Capítulo 1: Sangue Jovem

Eu observo apenas o que acontecia após ajudar com os ferimentos do bárbaro.
Cristina se oferece a seguir ao meu lado e eu apenas respondo com um aceno de cabeça. Reparo que os demais não confiam em Tyr o que é completamente explicável, talvez muitos ali nem tivesse ouvido falar nele. Estamos nas terras de Bane e outros deuses malignos.

- Pensem o que quiserem de mim e de minha fé. Não estou forçando nem obrigando nenhum de vocês seguirem ao meu lado, muito ao contrário. Se não  podem dar um passo de fé sigam aquilo que acreditam. Vá até um mago e procurem respostas ou caminhem a esmo e tropessem nas respostas. Sinceramente para mim tanto faz. Não somos amigos alguns nunca serão. A única coisa que me motiva é  saber como ajudar o Jack a tirar essa coisa do braço dele e encontrar uma forma de deixar esta coisa o mais longe possível  dos Zentarin.

Levo a mão  a cabeça, vou até  o armário onde o halfling havia deixado minhas roupas de frio e jogo meu casaco para o bardo.

- Nesse frio as crianças vão congelar. Se preocupam com o amanhã  delas e nem as protegem do frio de agora.

Calço minhas botas é arranco uma cortina que faço de capa improvisada para combater o frio.

- Ia falar para levarmos as crianças  para o templo e de lá um grupo poderia conduzir elas para o restante da família e poderiam tomar uma sopa quente e dormir  numa cama. Mas vocês não  acreditam que pode ser um passo inicial. Cristina, agradeço sua confiança. Já perdemos muito tempo aqui, por mais que seja difícil devemos partir e se fizermos isso agora chegaremos com as luzes do amanhecer.

Olho para a elfa

- Lin os inimigos  estavam acampados em qual direção? Devemos evitar esse local não  sou um especialista em natureza mas um animal ferido é  mais perigoso  que o de costume. E acontece de maneira  igual com as raças dominantes também. E se há algo que aprendi nestes poucos anos de vida que tenho é  que os nossos inimigos não  toleram falhas e vão  voltar tão logo o susto do efeito da manopla passe.

Eu me viro para a arcana e lhe respondo:

- Não sinto vergonha ou descrença em meu Deus, mas não passei um só dia de minha vida em guerra contra os Zentharin e a igreja de Bane. Vivo numa terra onde este Deus maligno domina. Não irão ouvir de mim palavras doces nem carinhosas. Não sei o que é isso, tudo que sei é que para se fazer o bem existe uma sequência de práticas e leis e no meio doenças o bem é sufocado por não haver normas para fazê-lo. Então as decisões seguem por achismos e não por conhecimento.

Os heróis estavam agora numa verdadeira sinuca de bico. As crianças halflings choravam sobre o cadáver do velho Ublyn, mas não havia nada que eles pudessem fazer. O Druida se responsabiliza pelos pequenos e outros oferecem o seu apoio, como o Bardo.

Balto: Vocês vêm até a nossa casa, fazem o vovô ser morto e...

Milty: BALTO!!!!

Balto: É verdade, Milty! Estaríamos jogando gamão com o vovô agora se eles não tivessem aparecido!

Milty: Não é verdade, Milty! O vovô nos disse que eles eram convidados... e mandou a gente se esconder porque sabia o que ia acontecer!

Balto: Ele se despediu da gente, Milty!

Milty: Sim... é verdade... Ele se despediu porque sabia que ia partir. Você não percebe, irmão?

O halfling de nome Balto se afastou chorando e foi para junto de Lin e do  Bárbaro.
Já Milty olhou para o Druida, o clérigo e o Bardo e continuou...

Milty: Desculpem o meu irmão... ele não está bem. Nem eu, mas eu tento ser forte e centrado por nós dois. Nós agradecemos, senhor... mas estávamos aqui a passeio. Temos de voltar para a casa dos nossos pais e eles devem vir nos buscar. Eu vou pedir que um mensageiro os avise e pedir que venham ao enterro do vovô. A propósito... o vovô pediu que entregasse isso para um de seus convidados.

O garoto tirou um envelope selado e entregou a um deles (quem postar primeiro lerá)...

"Saudações, (ele cita o nome de todos, em ordem alfabética),

Se receberam esta carta é porque eu já estou tomando vinho na morada de Yondalla e tocando em seu salão. Agradeço de todo o meu coração que vocês tenham herdado este fardo de mim.
Cuidado com os meus netos... Não digo isso por eles, mas por vocês. Eles são mais perigosos juntos do que qualquer Zhentarim... motivo dos meus cabelos brancos.

Sem mais... sinto que deixei vocês com um fardo maior do que normalmente vocês poderiam carregar... mas tenho observado vocês há tempos... ao menos, alguns de vocês. Outros foram indicações dos mestres de vocês... amigos meus de um passado longínquo. Sei que vocês têm boas almas e é disso que esta missão precisa. Pessoas desprovidas de ganância e que podem fazer um bem pelo mundo.

Os Zhentarim não podem pegar esta manopla. Ela é tudo que eles precisam para completar seus planos malignos e o mundo ficará absorto em trevas se eles a pegarem. Não mais verdes ou riachos haverão.... Não mais sorrisos e canções... Não mais esperança. Tudo que haverá serão trevas.

A minha missão e de meu grupo de guardá-lo já se foi. Eu estou velho e muitos de meus colegas já envelheceram também ou estão mortos. É hora de uma nova geração abraçar esta causa.

Não me entendam como fatalista, mas eu já imaginei que iria morrer... só espero que eu não sofra muito e seja uma morte rápida e limpa. Então, eu tomei a liberdade de enviar algumas cartas para amigos, convidando para o meu funeral. Podem imaginar quão tragicômico isto é? Imaginem o disparate caso eu sobreviva! nunca mais poderei dar uma festa na vida.

Por favor, me enterrem no meu quintal, neste domingo, ao lado de minha esposa. Se fizerem isso, o tabelião de Melvaunt tem a escritura da minha casa e está ordenado a passar ela para vocês.

Obrigado e Aqui me despeço,

Ublyn Blackalbuk, A.H."

Não havia mais nada na carta....

Balto olhou para Lin e disse...

Balto: Eu vi pela janela do porão quando você cortou a cabeça daquele homem! Você é muito forte! Quero aprender a ser como você e vingar meu avô! Por favor, me treine! Serei um bom escudeiro! Limparei suas botas, acenderei o fogo e sei cozinhar! Por favor.... me leve com você!

Milty: Balto!

Balto: Não enche, Milty! Você só é 2 minutos mais velho que eu! Fique com seus livros ou volte pra casa do papai, se isso te fará algum bem! Eu vou vingar o vovô!

[OFF]: POSTS LIBERADOS.... MAS NÃO SAIAM DA CENA. VOU FINALIZAR ELA QUANDO VOLTAR PARA FAZER A INTRO DOS OUTROS E COMEÇAR O 2º ARCO

Pego a carta e leio para todos.

- Por Tyr! Que loucura!

Deixo a carta cair e olho para todos.

- Acho que temos um norte, por mais que nem todos concordem com isso.

Edu escreveu:Bruxa pouco intimidou pela atitude do meio-orc, muito pelo contrario, ficou em pé e encarou o Barbaro.

- Eu tenho as minhas ideias, acho que deveríamos levar essas crianças para os pais delas. E não acredito que levar Jack ao templo será a melhor solução, talvez devessemos procurar magos. Quem garante que no momento que os devotos de Tyr descobrirem sobre a manopla não irão querer matar o Jack? Afim de alcançar um bem maior. O que eu acho que é deveríamos parar de ser precipitados e brigarmos entre nós. Uma briga entre druida e clérigo ninguém ganha nada, é melhor que você me odeie barbaro que os dois bastiões da sabedoria do grupo briguem entre si - Ela sai da sua frente e bota a mão no seu ombro - Eu não sou a dona da verdade, só quero evitar que os erros que cometemos se repitam.

Ta'Burz apenas escuta silencioso os dizeres da Humana, mesmo sendo um Bárbaro tinha o mínimo de educação para ouvir. Quando esta chega ao seu lado e toca seu ombro, o Meio-Orc apenas acompanha o movimento com o olhar e, por fim, abaixa a cabeça e concorda com um movimento sutil. De fato, concordava em evitar erros do passado, e isso o fez lembrar do dia em que perdera sua família, a Bruxa tinha razão.

O Meio-Orc se afasta, sem dizer nada, e se junta aos outros.

O halfling de nome Balto se afastou chorando e foi para junto de Lin e do  Bárbaro.

Nesse momento, por uma segunda vez, o grandalhão fica sem reação, pregado ao chão, apenas acompanhando a criança com um olhar de surpresa. Por um segundo ele olha para a Bruxa, lembrando de suas palavras, e depois volta a dar atenção ao garoto de nome Balto. Em um movimento lento, Crohar coloca sua mãozona na cabeça do garoto e dá alguns tapinhas como se quisesse afagar seu cabelo e acalma-lo. Pena que ser carinhoso não era seu forte, alguns que vissem aquela cena poderiam se assustar com a força desproporcional para com o garotinho.

E por fim, a carta do falecido Halfling.

Ta'burz escuta o Clérigo ler a carta de cabeça baixa, mantendo-se calado. Aquele não era o momento para falar, mesmo sendo bastante turrão, cabeça dura e pavio curto, o Meio-Orc sabia que precisariam deixar suas diferenças de lado para honrar a morte daquele que os acolheu de tão boa vontade.

Um aperto no peito fez Crohar lembrar-se do dia em que ele próprio, sozinho, precisou enterrar sua mulher e filho.

Nalklyr fica impressionando com a inteligência delas e logo percebe os interesses de cada um deles em poucas palavras.  Umparece ter se agraddo do combate apresentado pelo Bárbaro o outro é ligado a livros.

Um guerreiro e um mago?

Pensava o druida sorrindo, porém enquanto ele admirava as crianças a carta que foi entregue por elas foi lida pelo Clérigo. Ulblyn queria ser enterrado em seu quintal ao lado de sua esposa, enquanto isso o Bardo cobre as crianças como casaco do Clérigo, porém, segundo Ulblyn, foram enviadas cartas para alguns de seus amigos, mas quando esses amigos chegariam?

-Podemos cumprir o pedido de Ulblyn. Se ele sabia que morreria hoje, talvez devêssemos esperar os demais convidados chegarem... Meu medo é o tempo que ele demorariam para chegar e se seria seguro nos mantermos aqui... Eu acho que devíamos esperar os convidados chegarem...

Dito isso o druida volta para dentro da casa e vê o corpo de Harkness e observa ao redor da casa o corpo dos demais zatherins mortos. Ele leva o corpo de Ulblyn e o coloca em cima da mesa após retirar todos os pratos e tudo que lá tinha. Em seguida agarra o corpo de Harkness pelo pé e tira da casa, juntando todos os corpos dos zatherins a frente do imóvel.

-Temos que nos livrar disso...

Não sei se tentamos por fogo neles ou enterramos...

Feito isso ele vasculha os corpos dos zatherins buscando algo útil sem se preocupar com o tempo que levaria. Mas caso o grupo decidisse partir ele interromperia e seguiria. Por um momento el até vira-se para o Meio-Orc para pedir ajuda dos músculos dele, porém, percebe sua expressão triste e lágrimas em seus olhos. Baixa a cabeça, engole suas palavras e volta-se a fazer o que se propunha.

Spoiler:

Vendo a movimentação de Nalklyr, Ta'burz se aproxima para ajudar com os corpos, sem dizer nada. Queria ser útil em alguma coisa e, já que a força física parecia ser a única coisa que ele tinha de bom, o Meio-Orc decide usa-la. Quieto, ele apenas arrastava os corpos, deixando o Ladino fazer o trabalho dele de verificar os bolsos dos mesmos.

Jack escreveu:Qual a razão da sua seita estar escondida, clérigo?

Me viro para o homem amaldiçoado a manopla.

- Os Deuses vivem em eterna disputa Jack, uma disputa por aumento de seus domínios de aumento de seu poder. Uns destes deuses agem pela Tirania, pelo mal e pela escravização daqueles que não se curvam sob sua vontade. Outros Deuses lutam para a evolução de todas as raças, por ideais de justiça, amor, família. Esse embate no Plano Celestial, se reflete aqui no Plano Material. Toda esta região muito mais que em toda Faerun, tem como seu principal Deus Bane, o Deus do ódio, do medo e da Tirania o seu poder e presença é muito maior aqui. Como eu disse há uma guerra e o Deus que se opõe a esta vontade do Deus da Manopla Negra é Tyr, O Juiz de todos, O Deus da Justiça. Somos opositores a maior força divina deste lugar, portanto somos caçados e se encontrados mortos.

Eu paro para retomar o fôlego.

- A eras Orcs e Elfos lutam entre si, e caso um elfo seja encontrado em território Orc ele é brutalmente morte e o inverso tambem é verdade. Assim como Anões e Dwegars. Como toda guerra quando você está no coração do poder do seu inimigo você deve agir de maneira mais cautelosa. Por isso, mesmo os maiores campeões de Tyr se estejam nesta região eles não iriam se expor sem ter confiança nas pessoas e no local onde ele está. Não sei se consegui ser claro para todos.

Olho para as crianças e me lembro da infância terrível que tive sem outras crianças.

- Fui encontrado ainda bebê num escudo de um cavaleiro de Lathander, mas junto ao meu corpo estava o meu símbolo sagrado de Tyr. Tyr e Lathander são deuses aliados, fui criado na igreja de Lathander mas minha fé sempre esteve ligada a Tyr. Ele que sempre respondia a minhas preces e orações. Não houve um só dia na minha curta vida que não tive de me esconder ou lutar contra os Zentharin e a Igreja de Bane. Nunca tive outras crianças ao meu redor, apenas guerreiros sagrados e sacerdotes. - disse mostrando em determinado momento o meu símbolo sagrado, um cordão com o pingente do formato do símbolo de Tyr todo de prata.

Não sabia se estava certa ou não, mas parecia que tinha ganho um ponto com o bárbaro. Os outros pareciam ter excluído da sua fala as partes que não eram convenientes. Ela já imaginava que a resposta ia ser negativa, era um cenário provável, mesmo assim isso não a fazia se sentir melhor. Seus sentimentos no entanto eram pouca coisa frente ao que acontecia ao seu redor.

Procurou não pensar muitos nas crianças, na verdade se sentia muito desconfortável com elas ali. Ficava muito feliz que tinha pessoas melhor tato com elas que si própria. Já a carta do Halfling lida em voz alta por Elric chamou muito a sua atenção. Ele já previa que ia morrer? Imaginou que prever a própria morte devia ser algo muito duro, principalmente estando perto dos seus netos. Ela não sabia o que poderia fazer ali, além do que já tinha dito. Seria mais util que ela fosse lá pra fora cavar uma cova para o Halfling.

Saiu de onde estava, e foi procurar uma pá, assim que encontrou uma foi lá pra fora cavar uma cova para o pequenino. Trabalhar era sempre a melhor coisa a fazer para botar as ideias em dia. Estava ainda muito confusa, achava o clerigo arrogante e o "grupo"( mal tinham se conhecido) um pouco perdido.

FIM DO ARCO 1