John Darkblade

-Um pouco conturbada. A chuva nos pegou no meio da viagem, fomos obrigados a parar - As palavras de Natari soa acompanhadas com o cheiro do seu perfume de pêssego - A fortaleza é ótima, da uma sensação de conforto, segurança e tranquilidade, me sinto como se estivesse em casa - Natari esboça um sorriso simpático.

-Ficamos enfiados em um buraco durante um dia, ensopados - Diz Creighton após um gole em seu vinho - Pico da Águia é uma fortaleza fabulosa, me lembra o Ninho, só que menor. Alta e impenetrável. A ultima vez que caiu foi para um senhor Goldwing quando ele a tomou da extinta família Maning. Dizem que o cerco durou mais de um ano. Uma conquista militar e tanto.

-As vezes os sete amaldiçoam pela manhã e abençoam a tarde, foi o que fizeram - A voz do septão soa empoeirada - Tivemos uma viagem conturbada mas fomos agraciados por um grande anfitrião, é um honra John.

-Deve esta se perguntando o por queda vida do septão John - Creigthon interrompe - Desculpe não ter avisado antes, meu pai decidiu de ultima hora. O septão descobriu coisas importantes para o futuro. Meu pai julgou que você deveria ouvir as pessoalmente do próprio septão.

-John - Septão Upcliff começa - a cem anos atrás o Alto Septão da época foi agraciado pelos sete com um sonho profético, no qual viu um futuro devastador para os homens do Vale e de toda Westeros. Nele viu a queda de um Rei Targaryen. Viu o assassinato de um Senhor do Vale e no final viu a ascensão de um líder tribal dos clãs das montanhas. Um líder tribal que uniria todas os clãs das montanhas em um só grande exercito pagão e tornaria-se o Rei do Vale. Dali começaria uma campanha contra toda westeros - O septão diminui o tom de sua voz - Quando o Alto septão acordou transcreveu seu sonho para um poema, no qual chamou ''Flagelo dos Homens''. O Rei Targaryen da época não ficou contente com a profecia e ordenou que o septão esquece-se aquilo. Mas o Alto Septão agiu pela vontade dos sete, e não a do Rei. Ele fez copias de seu poema e enviou secretamente para septos espalhados em todos os sete reinos com o intuito de que fosse estudado por outros septões. E foi o que aconteceu no começo, mas foi esquecido posteriormente.

-São os sinais John - Diz Creigthon - A queda de Aerys, o assassinato de John Arryn e agora esse líder Ubba que uniu as tribos. Sabe qual foi a ultima vez que os clãs se aliaram? A mais de mil anos, coincidência ? - Creigthon mordisca uma azeitona preta.

-Nos últimos meses estive trancafiado em minha biblioteca estudando este poema, analisando cada frase, cada palavra - O septão retorna com a palavra - Consultei os estudos de outros septões sobre o mesmo assunto, fui atrás de fontes confiáveis e cheguei a esta conclusão, estamos de frente com o Flagelo dos Homens - O septão molha a garganta com água - O Flagelo dos Homens é mais do que uma punição por nossos pecados, é um desafio que colocará nossa fé a prova. Esta não será uma guerra por território, ou por ouro. Será uma cruzada entre os antigos deuses e os novos.

-É isto que está em jogo John, a vontade dos sete - voz de Creigthon soa com firmeza - Enviamos uma mensagem para nossa Senhora Lysa, mas ela negou qualquer ajuda e disse que não poderíamos começar uma guerra interna agora, com medo de uma invasão, Lannister... Ela não sabe o que se passa com nosso povo, nos sabemos, qual vez já a viu viajar pelo Vale para saber o que se passa em suas terras? Deixaremos o nosso povo jogados a própria sorte? Temos a oportunidade de cortar o mal pela raiz agora que este Ubba esta fraco - Creigthon abaixa o tom de sua voz - Ficamos sabendo do que aconteceu com seu castelão - Um trago no vinho - Saiba que os homens que trouxe não foram só para fazer guarda durante a viagem, estamos preparados para a luta. Seria uma honra combater ao seu lado. Poderíamos liderar os Bravos de John e os Cavaleiros Vermelhos juntos. Grandes amizades são forjadas no calor de uma batalha.

Um grupo de servos se aproxima colocando o banquete sobre a mesa. Foi servido um grande lúcio assado com crosta de amêndoas moídas, saladas temperadas com vinagre e azeite, empadas recheadas com queijo e ervas, purê de ervilhas, nabos amanteigados, cenouras com mel e queijo branco. Nem um pedaço daquilo chegou abaixo do sal onde tinha carne de porco salgada embebida em leite e apimentada. No lugar do lúcio, comeram lascas de bacalhau branco em um empadão acompanhado de cerveja e pão preto.

-Malditos sacerdotes vermelhos! Manchando nossa terra sagrada com o sangue de sacrifício! Profanadores! - O septão bate com o punho na mesa - Certo dia tive uma conversa com Lord Horton e comentei que deveria ser proibido a entrada de qualquer sacerdote pagão no Vale. Os portos deveriam ser vigiados e as embarcações de Essos verificadas, todas!

-Acalme-se Septão Auster, este é um assunto delicado - Disse Creighton - Dificultar a entrada de embarcações vinda de Essos pode mexer na economia de todo Vale. É comum todo tipo de pariá vagando por regiões portuárias. Acho que isso é uma questão de politica interna, lealdade de súditos. Não se pode deixar que a plebe se afeiçoe por esses tipos de pensamentos John, mas também não podemos cortar aliados comerciais importantes - O calvo agora mostrava um fio de sobriedade em suas palavras.

-Tenho alguns discípulos que poderiam evangelizar suas terras John - Disse o septão com uma expressão fadigada - Noto que não há um septo em Pico da Águia, nem em Pena de Ouro, nem em Vila Penugem. Isso abre uma grande oportunidade para esse tipo de gente. Meus homens podem espalhar a palavra dos sete para a plebe, fortalecer a convicção do povo.

-Uma Boa ideia Septão Auster - Acrescentou Natari - O povo precisa de um guia assim como a ovelha precisa de um pastor. Precisam de uma voz com razão ou estarão a mercê de qualquer charlatão.

-Concordo - Creighton arranca uma lasca grande do lúcio, come um pouco de queijo e bebe de seu vinho - Equipamentos sofisticados? de que tipo? É comum o saque de caravanas com equipamentos diversos pelos clãs, isso só poderá ser averiguado quando tomamos esses equipamentos. A posição deles é vantajosa mas não defensável. Podemos montar um cerco, talvez dure uma semana, dificilmente eles possuem comida ali, e se tiverem não terão como conserva-la. Quando sentirem fome e sede usaremos seu desespero a nosso favor colocando os arqueiros em ação e logo em seguida a cavalaria. O Bosque de Walt, julgo que ele tenha colocado alguma unidade de apoio ali, era o que eu faria. Durante a semana do cerco investiríamos em controlar o bosque para evitar sermos surpreendidos.

-É uma boa estrategia - Diz o septão enquanto come um empadão - Não John, o poema não é sobre como termina, é sobre como começa. Um desafio para colocar nossa crença a prova. E sim de fato é muto difícil uma pessoa qualquer ter visões sobre o futuro, mas não para um Alto Septão, um escolhido dos sete, não é sobre pessoas comuns John. A sua fé me parece fraca.

-Não leve a mal John - Responde Sor Creighton mostrando-se indiferente a retrucada, ao contrario do velho septão que manifestaria uma expressão de reprovação.

-Mas é claro John, estava ansiosa para conhecer a fortaleza - Um sorriso agradável ilustra o rosto de Natari.

O cavaleiro negro e a donzela vermelha deixam o banquete de mão dadas e prosseguem em direção a um dos corredores que leva para fora do grande salão.

-Ouvi muito sobre como é justo e honrado o cavaleiro da lâmina negra, sobre sua notória habilidade como líder de homens. Mas pouco sobre o seu passado, de onde veio John? - As palavras de Nataria soavam cheias de curiosidade - Não pude deixar de notar seu olhos, o purpura de Valíria. Não é comum pessoas com essa ascendência em westeros. Não me lembro de outra pessoa além e Naehrys com esse traço, e ela é filha de uma Velaryon. e você? Quem são os pais de John Darkblade?

-Mas é claro John - Natari expressa um sorriso adorável e acaricia a barba do cavaleiro - Você é um homem justo e forte, quero que meus filhos sejam assim, como você - Os lábios da mulher aproximam-se lentamente, o toque é macio e delicado. John dormiria feliz naquela noite, apesar de sozinho, a tempos não sentia o toque de uma mulher.

Dia 6, ano 298 d.C

O Sol amanheceu forte e radiante naquele dia. A nuvem tempestuosa que atormentou Costa da Águia nos últimos cinco dias havia se dirigido para o leste.
John receberia logo de manhã em seu aposento particular cada um de seus sub comandantes: Sor Miltar, Marcyl, e Etam.

O primeiro foi Sor Miltar - Estão estocando recursos do bosque na fortificação, desejam manter a posição. O líder selvagem é mais cauteloso do que imaginávamos. Mas não continuaram com ataques nem saques na região. Estão se poupando.

O segundo foi Marcyl - Sor Creighton e seus cavaleiros demostram afinidade com nossa causa. Os Cavaleiros Vermelhos anseiam pelo combate John, anseiam por derramar o sangue daqueles malditos, vejo boas possibilidades para nós - Marcyla ainda estava ferido e andava com auxilio de uma muleta.

O terceiro foi Etam, líder dos Flechas Negras - Meu senhor, nossos arqueiros estão todos bem treinados e confiantes, há flechas suficientes para um combate longo, além de estoques. Quanto ao óleo, não temos nada, nossos estoques estão completamente vazios e julgo que não foram abastecidos a muitos anos - A fortaleza não passaria mais por um assédio dês de quando Castle Goldwing tomou-a dos Maning, os senhores anteriores a John não se atentariam a isto.

John passaria o resto da manhã assim como foi nos últimos dias com seu escrivão Peter, aprendendo a arte de ler e escrever, já demostrando um notório progresso conseguindo ler pequenas frases com calma e escrever o próprio nome. Durante sua aula seria surpreendido por um de seus servos.

-Mensageiros, homens dos clãs.

Os dois homens estavam no patio de armas da fortaleza cercados por Imotais e Flechas Negras, eram homens altos e largos, com barbas e cabelos que se emaranhavam formando algo parecido com um ninho de pássaros. Vestiam cota de malha por cima de muitas camadas de couro e pele, um deles ostentava uma vara fina de madeira com um pano branco amarrado na ponta, simbolizando o que poderia ser uma bandeira branca. Dois homens dos Imortais os acompanham, estão feridos e seus ferimentos enfaixados. Um deles aproxima-se de John.

-Meu senhor, mensageiros enviados por Ubba, líder dos Corvos de Pedra, Orelhas Negras e Irmãos da Lua. Este é Tralf e o outro Urlag.

-Sou Tralf filho de Galor - O selvagem se aproxima, fede a cachorro molhado misturado com mijo, John ainda pode sentir seu bafo de longe - Ubba filho de Drolf deseja negociar com John Darkblade. Os prisioneiros é um ato de boa fé.

-Ele deseja um acordo de paz - Continuava o soldado imortal ferido - Pede que a reunião seja em um local neutro apenas como o céu de teto. Sor Noah esta bastante ferido mais ainda vivo, talvez não dure muito se permanecer naquelas condições, precisa de cuidados urgente. Ubba quer barganhar pela vida de seu castelão.

Os comandantes deixam o aposento de John, Sor Miltar mostra-se mais otimista aos planos enquanto Marcyl e Etam mais tensos e preocupados com a situação, principalmente Etam o líder dos arqueiros.

O escrivão Peter mostrara-se orgulhoso, ostentava uma expressão de felicidade pelos avanços de John - É uma honra meu senhor. O dom da escrita é um direito básico de qualquer individuo, e principalmente para o senhor que agora é o lord de uma fortaleza - Peter sorria feliz.

No patio de armas John questionará '' Como saberei se Sor Noah está realmente vivo?'' - Eu o vi meu senhor - dizia o imortal - Está acamado, moribundo. Seu estado é grave - Os selvagens emitiam grunhidos.

-Toma-nos por mentirosos? - rosna Tralf - Deixe me ver a lendária lâmina negra ha! - O selvagem mostra os dentes em um sorriso sarcástico. Os imortais repreendidos assustam-se  com a fúria de John e se desculpam  - O encontro... Em um local neutro, ha uma colina ao sul, fica exatamente entre nossa fortificação e sua fortaleza - Tralf ainda ostenta seu sorriso zombeteiro, aproxima-se lentamente de John mas para quando é repreendido pelas lanças dos Imortais que os cercam, o selvagem é uma cabeça maior do que John - Pensei que fosse maior John Darkblade. Deseja a vida de seu castelão ou não? - Tralf olha para Urlag e os dois soltam uma gargalhada estrondosa.

Tralf libera o nó de uma corda em seu peitoral que segurava o machado de cabo longo preso em suas costas. A arma cai no cão e o homem abaixa para pega-lá - Você matou meu pai em Recanto Verde, quando ele tomava aquilo que lhe era direito. Quando Ubba revelou a intenção de enviar mensageiros eu implorei para vim, para poder olhar em seus olhos e vingar meu pai - Tralf ergue o machado a cima de sua cabeça e solta um rugido indecifrável antes de tentar um ataque fulminante , mas seu machado ergue-se de mais e John vê a oportunidade atacando na altura das costelas do selvagem desferindo uma estocada rápida e precisa. Uma explosão vermelha de sangue jorra para todos os lados, a ferida expõe as costelas flutuantes do homem que transforma seu grito de guerra em dor. Tralf ainda desce com seu golpe atingindo com o machado nos ombros de John, as escamas de sua armadura, agora amassadas, absorve parte do impacto impedindo que John perca o braço. John sente em baixo de sua roupa um liquido quente escorrer de seu ombro até os dedos de sua mão esquerda. O outro selvagem Urlag afasta com as mãos para cima  e fica de joelhos mostrando compreender a situação perante as lanças dos Imortais.

Off: Tralf tirou 16 no ataque, o que da uma diferença de 8 comparado a defesa de John (considerando sem o escudo) oferecendo um grau a mais de acerto causando 10 de dano. -6 VA armadura totalizando 4 de dano em John e 18 em Tralf( 3 graus de sucesso a mais).

John se desvencilha de Tralf empurrando-o para um alcance que sua lâmina ainda possa acerta-lo. O golpe desenha um arco de cima para baixo na diagonal, John gira o quadril e o ombro direito junto com a lâmina jogando todo peso possível no ataque, que sai pesado, Tralf parecia esperar por aquilo, o selvagem gira seu corpo acompanhando a mesma direção que a Lâmina Negra vinha. O golpe é absorvido pela cota de malha e couro fervido do selvagem. O homem do clã parece ser tomado por uma fúria que o faz babar, seus olhos arregalam e seu rosto ruboriza-se intensamente. Tralf deixa o machado deslizar em suas mãos e firma a pegada no extremo do cabo a fim de usar ao máximo a envergadura do machado. Com a distancia a seu favor Tralf golpeia na lateral esquerda de John, a lonjura do machado confunde o cavaleiro que tem tempo apenas de erguer no susto Lâmina Negra. A espada bloqueia o golpe na cabeça de John mas o impacto é forte o suficiente para o fazer girar em torno de si mesmo. O cavaleiro ainda se mantem de pé, um zumbido invade sua cabeça enquanto um fio de sangue escorre de seu supercílio  

Off: john com um grau de sucesso causa 6 de dano -5VA armadura de tralf totalizando 1 de dano, tralf consegue dois graus de sucesso causando 10 de dano -6VA armadura de John, totalizando 4.

Tralf usa
Ataque Imprudente Maior
Descartando a cautela, você se joga sobre o oponente.
Subtraia 5 da sua Defesa em Combate para receber +1D
em seu teste de Luta. Os benefícios desta ação duram até o
início do seu próximo turno

Sor John Darkblade "Da escuridão á glória" Tralf era bem mais durão do que John pensara. O selvagem não só resistia a mais um de seus golpes, como também contra atacava em uma fúria selvagem com seu machado. Surpreso, John fazia uso de seus - já um tanto gastos - reflexos para aparar o fortíssimo golpe do inimigo selvagem. Tamanha força só poderia vir de alguém que sabia que morreria logo. Tralf sabia que não sairia dali vivo e tentaria de tudo até a morte para poder levar Sor John junto para os sete infernos. Não, selvagens não vão para os sete infernos, provavelmente devem ficar em um limbo sofrendo muito mais por sua heresia, ele pensava. Um tanto tonto pelo golpe imprevisível de Tralf, girou com tudo fazendo lâmina negra completar ao invés de um arco, quase um circulo completo que encontrava seu fim ao pescoço do selvagem. John torcia para que aquele fosse, finalmente, o golpe final. - AHHHHH! - John gritava em fúria.

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