sala de 2m por 2m. O bárbaro é guiado pelo dono da hospedaria ao seu quarto que tinha 6m por 6m com um beliche e um espaço para deixar as coisas.

Spoiler:

Após o dono da hospedaria descer novamente o lance de escadas Lacov sai do seu esconderijo, andando pelo corredor ate o quarto de Shad, pois ele havia visto pela fresta da porta onde era. Abre a porta furtivamente e entra. Shad, ao notar, arregala os olhos.

- Maldito filho de um gnomo! diz ele, rindo. - Tu é furtivo sem língua, cuidado que na proxima te corto ao meio, diz ele, ainda rindo.

- O dono daqui disse que ali embaixo tem um lugar pra se lava. Eu to indo la depois vou a taverna. Me espere la tambem, diz Shad.

Ainda falta uma semana para o Encontro dos Escudos, o que deixou um tempo livre para que Shad e Lacov conhcecessem um pouco a cidade. Várias comitivas foram chegando durante a semana representando todos os vales, e muitos dos visitantes foram se instalando no acampamento ao lado da cidade e os líderes geralmente ficavam em hospedarias mais seguras. Alguns ficavam no bairro nobre da cidade, em casas de conhecidos. O movimento foi se intensificando ate a cidade e o acampamento parecerem um formigueiro humano. Havia muitos milicianos de vários Vales, bem como aldeões, nobres e comerciantes vindos destas terras.

Shad e Lacov passavam grande parte do dia na taverna. Era la que almoçavam, jantavam e passavam grande parte do tempo, o que estava deixando o bárbaro irritado e o ladino enjoado daquela rotina. O bárbaro não conversava muito e o ladino era mudo. Logo, aquilo esta entediando os dois.

No primeiro dia das festividades, Shad diz para Lacov: -Eles devem chegar nesta semana. Se não chegarem, teremos que ir atras deles.

E, como nos últimos dias, os dois dirigem-se a taverna no começo da manha. Os dois se colocam em uma mesa próximo a entrada, onde havia uma mesa para 4 pessoas redonda e uma janela grande bem em cima, que dava para a sacada da taverna. A taverna era simples mas era grande. Assim que os dois chegam, já começam a ouvir susurros e comentários sobre um assassinato na noite anterior. Shad não se contem e dirige-se ao taverneiro. Quando volta, dispara para Lacov: - Mataram Lorde Ultah na noite passada. Parece que ele liderava o Vale Profundo.

Spoiler:

Capítulo 1: As Sombras da Floresta

Roman Lacov, após disparar um virote em um dos drows adversários, não consegue deixar de notar ao longe, floresta adentro ao seu lado direito, um movimento suave e leve de seda branca, brilhante.

Imediatamente vem a mente do ladino a sua amada Mirian, e uma lembrança explode na mente do ladino: uma imagem da sua amada usando uma camisola branca esvoaçante, nos tempos em que se encontravam as escondidas no castelo do pai de Mirian.

"Maldito Shad!... Será mesmo que ele tinha razão? Imediatamente Lacov muda de alvo, ele da alguns passos pra trás da velha enquanto estava ela estava atirando com sua besta e se esgueira para sua direita em silêncio, talvez fosse sua chance de se livrar desta missão deles e voltar a se focar somente na libertação de Mirian, adentrando floresta.

O ladino caminhava calmamente em direção do lugar de onde percebeu o movimento, mas não podia não pensar que isso fosse algo de sua cabeça ou alguma armadilha, mas de qualquer forma iria mesmo assim, pois parecia real, mas antes ele retira a corda de sua mochila e corta um pedaço de 30 cm aproximadamente deixando numa árvore próxima da trilha que seu grupo batalhava... Eles notariam que o ladino desapareceu durante a batalha, e se a velha visse o pedaço de corda talvez ligaria isto com o sumiço do ladino, já que tal objeto tinha sido assunto em momentos atrás, dessa forma eles jugariam se procurariam pelo ladino naquela direção ou não. Lacov fez isso caso ele se metesse em alguma encrenca, de qualquer forma ele taria alguns minutos na frente de seu grupo.

Deixando o pedaço de corda no lugar estratégico, ele continua caminhando, vamos ver o que seria aquilo... E torcia que fosse alguma coisa a ver com Mirian.

Lacov anda na direção da floresta, quando a extensão da corda acaba. La atras, já se nota um silêncio. A princípio, ninguem notara a sua falta ainda.

É quando ele avista um enorme lobo cinzento, que para a uns 20 metros do ladino e o olha. Apesar da quantidade de árvores, plantas e folhagens entre os dois, Lacov consegue perceber um vermelho sobrenatural nos olhos da criatura. Em seguida a criatura avança ferozmente floresta adentro.

No instante seguinte ele escuta um grito feminino: Mirian esta em perigo.

o ladino tentava se mover em silêncio até se deparar com o lobo, seus olhos vermelhos não eram comuns, para piorar e assustar Lacov, ele escuta uma voz feminina alertando algum perigo sobre Mirian.

O ladino não pensa duas vezes, não era hora de andar discretamente, Mirian estava em perigo, ele até tentava olhar onde pisava e cuidar para não ser percebido caso alguém estivesse na floresta, mas sua ação principal e de imediata era correr, correr e correr... Em direção ao grito feminino, seja lá de onde vinha.

Enquanto corria, Lacov desembainhava sua Sabre (julguei que já havia guardado a Besta no momento que corta um pedaço da corda), sentia-se preparado para outra adrenalina, o que não necessariamente valia de algo.

Lacov sentia-se um cervo naquela floresta. Ele estava correndo muito, mas muito rápido. Enquanto um humano normal se deslocava 36 metros em 5, 6 segundos, Lacov conseguia fazer 45 metros. Mas agora ele estava mais rápido ainda, pois estava conseguindo correr 90 metros. E não estava se cansando.

A corrida dura 1 minuto, quando Lacov chega em uma clareira na floresta, bem iluminada pelo sol, com mais ou menos 20 metros de raio. Bem no meio da clareira paira Mirian e sua camisola clara como a luz, ela aparenta estar tão leve como se estivesse submersa.

Ela olha para Lacov e quando este se aproxima, ela se desvaneçe ao vento, como poeira que é levada pelo vento. Lacov sente uma tristeza profunda, lágrimas pedem para sair de seus olhos.



- É triste, não é? diz uma voz ao na extremidade direita da clareira.

Quando Lacov olha, vê um homem magro de estatura mediana, utilizando um manto azul marinho de velulo aberto, sem camisa por dentro, de forma que seu torax e abdomem fiquem visíveis. Ele utiliza um cinturão largo ornamentado com ouro por cima de uma calça larga branca, com botas escuras marrons. Possui um rosto fino e cabelos negros longos como a noite. Ele fita Lacov nos olhos.

Ao seu lado esta o grande lobo que perseguira a suposta Mirian, que ao afago do homem se desvaneçe em poeira, como ocorreu com Mirian.

- Senti uma sede de vingança muito grande dentro de você jovem...sera que estou certo? diz o homem.

Mirian some diante de seus olhos. Desta vez Lacov segura o choro, sente raiva e uma imensa vontade de gritar ,alias, precisava descontar sua raiva em algo, iria começar a estragar a lâmina de sua Sabre nas árvores caso um homem não se revelasse a ele.

Toda essa loucura mexia com o brio de Lacov, o ladino parecia depender diretamente de Mirian pra manter sua humanidade intacta e logicamente a vingança era algo tão vivo dentro de si que podia de certo modo sentir ela correndo em suas veias.

Mas o que este homem queria com ele... O ladino não responde ao homem, nem com gestos e nem com um balançar de cabeça, ele apenas olha para o homem, mas sua expressão dizia tudo, Lacov estava com muita raiva da "brincadeira" que o homem tramou a ele.

- Já recebi esse olhar muitas vezes criança, mas o que você não percebe é que há uma fagulha de mim em cada expressão deste tipo, diz o homem, gesticulando suavemente.

- O que houve? Sera que um gato comeu a sua língua? Ou será que foi um lobo? Sim...foi um lobo. Quando se fala em vingança, sempre há um lobo e uma criança. O lobo é quem fere a criança, que chora de tristeza ou raiva. A criança se debate, mas não consegue nada por que é fraca, ou as vezes os pais a reprimem. Pois veja a sua situação, Roman, um lobo lhe tirou a sua criança, que nesta parabola que faço, é a mulher que você ama. Você esta com raiva, quer vingar-se do lobo, mas não pode. Não pode por que o lobo fugiu junto com a criança. Pois se você quiser bater no lobo, seus rígidos pais, que nesta historia que lhe conto pode ser representada pela lei ou pela organização do lobo, irão lhe reprimir. Chorar você não vai, então eu pergunto, o que fazer? diz o homem, em uma conversa complexa com Lacov.

Ele espera por um instante, quando fala novamente.

- A vingança é aquela sopa que você toma fria, após um logo dia de trabalho exaustivo criança. Agora, se você me permite, não consigo ter um conversa razoável, tampouco inteligente, com alguem que não fala, diz o homem, irando dos seus trajes um velho e empoeirado pergaminho. Ele o abre na frente de Lacov, pronuncia palavras em uma língua desconhecida e ancestral, que ecoa pela clareira. Apos, o pergaminho emitir um leve brilho, ele o guarda dentro dos seus trajes.

- Meu tempo é curto, ladrão. Acabei de devolver-lhe o dom da palavra. Afinal de contas, a língua pode ser mais afiada que uma espada, com a pessoa certa. Pode iniciar guerras, pode matar. Não seja tolo em desperdiçar esta dádiva, não pense que seus problemas serão resolvidos com uma simples viagem pela floresta, criança, diz o homem.

Lacov escutava o que o homem o dizia, era um intelectual, inteligente em suas palavras.

Milagre!... Seja quem fosse o rapaz, era poderoso, Lacov queria saber mais dele, e o que ele sabia de Mirian. Continuava um tanto sério apesar de estar em choque com a recuperação de sua língua.

- Obrigado homem!... E... O que exatamente você sabe sobre Mirian?

- Direto ao ponto...um erro. Deveria usar o subterfúgio, ir conspirando, tramando, estudando nas sombras. Para então, atacar. Se possível, com o próprio veneno do inimigo. Essa sim, seria uma vingança limpa e plena. Estou lhe provendo a arma, criança, você quer que eu faça o trabalho tambem? diz o homem.

- Mas é claro que isso não sará de graça. Você tem um longo caminho pela frente e quando surgir a oportunidade, quero que você retribua este favor - caso queira - ajudando um certo cervo vermelho. Não esqueça, diz ele, suas palavras são mais uma imposição do que um pedido.

- E é claro, diz ele retirando algo de um bolso do seu manto, quando concluir o trabalho, deixe claro a minha autoria, bem a vista de todos. Tome. Guarde essa moeda com a sua vida, diz o homem, atirando uma moeda prateada com o desenho de duas faces humanas.

- Siga naquela direção para voltar ao seu objetivo atual. Você ainda tem alguma dúvida se o que você esta fazendo agora tem a ver com o seu maior anseio? diz o homem, apontando para um dos lados da clareira.

- Já permaneci tempo demais aqui. Devo partir. Olho por olho, dente por dente Lacov, não esqueça, diz o homem, virando-se e partindo para a floresta atras dele, sumindo no meio da floresta em seguida.

Mais uma vez o homem dava uma lição importante a Lacov, que fica pasmo com a complexidade das ideias daquele ser, com certeza um simples bárbaro, ou uma pessoa comum não teria capacidade de manter um diálogo com ele, talvez tampouco Lacov tivesse.

- Acho justo! exclama o ladino quando o homem faz seu "pedido", em seguida põe a moeda ganha em seu bolso.

O homem então parte e some da vista de Lacov, que volta para a trilha, na direção que o homem apontou, provavelmente seria o caminho que seu grupo estava seguindo.

Lacov sabia que haveria algum interrogatório quando voltasse, ainda mais se voltasse falando, então seria melhor continuar sendo "mudo", ia ser difícil explicar como recuperou sua língua, também ficariam se perguntando sobre seu breve sumiço, enfim.

O ladino continua caminhando e observando ao seu redor algum animal, um pequeno mamífero, quem sabe um coelho, ele iria caça-lo e levar consigo para seu grupo, seria o alimento dele naquela noite, era uma justificativa razoável, ou não, ninguém sai para caçar coelhos quando seu grupo está sendo atacado por drows. O ladino então resolve apenas ir caminhando em direção a trilha, ele embainha sua Sabre e equipa sua besta, pega um virote na mão e se prepara pra recarregar a besta quando chegasse até seu grupo, tentaria convence-los que estava atirando em outros drows adentro da floresta, seria convincente quando percebessem que estava um pouco ofegante e recarregando a besta.

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Lacov segue por cerca de 50 metros, quando nota ao longe um descampado e uma estrutura de alvenaria antiga. Imediatamente ele trata de andar em silêncio. Ao aproximar-se cuidadosamente, nota que trata-se de uma ruína antiga, e na sua frente a cerca de 10 metros, há um drow com uma armadura de batalha negra com marcas de batalhas anteriores, uma espada bastarda presa as costas e carregando em uma das mãos um escudo grande com um símbolo que Lacov não consegue identificar. Ele fala em uma língua que o ladino desconhece, mas parece que esta se divertindo com o diálogo, logo Lacov imagina que há outro inimigo que não consegue ver. O ladino não foi visto pois esta bem protegido pela vegetação e por uma árvore na sua frente. Há também um cavalo preso a cerca de 20 metros de Lacov.

Spoiler:

O ladino nota os drows e acha interessante o cenário, se calhar viria bem o cavalo. Lacov prepara sua besta leve para um ataque, aproveitaria que estava escondido dos drows e tentaria acertar as costas do drow a sua vista (m9). Com muito esmero prepara o virote, respira fundo e puxa o gatilho... No que Lacov puxa o gatilho já corre para atrás de outro arbusto (B16) afim de esconder sua posição original.

Spoiler:

Lacov dispara com a besta e atinge o chão entre a ruína e a floresta, fazendo com que as duas figuras percebessem o ataque. Lacov se põe a correr para esconder-se, buscando refúgio atrás de uma árvore distante dos drows, que avançam conversando em uma linguagem que Lacov não conhece.

Spoiler:

Lacov escuta cada vez mais próximo o som dos elfos de aproximando. Até que o som cessa.
Quando Lacov espia pelo canto dos olhos, leva um susto. Um dos drows está ao seu lado com um arco longo composto apontado para Herr. Ele tem um sorriso de canto de rosto, usa um corselete de couro batido negro com o desenho de uma aranha bem no centro, porta uma espada longa e curta na cintura. Tem o rosto marcado com uma cicatriz vertical e longos cabelos cacheados negros. Em seguida Lacov escuta o som de placas de metais: o drow de armadura se aproxima pelo outro lado, com sua espada bastarde em riste. Este é mais robusto, tem ombros mais largos e cabelos claros curtos, rente a cabeça. Eles estão a 4,5m de Lacov, um em cada lado.

- Desissta humanu, não há ssaída. Largue ssuass armass e ajoelhe-sse, diz o drow com o arco, com um olhar ameaçador.

Lacov não vê alternativa a não ser se render. Afinal de contas, poderia fugir depois. Os dois drows se aproximam, o de armadura retira as suas coisas: espada, besta, adaga e mochila. O outro drow, que falou, retira uma corda que possuia e amarra as mãos de Lacov para tras. Em seguida ele faz Lacov andar para frente e vai empurrando o ladino ate a posição inicial que eles estavam em frente a ruína. Lá, o drow de corselete de couro diz algumas palavras rispidamente para o drow de armadura em uma língua que Lacov não conhece, que larga as coisas no chão e vem em direção a Lacov. O outro drow vai na direção da mochila de Lacov, que agora esta atirada no chão a cerca de 3 metros do ladino. Ele começa a mexer na mochila e pegar várias coisas.

O drow de armadura fica frente a frente de Lacov, com uma cara assustadora, e fala:

- Quem é você e quem te enviou? diz ele, pegando Lacov pelo colarinho.

Off-game:

- Opa opa opa opa..... Calma amigo!... Acho que está tendo algum engano aqui... Eu sou inofensivo, ninguém me enviou, eu estou apenas procurando por uma pessoa e estava com um guia pra me ajudar nesta floresta, pena que o rapaz acabou fazendo a besteira de atirar em vocês... Como você pode perceber, eu não estou nem em condições de atirar em vocês, estava totalmente fora de visão e o virote veio mais de lá!... Lacov faz algumas caras e bocas, tentava mostrar indignação com o "erro" que os drows estavam cometendo e apontava na direção de onde o virote foi atirado. - O covarde do guia fugiu e me deixou na mão assim que atirou em vocês, então eu saquei a besta pra tentar me defender, mas nada feito, não tenho tanta destreza pra isso... Viu?... Ele deveria ser mais um racista que não gosta de drows, ao contrário de mim, não tenho problema com sua raça... Acredite.

Lacov não estava tão nervoso diante da situação que já virava ocasional, então conseguiu pensar em algo talvez convincente pra inventar aos drows e se safar do pior. Quem sabe seria possível fazer alguma negociação com eles.

Spoiler: