10 de Janeiro de 2089
Chicago, USA.
Chicago, USA.
- A unidade de Força-Tarefa Argelina encontrou os destroços do navio cargueiro russo que desapareceu dos radares do país africano a três dias atrás. Segundo o Oficial General da Força-Tarefa que realizou a missão, Saphir Slimani, o navio sofreu um atentado e toda sua carga foi consumida pelo fogo antes do navio afundar... A voz que noticiava sobre o atentado era de Lucy Barbera, uma das mais populares e influentes jornalista do canal ABC, Chrislee não podia olhar pra tela do monitor por quê estava anotando o pedido de dois clientes que acabaram de chegar, um homem gordo que usava o boné comemorativo do time de futebol americano da cidade e um rapaz um pouco mais jovem e baixo que carregava uma mochila, provavelmente um dos universitários da cidade. Chrislee faz a rotina normal que fazia noite após noite, estava quase chegando as dez horas da noite, horário que aquela espelunca começava a movimentar de verdade. O Route 66, bar que Chrislee trabalha, era conhecido por servir uma bebida exótica e simples que poucos bares ainda servia, o Suco Gummy, uma bebida feita com vodka, água, suco em pó e gelo, também tinha algumas variações com balas e refrigerantes, essa bebida era o motivo do Route 66 ainda ser freqüentado por uma boa parcela de clientes femininos que saiam dali pulando de alegria.
- Chris! Um homem alto e magro grita entrando pela porta do Bar, os clientes nem se importam, o volume da TV, o som ambiente e o som da música juntos praticamente abafava o som do grito do homem, mas Chrislee escuta e identifica a voz.
- Chris!... Faz quanto tempo? Uma semana? O homem era Rob McReary, um dos amigos de Chrislee que a ajudaram a se estabelecer em Chicago e tinha viajado para o Brasil faz uma semana.
- Ouça, eu tenho uma novidade. Rob estica o pescoço procurando por Julius, um atendente que trabalhava no mesmo expediente que Chrislee, e não demora em encontra-lo. - Hey, Julius!... Pode cobrir um pouco a Chris? Rob era um cliente regular do bar, conhecia todos os funcionários e todos os funcionários o conhecia, o quê justificava a intimidade que tratava eles.
- Posso, posso! Mas não abusa. Responde Julius enquanto lavava as mãos depois de limpar o balcão de bebidas.
Chrislee estava mais que acostumada a vida na cidade baixa de Chicago, que passava a ser a capital da economia nos EUA, Rob era quem entregava os serviços que Chrislee fazia à margem da lei. Chrislee fica atrás do balcão onde atendia os clientes e Rob senta-se em uma banqueta como se estivesse sendo atendido, a iluminação do local não era muita, os neons vermelhos e roxos faziam o lugar ficar menos escuro, mas Chrislee estava acostumada e enxergava o rosto animado de Rob com perfeição.
- Eu tenho dois serviços, um para você e outro para o Carlos... E como não poderia ser diferente, vou oferecer primeiro os serviços a você. O Carlos a que Rob se refere é um rapaz mexicano que vive melhor situado em Chicago, e faz serviços muito semelhantes aos de Chrislee, por coincidência, também era um dos informantes da jovem.
- Escute! São duas maçãs frescas que eu tenho aqui... Eu tenho dois clientes. O primeiro quer que eu entregue a ele os documentos pessoais de usuário de um formando em biologia da Universidade de Chicago, a dificuldade do serviço é que estes dados estão armazenados na rede do Laboratório de Ciências e Tecnologias da Universidade, que fica na Cidade Alta, o código deve ser difícil de quebrar, mas você pode obter estes dados através de meios menos ortodoxos, se quiser... O segundo cliente é um neozelandês que está tentando obter provas de quê não foi o responsável por um assassinato que ocorreu a três meses, no estado da Florida, o advogado deste cliente tem algumas pistas que podem ajudar a chegar até o real assassino, mas as autoridades fazem vista grossa, provavelmente é um caso comprado, este segundo serviço parece ser bem mais arriscado e perigoso, se você optar por esse, o quê não recomendo, você vai mexer com peixe grande, mas vai botar a mão numa grana violenta se conseguir as provas... O quê acha?