Toshiharu - Gaijin

Estele acena com a cabeça, pensativa.
- Você é esperto – diz, e pega a ficha do oriental – Toshi... haru. Encontramos esta mensagem no cadáver de um conterrâneo seu, encontrado num beco a 3 dias atrás. Como as coisas estavam muito atarefadas por aqui, não tivemos tempo de procurar um tradutor. Felizmente voce apareceu.

A chefe da guarda se levanta e começa a caminhar de um lado para o outro.
- Preciso avisar então o embaixador sobre a mensagem... União não pode permitir que assassinos andem por estas ruas matando a quem quiserem. Esta Guilda da Serpente... sempre incomodando – diz, e aponta para os pertences de Toshiharu – Pode pegar suas coisas, esta livre. E... Obrigada pela ajuda. Não se meta em mais nenhuma confusão.

Sendo assim Toshiharu sai e vai seguir as indicações Byron de como achar as pessoas que pagariam sua fiança.

Toshiharu mal da um passo quando o zumbido conhecido de Moonbeam se faz ouvir.
- Puxa vida, voce demorou! Fiquei esperando aqui por horas. Infelizmente não pude fazer uma visita nas celas, pois podia ser que pensassem que estivesse organizando uma fuga de prisioneiros. Ei, para onde esta indo?

O oriental continua andando, seguindo as direções indicadas por Byron. Não demora muito tempo até chegar em uma zona pobre de União, com mendigos e sem-teto andando pelas ruas, casas em mau estado de conservação e ratos disputando espaço com baratas. Finalmente eles chegam em frente de uma casa caindo aos pedaços. Moonbeam da uma circulada e retorna.
- Que tipo de amizades voce fez la na cadeia, hein? Dei uma olhada na janela, e encontrei 3 tipos estranhos conversando, sentados ao redor de uma mesa. Não me pareciam confiáveis, se quer saber...

Amizades? Não creio apenas negócios e meios para um fim, preciso de recursos se quero ser bem sucedido e cultivar relações ajuda neste negócio. Diz indo falar com os estranhos.

Espero que sejam os amigos de Byron? Diz quando se aproxima com seu mancar característico.

Toshiharu avança ate a porta da casa e a abre. A mesma estava meio emperrada, fazendo então um grande barulho. As três figuras que conversavam, vestidas com mantos e capuzes para encobrir o rosto, se viram e apontam suas laminas em direção do oriental.

Moonbeam se esconde atrás do guerreiro. “Agora lascou!”, comenta.
- Vem para morrer, vem! Nós não vamos nos entregar sem luta! – diz um deles.

Toshiaru olha atentamente e cuidadosamente para então dizer - É assim que vocês recebem pessoas? Já entregando tudo e nem sabendo disfarçar? Byron ficaria lívido de vergonha se aqui estivesse. Ahh yokata. Ele olha sem dar tempo dos mesmos reagirem a seu rompante e diz - Eu vim aqui a pedido dele para lhes falar é possível? Ou vão chamar a atenção de todos que passam nas ruas? É importante e ele está esperando uma resposta. Diz olhando para eles.

Diante das palavras duras de Toshiharu, os três olham entre si e retornam para seus lugares.
- Tudo bem, entre e feche a porta – diz um deles. Após Toshiharu entrar, ele continua – Quem é você e onde esta Byron? Nós estamos a dias esperando por ele aqui e nada... Que resposta ele está querendo?

O oriental presta mais atenção nos encapuzados, e percebe que dois deles são menores que o outro. Um deles salta de sua cadeira e se aproxima de Toshiharu, retira o capuz, revelando ser uma pequena halfling, e o observa de perto. Uma serpente das sombras sai por baixo de seu manto e sobe pelo seu ombro.
- Hmm, Byron disse que estava atrás de uma pessoa que fosse de Ling-Xao – diz, e aponta para Moonbeam – E quem é este dai, seu familiar?



Moonbeam fica irritado.
- Familiar? Eu? Pelo contrario, o humano que é meu familiar! Fiz uma magia de invocação e ele apareceu andando na estrada.

- O recado é hun un - Ele limpa a garganta - Encontre meus amigos neste endereço e peça a eles que me paguem a fiança, pois estou preso e preciso que eles me tirem daqui -

Agora porque ele estava preso não faço ideia e bem ele pelo que percebo ele já estava atrás de alguém de minha região. Isso ele não me contou.

Os três comparsas riem ao ouvirem o recado transmitido por Toshiharu.
- Bem típico do Byron – diz a halfling – ele apronta das suas e pede pra gente tirar ele da enrascada. O que fazemos, rapazes?

Um dos encapuzados revela ser um gnomo, de cabelo negro e curto e cachimbo na boca.



- Por que não deixamos ele por la mesmo, Sybel? Podemos continuar o bando sem ele.

O terceiro, um meio-orc musculoso, com um anel no nariz e uma grande cicatriz na face, bate com o punho na mesa.



- Tainsa falar bobagens! Byron ajudar cada um de nós, Sybel, Tainsa e Vojta. Vojta diz, ajudar Byron!

O gnomo Tainsa pede calma e acena com a cabeça.
- Tudo bem, tudo bem... O problema é que não temos dinheiro, estávamos quase morrendo de fome aqui no esconderijo. Ah não ser que...

Os três voltam a atenção para Toshiharu.
- E ai, voce tem grana? – perguntam os três.

Tainsa olha para o dinheiro de Toshiharu e balança a cabeça.
- O preço da fiança depende da gravidade do crime, mas vamos com certeza precisar de mais do que isto... Podemos ir ate a Guilda de Aventureiros para procurar alguma missão que ofereça algum tipo de adiantamento, ou quem sabe encontro com algum conhecido que possa me emprestar o dinheiro.

Sybel e Vojta concordam. Moonbeam cochicha na orelha de Toshiharu.
- Mas que grupo de aventureiros que fomos arranjar, hein? Não tem nem onde cair mortos...

O samurai não responde apenas faz um som com a garganta, mas parecia concordar.

Diante da concordância de todos, o grupo se arruma e parte em direção da Guilda de Aventureiros.

Em breve eles chegam em frente de um estabelecimento bem grande, com uma fachada finamente acabada, feita com granito e madeiras de lei.



Ao entrarem pelas portas duplas, vem que o interior esta ocupado por uma gama bem variada de aventureiros: orientais de Ling-Xao, humanos de Rabiah, elfos de Lennorien, magos, feiticeiros, clérigos... Estavam mesmo raças nunca vistas antes por Toshiharu, como umas mulheres-gato e meio-gigantes de 4 braços. De fato o mundo de Phantasya era bem maior que imaginavam.
- Muito bem, vamos ver o que podemos encontrar aqui... – diz o gnomo Tainsa, enquanto vasculha o local com os olhos. De repente ele põe a mão na cabeça e grita – Não é possível! DELVAR!



NRPG: Continua no topico Aventura 1. Gaijin, postar resposta no tópico Aventura 1.

INTERLUDIO

Terras ermas de Ling-Xao.

O solo era rochoso e arido, e cada passo nestas terras era cansativo para o grupo de Toshiharu. Porém a missão dada pelo Daymio não permitia nem descanso nem duvidas: eles tinham que recuperar o selo de Asano.

Toshiharu estava confiante, seu grupo era bom: Masahiro, Kojiro, Takashi, Nobunaga, Ashioki e Arai. Do alto da colina era possível ver o bando inimigo, mais abaixo, fugindo como covardes. Takashi já tinha traçado o plano, todos estavam confiantes.

Porém o ataque falhou. Foram emboscados, os inimigos sabiam cada detalhe do plano. Seus companheiros, estraçalhados, como bois indo em direção ao matadouro.

Yamada Okura, o algoz, com seu lobo aproxima-se, sua naginata desce num arco e a visão de Toshiharu se desfaz num mar de sangue.



Toshiharu acorda, banhado em suor, em seu quarto da estalagem. O oriental leva as mãos ao rosto, para acalmar seus nervos. O quarto estava escuro, ainda era de madrugada.
- Os pesadelos não param, não é mesmo, Toshiharu? – diz uma voz masculina, em seu idioma.

O samurai se vira com um olhar perdido buscando com seu único olho saudável ver quem estava falando com ele, pois não esperava ver ninguém aqui e surpreso enfim de alguém estar a falar com ele agora...

Quem... Quem está ai? diz se acostumando a luz do ambiente.

Toshiharu vasculha a sala, os olhos aos poucos acostumando-se a pouca luminosidade. Ele sente frio, um frio estranho que parecia gelar de dentro para fora.

- Já se esqueceu de seu velho amigo, Toshiharu-san? – veio novamente a voz. O samurai tem a impressão de que ela vinha diretamente do sofá de lugar único do quarto. Repentinamente uma nevoa de luminiscencia azul se forma, rodeando e movendo ate formar a figura pálida e translucida de Arai, o líder do grupo, tombado por uma lamina traiçoeira pelas costas. Sentada no sofa, a imagem cruza uma das pernas, e encara fixamente Toshiharu – Viver em meio a desonra é melhor do que estar morto, caro colega?

Toshiharu vê mas não acredita, pois viu aquele homem ser morto assim como todos os outros e bem talvez sua mente esteja agora a lhe pregar peças... - Como? Pode eu vi você... todos ... mortos...- Balbucia ele enquanto arrumava o quimono.

Arai lhe diz as palavras que a principio gerariam medo a outros, mas a Toshiharu apenas trazem vergonha e ele responde.

- A vida não é minha para decidir Arai.  Você mais que os os outros sabe que apenas o Daimiô pode decidir nossos destinos, mas minha situação não me traz nenhum conforto. Eu não posso ir antes de recuperar o selo de Asano, mas se o senhor me ordenar que eu tome a minha própria vida eu o farei sem hesitar - Diz Toshiharu ainda não acreditando que estava falando com alguém ... morto.

- Não creio que tenha vindo para assombrar a minha existência, Arai. Então por mais que esteja morto algo muito importante o tirou do descanso para vir me ver o que foi? Alguma verdade foi revelada? -

A imagem delineada e incorpórea de Arai ouve as palavras de Toshiharu imóvel. Em seguida desaparece.

O samurai procura com os olhos pelo quarto, mas não o encontra. Então um vento gelado bate nas suas costas. Arai estava ao seu lado, sentado na cama.
- Sim, estou morto. Mas não em paz, não enquanto minha honra tiver sido restabelecida, com o retorno do selo de Asano e a morte dos inimigos que nos fizeram isto – diz, mostrando a fissura no peito – Se o Daimio não pediu pela sua vida, sabendo do nosso fracasso, é porque acredita em seu valor. E nós, os mortos, só temos a você para nos trazer justiça e paz.

Diante da replica de Toshiharu acerca de sua motivação, Arai acena com a cabeça em aprovação.
- Perspicaz como sempre, Toshiharu. Sim, estou aqui para revelar algo. Pois nem todo aquele que viu tombar perdeu a vida, caro colega...

Dito isto, a imagem de Arai faz um cumprimento, e as linhas que formavam seu exterior perdem sua luz e se desfazem.

Toshiharu se levanta e termina de vestir-se e arrumar-se as palavras de Arai se repetem sem parar em sua cabeça Nem todos que tombaram perderam a vida naquele dia ... De fato ele estava vivo, mas assim foi deixado para servir de exemplo os outros tinha sido executados ou mortos na hora será que haveria uma encenação? Um traidor no meio?

O samurai terminou olhou a mesa baixa e via os escritos de seus Haiku de despedida que um samurai devia fazer quando estivesse pronto para o suicídio ritual, ou seppuku. Ele os deixou de lado e realmente precisava ver Lady Shimazu...

Ele sai do quarto para este fim.

Toshiharu desce as escadas, atravessa o salão e sai da estalagem bem cedo, cumprimentando o dono na saida, que estava varrendo o chão.

O frio da manhã era benfazejo, diferente do frio que havia sentido na presença do espirito de Arai. O oriental respira fundo e inicia sua caminhada para a embaixada de Ling-Xao. Após meia hora ele se põe em frente ao portão de ferro negro. Reconhecido, sua passagem é liberada, e instruído a se dirigir até o jardim, onde ele se encontra com Lady Shimazu.

O sol pálido da manhã reflete nos cabelos prateados da oriental, fazendo com que adquirissem um leve tom dourado. Sem notar a presença do samurai, seus olhos vermelhos estavam concentrados na figura de um beija-flor, que voava entre as flores rosas da cerejeira. Estava imóvel, porem sua vista era ágil, como a de uma pantera. Subito, um movimento rápido, as mangas de sua roupa branca cortam o ar num sibilo.

Lady Shimazu lentamente aproxima a mão de seu rosto. E Toshiharu percebe que ela tinha apanhado o beija-flor em pleno voo!