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    ⚜ Ato I: Danse Macabre ⚜

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    Mensagem por Erikyoshi Sáb Jun 25, 2016 2:28 am

    ⚜ Ato I: Danse Macabre ⚜ Sem_t_tulo


    Nova Orleans, 4 de Junho de 2016

    Finalmente, o fatídico dia do tão aguardado conclave.

    Quase todo Membro nas redondezas da metrópole se dispôs a aparecer; até mesmo alguns tantos que a muito já não eram vistos.
    O Príncipe e seu séquito, a primigênio, arcontes, neófitos, anciões, ancillaes, estavam todos lá, como já era o esperado. Entretanto, agora se fazia notar a mais completa ausência de tremeres no recinto; manifestação coletiva de reprovação, ordem de algum dos líderes locais do clã, medo de represálias, não se sabia ao certo o motivo da abstenção geral de comparecimento de tais Membros, a única certeza nisso era que as suspeitas só faziam crescer.

    O lugar em si era o elísio principal de Nova Orleãs, situado na Bourbon Street – coração do French Quarter, bairro central e histórico da cidade – mesclado a exuberância das características varandas feitas em ferro forjado. Entre a efervescência de casas noturnas, clubes de strip tease e bares de jazz, uma boate chamada Masque Rouge servia de fachada e acesso para três níveis subterrâneos inteiramente dedicados aos Membros.
    Sobre o mais profundo dos andares, pouco se conhecia; destinado à elite da sociedade vampírica local e apinhado de um sem-fim de corredores e salas, ali não se entrava sem ser convidado. Já o nível superior era composto por três salas comunais ligadas entre si, ricamente ornamentadas para o deleite de seus frequentadores, atuava como área de convívio.

    Por fim, a parte do meio, onde de fato seria sediado o conclave. O espaço era composto por uma única e colossal galeria, de pé direito altíssimo, lembrando perfeitamente o design de uma casa de ópera. As paredes eram trabalhadas em mármores e granitos de tons sóbrios, intercaladas vez ou outra por ricas colunas de estilo gótico – ligando o salão de uma parede à outra através de arcos ricamente trabalhados no teto – ou arabescos mouros em alto-relevo. A mistura de austeridade e luxo estendia-se ao chão; um porcelanato caríssimo disposto num padrão quase sem-fim de xadrez em tons de cinza causava a ilusão de um área maior.
    Bancos compridos de mogno escuro para dez ocupantes alinhavam-se em cinco imensas filas do início ao fim da galeria, intercalados por tapeçarias de um carmesim vibrante e opulento. E era ali que os Membros se apinhavam; divididos por clãs, intrigas pessoais ou fosse o que fosse, aos poucos cada grupo ou indivíduo encontraria um lugar que mais lhe agradasse perante a variada disposição de opções.

    A única entrada e saída de livre acesso ali se dava por duas grandiosas escadas gêmeas, intercortadas por um lustre vitoriano, ligadas ao andar superior do elísio. Já no lado oposto, um palco completo de ópera mantinha suas cortinas fechadas, para aquietação e curiosidade dos recém-chegados. Ainda restavam alguns minutos até o início fatídico do conclave e os presentes procuravam ocupar seu tempo da melhor maneira possível.

    Uma música paira no ambiente, proveniente de alto-faltantes estrategicamente posicionados:
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    Mensagem por Erikyoshi Sáb Jun 25, 2016 3:32 am

    Algo não corria bem por ali, o vampiro podia sentir. Mal se completará duas semanas desde o retorno de Maurice para a cidade e o maldito senescal queria ter mais uma vez com ele; apenas rezava para que não fosse mais uma das "honrosas" missões que eram tão comumente atribuídas pelo Príncipe.

    Quando rumou para o Elísio, pretendia apenas ser um mero espectador no conclave e observar de fora todas as discussões e intrigas que inevitavelmente iriam surgir; as coisas não seriam assim, pois mal colocou os pés no lugar e uma das desprezíveis harpias já foi lhe tomando pelo braço e conduzindo por uma das portais laterais ao grande palco. A mulher pouco falou, apenas resmungou uma coisa ou outra sobre ter de esperar tanto por uma gentalha

    Foi um alivio se livrar da desagradável companhia após ser conduzido por uma série de túneis labirínticos até uma sala de espera pequena e largado sozinho numa poltrona de couro cor de creme. Alguns poucos minutos se passaram e o gangrel nada pôde fazer além de correr os olhos pelo ambiente: assoalho de madeira velho cobrindo um chão de pedra crua, paredes de alvenaria revestidas d'um papel de parede extremo mal gosto, dois sofás em cantos opostos e uma grande porta de pinho avermelhado oposta a qual ele havia utilizado para entrar.

    - Maurice, vejo que voltou inteiro! - uma voz carregada d'um sotaque escocês dizia num tom de deboche enquanto a porta se abria - Entre, não tenho o dia todo. - o homem parado na frente do gangrel era Angus O'Brian, senescal de Nova Orleãs. Mantinha-se parado ao lado da porta aberta, aguardando uma resposta.




    - Veja bem, a situação é delicada... - Vincenzo parecia pensar bem em suas palavras antes de começar - Pois bem; Nós simplesmente não fazemos ideia alguma onde os Tremere se meteram. Como diabos seria possível um clã inteiro desaparecer do dia para a noite? - a consternação era perfeitamente audível por detrás do leve sotaque italiano, quase perdido com o passar do tempo.

    O justiçar andava nervosamente de um lado para o outro do seu escritório temporário no terceiro andar subterrâneo do Elísio, e Louis achava um tanto cômico o contraste gritante entre o refinado toreador e aquele ambiente cavernoso que só catacumbas de estilo francês conseguiam reproduzir; mesmo o papel de parede recém-colocado e o novo carpete pouco efeito surtiam ao tentar quebrar essa dicotomia.

    - Vincenzo, acalme-se! - a voz da justiçar malkaviana vinha do outro lado da sala num estranho tom imperativo, ela mesma se encontrava de costas esticando-se sobre os delicados pés descalços para tentar alcançar algum livro perdido no alto da estante - Pare de confundir o pobre Louis mais do que você já tem feito nos últimos tempos.

    - Pois bem... - o toreador voltava-se para o nosferatu repetindo o mesmo vicio de linguagem de sempre - O que você descobriu sobre os desgraçados nesses últimos dias em que não mantivemos contato? Não é possível que simplesmente tenham virado poeira e sumido assim do nada, sem ninguém notar nada de estranho.
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    Mensagem por GGeninho Sáb Jun 25, 2016 10:24 am

    - Oui, monsieur O'Brian. A digna tarefa da qual, sua majestade, me incumbiu, não se provou um desafio tão grande, às minhas poucas habilidade... - um, suave, tom de sarcasmo -. Je suis très heureux (*Estou muito feliz), em dizer que tudo correu como a vontade de sua majestade. E estou à disposição para servir à cidade, da melhor maneira que me for possível. - passando pelo anfitrião e, levemente acenando com a cabeça, mantendo o olhar fixo para o interior do aposento.
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    Mensagem por Erikyoshi Sáb Jun 25, 2016 4:25 pm

    Tres magnifique, mon chéri! - Marie acabara de entrar num dos pequenos camarins do Black Raven carregando um buquê de rosas, provavelmente de algum fã ou admirador – Você foi simplesmente fabulosa! - deixava as flores num criado-mudo próximo à entrada e se posicionava atrás da amiga, encarando-a a partir do grande espelho em frente a ambas – Vamos, deixe que eu te ajude a limpar a maquiagem…

    Alguns minutos atrás Claire terminará a apresentação principal e os demais músicos ocuparam seu lugar no palco para dar início a um jam que embalaria o resto da noite. Tinha um compromisso muito em breve e apressava-se em trocar de roupa e se arrumar para o evento.
    Uma grande porta dupla de vidro fumê se abria para uma varanda ao lado da malkaviana, deixando entrar os ares e sons da noite boêmia de Nova Orleans.

    – Temos algum tempo ainda, mas a senhorita precisa se apressar. Eu mesma já estou pronta… - ia tagarelando enquanto tirava os últimos resquícios da sombra carregada com um chumaço de algodão. Algo lhe chamava a atenção, um som de batidas à porta, e Marie respondia sem ao menos se virar – Entre, Violet, e feche a porta atrás de si, por gentileza, cher.

    Excusez moi, mademoiselle… - a carniçal obedecia – Já passa das vinte e três e trinta e em cerca de meia-hora o conclave se iniciara. Devo chamar o bruto – se referia ao outro carniçal – com o carro, ou as senhoritas preferem ir a pé?

    – Hmm… Por mim iriamos a pé… - Marie se prontifica em responder – Mas deixarei a cargo da estrela da noite a decisão. - agora mudava o penteado da amiga – Violet, chéri. Por gentileza, pegue as roupas da Claire no armário.

    Prontamente as roupas da malkaviana eram dispostas no balcão a sua frente e ambas aguardavam por ela. Realmente não seria necessário chamar um carro, estavam a pouco mais de três quadras do Elísio e uma caminhada seria bom para observar o quão exótica a Bourbon Street ia se tornando a medida que todo e qualquer cainita da cidade convergia para lá.




    – Veja, querida… - Ingrid acendia um de seus cigarros, debruçada sobre as hastes de ferro forjado da varanda do terceiro andar – A efervescência da não-vida em nossa modesta cidade.

    De fato, Ginger contava um número maior de cainitas na Bourbon Street que jamais tinha visto. A proximidade da Templation com o principal Elísio da cidade familiarizara a brujah com o contínuo fluxo de vampiros por ali, entretanto, dessa vez era diferente; nunca em tão curta e recente não-vida presenciará tamanha diversidade e concentração de crianças da noite num só lugar, e ela nem sequer havia ido para o local da reunião ainda.

    – Já esta quase no horário, meu bem, acho que você deveria adiantar logo para lá. - a mestra dizia num tom imperativo que recusava uma negativa – Eu tenho, hmm… Assuntos pendentes para resolver, mas logo chegarei. Não se preocupe. - mantinha um braço atravessado na frente do abdômen, e o cotovelo do outro apoiado neste de modo que o cigarro nunca estivesse distante de seus lábios – Bem. Nos vemos em alguns minutos. - com um último trago, o cigarro era atirado do topo da varanda quase atingindo um grupo de rapazes nos degraus de acesso à casa noturna. O rápido instante de distração olhando a cena era o bastante para que Ginger perdesse Ingrid de vista.




    – Isso beira o inaceitável, e você bem sabe! - Enzo protestava indignado, em italiano fluente.

    – Meu querido, inaceitável é sua ingenuidade… - Fiorella retrucava entre risinhos, visivelmente se deleitando com a revolta do companheiro. Respondia na mesma língua, porém com o sotaque rápido e carregado da Toscana – Acredite em mim; existem motivos muito mais complexos e lógicos que uma simples birrinha coletiva, como você mesmo disse.

    – Pro inferno com os feiticeiros desgraçados… - prepara-se para cuspir no chão e concluir sua praga, mas um olhar dos dois companheiros era o bastante para desencorajar Enzo – Que as traças os devorem, como devoram os tomos e grimórios que tanto se amam. Magia fraca, se quer saber!

    – Ah, é? - a bela giovanni abafava outro riso – Então quer dizer que você tomou o lugar do Nikolai como especialista em ocultismo da Família aqui na cidade!? - virava-se por fim para o terceiro interlocutor do grupo.

    – Pro inferno com você também! - Enzo fechava sua expressão facial no rosto mais taciturno que podia tentar, mas o resultado era cômico para Fiorella, e as provocações apenas continuavam.

    Nikolai tinha um certo receio que algum terceiro pudesse ouvir toda a prosa dos três giovannis, mas os demais cainitas próximos pouca ou nenhuma importância davam aos estrangeiros sentados num dos bancos ao meio do salão, aguardando pelo início do conclave.
    Os dois falastrões ali presentes e Anita – que havia se ausentado dez minutos atrás para fazer sabe-se lá o que – pareciam ser toda a companhia d'A Família que o giovanni possuiria naquele momento. Os membros de seu clã não passavam de uma dúzia em Nova Orleãs, e os ausentes pareciam ocupados demais bajulando Rocco – o líder local d'A Família, e também ainda ausente – para conseguirem chegar um pouco antes; um má-educação digna dos neófitos americanos, não dos vaidosos velhacos do Velho Mundo.

    Em meio a toda agitação do Elísio que aos poucos ia se enchendo, um certo alguém chamava a atenção de Nikolai; um homem alto, de traços mediterrâneos, cabelos revoltos na altura da nuca e nariz adunco, trajando um fino sobretudo de lã cinza e luvas de couro negro que lhe conferiam um ar de opulenta nobreza. O giovanni não sabia ao certo o que naquele indivíduo despertou sua atenção, mas é como se já o houvesse conhecido anteriormente...
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    Mensagem por Brujah Girl Sáb Jun 25, 2016 7:11 pm

    “I don't ever want to feel
    Like I did that day
    Take me to the place I love
    Take me all the way
    I don't ever want to feel
    Like I did that day
    Take me to the place I love
    Take me all the way (yeah yeah)”


    Claire ainda cantarolava o refrão do cover de Red Hot Chili Peppers com o qual tinha encerrado a apresentação daquela noite, quando Marie entra no camarim. Pelo espelho, ela sorri para a amiga, observando ela colocar o buquê de rosas de um provável admirador... ou quem sabe, de uma admiradora. Após um século de vida, já havia se acostumado aos tempos atuais, onde as mulheres também tomavam a iniciativa para as suas conquistas. Sua encantadora voz responde aos elogios de Marie Madeleine:

    – Merci, mon amie. Foi um bom show, mas infelizmente, curto demais. Por mim passaria o resto da noite em cima do palco...

    A ideia era certamente muito mais atraente do que ter que se enfiar em um enfadonho conclave, mas não podia negar que era importante estar a par do que seria discutido no Elísio naquela noite, por isso teria que abrir mão de seus prazeres pessoais.

    – Belas rosas. Quem mandou este buquê? Há algum cartão?

    Questiona com certa curiosidade sobre as rosas que recebera.

    Marie paparicava-lhe ajudando a tirar a maquiagem e a se preparar adequadamente para o evento, e Claire deixava, pois isso permitia-lhe pensar por qual dos dois trajes pré-programados se decidiria. A chegada de Violet tira-lhe de seus pensamentos, ao que Claire responde:

    – Não, deixe-o. Não quero ver aquela cara feia! Minha noite está sendo ótima e desejo que assim permaneça. Tanto ele quanto você terão o restante da noite de folga, ma chérie, apenas ordene que ele fique atento ao celular para alguma possível ligação minha se eu vier a necessitar de alguma coisa... Já você... pode se divertir como quiser! Aproveite a noite!

    Dá uma piscadinha para a carniçal enquanto sugeria que Marie prendesse seu cabelo num rabo de cavalo alto, deixando algumas mechas soltas à frente do rosto, onde aplicaria o baby-liss para modelar algumas ondas aos cabelos platinados.

    A maquiagem seria substituída por algo mais leve, que combinaria com o visual mais sóbrio que usaria no Elísio. Tinha se decidido por um jeans escuro, com um blazer negro. Nos pés, botas de salto alto, em couro preto.  Deixaria o vestido para uma outra noite, não estava interessada em tantas formalidades, afinal, não era uma sangue-azul nem nenhuma rosa interessada em ascender a algum cargo da corte naquela noite, mas se mesmo assim as Harpias quisessem prestar atenção ao seu visual, que prestassem!

    Enquanto findava a maquiagem e Marie terminava de pentear-lhe, ela respondia de forma ponderada:

    – Uma caminhada seria bom, mas talvez seja melhor irmos de carro. Não são todas as noites que temos um Conclave, e nunca se sabe o que pode acontecer. E se alguma coisa ruim acontecer, pode ser que precisemos de um veículo de fuga...

    Não era do tipo paranóica, mas certamente um Conclave não era uma festa, e um pouco de prudência não faria mal a ninguém. Faria?

    – Acha que estou sendo paranóica, ma chérie?

    Pergunta para Marie Madeleine, aguardando por sua sincera resposta.



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    Mensagem por gaijin386 Dom Jun 26, 2016 12:57 am

    Nikolai até então era o exemplo de representação do homem sem receios era só sorrisos e ouvia divertido o que seus colegas discutiam, embora não fosse o momento e nem a hora para tais contendas. Não considerava os magos ou sua magia tolas e fracas tanto que até ambiciona um dia talvez aprender um pouco da tal tamaturgia, embora saiba que são apenas devaneios e que isso deveria esperar o agora era mais importante os assassinatos rituais.

    O russo estava estudando o lugar e também claro seus integrantes deviam estar todos em polvorosa com o misterioso sumiço dos Tremere sem nenhuma explicação e bem isso parecia que poderia trazer benefícios a ele e também ao seus afinal onde um definha outro prospera é o que ele sempre acreditou e o russo acendeu um cigarro com seu isqueiro de prata e começou a fuma-lo, uma das vantagens da não vida é que o câncer de pulmão já não era uma realidade para ele.

    -  Fiorella, querida e meu caro Enzo acalmem-se vocês dois por favor. Somos todos conhecedores aqui e bem eu confesso que o ocultismo é uma paixão minha, mas toda a ajuda é bem vinda. -

    Ele intervém falando o idioma da conversação com um leve sotaque do leste europeu.
    - De fato acreditam nisso? Que os magos perderam a cabeça e resolveram matar de forma indiscriminada? Bobagem é o que digo, afinal não se consegue as coisas desse modo atiçando os animos e levantando uma chusma de inimigos contra eles próprios? Loucura. Nem um Malkaviano seria tolo a tal ponto. - Diz enquanto baforava a fumaça do cigarro.

    Ele olha a pessoa e fica com aquele sentimento estranho de tê-lo visto antes e bem talvez tenha afinal foram tantos negócios e que ele não se recorda da maioria das pessoas com quem falou a dez ou trinta anos atrás quiçá cinquenta e ele novamente volta-se aos dois

    - Quem é aquele lá? - Diz a ritmo de curiosidade olhando na direção do estranho que pensara conhecer, mas que não se recordava.
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    Mensagem por Erikyoshi Dom Jun 26, 2016 2:09 am

    Angus aguardava até que Maurice houvesse entrado em seu gabinete e fechava a porta atrás de si, posicionando-se de volta em atrás de sua mesa e remexendo em algo dentro de alguma das gavetas.

    – Falo pelo Príncipe quando digo que estou muito feliz com o seu retorno… - retrucava o senescal num tom de óbvio deboche. Não que o escocês tivesse algo contra o gangrel, mas ele melhor que ninguém conhecia os bastidores das tais missões honrosas – Pois bem, sente-se. Tenho algo importante a lhe mostrar…

    O escritório em si era modesto; paredes cobertas com tábuas de madeira grossa e escura, uma escrivaninha ao meio feita de material semelhante e algumas estantes abarrotadas de livros antigos ao fundo. Uma antiga tapeçaria retratando alguma batalha das Cruzadas era a única decoração visível, e um carpete velho e gasto cobria completamente o chão.

    – Aqui estão os papéis… - o senescal parecia, por fim, ter encontrado o que procurava embaixo de sua mesa. Passava para Maurice um envole pardo – O Principie Lucien tem, digamos… Um pé atrás com o nosso nobre justiçar Vincenzo. Essa noite ele selecionará alguns possíveis candidatos a integrar um grupo de investigação ou algo do tipo, não sei dizer ao certo, e eu vou dar um jeito de colocar dentro. Você está entendendo, garoto? - Angus olhava fundo nos olhos do gangrel e prosseguia – Sua tarefa é acompanhar de perto os passos do dito cujo e reportar diretamente a mim qualquer novidade nas investigações ou acontecimentos fora do normal. O envelope contém uma série de informações sobre ele que podem acabar sendo úteis para te ajudar a ligar pontas soltas antes de vir tagarelar qualquer besteira, ai dentro também vai achar uma relação de três números pelos quais você pode me contatar. Alguma pergunta?




    – Cartão? - Marie parecia demorar um pouco para assimilar a pergunta – Não, não, chéri. As encontrei com o segurança ai do lado de fora da porta, ele parecia um tanto atrapalhado, sem saber o que fazer com elas… - a brujah esboçava um riso enquanto falava.

    Continuava focada o tempo todo em Claire enquanto falava, demonstrando uma facilidade e praticidade impressionantes para lidar com o tempo curto que tinham. Nem mesmo a entrada da carniçal a fez tirar os olhos de sua amiga.

    Oui, mademoiselle! - Violet respondia, contendo um risinho ao ouvir a resposta sobre Pierre – Vou dispensá-lo e mandar que fique o celular a postos. Quanto a aproveitar a noite… - parava sua frase por ai, deixando uma leve malícia no ar, e por um momento olhava para sua mestra como se procurasse em vão enxergar Claude em meio àquela figura feminina cercada por maquiagens, babyliss e vestes femininas – Com sua licença! - fazia uma leve mensura para as duas presentes na sala, girava nos próprios calcanhares e saia, fechando a porta atrás de si.

    Por fim Marie terminava a produção de Claire e dava um passo para trás, se afastando e admirando-a ainda através do espelho. Sorria orgulhosa admirando a própria “criação”, e aproveitava para olhar o próprio visual; simplesmente impecável em seu misto de esoterismo e requinte tão característico. Por fim, admirava as roupas que sua companheira usaria e parecia aprová-las.

    – Vamos lá, mon ange, é apenas uma reunião de cainitas querendo que seus desejos mesquinhos sejam atendidos… E não você não está sendo paranoica, só um pouco precavida demais; Mas eu estou aqui para te proteger, caso necessário. - essa última frase possuía um tom enfático que lembrava bem o que uma brujah era capaz para defender aqueles a quem tinha alguma consideração ou respeito – O Elísio é logo aqui perto e eu posso pedir para que um dos funcionários da boate deixe meu carro no estacionamento de lá, se isso for te deixar mais calma. Agora, vamos lá, vista-se e vamos partir.




    – Boa sorte tentando arrancar os preconceitos de dentro desse ai – Fiorella respondia, apontando com um aceno de cabeça para o carrancudo companheiro – E respondendo a sua pergunta; Até algumas horas atrás eu acreditava que os últimos acontecimentos relacionados ao Vincenzo não fossem gerar grandes repercussões, no máximo um ou dois condenados à morte final. Mas… Essa ausência coletiva dos Tremere… - levava os dedos até o queixo e cerrava um pouco os olhos de forma pensativa – Obviamente algo esta errado, mas me recuso a compactuar com essa mania de perseguição que o justiçar tem para com os feiticeiros. A razão dele é enebriada pelas próprias paixões; um verdadeiro exemplo do clã ao qual pertence. - encerrava esse último comentário com um riso debochado, escondido pela palma da mão.

    – Fala de preconceito, mas você também têm os seus! - finalmente Enzo se pronunciava.

    – Ahhh, vamos lá, meu rapaz. Onde está seu senso de humor!? - Fiorella fingia uma leve indignação – Sabes que eu estava apenas fazendo um comentário leviano e descontraído.

    – Enfim… - o giovanni voltava-se agora para Nikolai – Se quer saber o que eu acho; Uma maçã podre que vá muito longe na hierarquia deles acaba possuindo um poder absurdo de corromper todas abaixo dele. Toda a organização do clã é um maldito esquema de pirâmide.

    – Você faz tudo parecer tão simples… - a cainita suspirava, fechando levemente os olhos e balançando negativamente a cabeça.

    A discussão dos dois recomeçava; Nikolai nunca saberia dizer se ambos se odiavam ou nutriam uma paixão arrebatadora um pelo outro. A fumaça do cigarro e os arredores pareciam mais interessante que aquela troca sem-fim de provocações – pelo menos tinham um jeito descontraído de passar o tempo enquanto mais cainitas chegavam e o conclave não se iniciava –, volta e meia seu olhar encontrava outra vez o familiar desconhecido, ao ponto que Nikolai indagava para os acompanhantes sobre o rapaz.

    – Hmmm… Não sei, mas perece mediterrâneo, não!? - Enzo concluía o óbvio.

    – De fato. Eu até arriscaria dizer que ele é um toreador. - Fiorella tentava concluir, examinando o desconhecido dos pés a cabeça – Mas isso entraria em conflito com o fato dele estar sozinho. Não vi um único desses por aqui hoje que não estivesse cochichando por ai numa panelinha dos seus ou tentando chegar ao justiçar antes do conclave. Por que o interesse, Nikolai?

    – Afinal, qual o seu problema com eles? - Enzo indagava à companheira, mas não obtinha resposta ou reação alguma.

    A sensação de familiaridade só fazia aumentar, e o giovanni não entendia direito porque isso lhe parecia tão importante. Então, como se sentisse os olhares sobre si, o estranho se fita e encara Nikolai com um sorriso enigmático e um brilho nos olhos que parece durar apenas um milésimo de segundo antes que este se volta para a tela de um pequeno celular que carregava consigo. Aparentemente, os outros dois não haviam notado a peculiar cena.
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    Mensagem por gaijin386 Dom Jun 26, 2016 10:47 am

    - Não é nada só aquela sensação de deja vu onde sinto que conheço aquela figura, mas não sei de onde bem eu conheci bastante gente em todos esses anos, mas é difícil me lembrar de todos, muitas palavras, muitos rostos. - Responde dando uma nova tragada no cigarro.

    - Só nós estamos aqui. Eu esperava é claro que os outros estão a orbitar e venerar Rocco, mas onde se meteu Anita? Já faz um tempo que ela saiu. -


    Ele tirou do casaco alguns instantâneos feitos com sua velha câmera polaroide, soviética é claro, e reviu o dantesco espetáculo das cenas, afinal não podiam manter as cenas dos crimes intactas não sem arriscar que enxeridos mortais acabem dando de cara com aquilo.

    - Estou olhando novamente estas cenas e admito que acho que se forem autênticas precisaria conferenciar com um especialista, pois as evidências gritam a todo momento Voodoo e isso seria uma pergunta que eu faria ao Haitiano. -

    Ele sabia que era uma sugestão que seria mau recebida, mas não era tolo de negar ouvir a quem poderia ajudar, pois afinal essa consultoria que estava prestando poderia muito lhe render favores com as pessoas certas.
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    Mensagem por GGeninho Dom Jun 26, 2016 10:54 am

    Maurice passou pelo Senescal e se sentou, ajeitando as calças que estavam um pouco folgadas - a pedido do Príncipe, sempre que ia para os Elísios, vestia ternos (emprestados, lógico), mas não tivera tempo de fazer ajustes neste, já que o antigo, se danificou durante a última missão -, enquanto tentava não deixar isso evidente.

    Enquanto O'Brian vasculhava suas gavetas, Maurice olhava ao redor, o cômodo. Admirando, principalmente, a imagem de uma batalha travada, há tempos atrás - que, talvez, o senhor de seu senhor, quem sabe, o próprio Leon, tenha presenciado, igual -.

    Retirado do seu leve devaneio, por tempos passados, há muito, Maurice voltou a encarar seu anfitrião. Ouvindo cada palavra com toda atenção, antes de, sequer, dar uma olhadela nos papéis entregues.

    - Juste une petite question(*Apenas uma perguntinha)... - antes que pudesse falar, o som do despertador do seu celular tocou, cortando a conversa -, pardon, monsieur. - muito atrapalhado para tirar o aparelho do bolso, e mais ainda, para descobrir como parar aquele som irritante, Maurice, por fim, retirou a bateria do aparelho e o pôs sobre a mesa - Mil desculpas, monsieur. Eu não consigo me entender com essas geringonças...

    - Eu gostaria de saber... faz poucos dias que regressei e não me informei o bastante dos fatos ocorridos em minha ausência... Houveram, assassinatos em nova amada cidade... assassinatos com... un touchè macabre... E, vindo ao seu encontro, enquanto passei pelos salões, não notei a presença de nenhum dos feiticeiros - a última frase, dita com ar de repúdio -. É uma suspeita, que eles sejam os responsáveis?
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    Mensagem por Brujah Girl Dom Jun 26, 2016 1:35 pm

    Se ainda fosse uma mortal, Claire teria enrubescido ante o olhar malicioso de Violet. Compreendia que Violet era apaixonada por Claude e apesar de não ter preconceitos, não sabia direito como lidar com aquela situação, pois sabia que Violet gostava de uma outra pessoa que por alguma estranha razão habitava seu corpo eventualmente. Bem, não era momento para divagar sobre esta delicada situação em que Claude lhe colocara há tempos atrás.

    A carniçal partia e Marie Madeleine terminava sua “arte” e Claire pensa que se ela não fosse uma Brujah, daria uma bela rosa.

    – Ficou ótimo, merci. E você, ma petite, tu es très jolie!

    Agradecia pela ajuda e elogiava sua amiga, enquanto se levantava para começar a se trocar ouvia a resposta de Marie Madeleine. Responde já vestindo a primeira peça:

    – Sabe que às vezes até me esqueço que você é uma Brujah... deve ser porque poucas vezes você se irrita... comigo, felizmente.

    Sorri e dá uma piscadinha para Marie, continuando a falar:

    – E por falar em proteger, será que mademoiselle poderia dar-me umas aulas de luta ou quem sabe, me ensinar alguns dos seus dons do sangue... eu posso te ensinar algum dos meus... Nestes tempos conturbados, seria bastante útil...O que acha, chérie?

    Com as coisas que estavam acontecendo, era bom estar melhor preparada para alguma eventual necessidade. Expandir conhecimentos nunca era demais.

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    Mensagem por Melroc Seg Jun 27, 2016 12:08 am

    Lá estava Louis diante de dois dos Cainitas mais importantes da Camarilla. Assim como outros membros de seu clã, não dava muita atenção a formalidades e até desprezava alguns protocolos e costumes, mas estar diante daqueles dois, deixava o Nosferatu apreensivo e até um pouco nervoso. Odiava as empolas criadas pelos anciões, mas naquele momento, o respeito á autoridade daqueles membros deveria ser mantida.

    Louis se sentia confortável em catacumbas, mas a tentativa de manter “mais agradável” o aposento temporário do Justicar era ridículo. Estava cutucando o papel de parede do aposento quando Vicenzo o questionou Tomou um susto com a consternação nas palavras do ancião, mas a intervenção da Justicar Makavian  o acalmou.

    - Votre Excellence não me confundiu! – se referindo a intervenção da senhora Luna. Seu sotaque francês ainda era forte e apesar de ser uma língua considerada refinada, não era agradável em vê-la saindo da boca repugnante do Nosferatu.

    - Eu já sabia que os Tremere não apareceriam, mas como estávamos investigando a morte de seus colaboradores, não havia porque me aprofundar no assunto. Além do mais, é plausible levantarmos a hipótese de un boycott Tremere, pelo papel de Votre Excellence  na morte do Justicar Schultz. – O cainita monstruoso pega seu celular e começa a fazer um busca em suas anotações virtuais - Mas se for de teu interesse, posso descobrir o que os Tremere pretendem, oui?
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    Mensagem por Erikyoshi Qua Jun 29, 2016 4:41 pm

    – Realmente. Ela disse que ia encontrar com alguém antes do conclave ou algo do gênero – Enzo tomava a frente ao responder – Mas já esta quase na hora… - conferia as horas no rolex dourada em seu pulso.

    Os dois companheiros então pegavam as fotografias das mãos de Nikolai e se punham a analisá-las enquanto este lhes apresentava suas suspeitas acerca do caso. A expressão de surpresa era nítida no semblante de ambos ao perceberem quais seriam os próximos passos do necromante, ainda que Fiorella retomasse seu costumeiro semblante imparcial em questão de instantes.

    – Você não pensa em se meter OUTRA VEZ com aquele bruxo do pântano… - Enzo abaixava o tom de voz, mas fazia questão de manter toda a ênfase em sua frase – Me recuso a acreditar, Nikolai!

    – Nikolai, eu sou obrigada a quase concordar com ele – Fiorella dava um breve suspiro, tomando folego – Aqueles lá não querem nada além da desgraça d'A Família, garoto! - a Toscana agora destacava-se ainda mais no italiano da cainita, com seu sotaque rápido e hiperativo – E o Haitiano sempre me pareceu mais do que realmente é. Na verdade, todos esses mortos-vivos causam-me semelhante impressão, entretanto, com este em especial a intuição se faz mais forte – dizia rodando as duas grossas alianças gêmeas de ouro que levava no anelar esquerdo – Creio que não cabe a mim impedi-lo ou mudar suas ideias, mas, deixo aqui minha opinião sobre esse seu “contato”.

    Paralelamente a essa conversa, o giovanni notava a entrada de Anita – com um semblante visivelmente preocupado – pelos fundos da grande galeria, fumando um cigarro e digitando nervosamente algo em seu celular.






    A tentativa do gangrel de se alinhar num traje social parecia divertir o senescal, que notava o outro cainita ajeitando a calça de seu terno. A cena seguinte, com o celular, era demais para o ventrue, que não se preocupava em conter um riso grave e rouco.

    – Não se preocupe, garoto – Angus ainda se recompunha, Maurice nunca antes o vira esboçar mais que um leve sorriso – Você é uma figura um tanto divertida, e eu continuo sendo irlandês; formalidades em excesso seriam mais que artificiais – o gangrel realmente não tinha a miníma ideia se estava sendo caçoado ou se o senescal realmente se divertia com a situação.

    – Surpresa seria se não houvesse ouvido nada a respeito; as desgraçadas das harpias não falam de mais nada nos últimos dias, e então a notícia só faz chamar mais e mais atenção. Atenção esta, muito desnecessária, diga-se de passagem! - retomava por fim o ar sério e formal – Quantos ao Clã Tremere, não posso lhe dizer nada concreto; de fato, algumas suspeitas apontam para um ressentimento da parte deles para com o justiçar, que, por sua vez, também me parece um tanto paranoico ao seu modo. Essa ausência generalizada apenas me evidencia que algo ruim vai acontecer, mas ainda é cedo para tirar qualquer conclusão. Entende qual o dilema na situação!? Tudo está muito nebuloso no caso, o Príncipe precisa estar ciente dos detalhes antes de tomar qualquer providência direta.






    – Com você! - Marie repetia enfaticamente este trecho da frase de sua amiga, disfarçando um riso – Mas não se preocupe, a paixão na nossa vitae não é tão bruta quanto alguns membros do clã fazem parecer.

    Marie aguardava pacientemente Claire terminar de vestir suas roupas para que pudessem sair, passava seu tempo agora virada para a porta dupla que dava acesso à pequena varanda, observava os ares e cores noturnas, e a vibrante vida mortal nas calçadas, agora intercalada por um ou outro cainita. O que quer que estivesse a se passar na mente da amiga, era um mistério para a malkaviana.

    – Ficaria mais que contente em ensinar-lhe um truque ou dois, chéri – algo em seu tom parecia apreensivo, como se medisse e escolhesse corretamente as próximas palavras – Mas não creio que eu seja, hmm, psicologicamente forte o bastante para algumas das, hm, peculiares artes do seu clã.






    Céus, o papel de parede tosco e mal colocado realmente era de dar nos nervos de qualquer um que não fosse obcecado o bastante para tentar “embelezar” um ambiente como aquele.

    – Correto. Nada me parece mais lógico que uma represália dos feiticeiros… - Vincenzo começava a se acostumar com Louis, mas este percebia a clara falta de contato visual pela parte do justiçar. Perguntava-se se o toreador reagiria assim a todo e qualquer nosferatu com quem trabalhasse – Mas sim, eu gostaria de saber o quanto antes porque dessa abstenção coletiva. Eles não seriam tão imprudentes a ponto d'um atestado de culpa tão escancarado – lançava um olhar curioso ao aparelho nas mãos de seu informante, possivelmente um sentimento de anacronismo.

    – Louis, é provável que algum dos seus contatos saiba do paradeiro de ao menos um tremete nas últimas horas, certo!? - a malkaviana cortava a sala de uma ponta a outra, foleando um velho livro de capa desgastada – Faça a gentileza de contactá-los e descobrir se há ao menos um ponto de convergência – sentava-se numa poltrona ao lado do nosferatu, que não podia deixar de reparar o quão falsa era a imagem de inocência passada por aquela figura de aparência púbere – Não sei explicar bem o porquê, mas algo me diz que alguns deles devam estar reunidos.
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    Mensagem por Portuga Qua Jun 29, 2016 6:48 pm

    Um grupo de rapazes, de rostos familiares inclusive, alguns frequentadores da Templation, observavam de longe, quase que inertes, aquela pintura viva da varanda, duas medusas trocando olhares que captavam a atenção dos incautos que lhe lançassem o olhar.
    A pintura, primeiramente descrevia, Ingrid, uma linda mulher morena de cabelos negros e de claros olhos castanhos, únicos que contrastam com suas feições mais escuras, debruçada sobre as hastes de ferro, fumava descontraidamente, sendo este um fato raro e provavelmente, um indicativo da seriedade daqueles tempos.
    Ainda assim, sua presença de macho alfa, era bem amenizada pelos seus traços e beleza feminina, junto a isso um corselet de couro deixava apenas seus braços e um comportado decote a mostra, os quais atraíam olhares dos vivos jovens que apreciavam aquela visão das curvas, não só aquela, bem como das calças de linho que torneavam aquele corpo bem generoso e que terminava em botas bem detalhadas, tudo preto, cumpriam bem o dever de esconder os numerosos músculos e realçar os traços femininos.
    A outra, era o glamour da pintura, Ginger, contrastava pelo seu colorido, ao contrário do monocromático preto, adotado por sua mestra, seus segredos eram cobertos por um comportado vestido azul ao estilo tomara que caia, da Richards, brincos em forma de coração, vermelhos como seu batom, junto a isso uma larga jaqueta masculina de couro, que lhe fora dada e um salto ao estilo bota, completavam o estandarte da pintura.
    Essa era menina de poucas sardas em seu rosto, de fato, o charme naquela paisagem, formosa e graciosa, ela sorria, alegre, admirando sua companheira, sua mestra, ao seu lado, seu cabelo ruivo e seus olhos muito verdes, por vezes, também seguiam o mesmo caminho de outros vivos, percorrendo as curvas e segredos da mulher ao seu lado.



    Ginger suspirara, fazendo seu peito se encher de ar num movimento mais que normal para ela e por fim num bocejar, mostrando uma certa melancolia, respondera a sua mestra:
    “- De fato, nunca vira tantos, assim tão juntinhos!”, dizia sem dar importância, enquanto brincava com o cabelo com movimentos circulares de seu dedo indicador.
    “- Vejo apenas um aglomerado de indivíduos egoístas, nada diferente do que vira antes.”



    “- É eu sei.”, disse se dirigindo a sua mestra, admirando-a mais uma vez, apesar do poucos segundos que lhe trouxeram muitas das lembranças de sua segunda chance e de seu treinamento, não conseguia parar de pensar como era irônico a forma que a felicidade podia tomar, assim ficou com aquele olhar de lado, esperando algo como um beijo meia lua, sorrateiro que chega como quem rouba tudo e lhe deixava sem chão, algo bem costumeiro entre as duas.
    No entanto, outro costume falou mais alto, este quase que já uma tradição de sua mestra, ainda sim, Ginger sempre se contentara com o doce mistério amargo que Ingrid sempre deixava e era, mesmo até apesar das dúvidas que por vezes, vinham a sua cabeça, de que Ingrid vivia mais no Sabbat do que na Camarilla. Bem não importava, tudo que importava, era estar com ela.

    A menina ainda ficara um tempo na varanda, depois da partida de sua mestra, tentava guardar aquele movimento, de distração proposital junto com um ”alto grau” da rapidez, para quando fosse capaz. A menina também se sentia um tanto quanto nua e relutante, tendo que ir desprotegida, sem sua arma e sem sua mestra para o conclave.


    “- É não tem jeito, vamos garota, hora de partir”, dizia em seu próprio monologo consigo mesma.

    Ginger errou pelas ruas, por vezes sendo abordada pelos frequentadores da Templation, mas logo se desvencilhava, de forma sem igual, como alguém perito no assunto, como que já fizesse isso a muito tempo, tempo demais...

    “- Hoje não”, dizia enquanto piscava sutilmente e jogava seu cabelo para trás ao continuar o andar.
    “- Mais tarde, gato” ; “Amanhã, hoje não dá”;

    Não demorou, o Elísio, era perto e apesar de conhecer o luxo e ostentação até aquele andar, Ginger não gostava nada dele, duas únicas escadas como passagem, num lugar cheio até o talo de cainitas, sempre seria um risco e esta época só fazia Ginger ficar mais apreensiva. Ginger anda um pouco, tentando se socializar com os presentes, mas nunca se distanciando muito das escadas, sua atenção estava nelas.
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    Mensagem por gaijin386 Qua Jun 29, 2016 11:31 pm

    Nikolai ouvia os argumentos dos colegas era evidente que o ultimo encontro não fora favorável e que adoraria evitar adentrar aquele pântano asqueroso e cheio de cobras, crocodilos e outras coisas detestáveis. Ele se lembra do encontro e que tinha ido lá como um estudioso do oculto e curioso sobre o vodu em Nova Orleans ainda mais em respeito as trilhas do sepulcro e da troca de palavras...

    - Jovem curioso os Loas o trouxeram até mim n'est pas?  Falar dos mortos... dos rituais que muitos diriam que é errado, mas nós - dizia o homem envolto em estranhos robes e uma mascara característica africana - Para nós isso é até normal. c'est vrai.-

    As memórias do encontro foram passando como um filme em câmera lenta na mente do cainita russo e suas palavras foram sendo lembradas - Os sais essenciais dos animais podem ser preservados e preparados de modo que um homem engenhoso pode ter em sua sala a arca de Noé durante a tarde e claro não apenas animais podem vir deste modo e sem criminosa necromância porque não um pensador ou filosofo que guardado deste modo pode ser consultado a bel prazer, mas uma palavra de alerta mon cher collègue nunca chame algo que você não saiba e tenha como enviar de volta. E tudo isso era anotado em seu bloco de notas...

    Musica Tema da Cena:

    Mas o resto do encontro assim como certas consequências marcantes ficará para ser lembrado em outra hora afinal haviam outros assuntos a serem considerados neste momento ele olhou seus colegas e respondeu.

    - Talvez tenham razão meus amigos, mas olhem os elementos a distribuição das parafernálias ao redor, dos cortes e posicionamento dos membros que aparentam terem sido feitos após a morte... estes elementos são muitos sugestivos ao voodoo e a opinião de um verdadeiro especialista seria recomendada, não que eu não confie em minhas opiniões, mas reconheço os prós e os contras de uma visita ao Haitiano e é certo que não devo aventurar-me nos pântanos sozinho como da primeira vez, mas me comove a preocupação que vocês tem para comigo. - Responde enquanto fumava. Ele se voltou para ver a Anita, a colega que chegava - Pelo que estou vendo Anita está tendo bastante no que pensar, mas o que será? -
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    Mensagem por Erikyoshi Qui Jun 30, 2016 12:27 am

    A brujah descrevia seu insinuante caminho em meio às ruas efervescentes da Bourbon Street. Diversos mortais reconheciam a dona de uma das mais frequentadas casas noturnas da localidade e não lhe poupavam elogios, fossem feitos num tom mais cortês ou da forma mais machista possível.
    Em alguns minutos Ginger por fim chegava ao Elísio. Situado entre dois tradicionais bares da cidade estava a Masque Rouge, com sua imponente fachada remanescente da colonização francesa parecia rodeada de um número muito maior que o costumeiro de frequentadores, com dezenas de grupos reunidos às portas, pessoas brotando dos quatro andares de sacadas e uma quilométrica fila. A cainita, como de costume, dizia seu nome ao carniçal responsável pela quase inexistente filha VIP da casa noturna.
    Avançando entre o amontoado de pessoas - que dançavam, compartilhavam coquetéis de bala ou flertavam entre si - a brujah ia até o fundo do andar térreo da boate, passando por outro carniçal para finalmente ter acesso a um mezanino completamente fechados por vidros fumê e isolamento acústico. No ambiente reservado, um jazz suave preenchia o ar e alguns cainitas conversavam entre si nas poltronas de couro dispostas ao redor de seis grandes mesas de madeira; o ar era uma mistura de fumaça de charutos e perfumes caros. Logo após essa antessala, vinha uma imensa escada ligada ao primeiro nível inferior da construção.
    Ginger não se demorava muito, e logo estava no fim na última galeria, descendo para a área do conclave em si. Uma rápida volta para socializar com os conhecidos presentes, mas logo a brujah tomava seu lugar ao fundo, próxima a saída.
    - Ginger!? - uma doce voz feminina vinha de algum lugar a direita, carrega d'um sotaque italiano - Que raro, vê-la desacompanhada, ragazza! - ao seu lado surgia uma cainita de corpo escultural, a pele no característico tom oliva do mediterrâneo.
    Giulia Leone, um dos poucos giovanni tolerados na cidade por sejam lá quais favores escusos prestem ao Príncipe. Ela era uma antiga conhecida de Ingrid, e em uma ocasião anterior já conhecerá a neófita. A italiana usava um luxuriante vestido negro decotado e longas luvas de seda combinando, trazia consigo uma pequena bolsa de mão.
    - Que mal lhe pergunte; por onde anda sua mestra? Esperava encontrá-la para que pudesses conversar sobre, hmm, negócios em comum - Mentira, Ginger podia claramente perceber - Não me diga que ela sumiu junto com os feiticeiros!? - deixava escapar um riso afetado, naquele estranho senso de humor estrangeiro. Mas, agora que a giovanni comentava, a completa ausência de qualquer tremere se fazia sentir.
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    Mensagem por Brujah Girl Qui Jun 30, 2016 3:20 pm

    Claire não podia dizer por todos os membros do clã Brujah, mas por sua experiência, podia concordar com Marie. Ao contrário do que as más línguas diziam sobre os filhos de Troile, sua amiga não era estúpida e nem uma bomba relógio. Claire considerava Marie Madeleine a pessoa mais inteligente que conhecera na vida, competindo apenas com sua senhora: Pearl. Se Claire conhecia o mundo que vai além da visão comum, era por causa de Marie, que havia ensinado-lhe tanto nas artes ocultas...

    A filha da lua sorri, enviando um beijo ao ar na direção da Brujah dos longos cabelos negros, tão negros que lembravam os pelos de uma pantera. Prosseguia vestindo-se, enquanto a amiga mirava o movimento das ruas, ou talvez estivesse em seus próprios pensamentos. Por fim a Brujah responde positivamente ao seu pedido, mostrando-se um pouco apreensiva em relação a iluminação que os filhos da lua podiam transmitir à mentes interessadas, de forma que Claire responde com um ar sério, aproximando-se de Marie:

    – Você é pessoa mais forte que já conheci, Marie! Nunca diga uma bobagem dessas! Se assim não fosse, jamais poderíamos estar aqui, juntas, depois de tudo pelo que passamos. Eu te admiro muito... muito mesmo!

    Então dá um abraço forte em Marie Madeleine, tentando transmitir todo o seu carinho, e após o abraço sorri e diz:

    – Eu te ensino o que quiser aprender... Posso afirmar que o dom de mudar de aparência pode ser muito útil. Se você quiser, posso te iniciar nesta “arte”. Por mim, podemos começar amanhã mesmo!

    Agora, praticamente pronta, borrifaria uma nuvem de Chanel J’adore ao ar, colocando-se sob a mesma, para que as gotículas da doce e inconfundível fragrância dessem o toque final a sua produção. Uma última observação no espelho e sorriria, pronta para partirem, pegando sua bolsa antes de deixarem o camarim:

    – Alors, je suis prête, ma petite*... Podemos ir. Devo ligar para Pearl no caminho, quero saber se ela já está lá.

    Estava pronta para seguir com Marie Madeleine, e pretendia ligar para sua senhora enquanto se deslocavam até o Elísio.
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    Mensagem por Melroc Qui Jun 30, 2016 4:37 pm

    Louis achou engraçada a falta de contato visual do Justiçar, quem diria que ele ainda causaria nojo ou repulsa em um ancião? Sabia que sua aparência alterava totalmente a definição de feiura, mas havia Ratos do Esgoto mais sebosos e pustulentos do que ele. A atitude do ancião deixou o informante mais a vontade, pois já estava acostumado com a repulsa cainita por sua aparência e incomodar um ancião lhe era reconfortante.

    Tinha colocado sua senha em seu dispositivo móvel e abria uma passagem em seu firewall, tinha informações importantes em um servidor na nuvem e seu celular era a única porta de entrada permitida. Proteção era essencial pensava.
    - Oui, ma dame! - Respondia as conjecturas da Justiçar – mas preciso do nome de pelo menos um dos Tremere, para que eu possa procura-lo ou o nome pelo qual ele é conhecido em meio ao rebanho. – Falava do possível nome fictício que o Tremere usava para esconder sua verdadeira natureza no mundo mortal.

    Pensou sobre as ultimas palavras da jovial anciã sentada a seu lado e complementava sua opinião. – Se tratando dos feiticeiros, seria estranho se não estivessem reunidos. – a presença da cria de Malkav á seu lado incomodava o cainita monstruoso, estava acostumado a trabalhava sozinho e o contato social era raro. Decroax não conseguiu evitar e se levantou indo se acomodar instintivamente em uma região periférica da sala.

    Vasculhava suas informações e encontra algo interessante:
    - Mon seigneur, os Tremere andavam negociando com um Giovanni antes de seu desaparecimento, talvez possamos começar por aí! Duvido que seja um antitribu. Portanto, podemos considerar um possível complot Tremere-Giovanni. – O Nosferatu lembrou-se da disposição dos corpos dos assassinados e continuou em seu sotaque francês – Talvez a disposição dos corpos em forma piramidal não tenha o intuito de chocar, mas sim fazer parte de algum ritual de Feitiçaria necromântica.

    Louis conhecia alguém que poderia ajudar nesse assunto, ele não sabia nada que envolvesse o arcano ou o ocultismo, talvez seu ancião que tem seu refúgio nos pântanos, possa ajudar. Louis pensa alto – Acho que está na hora de visitar um velho conhecido.
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    Mensagem por GGeninho Qui Jun 30, 2016 7:38 pm

    A risada descontraída do Ventrue, fez Maurice ficar, completamente, confuso - exibindo a mesma face de um cão, quando não compreende algo -. O que divertiu, ainda mais, O'Brian.

    Afastando toda confusão de sua mente, Maurice voltou a se concentrar nas palavras do Senescal e decidiu pensar na sua reação, mais tarde...

    - Je comprends... Mesmo com os feiticeiros aqui, eu suspeitaria da participação deles nestes casos, mesmo que por omissão. Sua ausência e a prévia desavença com o Justicar, só agravam as suspeitas sobre eles... Mas, uma vez, meu falecido Senhor, Leon, me disse: "Há uma espécie de peixe das profundezas que engana suas presas, uma luz falsa de um apêndice, do alto de sua cabeça..."

    - Quero dizer, mon seigneur, que talvez... e devo insistir, com veemência, neste "talvez"... Os feiticeiros, sejam um vilão "perfeito demais", est-ce pas?

    - Alguém pode estar se aproveitando desta informação, do desafeto do Justicar pelo Clã, para encobrir seus rastros e nos guiar para longe da verdade... Minha única certeza é que preciso de mais informações... Acredito que devamos ir para o salão, agora, para não ofender, sua majestade e os convidados ilustres, com nossa ausência, oui? - finalizou, enquanto guardava o envelope no bolso do paletó e as partes de celular na calça.
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    Mensagem por Portuga Sáb Jul 02, 2016 3:28 am

    Ginger estava sendo a socialite que precisava ser, falava com os cainitas conhecidos e últimos frequentadores da Templation, acompanhava alguns por uns instantes e logo saia, falando que ia cumprimentar os demais conhecidos.
    Estava ali obrigada, era verdade, tanto pela sua mestra, como pelo fato de não ser algo muito sábio não comparecer ao chamado do príncipe, ainda mais devido a sua função.
    A menina beneficiava o evento com sua beleza e carisma naturais, dos perspicazes por vezes recebia um ou outro olhar desconfiado, afinal Ginger se parecia muito com uma humana normal para os desconhecidos, pele corada tórax respirando, e havia muitos hoje, pelo menos estes, eram os menos importantes na cadeia hierárquica ou seria melhor dizer alimentar, provavelmente alguns deviam a estar confundindo com algum carniçal...
    Apesar deste não ser o tipo de ambiente preferido, ao contrário do calor, sabores e troca de olhares cheios de desejos regados com o bom e velho rock in roll de sua Templation, que por sinal era muito mais divertido do que um ambiente chato, cheio de pessoas egoístas com sede por poder; ainda assim, não podia negar que os olhares em direção ao seu corpo, massageavam seu ego...mesmo que já estivesse acostumada com aquilo.
    Ginger tentava se aproximar dos drinques de sangue que eram comumente servidos, mas também não queira se distanciar das escadas e neste hiato de pensamento ante ação, seus ouvidos escutaram sua chamada, numa conhecida melodia italiana.

    “- Giulia correto!?” dizia na esperança de ter acertado.
    “- Não tanto como você imagina...” disse com uma triste voz, pois o motivo de sempre aparecerem juntas e aproveitarem o máximo, era devido as inusitadas e inesperadas missões de Ingrid. Meses de solidão eram compensados por poucos dias.

    Ginger não pode deixar de ficar surpresa com a fala da mulher...nada que não estivesse acostumada, tanto na sua vida, quanto na não vida, sempre existiram porcos egoístas. O olhar e o tom da menina mudam, para um tom frio e de insignificância, herança do treinamento com Ingrid.

    “- Bem você sabe você conhece minha Ingrid, ela provavelmente conhece tantas pessoas quanto o príncipe e mantém relação com todas, as vezes penso nela até como uma mercenária.”
    “- Não importa pra mim...ela disse para eu vir e aqui estou.” fez uma pequena pausa para molhar seus lábios, passando sua língua sobre eles.

    Por fim, terminaria aquele jogo com sua voz sedutora, assim sutilmente em um instante se aproximara do rosto da mulher, perto o suficiente para amantes trocarem segredos entre ouvidos.

    “- Mas sabe, você conhece a Ingrid, nunca tive imaginação o suficiente para saber o que ela deixa de seus inimigos” agora por fim, encontrava o olhar da mulher e devolvera o mesmo humor negro com um lindo sorriso sedutor, seus rostos quase tão próximos que se um beijo fosse dado, não poderia ser evitado (e tão próximos estrategicamente.)

    Ginger se afasta e continua, agora com seu ar peculiar de menina inocente com sua doce voz.

    “- Sabe, se a Ingrid não fosse a Ingrid, você sabe, quem sabe até onde ela poderia ter ido...”
    “- Mas fale minha amiga, sempre estive curiosa do porque ela ter relações com Giovannis...eles também tem lá sua feitiçaria...”
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    Mensagem por Erikyoshi Dom Jul 03, 2016 8:47 pm

    Após o momento recordando o último “incidente” no pântano, Nikolai retornava sua atenção para os dois companheiros e lhes argumentava uma vez mais sobre a necessidade de fazer o que planejava.

    – Você trará mais problemas para si do que gostaria! – Enzo era categorico em sua posição – Nada bom vem de um… - corria rapidamente o olhar pelas proximidades, certificando-se de que ninguém os ouvia – Samedi.

    – Tocas minha alma, Nikolai! – Fiorella era deliberadamente dramática em sua frase – E posso saber se o senhor já possui companhia para seu “passeio”, ou serei compelida a me oferecer!? – encarava o colega com olhos que pareciam dizer; “algum dia, pedirei um favor em troca”.

    Em meio ao dialogo, Anita finalmente retornava, digitando algumas últimas mensagens apressadas em seu celular e guardando-o no bolso lateral do grande sobretudo preto que vestia, na outra mão o cigarro ia e vinha aos lábios numa repetição quase frenética. A medida que se aproximava dos demais giovannis, seu semblante visivelmente se tornava mais centrado e misterioso; não que fosse lá uma tentativa muito bem-sucedida de dissimular as feições.

    – Ola! - lançava uma sugestão de sorriso – E então, mais alguém chegou, ou somos só nós?

    – Tive a impressão de ver a Giulia de relance… - Fiorella respondia – Mas não sei por onde ela anda!

    – Não seria aquela lá? – apontava para um ponto próximo a saída que, obviamente, só ela enxergava de sua visão privilegiada em pé.

    – Sim, sim! – Enzo esticava um pouco o pescoço e seu esgueirava para também ver – Parece conversar com alguém… Não faço ideia de quem é aquela garota lá com ela!

    – Uma neófita, se não me engano.. – Anita apertava um pouco os olhos – Brujah, ouso dizer. Mas, de fato, não a conheço!

    – Anita… – Fiorella interrompia a conversa – Você demorou, aconteceu algo?

    – Não! - mentira.

    – Hmm… Mas me parece um tanto preocupada. Há tempos que não lhe via fumando.

    – É só a ansiedade pelo desenrolar do conclave… – uma vez mais, mentira – Velho hábitos costumam retornar nestes tempos turbulentos.

    – Sim, sim, mon ange! – a brujah cedia ao pedido de sua companheira – Que dia haveria de ser melhor que amanhã!? – repetia um velho ditado – Agora vamos, Claire… Sinto que esta será uma longa noite.

    As duas cainitas, por fim, deixavam o aconchegante camarim da Black Raven, cruzavam escadas e todo o ambiente apinhado da casa noturna saindo para a bela noite que se estendia sobre Nova Orleãs; o céu limpo e a brisa proveniente do Rio Mississípi anunciavam a chegada de um novo verão.
    Transeuntes mortais apinhavam as ruas, e ocasionais imortais transitavam entre estes num número espantoso; todos fluindo para a Bourbon Street. A malkaviana logo pegava seu celular e digitava habilmente o tão conhecido número.

    – Bonsoir!? – a doce voz de Pearl soava do outro lado da linha.


    – Joseph Rittel, Tom Ebner e Mia Mueller – a malkaviana respondia quase que automaticamente – São três nomes de interesse entre os tremere, como você já deve saber. Creio que algum de seus informantes possa saber algum sobre eles, ou sobre qualquer outro membro do clã possível – seguia o cainita monstruoso com os olhos ao vê-lo se deslocar pela sala, mas logo perdia o interesse e os voltava para a antiguidade que tinha em mãos.

    Logo que Louis começava a expor suas opiniões sobre a motivação da macabra “montagem” dos corpos, e de uma possível ligação com o clã Giovanni, percebia a seriedade carrancuda que tomava o semblante do toreador; Luna, por outro lado, parecia ter encontrado algo particularmente interessante na folha de sumário do livro.

    – Se o que você diz é verdadeiro, Louis… - Vincenzo engolia em seco no meio da frase – E eu temo que realmente o seja… Então essa trama vai mais funda que eu realmente imaginava a princípio. Mas, o que um giovanni poderia lucrar com isso!? – o nosferatu não tinha certeza de o justiçar lhe perguntava, ou a si próprio.

    – Uma dúvida, Louis! – a malkaviana agora folheava o livro olhando nos olhos de seu informante – Por que descarta a possibilidade de um antitribu?

    – Que conhecido? – o toreador já emendava uma outra indagação.


    – Realmente… – o senescal dava um longo suspiro, concordando veementemente com o gangrel – Eles estão se enquadrando perfeitamente nessa trama toda, perfeitos até demais… – puxava algo mais da gaveta de onde vieram os papéis; uma cigarrilha, versão menor e mais fina d'um charuto.

    O escocês sacava do bolso de seu paletó um suntuoso isqueiro prata com detalhes trabalhados a mão e acendia seu tabaco, dando duas longas e sonoras tragadas enquanto Maurice concluía seu raciocino.

    – Tenha cuidado! – alertava após soltar uma impressionante quantia de fumaça no ambiente – Não é só a sua cabeça que estará em jogo caso a desconfiança do príncipe para com o justiçar se torne conhecida! – abria um estranho sorriso para amenizar o clima, não como se isso ajudasse.

    Angus então se levantava arrastando sua cadeira para trás e fazia sinal para que Maurice fizesse em o mesmo. Em seguida, conduzia o outro cainita para fora de sua sala.

    – Eu tenho de ir ao encontro do príncipe, Sasha o conduzirá de volta ao segundo nível – fechava a porta atrás de si e despedia-se com um aperto de mãos, atravessando a antessala e sumindo nos corredores.

    – Vamos!? – a odiosa harpia loira estava ali outra vez, parada na porta e aguardando o gangrel.


    – Sim, sim… – concordava distraidamente a italiana, enquanto pegava uma taça em estilo de coquetel d'uma das bandejas que passavam – De fato a signora Ingrid é um tanto… requisitada.

    Antes que a giovanni tivesse oportunidade de dizer qualquer outra coisa que fosse, Ginger iniciava uma série de sutis comentários, aproximando-se de forma um tanto peculiar da outra cainita até que estivessem próximas o bastante para respirar o mesmo ar; isso é, se a estrangeira respirasse.

    – A conheço bem o bastante para saber o quão temível ela pode ser – Giulia deixava escapar um riso, mas não deixava claro se de deboche ou aprovação.

    – Pelo mesmo motivo que o príncipe, garota – se permitia um gole, enquanto fazia a interlocutora aguardar pelo final de sua resposta – A Família possui um sem-fim de conhecimentos e especialidades extremamente valorizadas e úteis, a sua mestra foi um dos muitos membros a perceber as vantagens e ganhos de uma relação amistosa de ajuda mutua – outro gole – Quanto às motivações de Ingrid, creio que as conheço, já que és tão estimada por ela… – lançava o último comentário como um chicote, mas embalado pela voz serena e aveludada; os olhos eram duas piscinas da mais fingida ingenuidade.
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