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    Os Protagonistas

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    Os Protagonistas Empty Os Protagonistas

    Mensagem por Elminster Aumar Qua Abr 27, 2016 9:05 pm




    Tópico contendo as informações dos personagens principais da aventura. Aqui teremos a ficha, a história e todos os feitos dos personagens durante a campanha.



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    Mensagem por Elminster Aumar Sex maio 20, 2016 11:11 pm




    Jack Joey Quinzel


    Nível: Herói
    XP: 22


    Os Protagonistas Xj5yNSP

    Raça: Humano
    Arquétipo: Habilidoso
    Carreiras: Duelista / Ladrão


    Atributos:

    6
    FIS
    7
    VEL
    5
    FOR

    5
    AGI
    4
    DES
    5
    MAE

    3
    INT
    *
    ARC
    3
    PER



    Estatísticas:
    DEF 14
    ARM 11
    INIC 15
    CMD 3
    VONT 9



    Corpo-a-Corpo:
    Lâmina do Assassino

    6 ACO
    9
    P+F


    Adaga
    8 ACO
    6
    P+F


    Bengala-Espada
    7 ACO
    5/7 P+F


    Soqueiras
    6 ACO
    6
    P+F



    Ataque a Distância:
    Facas de Arremesso

    12m ALC
    6
    ADI
    6 POD



    Armadura:
    Sobretudo Blindado

    0
    VEL
    -1 DEF
    5 ARM



    Perícias:
    Nome da PeríciaAtributoNívelTotal
    Arma de Mão527
    Arma de Arremesso516
    Combate Desarmado516
    Esgueirar-se527
    Manha325
    OratóriaSocial11*
    Saltar617
    NegociaçãoSocial22*
    Arte da Fuga516
    Escalar516
    SeduzirSocial11*
    Arrombar527
    Jogatina314
    EnganarSocial11*
    Punga527
    SubornarSocial11*
    EtiquetaSocial11*


    Benefícios & Habilidades:
    Atenção Sobrenatural (Arquétipo)
    Cauteloso (Arquétipo)
    Enganador
    Esquivo
    Aparar
    Contragolpe

    Equipamento:
    Ferramentas de Ladrão
    Adaga
    Lâmina do Assassino
    Bengala-Espada
    Facas de Arremesso x2
    Soqueiras
    Sobretudo Blindado
    Luneta
    Relógio de bolso
    Algemas
    Baralho de Cartas

    Dinheiro:
    50 CO
    25 CO p/ mês de trabalho ao patrono rico

    Conexões:
    Patronos Ricos
    Irmandade
    Força Revolucionária

    Idiomas:
    Cygnarano
    Órdico


    Substituições: Perícia Militar Inicial: Combate Desarmado por Pistola [Duelista]; Perícia Profissional Inicial: Seduzir por Intimidar [Duelista]; Conexão: Submundo por Irmandade [Ladrão]



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    Mensagem por Elminster Aumar Dom maio 22, 2016 10:15 am



    Um Dia na Vida de J. J. Quinzel


    O sol raiava cintilante entre as nuvens durante a manhã, Jack Joey Quinzel, ou "JJ" para os íntimos, observava a mansão dos Bennett através da janela da carruagem, uma enorme casa de campo onde Barry e Abby residiam na maior parte do tempo. Aos poucos a pequena visão da mansão no horizonte não cabia mais entre a janela, quando finalmente chega ao seu destino.

    Os pés mal tocam o chão batido e o cocheiro já esticava a mão cobrando pela viagem. Jack paga pelo serviço do homem, dando uma pequena gorgeta de lambuja. O cocheiro faz uma reverência e estala o chicote nos lombos dos cavalos, partindo imediatamente.

    Jack coloca a cartola na cabeça e caminha adentrando os portões já abertos, carregando consigo sua bengala que usava como acessório, ou assim pensavam que fosse. Uma figura coloca a cabeça para fora de uma das inúmeras janelas da enorme fachada frontal, alertando a família que Jack havia retornado. Quase que imediatamente Lady Myra sai correndo pela porta da frente. A garota de doze anos percorreu o quintal com ânimo, e sequer freou sua corrida, quase que mergulhando em Jack e o abraçando. A cartola não resistiu e caiu no chão. - Uoou... - Reage Jack com o abraço da garota.

    - Você chegou uma semana mais cedo! - Lady Myra falava com o semblante feliz.

    - Se quiser posso dar meia volta e voltar daqui uma semana... - Debochou Jack.

    - Nãããããããoooo... - A garota responde olhando para cima, para o rosto de Jack. Suas mãos apertavam a cintura de Jack ainda mais, forçando que não partisse. Jack apenas ria da garotinha. A pequena Lady Myra era a mais nova das duas filhas de Barry e Abby, que somavam ainda mais dois filhos. Jack e Myra eram tão apegados que Jack acabara se tornando mais irmão de Myra que os próprios irmãos legítimos da garota.

    Logo o restante da familia começava a aparecer para receber Jack, todos sempre receptivos e calorosos, mas claro, não podiam competir com o ânimo de Lady Myra.

    -  Leo... - Jack abraça o filho mais velho do casal, este já tinha a mesma idade de Jack, mas apesar disto, não eram tão próximos quanto dos outros três irmãos.

    - Padrinho! - O velho lobo também recebe seu abraço. Barry Bennett, Jack o chamava de padrinho. Barry era o patrão dos pais de Jack, e o laço entre os dois se estreitou assim que o pai de Jack faleceu. Sua mãe ainda trabalhava na mansão, tanto é que logo aparecera para receber Jack também.

    - Mãe! - Jack deu um abraço apertado em sua mãe Helena, e um beijo na testa.

    Abby cumprimenta Jack por uma das janelas do segundo andar, e logo some no interior da mansão, se isolando novamente. Jack começava a pensar que talvez ela estivesse doente. Abby não era querida pela mansão, mas isolava-se cada vez mais dos convidados e empregados.

    Uma mesa farta foi providenciada para o café da manhã, e todos que estavam na mansão confraternizaram e bateram papo sobre o último mês de Jack, ao qual passou nas muralhas de Caspia tratando de negócios. Após a reunião familiar na mesa, Barry reserva um momento para falar a sós com Jack em seu escritório, fechando a porta dupla de madeira maciça.

    - Então... Conseguiu algo com os Ferrinos? - O padrinho, ou patrono de Jack, senta em sua cadeira acolchoada, enquanto Jack servia para si um copo de bebida alcoólica. Barry escondia de seus filhos e esposa suas aventuras na "arte do crime", como ele chamava, e Jack fazia o mesmo com sua mãe.

    - Fizeram jogo duro... Mas no fim cederam... - Jack da um gole na bebida, e volta a falar. - Falta só fechar uma ponta solta... - Ele olhava para Barry esperando que o velho lobo adivinhasse.

    Barry cerrava os olhos, ficando pensativo, mas após alguns segundos responde hesitante e decepcionado. - Johnny... - Jack faz um estalo com os dedos, confirmando o nome dado por Barry.

    - Sinto muito padrinho... Johnny não vai deixar o negócio nem por uma fortuna que garantiria a aposentadoria... Os prostíbulos clandestinos dele rendem mais dinheiro que a coroa... Ele tem muitos figurões no bolso... Nada que o Senhor possa fazer...

    Barry tinha conquistado uma fortuna com seus investimentos, legais ou ilegais. Aplicava-se em vários tipos de negócios, e sua reputação era muito grande em seu meio. Barry também era um filantropo, e envolvia-se com a comunidade afim de melhorar a qualidade de vida da população geral. Muito do quê Jack sabia fora ensinado por Barry, que por muitas vezes embarcava nas aventuras de seu patrono. A relação entre Barry e Jack era por muitas vezes invejada por seus dois filhos homens, já que Jack era mais operante nos negócios da família que ambos. Era sabido por Jack que Barry apenas queria segurar que seus filhos não corressem os mesmos riscos que ele corria, sentia-se melhor pai lhes entregando a melhor educação disponível para se tornarem doutores em suas áreas.

    - Ele ainda vai pagar pelo que faz... - Barry falava menos otimista que costumava a ser, o quê doía o coração de Jack, o velho lobo, não tão velho quanto aparentava para Jack, não era de desistir assim fácil. Mas era Johnny, e Johnny estava blindado por tantos fatores, que levaria uma vida para contornar todos eles.

    - Bom... Sinto muito pelo tempo perdido, Jack.

    Jack levanta o copo com a bebida até a altura do rosto, cumprimentando Barry e saindo do escritório em silêncio.




    O fim da tarde se aproximava e o céu começava a ser pintado com tons de laranja que se misturavam ao azul predominante. Jack partia da mansão dos Bennett, mas não antes de Lady Myra demonstrar o quê havia aprendido. Uma espada de madeira é lançada na direção de Jack repentinamente. Jack deixa a bengala cair no chão e agarra a espada de madeira ainda no ar, pois a garota já havia partido para o ataque.

    As investidas de Lady Myra são defendidas com desespero no início onde quase fora pego de surpresa, mas logo o duelo contra a garotinha estava sob seu controle. Ela havia perdido alguns vícios de combate e seus movimentos de fato ficaram menos previsíveis, com certeza estava treinando escondida de Barry e Abby, e se ela fosse descoberta, a culpa cairia sobre os ombros de Jack, já que ele era a figura que Lady Myra se espelhava.

    Depois de uma investida com vários golpes, e todos defendidos, Lady Myra, ofegante, fitava os olhos de Jack, seu adversário nesse duelo montado por ela.

    - Quase que te pego dessa vez... Você já foi melhor... - Caçoou a garotinha.

    - Eu pego leve com quem luta com os sapatos desamarrados. - Jack fala de forma séria. Ingenuamente, Lady Myra olha para os seus sapatos, já Jack, coloca a espada de madeira que manejava rente ao pescoço de Lady Myra.

    - Morta... De novo... - Toda a pose de esperta da garotinha desmoronou quando percebeu que havia caído em um truque bobo.

    - Você trapaceou. - Estava indignada.

    - E você nunca mais vai cair em um truque desse novamente... Vivendo e aprendendo... - Jack riu junto com a garotinha, entregando a espada de madeira e recuperando sua bengala no chão.

    - JJ... Posso passar o fim de semana na tua casa? - O pedido já era esperado por Jack. A garota era urbana, podia notar isso, e sempre que podia fugia da casa de campo para ser lecionada na cidade, junto com Jack.

    - Veja com seu pai... - Jack não queria levar a culpa por mais outra coisa que Lady Myra fosse aprontar.

    Os dois se despedem, Jack ficava observando Lady Myra adentrar a mansão enquanto uma carruagem se aproximava no horizonte, provavelmente a que contratou mais cedo. Lady Myra acena com as mãos e adentra a casa. Jack respondeu levantando a sua cartola com a mão. Então a garotinha adentra a casa, não se despedindo por outra vez.

    Atrás de Jack, a carruagem estaciona, ele mantém sua visão fitando a mansão, perdido em pensamentos.

    - Jack? - Uma conhecida voz feminina desperta Jack de seu devaneio.

    - Delilah? - Jack engole a saliva em seco, virando-se para a carruagem e deparando-se com a formosa Lady Delilah.

    - Achei que estavas em Caspia. - Delilah falava enquanto descia da carruagem ajeitando seu vestido.

    - Foi mais rápido do quê esperava... - Jack responde deixando um sorriso amarelo. O silêncio que permanece deixa um clima de constrangimento para ambos, que procuravam as palavras com os olhos. A carruagem parte, e outra já surgia no horizonte, esta sim deveria ser a quê Jack havia contratado.

    - Então... A vizinhança em Piltover é tão boa quanto dizem? - Piltover era um bairro nobre de Vicari, a cidade no qual a mansão dos Bennett's ficava nos arredores. Também era a cidade que Jack residia, embora Jack morasse num bairro bem mais modesto.

    - Eu esperava mais... Não tem muito o quê fazer... Andrew trabalha dia e noite no sanatório, as vezes de madrugada também... Tive bastante tempo pra fazer vários tours pela cidade, e não tem muito mais para conhecer... Nada de fascinante... - Lady Delilah havia se casado há pouco tempo com o Dr Andrew Hopkins, diretor geral do Asilo Kirton, o sanatório de Vicari.

    Ainda era estranho os dois conversarem sobre a vida de casada de Delilah, uma vez que antes de se casar com Andrew, ambos tinham um relacionamento as escondidas. Jack estava inseguro em falar sobre o seu relacionamento com Delilah para Barry, e demorou tempo o suficiente para que Barry aceitasse um de tantos pretendentes que Delilah tinha. Cansada de esperar por Jack, Delilah aceitou o pedido de casamento de Andrew. Desde então, as conversas entre Jack e Delilah sempre soam constrangedoras, estranhas. Tentavam fingir que nada tinha acontecido entre os dois.

    A carruagem de Jack finalmente havia chegado.

    - Bom... Meu transporte chegou... - Jack levanta a sobrancelha e caminha para perto da carruagem, passando pelo lado de Delilah.

    - Este final de semana haverá um baile em Piltover, na casa de um dos amigos de Andrew... Tenho dois convites sobrando... - Jack subia a escada da carruagem quando fora surpreendido pelo convite, parando de costas para Delilah.

    - Não tenho quem levar como acompanhante... Além disso, Lady Myra pretende passar o final de semana me aportunando para ensinar ela a lutar... - Delilah solta uma risada abafada após o comentário sobre sua irmã menor.

    - Ainda tenho que disputar tempo seu com essa pirralha... Algumas coisas não mudam mesmo... - Delilah falava em tom bem humorado, e continua - Você não deveria incentivar ela com isso, sabia? - Jack volta a virar-se para Delilah.

    - Ela é teimosa demais para me escutar... E se ela quer mesmo isso, precisa aprender com o melhor. - Jack esboça um sorriso de canto de boca.

    - Convencido... - Delilah franze os olhos, fazendo pouco caso do quê Jack falara.

    - Au Revoir, milady... - Jack se despede, adentrando a carruagem, enquanto Delilah deixava um sorriso silencioso.




    Jack bate três vezes na porta de metal maciço e em seguida arranha a porta com o bico da ave que ornamenta a ponta de sua bengala. Não demoraria para alguém atender, esperava ele.

    Lugos, logo ele foi quem abriu a porta pequena porta de observação para espiar quem estava por detrás da porta. Surpreendentemente não faz algum comentário irritante.

    - Chegou em boa hora... - O tom não carregava irônia. Não era o tipo de comportamento que Jack esperava de Lugos, uma vez que Lugos sempre o provocava quando podia. O fato de Jack manter uma vida paralela as questões da Irmandade incomodava Lugos.

    Jack fica pensativo enquanto encarava as paredes frias, as inúmeras trancas de proteção eram destrancadas por Lugos. E finalmente a porta se abre.

    Jack adentra a espelunca escura e desce pela passagem secreta atrás do balcão, onde a Irmandade se reunia para traçar seus planos e dividir os lucros. A escada rangia propositalmente. Após trancar a porta novamente, Lugos segue Jack.

    O salão secreto era mal iluminado, dois homens estavam em pé em frente a mesa redonda que ficava no meio do salão. As paredes de pedras brilhavam com o a iluminação dos candelabros, deixando com aspecto molhado.

    - Harpia... Que bom que veio. - Harpia, era assim que Jack era chamado entre os membros da Irmandade. Vivaldi falava de costas para Jack e de frente para a mesa. Vivaldi era o mais velho da Irmandade e o mestre de todos os outros membros. Sua disciplina e sabedoria não tinham igual, e apesar de cabelos brancos preencherem sua cabeça, é o melhor combatente entre todos da Irmandade, e particularmente o melhor duelista que Jack já conheceu. Muitas histórias do passado de Vivaldi eram impressionantes, e constatavam que quando jovem era ainda melhor. Definitivamente ele era o líder da Irmandade, apesar da Irmandade não eleger nenhum líder. Vivaldi liderava pelo exemplo, e todos anceavam ser como ele em algum de seus aspectos. Jack tentava ser exatamente como ele em todos os aspectos, mas estava muito longe de conseguir, principalmente por lhe faltar disciplina.

    Jack se aproxima da mesa redonda para ver o quê estavam tramando, Jerome o cumprimenta batendo nos ombros de Jack. Jerome quase nunca falava, e quando falava o fazia de forma grotesca.

    A planta baixa de um edifício estava esticada sobre a mesa, e no topo do papel escrito "Asilo Kirton".

    - Que coincidência... - Jack pensa alto.

    - O quê... - Vivaldi indagava enquanto encarava a planta baixo e fitava cada cômodo desenhado.

    - Nada... - Desconversa Jack. - Nunca achei que roubaríamos um sanatório... - Jack estava confuso, tentando vislumbrar o quê de tão valioso teria em um sanatório que valeria o risco.

    - O quê vamos pegar ali? - Sem nenhuma boa opção em mente, Jack resolve logo perguntar.

    - Amy - Responde em seco, Vivaldi.

    - Oh... - Jack falava constrangido, e desconfiava dos motivos.

    Amanda, ou Amy, como a chamavam, era a outra membro da Irmandade que não estava presente. Amy tinha um histórico de vida muito excêntrico. Fora uma barda, uma artista de rua, e espiã de Ord durante algum tempo, até forjar sua morte e conseguir se desvincular do reino vizinho. Amy era uma jovem totalmente passional, e conseguia ser ainda mais indisciplinada que Jack, o quê causava grande dores de cabeça para Vivaldi. Amy tinha um arsenal de técnicas e conhecimentos extremamente grande e útil para a irmandade. Por terem gênios parecidos, Jack e Amy sempre demonstraram entrosamento dentro da Irmandade, e fora dela uma amizade ambígua. Mas a indisciplina de Amy era o menor de seus problemas, a jovem sofria com transtornos esquizoafetivo. Embora raramente sofresse com os sintomas de sua doença mental, quando sua condição agravava, Amy ficava totalmente perturbada, em uma situação deplorável.

    - Não temos tempo pra isso... - Vivaldi passa a mão sobre a planta baixa esticada na mesa e começa a enrolar novamente. - Vamos ter que fazer isso usando a força, sendo ágeis e cuidadosos...

    - Vivaldi deixa o papel enrolado em cima da mesa e começava a juntar seus equipamentos, guardando-os nos locais apropriados de sua vestimenta.

    - Por quê a pressa? - Jack sabia que Vivaldi não era adepto de fazer qualquer operação sem traçar três ou quatro planos.

    - Amy vai ser submetida a uma Lobotomia em torno de... - Vivaldi passa a mão no bolso e observa seu relógio de bolso. - ... quarenta minutos. - Então continua a arrumar os equipamentos.

    - Que bom, não? - Jack respondia confuso, e indagando se realmente era bom levando-se pelo senso de urgência de Vivaldi.

    - Não... Essa cirurgia é efetiva na minoria dos pacientes... Em outra minoria ela não causa nenhum efeito... E na metade dos pacientes... Bom... Na metade dos pacientes pode ter diversos efeitos negativos... Podem ter seu estado mental piorado, perder os movimentos dos membros... Ou morrer... - Vivaldi falava com bastante convicção, Jack não tinha como não acreditar que aquilo era realmente ruim.

    - O tratamento não vale o risco... - Afirma Jack após ser apresentado aos possíveis estados pós cirurgia de Amy.

    - Exato. - Vivaldi apenas confirmava.

    Em um curto espaço de tempo, Vivaldi, Lugos, Jerome e Jack se equipam apropriadamente para a missão conjunta e improvisada que estavam prestes a realizar no meio da noite.



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    Mensagem por Elminster Aumar Sex Set 30, 2016 7:58 pm




    Annalise Belgarten


    Nível: Herói
    XP: 21


    Os Protagonistas E5be0610

    Raça: Humano
    Arquétipo: Dotada
    Carreiras: Aristocrata / Arcanista


    Atributos:

    5
    FIS
    6
    VEL
    4
    FOR

    3
    AGI
    5
    DES
    4
    MAE

    5
    INT
    4
    ARC
    5
    PER



    Estatísticas:
    DEF 13
    ARM 10
    INIC 15
    CMD 6
    VONT 10



    Corpo-a-Corpo:
    Adaga

    5 ACO
    5
    P+F



    Ataque a Distância:
    Pistola

    16m ALC
    6
    ADI
    10 POD



    Armadura:
    Armadura de Couro

    0
    VEL
    -1 DEF
    5 ARM



    Perícias:
    Nome da PeríciaAtributoNívelTotal
    Arma de Mão415
    Pistola516
    Con. Arcano516
    Pesquisar527
    ComandarSocial11*
    EtiquetaSocial22*
    OratóriaSocial11*
    SeduzirSocial11*
    EnganarSocial11*
    Criptografia516


    Benefícios & Habilidades:
    Leitura de Runas (Arquétipo)
    Conjurador de Combate (Arquétipo)
    Sensibilidade Mágica (Arquétipo)
    Poder Maior
    Boa Criação
    Idioma
    Privilégio

    Equipamento:
    Roupas de viagem
    Utensílios para alimentação e higiene
    Cantil
    Bolsa de munição
    Carteira
    Mochila
    Relógio de bolso
    Livro da Síntese
    Pistola
    Adaga
    Cinto para arma
    Munição x46
    Cavalo de montaria
    Armadura de Couro

    Magias:
    Aura de Proteção
    Luz nas Trevas
    Raio Arcano
    Rajada Mística
    Telecinesia
    Mão do Destino

    Dinheiro:
    125 CO
    50 CO p/ mês vindo da família rica

    Conexões:
    Nobreza

    Idiomas:
    Cygnarano
    Khadorano
    Llaês



    Elminster Aumar
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    Mensagem por Elminster Aumar Sex Set 30, 2016 8:08 pm



    Um Dia na Vida de Annalise Belgarten


    Os passarinhos já cantavam lá fora quando a garota acordou em sua cama perfeitamente branca com lençóis de mil fios. Após uma boa espreguiçada, já estava sentada na cama e seus cabelos dourados embaraçavam apesar da tentativa de domá-los com um laço para dormir. Esticou os braços e ficou um tempo tentando enxergar através da janela coberta pela cortina branca. O sol já começava a aparecer.

    Saiu da cama, calçando sua pantufa também branca. Seu pijama era um tipo de bombacha decorada com uma blusinha de rendas. Foi até a janela, espiando o dia lá fora. Podia ver a mistura de engenhocas metálicas que sustentavam o jardim miscelânea que havia bem ao fundo.

    Annalise deu um sorriso animado, fechando a cortina e partindo para uma mesinha no canto que continha um gramofone. Estava na hora de acordar de verdade.

    - Bom dia! - anunciou de braços abertos e colocou o disco para tocar uma música dançante. Balançando a cabeleira loura, foi até o guarda-roupas e tirou de lá de dentro o corpete, a camisa branca de manga bufante e a calça colada marrom. Tudo isso foi empilhado na cadeira talhada atrás de si e depois vestido ao ritmo da música.

    Hey brother what you're thinking... they don't know what they are missing...

    Às vezes, perguntava-se por que não tentou ir para o lado das artes, virar cantora, atriz, dançarina... Sua "irmã de consideração", Gutierra, tinha um vozeirão de soprano de dar inveja. Ela não entendia por que a namorada do pai, Catalina, vivia xingando a garota para tentar ser mais "útil". Por causa disso, a menina vivia chorando pelos cantos e cantando escondida, geralmente no jardim. Era apaixonadíssima pelo filho do melhor amigo de seu pai e Annalise ficaria felissíssima de poder embrulhar Russel para a outra garota, quem sabe assim ele pararia de persegui-la nas festas cheio de galanteios e ela poderia parar de fingir ser educada. Aquilo estava ficando cada vez mais atrevido e perturbador. Ok, era bonito e às vezes ela até não fingia muito quando dançava com ele e, tudo bem, ele tinha roubado seu primeiro beijo e às vezes ela acreditava em suas palavras muito convincentes, mas sua personalidade era deplorável, pois acreditava ser digno de muito mais do que a maior parte da população e queria levá-la com ele.

    Quando terminava a pincelada de blush no rosto, a porta se abriu com violência.

    - Você acha que está em algum tipo de bordel? - uma mulher já de meia idade, quilos de retoques de maquiagem, e um vestido longo e carmesim fumegava pelos olhos.

    A loira levou um susto e girou o corpo como um gato, encarando a madrasta com nervos à flor da pele. Provavelmente seu pai não estava na casa naquela manhã, para ela ter a audácia de tratá-la daquela maneira. Geralmente ela disfarçava e só tentava manipular Gregory de uma forma bem sutil e venenosa demais que o homem de pensamento binário não podia entender. Desde a morte de sua mãe, o pai era um joguete na mão de mulheres. A maioria Annalise conseguiu se livrar com maestria, mas essa era muito ardilosa, tanto que ela tinha certeza de que ela tramava com alguém querendo derrubar seu pai, mas não deixava rastros.

    - Agora que está aqui eu tenho as minhas dúvidas - comentou com um sorriso maldito que fez ferver o corpo da mulher.

    - Ora, sua... - inspirando forte, Catalina caminhou feito um touro, mas a menina levantou-se de sobressalto.

    - BOM DIA, RATCHFORD! - sorriu animada para a porta vazia. Em seguida, o guarda-costas apareceu à porta de braços cruzados. Odiava ser usado daquela maneira para qualquer briga familiar idiota, mas parte dele já tinha se tornado protetor demais ao longo dos anos para não se importar. - Que pena, já estou atrasada. Conversamos outro dia, certo, senhora Pillgam.

    - Bom dia. Eu realmente tenho mais o que fazer - ela torceu a boca com tanta força que parecia que cairia do rosto e saiu do quarto.

    - ... Você não tem instrução tão cedo hoje - comentou o homem forte de longos cabelos negros e lisos presos a um rabo de cavalo.

    - Eu sei - deu de ombros e deu uma última e rápida escovada nos cabelos, pousando a escova na penteadeira e andando até ele.

    Discretamente o guarda-costas observou o quarto relativamente bagunçado e em seguida a loira estralava os dedos ao ritmo da música a sua frente, convidando para uma dança. Obviamente ele apenas a olhou sério, embora por dentro achasse aquilo um tanto engraçadinho e até gracioso. No início, ela conseguia deixá-lo irritado com essa atitude, e às vezes desconcertado por sair do padrão de donzelas que imaginou que protegeria.

    - Hahaha. Ah, Jus-tin. Por favor não fique tão sério. A música é boa.

    Ratchford respirou fundo. Ela tinha recém descoberto seu nome e isso ainda o incomodava. Era orgulhoso e estava e serviço, ser tratado como um 'igual' assim era bem irritante. A garota Belgarten conseguia tirá-lo do sério às vezes. Virou as costas e saiu do quarto.

    - Eu vim porque estava em apuros, senhorita. Estarei aguardando lá embaixo.

    - Tudo bem - Annalise sorriu, feliz por sua "conquista", e deixou que ele partisse. Fazia esse tipo de coisa quando queria pedir desculpas por usá-lo ou simplesmente porque achava que ele estava chateado e às vezes só por carência mesmo. Para ela, qualquer informação sobre ele era uma conquista, já que ele nunca falava sobre si mesmo.

    Seu antigo protetor, o senhor Hidgens, já estava velho demais para o serviço e, quando a menina cresceu e começou a querer andar de balão e trem para lá e para na grande Caspia, o barão Belgarten soube que estava na hora de alocar alguém mais jovem e capaz, e mandou contratar Justin por um preço bem gordo. É claro que o guarda-costas esperava outro cenário, mas aos poucos viu-se muito afeiçoado pela loirinha. No entanto, sabia que aquele emprego já não lhe cabia mais no momento da vida e de vez em quando pesquisava outras oportunidades, dividido cada vez que Anna fazia algum tipo de gracinha como aquela ou se metia em apuros.

    Poucos minutos depois, gramofone desligado e bolsa pronta, foi abordada nos corredores para tomar café da manhã e assim seguiu para o andar de baixo. A mansão era muito solitária desde que Maureen morrera. A mãe parecia uma fada, aparência delicada que foi herdada pela filha. Seus poderes de feiticeira do fogo foram escondidos a partir do momento no qual se casou com o barão. Ela aconselhava e dirigia aquela casa como uma rainha. Muito bondosa, partiu aos dez anos de vida de Annalise deixando um constante vazio nas paredes rococó do lugar. O caminho da magia foi um dos pedidos que ela fez para que o marido guiasse a filha e por isso mesmo a loira se embrenhou nos estudos arcanistas.

    Em alguns dias da semana, ela partia para a capital acompanhada de seu guarda-costas para aprender com os melhores tutores. Recentemente tinha começado um pequeno estágio também. O fato de ser filha do barão de Ellsporth só servia para que algumas pessoas duvidassem do merecimento dela ali e, por isso, sempre que possível seria preterida em coisas importantes.

    No trem, a menina relia o livro de princípios enquanto Ratchford naquele dia encontraria velhos conhecidos para saber o que faziam da vida. Eles constantemente caçoavam do fato de que ele havia se tornado cachorro do barão e questionavam se ele estava pretendendo dar o golpe em uma "baronesa". Tudo com muita simpatia masculina.

    Quando chegaram, a loira se depediu dele diante das imensas lacunas de mármore e sumiu para a instituição. Lá dentro, cumprimentou os colegas apenas com um meneio. Tinha aprendido que ali dentro não se falava muito e seu jeito espalhafatoso tinha que ficar para fora. Logo avistou e cumprimentou respeitosamente seu superior direto, o velho Grimmel, que era especialmente rígido e duro, apesar de ser, em aparência, um idoso careca com barba longa e 20 centímetros mais baixo do que a garota. O pai tinha investido uma boa quantia de dinheiro para "incentivar" que ele fosse o professor e isso o enfureceu. Ele tentou fazê-la desistir no começo, com lições difíceis, mas no fim, viu o quanto a garota se esforçava e só queria realmente aprender e deixou seu rancor para o próprio barão. Via nela uma pedra bruta que poderia crescer, um tipo de neta distante. Ele gostava de deixar as perguntas em aberto para que a menina passasse a semana pesquisando. Naquele dia, haveria um encontro com membros da Ordem, que apareciam naquele lugar para uma palestra especial.

    O pai tinha recebido conselhos de que a filha poderia ser uma ponte interessante de contato com outras organizações, como a Ordem. Quando o assunto era dinheiro, o barão era um excelente administrador, sabendo para onde ia cada centavo de seus gastos, porém, era uma manteiga em relação a filha e se alguém lhe dizia que ela poderia ser "brilhante na Ordem e lhe trazer benefícios, não se preocupe pois ela ficará segura", ele aceitaria duas vezes. O mesmo valia para "meu filho é muito rico e bondoso, acho que seria um ótimo marido". Por isso, ele costumava ser muito teimoso e esbravejar com ela diante de recusas de coisas que ele fazia, claramente, pelo seu bem.

    De todo modo, Annalise se esforçava medianamente para seguir algumas dessas "sugestões" do pai, pois sentia-se na obrigação de cuidar dele e proteger contra aproveitadores. Seus estudos arcanos tinham sido um comum acordo e a previsão acontecera como o pai dissera: ela largaria suas escapadas rebeldes à noite para frequentar bares, passear de balão ou se embrenhar na parte baixa da cidade, para ser uma moça relativamente correta pois não tinha mais tanto tempo para tais aventuras. Agora, no tempo livre, sua aventura era limitada a pequenas viagens e cavalgadas, ainda que o gosto pela aventura fosse latente.

    Quando a palestra acabou perto da tarde, Annalise já estava faminta e cansada da luz de lamparinas, decidindo ir às ruas. Ratchford não estava no local. O que era até compreensível, pois o fim estava marcado para mais tarde. Então decidiu andar sozinha mesmo, como gostava. Foi para o centro, andar entre o bando de gente, queria ver artistas de rua e seus olhos brilhavam até para brigas ouvidas em beco. Tudo era muito maior do que Ellsporth. É claro que não era uma cidade exatamente pequena, mas ela entendia que seu lar era um ambiente mais controlado para seu pai e ali tudo era ampliado. Todos os risos, confusões, alegrias e tragédias. Era tudo bonito.

    Foi prontamente atraída por um homem sentado no chão com engenhocas criadas por ele e acabou levando um relógio para casa. Em outra tendinha, teve a mão lida, e em outra perdeu algumas moedas enganada por um jogo de copos. Acabou entrando em uma loja de armas apenas para apreciá-las - tinha sua própria, mas não era como se o pai amasse essa "masculinização" completa. A garota vagou por vários locais até adentrar em um bar e pedir o prato da casa sem fazer ideia do que era. Ficava ouvindo as conversas, olhando os cartazes de procurados... Quando viu já tinha perdido a hora. Saiu correndo de volta e se esgueirou para dentro, fazendo o mínimo de barulho possível, mas sendo encarada com desprezo por alguns presentes. Não tinha muito talento para acadêmica, afinal...

    No fim da palestra, já na parte da noite, foi chamada num canto por Grimmel, que a repreendeu um pouco, mas ele pessoalmente não gostava daquele pessoal. Um tanto confusa, a loira ficou encucada com o assunto na volta para casa e passou parte do caminho em segredo e depois sentiu a necessidade de descontrair.

    - Ei, Rathcford, por onde andou esse tempo todo?

    - Estive esperando pela senhorita.

    - Não minta, vai. Eu passei pelas perigosíssimas ruas de Caspia sem a sua companhia. Até perdi um pouco de dinheiro...

    O guarda-costas mirou o novo relógio de bolso da garota. Era uma antiguidade bem interessante, mas era provavelmente roubado. De fato ela tinha saído, e em outras épocas teria suado frio pelo furo no trabalho, mas sabia que ela não falaria nada.

    - Sinto muito. Tive que resolver um assunto.

    - "Seu assunto deve ser a minha filha" - imitou a voz do pai, brincando e riu. - Oh. Será que você tem uma amante aqui em Caspia? - cobriu a boca. De repente pensou que talvez ele realmente tivesse uma família feita. Não é porque ela era rebelde e não queria saber dessas coisas que ele já não teria... Aquela frieza nos olhos dele não respondiam nada, mas havia um brilho diferente, algum tipo de mágoa? Será que algo ruim tinha acontecido com a família dele? Ou de repente um coração partido... - Ah, tudo bem, não vai ser dessa vez, já entendi.

    - Como foi a palestra?

    - Chata. Burocracia. Eu achei que seria algo menos político...

    O restante da viagem seguiu normalmente. Quando chegaram em casa, o pai estava alegre "brincando" com seu gigante a vapor no meio do salão de festas.

    - Papai, o que é isso? O que o Senhor Willis está fazendo na sala?

    - Querida! Venha ver que belezinha. - Gregory já era grisalho e tinha uma barriguinha saliente. Ele abraçou a filha e fez carinho em seus cabelos com os dedos gorduchos. - Timmy me chamou pela manhã dizendo que um carregamento de peças limitado tinha chegado. - Ele deu um tapinha nos novos dedos articulados com pedras brilhantes nas juntas do robô.

    - Uau! Isso deve ter sido bem caro...

    - Foi um investimento! - sorriu largamente. - Eu não sei por que, mas não está mexendo direito, amanhã ele virá dar uma olhada. Seu velho pai sabe montar com os gigantes à moda antiga!

    - Tenho certeza que ficará ótimo - beijou o rosto dele.

    - Quando o novo modelo estiver reformado, quero ver o que o Sr. Barns dirá na próxima festa - Apesar de controlar muito o dinheiro, ele esbanjava sem pena em seus próprios caprichos e gostava de exibir seu gigante como uma atração de festas. Era tudo uma questão de ego. - A propósito, estive conversando com o pai de Russel...

    - Não.

    - E pensamos que nosso próximo encontro...

    - Pai, não. - fechou a cara.

    - Ah, minha Anna. Como você é difícil! - dessa vez ele limitou-se a isso, já que estava animado com sua cria nova. Suspirou pesadamente - Muito bem. Ao menos foi à palestra hoje? E como foi?

    - Foi... boa, eu acho.

    - Ótimo! - sorriu satisfeito - Ótimo mesmo. Bem, querida, eu vou terminar meu trabalho com o Sr. Willis, vá brincar.

    A loira riu por ser tratada como criança e o beijou de novo.

    - Boa noite, papai.



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