Ato I - Ariel, Johan, Aeltlas e Baraz

O jovem mago ouve a ordem do cavaleiro e imediatamente identifica o alvo. Ele abre a mão direita, a palma apontada para cima, a outra mão desenhando símbolos no ar acima da primeira.

-Segundo círculo, modalidade rubi. Olhos do inferno, lágrimas cauterizantes. A gema do coração do mundo dança em minha mão. O toque o guardião sul. Fogo!

Uma luz escarlate preenche a mão de Ariel, se concentrando até tornar-se uma centelha de chamas de cinco centímetros de diâmetro. O mago dispara a centelha contra um orc distante, mas gira o pulso de ma jeito, e pode notar que que o disparo fora horrível.

-Droga, um feitiço jogado fora...

Aeltlas queria o sangue do orc maior. Apesar de toda a tensão do momento, ele encarava aquilo como um trinamento e um teste de si mesmo. Ele mira no orc que parecia ser o líder, mas nota que que Arianna esta em maus bocados.

- Droga! diz Aeltlas, desviando sua mira para o orc que atacava Arianna.

BARAZ

Apesar de ter sido atacado pelo orc bárbaro, o foco do anão era o líder. Os ataques erráticos do anão pareciam distrair momentaneamente o inimigo, facilitando o trabalho dos companheiros.

- TODOS NO LÍDER! O RESTO É TRÔCO!!

Spoiler:

Enquanto aparava o golpe do líder dos orcs, Johan pôde perceber que aquele orc deve ter tido seus méritos para ter algum reconhecimento entre os de sua raça e ser o líder desse bando. Ao contrário dos outros dois, ele não atacou de forma impulsiva, mas com cautela e atenção. O cavaleiro, neste momento, não faz nada, apenas mantém sua guarda e os olhos fixos no orc à sua frente, que sofria ataques de Baraz e dos outros. O brilho nos olhos de Johan ficavam mais intensos à medida que os ataques e as esquivas aconteciam e, tão logo seu último companheiro desfere seu ataque, todos sentem uma profunda tristeza, ou talvez fosse ódio, e esse sentimento tocava fundo nas almas de todos que estavam ali.

Os olhos verdes de Johan foram tomados por um brilho vermelho-sangue e sua voz, já rouca e baixa por natureza, soava ainda mais profunda e um tanto distorcida, como se outro ser estivesse falando palavras sibilosas e traiçoeiras atravéz dele.

[INFERNAL]- Tremam, criaturas malditas. Tremam e saibam que pagarão por todos os seus pecados com a morte!

Após essas palavras, todos, sem excessão, sentem um medo irracional turvando-lhes a mente a arrancando-lhes todo e qualquer sentimento de proteção e conforto que ainda pudessem ter naquela situação. Johan, sem desviar o olhar por um momento sequer, investe contra o líder.

Spoiler:

A luta estava quase acabada e não havia mais motivo para gastar as poucas magias ofensivas que Ariel havia trazido.

-Da próxima vez, devo me lembrar de trazer mais gemas...ou uma varinha...

BARAZ

Ferido novamente, Baraz sente o peso do ataque do inimigo. Um rasgo em seu peito sangrava abundantemente, tornando cada segundo importante. Mais do que nunca era preciso focar os ataques, para que o número de oponentes fosse reduzido o quanto antes.

- CÊS TÃO SURDO? VAMO FOCÁ OS ATAQUE OU NÃO SOBREVIVEREMOS!!!

Esperando contar com a compreensão dos companheiros e a despeito dos ataques do bárbaro a sua frente, Baraz continua atacando o líder.

Spoiler:

Johan já estava seriamente ferido e viu que Baraz também estava. Esta missão começava a se mostrar difícil, e eles precisavam dar tudo de sí ou não teriam sucesso.

- Aeltlas, derrube aqueles dois arqueiros! Ariel, acabaram suas magias, garoto?!

Johan falou com os companheiros sem tirar os olhos dos inimigos à sua frente e desfere dois ataques no líder do bando.

-Quase, mas acho que subestimei essas coisas...isso deve ajudar..

O mago nunca se sentira tão burro. Bom, a Velocidade ainda devia estar em efeito, e talvez ele pudesse desbalancear a luta um pouco mais. Ele fecha a mão esquerda, deixando os dedos indicador e mínimo estendidos, no símbolo do Olho do Mau. O mago então começa a desenhar formas complexas no ar.

-Segundo Círculo, modalidade ametista. O presente do Senhor das Trevas, as sombras se deitam e devoram sua carne. Músculos murcham, ossos se esfarelam, pela morte eu desejo, eu chamo. Os céus choram sangue e o Sol agora é negro. O olhar dos mortos, FRAQUEZA!

Uma centelha sombria surge entre os dedos estendidos, um olho sombrio de um verde nauseante, flutuando entre duas torres pálidas. Com um movimento súbito e um brado, o mago aponta para o chefe dos orcs, e um feixe de energia pútrida salta da centelha em direção ao alvo. Não era o melhor disparo, mas se ele não tentasse desviar, devia acertar.

Os companheiros de Ariel não precisavam conhecer nada de magia para saber que aquilo era necromancia. Não fora algo bonito de se ver.

BARAZ

O anão, já bastante castigado, revida o golpe sofrido, esperando encerrar logo este combate. Certamente Baraz não suportaria mais um golpe.

- MORRE MALDITO!

Spoiler:

Johan, apesar da pilha de corpos, se aproxima do orc que atacava Baraz e desfere dois ataques contra ele.

Aeltlas, lança mais tres flechas no orc restante.

BARAZ

O último inimigo tomba, definindo a vitória do grupo. Baraz, ferido, faz uma rápida busca nos corpos, procurando algo de útil. O anão possuía poções de cura, mas só as usaria como último recurso.

- Me ajudem a revistar esses malditos, precisamos de curas.

Ariel para por um momento, abismado, conforme os orcs caem um após o outro. Sangue corre pelo chão da sala. O cheiro de morte preenche o ar.

Morte...ele presenciara suas primeiras mortes...claro, ele não matara nenhum dos guerreiros, mas ele fora responsável pelas mortes, ele duplicara a capacidade de matar de seus companheiros...

O mago respira fundo. Só então notando o arco oferecido para ele.

-Minhas primeiras mortes. Eu fui responsável pelas mortes dessas criaturas...será...quer dizer...olhando como vocês fazem isso, eu esperava que me sentisse diferente...eu devia me sentir tão...indiferente?

Ele olhou para o grupo, seu rosto completamente impassível. O jovem mago ajeita os óculos na cara, rejeita o arco, se aproxima de uma das bestas e chuta seu rosto, com a mais completa indiferença.

-Eu esperava me sentir mal por isso. Talvez eu tenha que tira vida eu mesmo para que isso faça efeito...oh, que seja. Ah, Arianna, não, não posso aceitar isso, posso cortar um arco como ninguém, mas não tenho a mínima ideia de como disparar um adequadamente. Esta faca aqui é o mais complexo que minhas habilidades de combate chegam. Se quiser que eu dependa menos de meus feitiços, talvez possamos conseguir uma besta...deveria ser simples o bastante para eu manejar...

Aeltlas posiciona seu arco as suas costas e dirige-se para revistar os orcs. Mas antes se vira para Ariel, da dois tapas nas suas costas e diz:

- Sua magia nos ajudou bastante guri. Obrigado.

Em seguida ele se dirige e revista os corpos dos orcs junto com Baraz e adentrara o salão vasculhando por algo de interessante. Ele olhara se há flechas com os orcs arqueiros tambem, e as pegara se estiverem em bom estado.

BARAZ

- Essa tua adaga não vai servir de nada. Tu mal tem força pra erguê-la, garoto. E isso aqui, tu sabe usá? Eu fico com o arco e tu usa a besta. - diz o anão, oferecendo ao mago sua besta leve.

- Me ajudem a revistá esses merda e vamo segui duma vez!

Spoiler:

Ariel pega a besta, com um sorriso.

-Perfeito, isso eu tenho certeza que consigo usar. Nossa, é um trabalho maravilhoso, de fazer inveja, eu mesmo não teria feito muito melhor. Onde encontrou uma beleza destas?

O mago pega também virotes com o anão e ajuda a vasculhar os corpos. Ele não parecia se importar muito em mexer em carcaças recém-mortas. Na verdade, o mago mantém a adaga na mão, pronto para executar qualquer inimigo que ainda tivesse pulso. Ele vai direto para o líder, de repente, era esse quem tinha a mão.