Reunião de emergência

Olhos arregalados, vontade de vomitar imediatamente toma conta de si. Pisca os olhos rapidamente, sem entender direito o que se passa e então os arregala ao lembrar do óbvio. Ele precisa de sangue, não de carne.

Respira profundamente e se controla ao máximo, levantando-se imediatamente da cadeira do restaurante. Seus olhos rapidamente focalizam onde fica o banheiro daquele lugar.

– Viagem terrível... bife pior ainda! – grunhe, indo imediatamente na direção do banheiro, tentando se controlar até chegar lá.

Jasmine tenta controlar seu humor para não ser grossa com o recepcionista, mas não consegue ficar apenas olhando ele ali achando graça da agonia do seu novo amigo e se dirige a ele:


- Poderia me contar a piada que está vendo aqui?

- Não... - rebateu para o menino, erguendo o corpo em seguida, encarou-o e completou - Porque até aqui estás me chamando de pai, garoto?

Não apenas ele estava ainda mais confuso como o garoto em sua frente também estava. Aquele era seu filho? Será que até isso esquecera de seu passado?

De olhos arregalados, não ouviu inicialmente o que Jasmine falara. Encarou o garoto e aproximou-se lentamente dele, abraçando-o em seguida.

Engoliu em seco e finalmente a encarou.

- Tudo bem, vamos... Ah, esse aparentemente é meu filho... - disse encarando-a e voltou-se para o menino - Me desculpe pelo que disse... venha com a gente!

- O problema, Jasmine, é que não lembro de nada de antes de duas semanas atrás... - falou baixinho para apenas ela ouvir - Perdi a memória e tudo o que sei veio depois de ser resgatado... - completou suspirando.

Será que aquele garoto era mesmo seu filho? Mas não podia ser, afinal ele chamava a mulher que estava consigo de mãe e ela, claramente, não esquecera do próprio passado.

Talvez fosse algo ligado à sumida.

- Pode ser que tenha algo haver com o que ela fez. Mas, o que você sugere que façamos?

- É... deve ser isso... - disse suspirando e em seguida acabou rindo, um riso rouco - Pode deixar!

O estranho atendente depois de uma demora absurda nos entrega a chave do apartamento, no decimo terceiro andar apartamento D, Jasmina não consegue levar a sério a cara de idiota dele mais segue para o elevador, decide aumentar sua percepção aos detalhes e começa a não gostar da conversa do menino falando de crimes do Erik e que foi difícil de acha-los, por acaso ele estaria os caçando, pensa ela e o elevador continua subindo no ritmo daquela ladainha esdrúxula.
 
 
Ao chegarem no andar indicado, mais duas meninas, aparentemente gêmeas e vestidas iguais estão paradas no meio do corredor e são saudadas pelo menino e respondem como ainda não nos esperasse e o menino fala que entende que a dupla não esteja entendendo nada, mas que não pode nós deixar sair com vida... Jasmine começa a entender a crítica a ineficácia da sua arma. Olha para Erik e pergunta se ele está entendendo o que está se passando, pois estão claramente os ameaçando. E a oriental começa a massagear a sua espada... 

Seus pêlos chegam a eriçar assim que sobem de andar e ele ouve as palavras ditas pelo garoto. De fato, ele não era seu filho mesmo, sua memória não lhe traíra tanto. Mas havia algo em suas palavras que vieram como navalhas em seu ouvido, uma ameaça mais do que velada foi feita.

Ele respirou profundamente, fechou os olhos por um instante e, ao abri-los, encarou as garotas gêmeas em sua frente e o menino ao seu lado. Todo seu instinto primitivo focado em compreender o que estava além da típica racionalização humana sobre as coisas.

Alguma peça não se encaixava e ele parou para raciocinar o que estava fora do lugar ali.


OFF: Ele está tentando racionalizar o que ele deixou passar e/ou o que pode estar por trás daquela situação. Acho que se enquadra um teste de Instinto Primitivo + Raciocínio ou Percepção, não?